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Tribunal

PJe - Processo Judicial Eletrônico

08/04/2022

Número: 8001731-45.2021.8.05.0000
Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO
Órgão julgador colegiado: Quinta Câmara Cível
Órgão julgador: Des. Augusto de Lima Bispo
Última distribuição : 28/01/2021
Valor da causa: R$ 0,00
Processo referência: 0090969-73.2005.8.05.0001
Assuntos: Honorários Periciais, Antecipação de Tutela / Tutela Específica
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
FUNDACAO BANEB DE SEGURIDADE SOCIAL=BASES MARCELO BRAGA DE ANDRADE registrado(a) civilmente
(AGRAVANTE) como MARCELO BRAGA DE ANDRADE (ADVOGADO)
FRANCISCO SANTOS OLIVEIRA (AGRAVADO) JORGE FRANCISCO MEDAUAR FILHO (ADVOGADO)
ELIEL DE JESUS TEIXEIRA (ADVOGADO)
PAULO ATHAYDE DE CARVALHO (ADVOGADO)
JORGE LUIS NASCIMENTO PINTO DE CARVALHO
(ADVOGADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
14470 15/04/2021 10:50 Acórdão Acórdão
609
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA
Quinta Câmara Cível

Processo: AGRAVO DE INSTRUMENTO n. 8001731-45.2021.8.05.0000


Órgão Julgador: Quinta Câmara Cível
AGRAVANTE: FUNDACAO BANEB DE SEGURIDADE SOCIAL=BASES
Advogado(s): MARCELO BRAGA DE ANDRADE
AGRAVADO: FRANCISCO SANTOS OLIVEIRA
Advogado(s):JORGE FRANCISCO MEDAUAR FILHO, PAULO ATHAYDE DE CARVALHO, JORGE
LUIS NASCIMENTO PINTO DE CARVALHO, ELIEL DE JESUS TEIXEIRA

ACORDÃO

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM CUMPRIMENTO DE


DECISÃO. PROCESSUAL CIVIL. DILAÇÃO DE PRAZO
PARA ADIANTAMENTO DE HONORÁRIOS PERICIAIS.
AFASTAMENTO DA ALEGAÇÃO DE PRECLUSÃO.
PROVA TÉCNICA DETERMINADA PELO JUÍZO. ATO
INSTRUTÓRIO FUNDAMENTAL AO DESLINDE DA
CONTROVÉRSIA. DISCREPÂNCIA EXTREMA ENTRE AS
PARTES QUANTO AO VALOR EXEQUENDO.
DETERMINAÇÃO DE LIQUIDAÇÃO EM TÍTULO JUDICIAL.
ACERTO DA DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU.
PRECEDENTES DO STJ E TJ/BA. NÃO PROVIMENTO DO
RECURSO. PRESERVAÇÃO DO DECISUM.

1. A controvérsia recursal diz respeito à suposta preclusão da


parte exequente no que toca à produção da prova pericial,
bem como alegada pretensão da executada de ver
homologada sua impugnação, segundo a qual não haveria
valores a serem pagos ao agravado.

2.Examinados os autos na origem, depreende-se, de logo,


que a produção da prova pericial, além de subsidiariamente
requerida pela executada, também foi determinada como
essencial pelo Juízo, porquanto “as partes apresentam
valores divergentes em mais de trezentos mil reais”, havendo,
no título judicial a que se pretende cumprir expressa ordem
de apuração em liquidação.

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3. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e desta
Corte Estadual tem aceitado o depósito dos honorários
periciais fora do prazo, ou com dilação temporal, a fim de
prestigiar a análise do direito material, em detrimento da
forma mais pura e estrita.

4. Na espécie, considerada a divergência entre as partes, a


imprescindibilidade da prova técnica para resolver o litígio,
bem como o efetivo cumprimento da diligência no processo
originário resultam no afastamento do pedido de presunção
de veracidade dos fatos apresentados pelo executado, tal
como bem decretou o Juízo “a quo”.

5. Recurso não provido. Decisão mantida.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº


8001731-45.2021.8.05.0000, em que figuram como Agravante, Fundação BANEB de
Seguridade Social/Bases, e, como Agravado, Francisco Santos Oliveira.

Acordam os Desembargadores integrantes da Quinta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do


Estado da Bahia, em NEGAR PROVIMENTO ao agravo de instrumento, mantendo a decisão de
primeiro grau que deferiu dilação de prazo para recolhimento do valor devido pelo exequente para
adiantamento de honorários periciais, em prova técnica determinada pelo Juízo, afastando a
alegações de preclusão promovida pelo executado.

PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA

QUINTA CÂMARA CÍVEL

DECISÃO PROCLAMADA

Conhecido e não provido Por Unanimidade

Salvador, 13 de Abril de 2021.

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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA
Quinta Câmara Cível

Processo: AGRAVO DE INSTRUMENTO n. 8001731-45.2021.8.05.0000


Órgão Julgador: Quinta Câmara Cível
AGRAVANTE: FUNDACAO BANEB DE SEGURIDADE SOCIAL=BASES
Advogado(s): MARCELO BRAGA DE ANDRADE
AGRAVADO: FRANCISCO SANTOS OLIVEIRA
Advogado(s): JORGE FRANCISCO MEDAUAR FILHO, PAULO ATHAYDE DE CARVALHO, JORGE
LUIS NASCIMENTO PINTO DE CARVALHO, ELIEL DE JESUS TEIXEIRA

RELATÓRIO

Trata-se de agravo de instrumento interposto pela Fundação BANEB de


Seguridade Social/Bases contra provimento judicial lavrado pelo Juízo da 1ª Vara
Cível e Comercial da Comarca de Salvador que, nos autos de nº
0090969-73.2005.8.05.0001, do cumprimento de decisão ajuizado por Francisco Santos
Oliveira, rejeitou a alegação de preclusão formulada pela parte executada, relativa à
constatação de recolhimento intempestivo das custas inerentes à perícia contábil
ordenada, determinando o cumprimento da diligência, com o fito de obtenção dos valores
objetos da execução.

Irresignada com a decisão, e com o objetivo de reformá-la, a parte executada


propõe as razões de id. 12776810, asseverando que o agravado teria precluído no direito
de produção da prova, porquanto deixou de arcar, no prazo determinado, com o
pagamento de metade dos honorários periciais, tal como imputado pelo Juízo de primeiro
grau.

Afirma que a interlocutória foi proferida em desatenção aos paradigmas legais,


especialmente diante da necessidade de que se reconheça a impossibilidade de realização
da prova pericial por conta da inércia do exequente em adimplir com os honorários do
perito.

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Neste sentido, entende que a afirmada desídia do executado/agravado resulta em
necessário reconhecimento da veracidade dos cálculos apresentados pelo recorrente,
mesmo que intempestivamente as custas relativas à perícia tenham sido pagas pelo
exequente.

Consigna que ao desatender os sucessivos chamados judiciais no sentido de que


procedesse ao recolhimento das custas respectivas a parte contrária teria perdido a
possibilidade processual de prosseguir na sua pretensão, tornando necessário, por
conseguinte, o acolhimento da sua tese defendida em primeiro grau no sentido de inexistir
qualquer valor devido à parte adversa.

Pede, então, a antecipação dos efeitos da tutela recursal, e a confirmação, no


mérito, para que haja modificação integral do decisório.

Distribuídos os autos à Quinta Câmara Cível e a este Gabinete, por livre sorteio,
indeferiu-se o efeito suspensivo requerido (id. 12797163)

A despeito de intimado, o agravado não apresentou contrarrazões, consoante


certidão de id. 13790544.

É o relatório.

Salvador/BA, 11 de março de 2021.

Desa. Márcia Borges Faria

Relatora

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA
Quinta Câmara Cível

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Processo: AGRAVO DE INSTRUMENTO n. 8001731-45.2021.8.05.0000
Órgão Julgador: Quinta Câmara Cível
AGRAVANTE: FUNDACAO BANEB DE SEGURIDADE SOCIAL=BASES
Advogado(s): MARCELO BRAGA DE ANDRADE
AGRAVADO: FRANCISCO SANTOS OLIVEIRA
Advogado(s): JORGE FRANCISCO MEDAUAR FILHO, PAULO ATHAYDE DE CARVALHO, JORGE
LUIS NASCIMENTO PINTO DE CARVALHO, ELIEL DE JESUS TEIXEIRA

VOTO

Presentes os pressupostos de admissibilidade recursal, inclusive o cabimento,


diante da manifestação judicial de conteúdo decisório em fase executiva, como já
assentado anteriormente, deve ser conhecido o recurso, cuja controvérsia diz respeito à
suposta preclusão da parte exequente no que toca à produção da prova pericial, bem como
alegada pretensão da executada de ver homologada sua impugnação, segundo a qual não
haveria valores a serem pagos ao agravado.

