Você está na página 1de 81

1

APRESENTAÇÃO...................................................................3
ORIENTAÇÕES GERAIS PARA OS
PROFESSORES(AS) DE PRÉ-IF...................................4
CONHEÇA O MATERIAL: ELEMENTOS
DE CADA ENCONTRO.......................................................7
SUPORTE PEDAGÓGICO PARA O
PLANEJAMENTO DA PARTE DIVERSIFICADA:
PRÉ-IFI EM FOCO.................................................................8

MÓDULO 1
INTRODUÇÃO GERAL AO PRÉ-ITINERÁRIO
FORMATIVO............................................................................12
ENCONTRO 1 - ACOLHIMENTO.................................13
ENCONTRO 2 - APRESENTAÇÃO DA UNIDADE
PRÉ- ITINERÁRIO FORMATIVO............................................................................................................................14
ENCONTRO 3 – A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO......................................20
ENCONTRO 4 – A CIÊNCIA E O MÉTODO CIENTÍFICO.......................................................................22
ENCONTRO 5 – FORMAS DE INGRESSO NO NÍVEL SUPERIOR...................................................26
ENCONTRO 6 – POSSIBILIDADES DE ESTUDOS E CARREIRAS
DE NÍVEL SUPERIOR..................................................................................................................................................33
ENCONTRO 7 – SENTIDOS DO TRABALHO (PARTE 1)........................................................................35
ENCONTRO 8 – SENTIDOS DO TRABALHO (PARTE 2).......................................................................37
ENCONTRO 9 – RESPONSABILIDADE SOCIAL E CIDADANIA......................................................37
ENCONTRO 10 – A ÉTICA E A RESPONSABILIDADE SOCIAL NO MUNDO
PROFISSIONAL..............................................................................................................................................................42

MÓDULO 2
IFI CIÊNCIAS DA SAÚDE........................................................................................................................................47
ENCONTRO 01 – APRESENTANDO O ITINERÁRIO FORMATIVO DE CIÊNCIAS DA
SAÚDE (IFCS)..................................................................................................................................................................48
ENCONTRO 02 – APRESENTANDO O ITINERÁRIO FORMATIVO DE CIÊNCIAS DA
SAÚDE (IFCS)...................................................................................................................................................................52
ENCONTRO 03 – O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE....................................................................................53
ENCONTRO 04 – CONCEITO DE SAÚDE......................................................................................................59
ENCONTRO 05 – CARACTERÍSTICAS DAS PROFISSÕES DA ÁREA DE SAÚDE.................64

MÓDULO 2
IFI CIÊNCIAS HUMANAS E DA LINGUAGEM..........................................................................................69
ENCONTRO 01 – APRESENTANDO O ITINERÁRIO FORMATIVO DE CIÊNCIAS
HUMANAS E LINGUAGENS....................................................................................................................................70
ENCONTRO 02 – APRESENTANDO O ITINERÁRIO FORMATIVO DE CIÊNCIAS
HUMANAS E LINGUAGENS....................................................................................................................................72
ENCONTRO 03 – MULTICULTURALISMO E DIVERSIDADE CULTURAL...................................74
ENCONTRO 04 – MULTICULTURALISMO E DIVERSIDADE CULTURAL..................................75
5ENCONTRO 05 – CARACTERÍSTICAS DAS PROFISSÕES DAS ÁREAS DE HUMANAS E
LINGUAGENS...................................................................................................................................................................77

