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PROJUDI - Recurso: 4000281-44.2022.8.16.0017 - Ref. mov. 44.1 - Assinado digitalmente por Juíza Subst.

2ograu Renata Estorilho Baganha


21/12/2022: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão (Juíza Subst. 2ºGrau Renata Estorilho Baganha - 3ª Câmara Criminal)

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ
3ª CÂMARA CRIMINAL

Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJTD3 Z5WWS 66Q3B 5META


3ª CÂMARA CRIMINAL

RECURSO DE AGRAVO Nº 4000281-44.2022.8.16.0123 DA VARA DE EXECUÇÕES


PENAIS E CORREGEDORIA DOS PRESÍDIOS DO FORO CENTRAL DA COMARCA DA
REGIÃO METROPOLITANA DE MARINGÁ

RECORRENTE: TIAGO TERTULIANO SANTOS

RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ

ÓRGÃO JULGADOR: TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL

RELATORA: JUÍZA DE DIREITO SUBSTITUTA EM 2º GRAU RENATA ESTORILHO


BAGANHA (SUBSTITUINDO O CARGO VAGO DO DESEMBARGADOR PAULO EDISON DE
MACEDO PACHECO)

PROCESSO PENAL. AGRAVO EM EXECUÇÃO PENAL.


INEXISTÊNCIA DE PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. AUSÊNCIA
DE NULIDADE. AUDIÊNCIA DE JUSTIFICAÇÃO REALIZADA. FUGA
DE ESTABELECIMENTO PRISIONAL. HOMOLOGAÇÃO DE FALTA
GRAVE, COM APLICAÇÃO DA REGRESSÃO DE REGIME.
IRRESIGNAÇÃO DA DEFESA. ASSERÇÃO DE QUE O APENADO SE
VIU IMPELIDO A FUGIR EM RAZÃO DE AMEAÇA DE MORTE QUE
NÃO RESTOU EFETIVAMENTE COMPROVADA. ALEGAÇÃO DE
INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA. INEXISTÊNCIA.
REEDUCANDO QUE NÃO ESGOTOU OS EXPEDIENTES PARA
PLEITEAR A PROTEÇÃO DE SUA INCOLUMIDADE FÍSICA -
AUSÊNCIA DE PLAUSIBILIDADE NA JUSTIFICATIVA
APRESENTADA. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO.

I. RELATÓRIO

Trata-se de recurso de Agravo, em sede de execução penal, interposto por Tiago


Tertuliano Santos em face da decisão proferida pelo Juízo da Vara de Execuções Penais e
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21/12/2022: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão (Juíza Subst. 2ºGrau Renata Estorilho Baganha - 3ª Câmara Criminal)

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
Corregedoria dos Presídios do Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Maringá
– SEEU, que nos autos de Execução Penal nº 0015050-77.2012.8.16.0017 (movimento 1.1)
homologou a falta grave cometida pelo sentenciado, consistente em fuga do estabelecimento
prisional e revogou definitivamente o regime semiaberto e regredindo ao regime fechado.

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Nas razões recursais, o apenado, requereu preliminarmente a nulidade da decisão, ora
atacada, em razão da ausência de prévia instauração do procedimento administrativo
disciplinar (PAD), eis que referido procedimento é imprescindível para que autoridade
administrativa verifique se a conduta do sentenciado se amolda ou não à falta grave.

No mérito aduziu em suma que, o acusado estava sendo ameaçado por desafetos
dentro do estabelecimento prisional, e que em flagrante impossibilidade de conduta diversa, o
mesmo empreendeu fuga da CPIM, verificando-se, portanto, a inexigibilidade de conduta
diversa, como causa de exclusão da culpabilidade.

Arguiu que durante o período que o apenado estava foragido, não praticou qualquer
delito, bem como trabalhou como servente de pedreiro e pintor, demonstrando, portanto, seu
processo de ressocialização. Deste modo, argumentou ser desnecessária a homologação da
falta grave, em razão também, do princípio da proporcionalidade.

Ao final, pugnou pelo conhecimento e provimento do recurso, no intuito de reformar a


decisão, para declarar a nulidade da mesma, ou subsidiariamente, para que não seja
homologada a falta disciplinar, sendo restabelecido o regime semiaberto.