Uma vez que a prova é instrumento destinado a esclarecer situações postas à


análise do Juízo, possibilitando que chegue às devidas conclusões, na forma da Lei, é
certo que, num processo civil dialógico e cooperativo, há amplo espaço para sua produção,
a ponto de o art. 370 do CPC incumbir tal missão às partes e, igualmente, ao juiz, que, de
ofício, pode determinar a realização de certo ato instrutório.

Examinados os autos na origem, depreende-se, de logo, que a produção da prova


pericial, além de subsidiariamente requerida pela executada, também foi determinada
como essencial pelo Juízo, porquanto “as partes apresentam valores divergentes em mais
de trezentos mil reais”, havendo, no título judicial a que se pretende cumprir expressa
ordem de apuração em liquidação.

Neste sentido, em plena observância ao caput do art. 95 do CPC, foi determinado o


rateio dos honorários periciais:

Art. 95. Cada parte adiantará a remuneração do assistente


técnico que houver indicado, sendo a do perito adiantada pela
parte que houver requerido a perícia ou rateada quando a
perícia for determinada de ofício ou requerida por ambas as
partes.[…]

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Ocorre que, dado o silêncio do exequente em arcar com o quantum determinado
relativo ao custeio da prova técnica, alega a executada a impossibilidade de novas
intimações, pois haveria sido configura preclusão temporal, donde resultaria a
desnecessidade de perícia, com a presunção de veracidade dos argumentos levantados
pela parte requerida.

A preclusão é definida por Fredie Didier Jr. (Curso de Direito Processual Civil,
vol. 1. 19ed. Salvador: Juspodivm, 2017, p. 474) como a “perda de uma situação jurídica
ativa processual: seja a perda de poder processual das partes, seja a perda do poder do
juiz”, sendo certo que a doutrina aponta três espécies deste instituto: temporal,
consumativa e lógica.

No caso, muito embora o maior interessado em uma demanda executiva seja


aquele que persegue o crédito, a partir do próprio conceito do instituto, tem-se que a
pretensão da agravante não se afigura propriamente viável, já que a perícia, no caso
concreto, foi ordenada pelo Juízo, com o fito de esclarecer a controvérsia posta à sua
apreciação pelas partes.

Nas lições do próprio Fredie Didier Jr. junto a Paula Sarno Braga e Rafael
Alexandria de Oliveira (Curso de Direito Processual Civil, vol. 2. 11 ed. Salvador:
Juspodivm, p. 302), tratando do que se segue ao momento processual no qual o Juízo
determina o recolhimento de custas periciais, “as consequências para o desrespeito a essa
ordem judicial de depósito variam a depender do tipo de honorários” e, deve-se
acrescentar, à finalidade de produção da prova, conforme o requerente.

Nesta direção:

Caso a parte responsável não deposite antecipadamente os


honorários provisórios ou definitivos, arbitrados pelo juiz
antes da realização da perícia, deve o juiz dispensar a prova
pericial, arcando a parte com as consequências daí advindas.

Mas se a prova foi determinada de ofício, e as partes não


depositam o valor referente à remuneração do perito, o juiz
deve aplicar-lhes a multa. do art. 77, IV e § 2°, CPC. por
desacato à ordem judicial. e outras medidas de cunho
coercitivo, bem como determinar a realização da perícia,
independentemente da efetivação do depósito.

Ao final da demanda, o vencido deverá remunerar o expert,


sob pena de ser submetido a uma execução forçada. Caso a
parte responsável, quando já realizada a perícia e entregue o
laudo, não deposite o valor complementar dos honorários
provisórios ou todo o valor relativo aos honorários definitivos -
cujo depósito não se exigiu previamente -, deve o perito

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cobrar o quantum devido pelas vias executivas cabíveis e o
juiz punir a parte pelo desrespeito às ordens judiciais (art. 77,
IV e § 2°, CPC).

Tal orientação doutrinária não tem outra razão, se não prestigiar a efetiva solução
do litígio judicial, a que é chamada a perícia a colaborar de maneira fundamental.

Não à toa, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e desta Corte Estadual


tem aceitado o depósito dos honorários periciais fora do prazo, ou com dilação temporal, a
fim de prestigiar a análise do direito material, em detrimento da forma mais pura e estrita

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO


AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PROVA PERICIAL.
DEPÓSITO FORA DO PRAZO. POSSIBILIDADE.
PREJUÍZO. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO.
INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS. AGRAVO
REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 1. Esta Corte possui
entendimento jurisprudencial de não ser razoável declarar a
preclusão do direito à produção de prova pericial pelo simples
fato de a parte depositado os mesmos a destempo, por se
tratar de excessivo rigor formal que não atende à função
social do processo. 2. Pelo princípio da instrumentalidade das
formas, não deve ser declarada nulidade sem que dela
decorra prejuízo à parte. 3. Agravo regimental não provido
(STJ. 3ª Turma. AgRg no AREsp nº 520.640/SC. Rel. Min.
Moura Ribeiro. Julgamento em 19.05.2015. DJe de
26.05.2015).