2
Prezados (as) Professores (as) de Pré-Itinerários Formativos Integrados,

É com imensa satisfação que compartilhamos o Material Estruturado para o


Pré-Itinerário Formativo Integrado (Pré-IFI). A proposta deste material é apresentar
um conjunto de orientações para a organização do trabalho pedagógico na referida
unidade curricular, contemplando exclusivamente a 1ª série.
O material estruturado de Pré-IFI é fruto de um processo de escuta e diálogo,
evidenciado por meio dos relatórios do Ciclo de Acompanhamento Formativo (CAF)
do ano de 2022 e tem por objetivo fornecer subsídios e referenciais que possam
apoiar suas atividades como professor(a) por meio de sugestões de planejamento de
encontros a serem desenvolvidas ao longo do ano letivo. Para tanto, dispomos neste
material, de aulas estruturadas a partir dos seguintes elementos: temáticas, objeti-
vos, sugestão de recursos e procedimentos metodológicos.
Ademais, acrescentamos às aulas sugestões de atividades e dinâmicas, bem
como indicações de materiais de apoio como dicas de filmes, documentários e refe-
rências para consulta.
Optou-se pela nomenclatura “ENCONTRO” para as aulas de Pré-IFI por se tra-
tarem de momentos pedagógicos que requerem estudos, pesquisas e práticas com
abordagens diferenciadas, a fim de contextualizar os campos de estudo e trabalho
correspondentes aos itinerários formativos a serem escolhidos conforme o projeto de
vida dos estudantes e a sua realidade.
Este material está organizado para uma jornada de 20h/aulas, referentes ao 1º
período letivo de 2023, com temáticas diferenciadas e complementares entre si, di-
vididas em módulos correspondentes à Introdução Geral ao Pré-Itinerário Formativo
Integrado e aos Itinerários Formativos da rede pública estadual do Maranhão.

Convém ressaltar que o material de Pré-IFI terá a sua divulgação a cada
período letivo por meio de drive compartilhado com os(as) gestores(as)
escolares.

Dito isso, desejamos a todos e todas um excelente trabalho!

3
ORGANIZAÇÃO
PEDAGÓGICA

A unidade curricular Pré-IFI deve ser ministrada por até 2 (dois) professores de
diferentes áreas, os quais deverão trabalhar de forma articulada, a fim de contemplar a
realização das atividades previstas e a apresentação de todos os itinerários formativos
no decorrer do ano letivo.
Planejamento articulado: alinhamento semanal (presencial/ online via grupo
de Whatsapp)

Neste sentido, a apresentação dos itinerários formativos seguirá a seguinte


dinâmica:

1º SEMESTRE: APRESENTAÇÃO DOS IFI’S


- Apresentação da Unidade Pré-Itinerário Formativo Integrado - 10h/aula;
- Apresentação do Itinerário Formativo de Ciências da Saúde (CS) com previsão de 15h/
aula;
- Apresentação do Itinerário Formativo de Ciências Humanas e Linguagem (CHL) com
previsão de 15h/aula.

2º SEMESTRE: APRESENTAÇÃO DOS IFI’S


- Apresentação do Itinerário Formativo de Ciências Exatas, Tecnológicas e da Terra
(CETT) com 15h/aula;
- Apresentação do Itinerário Formativo de Ciências Sociais, Econômicas e Administra-
tivas (SEA) com 15h/aula;
- Um mundo de possibilidades;
- Mostra de Profissões.

AVALIAÇÃO NO PRÉ-IFI
O Pré-Itinerário Formativo Integrado é um componente curricular que requer
o registro de conteúdos e frequência, porém não possui notas a serem lançadas no
SIAEP.
A avaliação desta unidade curricular será realizada mediante a observação do
desenvolvimento das habilidades específicas do Eixo Estruturante em ação na Unida-

4
de/Módulo/ ENCONTRO conforme demonstrado no quadro a seguir.

No link abaixo é possível os docentes consultarem as principais habilidades re-


lacionadas a cada Eixo Estruturante.