Em sede de contrarrazões, o Ministério Público, pugnou pelo conhecimento e


desprovimento do recurso interposto. Neste viés, sustentou em síntese que em razão do
apenado ter sido ouvido em audiência de justificação, não há o que se falar em nulidade por
ausência do PAD. Ademais, manifestou que não há justificativas suficientes a ensejar a não
homologação da falta grave.

Os autos foram encaminhados à Douta Procuradoria Geral de Justiça, que opinou pelo
conhecimento e não provimento do agravo.

Vieram os autos conclusos.

É o relatório.

II. FUNDAMENTAÇÃO

Presentes os pressupostos de admissibilidade objetivos (cabimento, adequação,


tempestividade e inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer) e subjetivos
(interesse e legitimidade), o recurso merece ser conhecido.

A decisão agravada assim estabeleceu:


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“(...). Em audiência, o apenado relatou, genericamente, que fugiu por conta de brigas
com inimigos, sem informar quem seria, bem como porque supostamente estava recebendo
ameaças, temendo pela sua vida. Em que pese a justificativa apresentada, entendo que não
foi comprovada qualquer situação excepcional que justificasse a atitude do apenado. Acolher

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as suas razões implicaria em jugar com base em critérios extremamente subjetivos, o que viola
de forma inegável o princípio da isonomia. Isso porque, para análise da falta praticada nos
autos, não se pode levar em conta apenas critérios pessoais do sentenciado, mesmo porque é
impossível avaliar de forma minuciosa e imparcial a situação de cada um dos presos que
incorre em idênticas transgressões. É certo que as circunstâncias do caso devem servir de
parâmetro para quantificação das sanções administrativas e processuais a serem aplicadas,
mas questões pessoais, familiares e subjetivas não podem servir de fundamento para elidir a
culpa do apenado. Portanto, incabível mitigar a gravidade da conduta faltosa do sentenciado,
uma vez que abandonou o cumprimento de sua pena por ato voluntário e inescusável,
permanecendo foragido sem indicação de que se entregaria, constatado que retornou ao seu
cumprimento de pena após ser preso em abordagem policial de rotina. (…) ”

a) da nulidade

Sustenta a defesa, preliminarmente, a nulidade da decisão agravada por ter dispensado


a realização de procedimento administrativo disciplinar, argumentando que deve ser rechaçado
o posicionamento do Supremo Tribunal Federal, no mesmo sentido da decisão recorrida,
fixado no RE 972.596, e considerar que o Superior Tribunal de Justiça tinha jurisprudência
pacificada a respeito da questão, inclusive consolidado na súmula 533.

Sem razão à defesa.

O Supremo Tribunal Federal, em apreciação à repercussão geral deduzida no Tema


941, lançou a seguinte tese:

Decisão: O Tribunal, por maioria, apreciando o tema 941 da repercussão


geral, deu provimento ao recurso extraordinário, nos termos do voto do
Relator, vencidos os Ministros Edson Fachin, Marco Aurélio, Ricardo
Lewandowski e Celso de Mello. Foi fixada a seguinte tese: “A oitiva do
condenado pelo Juízo da Execução Penal, em audiência de justificação
realizada na presença do defensor e do Ministério Público, afasta a
necessidade deprévio Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD),
assim como supre eventual ausência ou insuficiência de defesa técnica no
PAD instaurado para apurar a prática de falta grave durante o cumprimento
da pena”. Falaram: pela recorrida, o Dr. Rafael Raphaelli, Defensor Público
do Estado do Rio Grande do Sul; e, pelo amicus curiae Defensoria Pública
da União, o Dr. Esdras dos Santos Carvalho, Defensor Público Federal.
Plenário, Sessão Virtual de 24.4.2020 a 30.4.2020.
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Adoto, portanto, posição idêntica à da Corte Suprema, no sentido de que, uma vez
realizada a audiência de justificação, tendo sido o apenado ouvido na presença de defensor e,
portanto, respeitados e garantidos todos os seus direitos fundamentais e constitucionais, torna-
se despicienda a instauração de Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) para fins de

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homologação da falta grave.

No caso em apreço o apenado Tiago Tertuliano Santos, cumprindo pena total de 21


(vinte e um) anos, 7 (sete) meses e 21 (vinte e um) dias, em regime fechado, por cinco
condenações diversas, pela prática de crimes de furto qualificado, falsa identidade, roubos
majorados e simples, foi beneficiado em 17.03.2021, com a progressão ao regime semiaberto
(mov. 79.1-SEEU).