Processual civil. Recurso especial. Ação rescisória.


Prova. Perícia. Honorários do perito. Depósito fora do
prazo. Possibilidade. Excessivo rigor formal. Inexistência
de prejuízo. Instrumentalidade das formas.- A declaração
de preclusão do direito à produção de prova pericial não é
razoável unicamente porque a parte depositou os honorários
periciais com quatro dias de atraso. Trata-se de excessivo
rigor formal, que não se coaduna com o princípio da ampla
defesa, sobretudo considerando a inexistência de qualquer
prejuízo para a parte contrária, tampouco para o perito
judicial. - Além do compromisso com a Lei, o juiz tem um
compromisso com a Justiça e com o alcance da função social
do processo para que este não se torne um instrumento de
restrita observância da forma se distanciando da necessária
busca pela verdade real, coibindo-se o excessivo formalismo.
- Conquanto mereça relevo o atendimento às regras relativas
à técnica processual, reputa-se consentâneo com os dias
atuais erigir a instrumentalidade do processo em detrimento
ao apego exagerado ao formalismo, para melhor atender aos

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comandos da lei e permitir o equilíbrio na análise do direito
material em litígio. Recurso especial provido (STJ. 3ª Turma.
RESp nº 1.109.357/RJ. Rel. Min. Nancy Andrighi.
Julgamento em 20.10.2009. DJe de 01.07.2010)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO POSSESSÓRIA.


PERÍCIA JUDICIAL. PRAZO PARA DEPÓSITO DOS
HONORÁRIOS PERICIAIS. NATUREZA DILATÓRIA.
INTERESSE DO JUÍZO NA REALIZAÇÃO DA PROVA.
DECISÃO MANTIDA - RECURSO IMPROVIDO. Não há
ilegalidade na decisão que consignou novo prazo para
depósito dos honorários periciais, porque cabe ao
magistrado, de ofício ou a requerimento das partes,
determinar as provas necessárias à instrução do processo.As
provas produzidas no bojo do processo conferem ao
magistrado a segurança necessária para dirimir a
controvérsia trazida a juízo, o que interessa igualmente a
todos os envolvidos na demanda.Constitui prazo de natureza
dilatória aquele assinalado às partes para o depósito de
honorários periciais, admitindo-se a prorrogação para
viabilizar a feitura de prova necessária para a solução do
feito. Decisão mantida. Agravo improvido. (TJ/BA. 3ª Câmara
Cível. Agravo de Instrumento nº
0001720-31.2016.8.05.0000. Relatora: Telma Laura Silva
Britto.Publicado em: 30.08.2016 )

Com efeito, a perfectibilização de diligência probatória específica, no caso pericial


contábil, mesmo à luz de eventual intempestividade da parte interessada no recolhimento
das custas respectivas, não induz, necessariamente, à prejudicialidade da sua realização,
notadamente quando o magistrado possui a prerrogativa de, por iniciativa própria,
determinar a sua execução.

Não haveria de falar-se, então, em qualquer espécie de presunção de alegações


das partes, dada a ordem de liquidação contida no título judicial e levando-se em conta,
ademais, a complexidade dos cálculos necessários à resolução da lide, ainda mais com a
flagrante discrepância de alegações das partes.

Impende salientar, aliás, que o exequente adiantou sua parcela dos honorários
advocatícios, tendo o expert providenciado a juntada do laudo pericial técnico
circunstanciado nos autos de origem (fls. 431/444), inexistindo prejuízo à celeridade do
julgamento da impugnação, na espécie.

Ante o exposto, forte nas razões acima expendidas, voto no sentido de NEGAR
PROVIMENTO ao agravo de instrumento, mantendo a decisão de primeiro grau que
deferiu dilação de prazo para recolhimento do valor devido pelo exequente para

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adiantamento de honorários periciais, em prova técnica determinada pelo Juízo, afastando
a alegações de preclusão promovida pelo executado.

Salvador, de 2021

PRESIDENTE

RELATORA

PROCURADOR(A) DE JUSTIÇA

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