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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO- OESTE,

UNICENTRO

Campus Universitário de Guarapuava

Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes

Departamento de Pedagogia

Aluna: Amanda de Melo da Silva Turma: 1ª série- Pedagogia- Noite

Professora: Irene Mullerleily Stock Disciplina: Libras


A cultura surda engloba possibilidades e elementos próprios da vida dos sujeitos que
se reconhecem como surdos, abrangendo não apenas aspectos mais corriqueiros
da vida de cada um, mas também o grupo social que constituem. A privação do
sentido da audição não inviabiliza a interação linguística, a participação social ou a
produção cultural das pessoas surdas. Na verdade, abre possibilidades alternativas
para a sua atuação nessas áreas. Ao nos aproximarmos mais da realidade surda,
pela vivência e pelo estudo, descobrimos que ela comporta um rico, complexo e
instigante conjunto de elementos culturais caracterizados pelas formas alternativas
de produção e interação dessas pessoas, alimentados e enriquecidos nas
comunidades surdas e, infelizmente, ainda pouco conhecidos entre os ouvintes.

Na “Comunidade Surda”, o surdo é aquele que se comunica através do uso de


Libras e reconhece como sua identidade e que pertencente a esta comunidade,
encaixando-se nas suas particularidades, costumes, valores e os diversos artefatos
culturais que são:

Visualidade: a vivência surda é muito visual sendo possivelmente o principal sentido


de contato com o mundo, de apreensão e significação das informações. Na
visualidade se centram, certamente, a maior parte das alternativas planejadas para a
pessoa surda, como se observará mais adiante e a experiência visual do surdo é um
artefato cultural e está presente na vida de todos os surdos, exceto nos surdos
oralizados.

Linguístico: as línguas de sinais, de características visuoespaciais, são as línguas


naturais para as pessoas surdas. A língua de sinais é tão complexa quanto qualquer
outra. Não se trata de uma versão em sinais de uma língua oral como o português,
nem de simples gestos ou mímica, embora estes possam ser usados quando ainda
não se sabe a língua de sinais, mas de um sistema complexo, com regras próprias.
Em salas de aula, eventos públicos ou mesmo na televisão, deve ser feita a
tradução entre a língua oral e a de sinais por um intérprete.

Família: são aqueles que estão ligados ao nascimento dos surdos em lares ouvintes
e de filhos ouvintes em lares surdos, ou mesmo de filhos surdos em lares surdos.
Nesse âmbito, muitas questões ligadas à aceitação, à superproteção, à concepção
sobre a surdez são discutidas.

Comunidade surda: é composta por surdos e por ouvintes militantes da causa, como
professores, familiares, intérpretes, amigos, entre outros.

Política: considerado um dos artefatos culturais mais presentes na cultura surda,


pois é o que sintetiza os movimentos do povo surdo pela conquista dos seus
direitos, como por exemplo quando a Libras foi reconhecida como língua oficial das
comunidades surdas brasileiras.

Material: esse artefato consiste em facilitar o dia a dia dos surdos e trazer
contribuições de acessibilidade a comunidade, como as campainhas residenciais
que acendem a luz ao invés de emitirem som e também os despertadores que
vibram; babás eletrônicas que acendem luz, caso o bebê chore.
A literatura surda é a produção de textos literários em sinais, que entende a surdez
como presença de algo e não como falta, possibilitando outras representações de
surdos, considerando-os como um grupo linguístico e cultural diferente, também é
um artefato cultural e pode ter várias definições pois cada surdo apresenta uma
definição diferente, não tendo uma definição única, isso pode ocorrer em razão de
suas experiências, dos entendimentos ou informações que receberam, mas cada um
tem seu modo de conceitualizar.

Tendo como foco da cultura e sua identidade, essa experiência é iniciada com
narração, temas e tendo bastante imagens como referências que facilitam a
compreensão e sendo uma forma de expressão que auxilia na educação, fazendo
críticas à sociedade, relatando as dificuldades sobre a aceitação de pessoas
ouvintes e também servindo como um entretenimento para se desprender da
realidade por instantes, com romances, contos e outros gêneros literários.

Tendo uma importância extrema para o processo de alfabetização de pessoas


surdas e permite explorar questões relacionadas à identidade, cultura e
subjetividade da criança, permitindo um desenvolvimento afetivo, social e cognitivo,
essas histórias contadas por surdos e para surdos é necessário e relevante, porque
registrar a ficção e o imaginário dessa comunidade, envolvendo surdos e tradutores
no registro das histórias em sinais têm evidenciado uma maior aproximação com a
criação e constituição de uma diferença política.

REFERÊNCIAS
Mourão, Cláudio Henrique Nunes Literatura Surda: experiência das mãos literárias /
Claudio Henrique Nunes Mourão. – 2016. 285 f.

http://www.utfpr.edu.br/noticias/toledo/dia-nacional-do-surdo

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