Para aprofundar…

Youtube

Webinários - Canal Seduc Maranhão


- Formação da Parte Diversificada do Currículo:
Pré Itinerário Formativo (Ciências da Saúde/ Ciências Exatas, Tecnológicas e da
Terra)
Link de acesso: https://www.youtube.com/watch?v=FsIKi86brwY

- Formação da Parte Diversificada do Currículo:


Pré Itinerário Formativo (Ciências Humanas e Linguagem/ Ciências Sociais, Econô-
micas e Administrativas)
Link de acesso: https://www.youtube.com/watch?v=SHXMMQeQzWsm

5
Drive “Gestores Escolares”

- Slides Webinários - (Ciências da Saúde/ Ciências Exatas, Tecnológicas e


da Terra):
Link de acesso: https://drive.google.com/file/d/1wRacsXjDCurLXBjB_oMIswOpKEyT-
jYKu/view?usp=share_link

- Slides Webinários - (Ciências Humanas e Linguagem/ Ciências Sociais,


Econômicas e Administrativas):
Link de acesso: https://drive.google.com/file/d/1xc5Pl5Vdxztd7Fdrxk0IFFr3s-
8NBaWAD/view?usp=share_link

- Detalhamento Curricular Pré-IFI:


Link de acesso: https://drive.google.com/file/d/18pIPM-ZHxGkEeKRcgnoc6gVcK99W-
-zyT/view?usp=share_link

- Proposta Plano de Atividade Docente - Pré-IFI:


Link de acesso: https://docs.google.com/document/d/1RzHbiVP-5o5BYHTHvWu7p-
v7L9J9z6Pc2/edit?usp=share_link&ouid=111486753862239551806&rtpof=true&sd=true

6
Duração Prevista
Previsão de duração de uma (1) hora/aula. Elemento essencial para o alinhamento e
planejamento das ações pedagógicas relativas à unidade curricular Pré-IFI.

Objetivos
Correspondem aos objetivos a serem alcançados ao final de cada ENCONTRO.

Objetos Correlatos
Neste material, trata-se de objetos de conhecimento relacionados à temática aborda-
da no ENCONTRO, não necessariamente estão vinculados aos itinerários formativos.
Contudo estão relacionados às competências específicas das áreas de conhecimento
da Base Nacional Comum Curricular.

Sugestão de Recursos
Sugestão de materiais que podem ser utilizados pelos(as) docentes durante os encon-
tros. Importante alertar que os mesmos têm liberdade de utilizar outros recursos que
estiverem à sua disposição no espaço escolar.

Material de Apoio
Este item traz informações sucintas sobre materiais que dialogam com o tema do EN-
CONTRO, inclusive de livros didáticos do PNLD 2021/2023 da Editora FTD disponíveis
nas escolas da rede estadual de educação.

Procedimentos Metodológicos
Este item traz informações sucintas sobre materiais que dialogam com o tema do EN-
CONTRO, inclusive de livros didáticos do PNLD 2021/2023 da Editora FTD disponíveis
nas escolas da rede estadual de educação.

Eixo estruturante em ação


Indicação do eixo estruturante acionado durante a
atividade acompanhada por uma breve descrição
da mesma.

7
I - CORRESPONDÊNCIAS COM O LIVRO DIDÁTICO PNLD - EDITORA FTD

Caro Professor(a) de Pré-IFI, como sugestão para o desenvolvimento do traba-


lho para essa unidade curricular tem-se a opção de trabalhar com os títulos abaixo:

Projeto de vida (volume único)

Título: Pensar, Sentir e Agir


Autores: Leonardo de Perwin e Fraiman
Ano de Publicação: 2020
Nº de páginas: 256

O livro de Projeto de Vida “Pensar, Agir e Sentir” oferece importantes subsídios


didático-pedagógicos para o desenvolvimento de atividades relacionadas ao Mundo
do Trabalho. Poderá ser utilizado integralmente o módulo 3 denominado “Meu Fu-
turo: um caminho de possibilidades”, dos capítulos 1 a 5, a critério do professor, nos
ENCONTROS sobre os sentidos do trabalho.