Em razão de sua fuga em data de 28.07.2021, o regime semiaberto foi cautelarmente


suspenso (mov. 131.1-SEEU), e, com a sua recaptura em 14.12.2021 (mov. 161-SEEU), foi
realizada audiência de justificação (mov. 187.1-SEEU), procedimento este que com absoluta
certeza garantiu ao recorrente seus direitos do contraditório e da ampla defesa, em perfeita
consonância com o art. 118 da Lei de Execução Penal.

Desta forma, não há o que se falar em nulidade na decisão ora agravada.

MÉRITO

No caso em apreço, a defesa requereu o afastamento da falta alegando o estado de


necessidade, uma vez que o agravante foi ameaçado de morte por outros presos.

A evasão é inconteste, não possui justificativa com respaldo jurídico, e o sentenciado só


retornou ao cárcere coercitivamente, de modo que o estado de necessidade somente poderia
afastar a falta grave se devidamente comprovada.

Acerca do estado de necessidade, o doutrinador Cesar Roberto Bitencourt explica:

“Estado de necessidade pode ser caracterizado pela colisão de bens


jurídicos de distinto valor, devendo um deles ser sacrificado em prol da
preservação daquele que é reputado como mais valioso. Como salientava
Heleno Fragoso: “O que justifica a ação é a necessidade que impõe o
sacrifício de um bem em situação de conflito ou colisão, diante da qual o
ordenamento jurídico permite o sacrifício do bem de menor valor”, desde
que imprescindível, acrescentamos, para a salvaguarda do bem
preservado. Com essa configuração, a delimitação do estado de
necessidade e da conduta de salvaguarda necessária é, normalmente,
feita através do critério de ponderação de bens. ” (Bitencourt, Cezar
Roberto. Tratado de Direito Penal, vol. 1 – Parte geral, 17ª ed. São Paulo –
Saraiva, 2012.)
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O estado de necessidade, portanto, está caracterizado pelo sacrifício de um bem em
situação de conflito ou colisão, diante da qual o ordenamento jurídico permite o sacrifício do
bem de menor valor, desde que imprescindível para a salvaguarda do bem preservado.

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Sabe-se que o estado de necessidade é uma situação de perigo atual, para bens
juridicamente protegidos, em que o sujeito, para preservar um bem próprio ou alheio, não tem
outro meio, senão lesar o interesse de outrem – art. 24, do CP.

Ocorre que não se sustenta a alegação de que sua vida estava em risco ou de que
estava sendo ameaçado por outros presos, não se reunindo nos autos qualquer elemento
probatório nesse sentido.

Ademais, o agravante nem mesmo apontou com exatidão quem seriam as pessoas que
supostamente ameaçavam sua vida, tampouco há indícios de que tenha tentado procurar
ajuda junto a agentes penitenciários.

Deste modo, não merece guarida a justificativa apresentada pelo apenado, vê-se que a
evasão em comento resultou na configuração de falta grave, nos termos do artigo 50, inciso II,
da Lei de Execução Penal, sendo que o Juízo a quo houve por bem aplicar a penalidade de
regressão de regime, em atenção ao conteúdo do artigo 118, inciso I, do diploma legal citado,
bem como a de alteração da data-base para a consecução da próxima progressão de regime,
ante entendimento consolidado na jurisprudência dominante.

Neste sentido:

RECURSO DE AGRAVO - FUGA DE ESTABELECIMENTO PRISIONAL -


HOMOLOGAÇÃO DE FALTA GRAVE, COM APLICAÇÃO DA
REGRESSÃO DE REGIME E, AINDA, DA ALTERAÇÃO DA DATA-BASE
PARA NOVA PROGRESSÃO - ASSERÇÃO DE QUE O APENADO SE
VIU IMPELIDO A FUGIR PARA EVITAR AMEAÇA DE MORTE QUE, MAIS
TARDE, SE REVELOU FALSA - ALEGAÇÃO DE INEXIGIBILIDADE DE
CONDUTA DIVERSA - IMPROCEDÊNCIA - REEDUCANDO QUE NÃO
ESGOTOU OS EXPEDIENTES PARA PLEITEAR A PROTEÇÃO DE SUA
INCOLUMIDADE FÍSICA - AUSÊNCIA DE PLAUSIBILIDADE NA
JUSTIFICATIVA APRESENTADA - PUNIÇÕES PROPORCIONAIS À
INFRAÇÃO PRATICADA - RECURSO DESPROVIDO. (TJPR - 1ª C.
Criminal - 0001120-69.2019.8.16.0009 - Curitiba - Rel.: Desembargador
Antonio Loyola Vieira - J. 22.08.2019)

