Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ
3ª CÂMARA CRIMINAL
I. RELATÓRIO
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
Corregedoria dos Presídios do Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Maringá
– SEEU, que nos autos de Execução Penal nº 0015050-77.2012.8.16.0017 (movimento 1.1)
homologou a falta grave cometida pelo sentenciado, consistente em fuga do estabelecimento
prisional e revogou definitivamente o regime semiaberto e regredindo ao regime fechado.
No mérito aduziu em suma que, o acusado estava sendo ameaçado por desafetos
dentro do estabelecimento prisional, e que em flagrante impossibilidade de conduta diversa, o
mesmo empreendeu fuga da CPIM, verificando-se, portanto, a inexigibilidade de conduta
diversa, como causa de exclusão da culpabilidade.
Arguiu que durante o período que o apenado estava foragido, não praticou qualquer
delito, bem como trabalhou como servente de pedreiro e pintor, demonstrando, portanto, seu
processo de ressocialização. Deste modo, argumentou ser desnecessária a homologação da
falta grave, em razão também, do princípio da proporcionalidade.
Os autos foram encaminhados à Douta Procuradoria Geral de Justiça, que opinou pelo
conhecimento e não provimento do agravo.
É o relatório.
II. FUNDAMENTAÇÃO
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
“(...). Em audiência, o apenado relatou, genericamente, que fugiu por conta de brigas
com inimigos, sem informar quem seria, bem como porque supostamente estava recebendo
ameaças, temendo pela sua vida. Em que pese a justificativa apresentada, entendo que não
foi comprovada qualquer situação excepcional que justificasse a atitude do apenado. Acolher
a) da nulidade
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
Adoto, portanto, posição idêntica à da Corte Suprema, no sentido de que, uma vez
realizada a audiência de justificação, tendo sido o apenado ouvido na presença de defensor e,
portanto, respeitados e garantidos todos os seus direitos fundamentais e constitucionais, torna-
se despicienda a instauração de Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) para fins de
MÉRITO
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
O estado de necessidade, portanto, está caracterizado pelo sacrifício de um bem em
situação de conflito ou colisão, diante da qual o ordenamento jurídico permite o sacrifício do
bem de menor valor, desde que imprescindível para a salvaguarda do bem preservado.
Ocorre que não se sustenta a alegação de que sua vida estava em risco ou de que
estava sendo ameaçado por outros presos, não se reunindo nos autos qualquer elemento
probatório nesse sentido.
Ademais, o agravante nem mesmo apontou com exatidão quem seriam as pessoas que
supostamente ameaçavam sua vida, tampouco há indícios de que tenha tentado procurar
ajuda junto a agentes penitenciários.
Deste modo, não merece guarida a justificativa apresentada pelo apenado, vê-se que a
evasão em comento resultou na configuração de falta grave, nos termos do artigo 50, inciso II,
da Lei de Execução Penal, sendo que o Juízo a quo houve por bem aplicar a penalidade de
regressão de regime, em atenção ao conteúdo do artigo 118, inciso I, do diploma legal citado,
bem como a de alteração da data-base para a consecução da próxima progressão de regime,
ante entendimento consolidado na jurisprudência dominante.
Neste sentido:
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
CONDUTA DEVIDAMENTE JUSTIFICADA - INOCORRÊNCIA - DECISÃO
DEVIDAMENTE FUNDAMENTADA E CONGRUENTE COM O CASO
CONCRETO - OBSERVÂNCIA DA LEI DE EXECUÇÕES PENAIS -
RECURSO DESPROVIDO” (TJPR - 1ª C. Criminal - 0002647-
Assim sendo, tem-se que se mostrou evidente que o agravante fugiu para se eximir do
cumprimento da pena, o que não se pode admitir.
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
Ante o exposto, acordam os Desembargadores da 3ª Câmara Criminal do
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ, por unanimidade de votos, em julgar CONHECIDO O
RECURSO DE PARTE E NÃO-PROVIDO o recurso de TIAGO TERTULIANO SANTOS.
16 de dezembro de 2022