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A priori, faz-se interessante notar que o ser humano, enquanto organismo vivo e
dinâmico, sofre diversas (trans)formações pelo decurso do tempo, oportunidade que isso é
perceptível tanto numa perspectiva intrinsecamente biosocioantropologica, como,
psicofilosofica. Nesse caso, observando pelo prisma da comunidade surda, e considerando a
necessidade nata de comunicação, é possível compreender que o ser humano, a partir do
momento que encontra um obstáculo em sua comunicação, tende a contorná-lo de diversas
formas afim de que se alcance um ponto convergente entre aqueles que se encontram.
Entretanto, para os Surdos, isso não foi tão simples, ao passo que, num primeiro
momento, as pessoas surdas eram consideradas seres imponentes para o desenvolvimento
intelectual ante a impossibilidade de florescer habilidades voltadas para as funções oral-
auditivas, o que desencadeou, às pessoas surdas, em vários contextos socioculturais, diversas
restrições e cerceamentos de direitos básicos, inclusive o de serem consideradas cidadãs.
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Bacharel em Direito pela Faculdade Quirinópolis (FAQUI). Pós-graduando em Educação e Diversidade pelo
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC). Pós-Graduando em Direito Penal e
Processo Penal pelo Instituto Elpidio Donizetti (IED). Pós-Graduando em Direito Constitucional pelo Instituto
Elpidio Donizetti (IED). Graduando do curso de Teatro pelo Instituto de Artes (IARTE) da Universidade Federal de
Uberlândia (UFU). Endereço Eletrônico: marcieldominguesferreirajunior@gmail.com
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Em oposição a essa corrente, há outra, mais racional e menos hegemônica, voltada para
uma perspectiva socioantropológica, em que, também compreende a surdez como uma
deficiência, porém, entende-a como uma diferença que se constitui a partir de uma vivência
visual-gestual, como uma variante da comunicação humana, semelhante a qualquer outra
variação linguística da língua oral. Nesse sentido, não seria o caso de negar, e, sim, aceitar o
papel de Surdo e de cidadão, com plenas capacidades para exercícios da vida civil na sociedade.
Contudo, apesar dessas conquistas, não há como negar a existência das recorrentes
dificuldades encontradas por pessoas Surdas em várias situações cotidianas. Principalmente no
âmbito escolar, em que alunos Surdos acabam por não deter de amplo desenvolvimento de
sociabilidade e aprendizagem, dado a dificuldade, não dos Surdos se comunicarem com as
pessoas ouvintes – dado que se trata de algo que os afligem por força maior -, mas de as pessoas
ouvintes – embora sejam dotadas da capacidade de aprender a língua de sinais - não terem a
capacidade de comunicação com os Surdos. Isso é mais evidente quando, por exemplo, falta
um interprete na aula e o aluno não tem como continuar na aula, por não ter, muitas vezes, a
acessibilidade pelos professores e/ou colegas da turma, para explicar-lhe o conteúdo.
REFERÊNCIAS