“AGRAVO EM EXECUÇÃO PENAL - FALTA GRAVE HOMOLOGADA -


FUGA DO SISTEMA PRISIONAL - DETERMINADA REGRESSÃO DE
REGIME - RECURSO DA DEFESA - PRETENSÃO DE
RESTABELECIMENTO DO STATUS QUO ANTE - ALEGAÇÃO DE
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CONDUTA DEVIDAMENTE JUSTIFICADA - INOCORRÊNCIA - DECISÃO
DEVIDAMENTE FUNDAMENTADA E CONGRUENTE COM O CASO
CONCRETO - OBSERVÂNCIA DA LEI DE EXECUÇÕES PENAIS -
RECURSO DESPROVIDO” (TJPR - 1ª C. Criminal - 0002647-

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32.2019.8.16.0017 - Maringá - Rel.: Desembargador Clayton Camargo - J.
28.03.2019).

Assim sendo, tem-se que se mostrou evidente que o agravante fugiu para se eximir do
cumprimento da pena, o que não se pode admitir.

Nesse sentido, já se manifestou este Tribunal:

RECURSO DE AGRAVO. EXECUÇÃO PENAL. DECISÃO QUE


HOMOLOGOU A FALTA GRAVE COMETIDA PELO SENTENCIADO E O
REGREDIU DE REGIME. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO
DISCIPLINAR DEVIDAMENTE REALIZADO. APENADO ASSISTIDO POR
DEFESA TÉCNICA. GARANTIAS CONSTITUCIONAIS OBSERVADAS.
INEXISTÊNCIA DE NULIDADE. PEDIDO DE ACOLHIMENTO DA
JUSTIFICATIVA APRESENTADA PELO AGRAVANTE. INVIABILIDADE.
MERA ILAÇÃO DESACOMPANHADA DE LASTRO PROBATÓRIO
MÍNIMO. A FUGA NOS TERMOS DA LEI DE EXECUÇÕES PENAIS
CONSTITUI FALTA GRAVE CAPAZ DE ENSEJAR A REGRESSÃO DO
REGIME PRISIONAL. SÚPLICA PELA INCIDÊNCIA DA ATENUANTE DA
CONFISSÃO ESPONTÂNEA. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL.
DECISÃO MANTIDA. RECURSO NÃO PROVIDO.1. Se, no curso da
execução da pena, o condenado pratica falta grave, há consequências
disciplinares, inclusive a possível regressão de regime.2. É entendimento
pacífico nesta Corte de Justiça, que a pratica de falta grave consistente em
fuga enseja a regressão de regime ao reeducando, desde que realizado
procedimento administrativo disciplinar e, após a apresentação de
justificativa, esta não venha a ser acolhida pelo Juízo da Execução. Na
hipótese, todas as garantias constitucionais do apenado foram respeitadas,
inexistindo nulidade. (...) 4. Recurso conhecido e não provido. (TJPR - 4ª C.
Criminal - 0000245-02.2019.8.16.0009 - Londrina - Rel.: Desembargador
Celso Jair Mainardi - J. 25.05.2020).

Assim, vota-se no sentido de conhecer e negar provimento ao presente recurso,


mantendo-se hígida a decisão recorrida.

Curitiba, data da assinatura digital


PROJUDI - Recurso: 4000281-44.2022.8.16.0017 - Ref. mov. 44.1 - Assinado digitalmente por Juíza Subst. 2ograu Renata Estorilho Baganha
21/12/2022: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão (Juíza Subst. 2ºGrau Renata Estorilho Baganha - 3ª Câmara Criminal)

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
Ante o exposto, acordam os Desembargadores da 3ª Câmara Criminal do
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ, por unanimidade de votos, em julgar CONHECIDO O
RECURSO DE PARTE E NÃO-PROVIDO o recurso de TIAGO TERTULIANO SANTOS.

O julgamento foi presidido pelo (a) Desembargador José Carlos

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Dalacqua, com voto, e dele participaram Juíza Subst. 2ºgrau Renata Estorilho Baganha (relator) e Juiz
Subst. 2ºgrau Antonio Carlos Choma.

16 de dezembro de 2022

Juíza Subst. 2ºGrau Renata Estorilho Baganha

Juiz (a) relator (a)

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