II - PROPOSTA DE PLANEJAMENTO ANUAL


Para elaborar um planejamento pedagógico de quaisquer unidades curricu-
lares da Parte Diversificada, seja de curto, médio ou longo prazo, é preciso ter em
vista quais são os objetivos a serem alcançados pelas mesmas. Neste caso, a unidade
curricular de Pré-IFI cumpre 2 (dois) objetivos essenciais:
1. Apresentar os campos de estudo e de atuação profissional que integram a
Área dos Itinerários Formativos Integrados ofertados pela Rede Pública Estadual de
Ensino do Maranhão.
2. Mostrar como os componentes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
estão relacionados com os campos de estudo, acionando os eixos estruturantes
(Investigação Científica; Processos Criativos; Mediação e Intervenção Sociocultural; e
Empreendedorismo) por meio das Macroáreas e Temas Contemporâneos Transver-
sais (TCTs).

A seguir, apresenta-se o Plano de Apoio ao Pré-Itinerário Formativo Integrado,


um instrumento que poderá nortear melhor o planejamento e execução das aulas
da unidade curricular no decorrer do ano letivo.

8
PLANO DE APOIO DO PRÉ-ITINERÁRIO FORMATIVO INTEGRADO

9
III - SUGESTÃO DE DISTRIBUIÇÃO DE CARGA HORÁRIA DO PRÉ-IFI
Como dito acima, a unidade curricular Pré-IFI deve ser ministrada por até 2
(dois) professores, os quais deverão trabalhar de forma articulada, a fim de contem-
plar a realização das atividades previstas e a apresentação de todos os itinerários
formativos no decorrer do ano letivo.
Nesse sentido, para melhor distribuição das aulas e da carga horária da unida-
de curricular, individualmente ou em dupla de professores, apresentam-se os se-
guintes quadros.
a) Quando há somente um(a) professor(a) mapeado(a) para o componente
curricular Pré-IFI, após os 10 primeiros encontros, devem ser ministrados, alternada-
mente, uma aula de cada Pré-IFI. Observar o Quadro A:

Quadro A - Distribuição das Aulas de Pré-IFI para ministração individual

10
b) Quando há dois professores(as) mapeados(as) para o componente curricular
Pré-IFI, cada um ficará responsável por 10 aulas, que devem seguir a ordem apresen-
tada no Quadro B:
Quadro B - Distribuição das Aulas de Pré-IFI em dupla de Professores

11
1
INTRODUÇÃO GERAL
AO PRÉ-ITINERÁRIO
FORMATIVO INTEGRADO

12
ENCONTRO 1 - ACOLHIMENTO

Caro(a) Professor(a) de Pré-IFI,

O acolhimento é um momento muito importante, pois permite a


abertura ao diálogo entre educandos e educadores favorecendo
o estabelecimento de vínculos e despertando naqueles o sen-
timento de pertencimento ao espaço escolar. Trata-se
do primeiro momento de ambientação dos estudantes
com a unidade curricular e de interação com seus cole-
gas de turma. É uma ocasião propícia para conhecê-los
um pouco, saber como são, estão, verbalizar suas emo-
ções, expectativas para o ano letivo que se inicia, seus
anseios e seus projetos de vida.

1º Momento: Apresentando-se
Breve apresentação dos professores e estudantes

Ex.: Olá, turma! Sejam bem-vindos (as) a essa nova etapa de ensino
chamada ensino médio. Eu me chamo Allisson. Sou professor de Língua
Inglesa da 1ª série do ensino médio e, juntamente com o professor Nordson,
que é o Professor de Matemática, iremos ministrar para vocês, durante este
ano, o componente curricular chamado Pré-Itinerário Formativo Integrado
ou Pré-IFI, em seguida, o professor abre espaço para que cada um dos estu-
dantes se apresentem.

13
2º Momento: Dinâmica de acolhimento
Sugestão de dinâmica de acolhimento: Caixa Surpresa

Sugestão de dinâmica de
acolhimento: Caixa Surpresa

Fonte: Photogrid.

Apresente aos estudantes uma caixa preta contendo objetos (ou imagens de
objetos) que correspondam a diferentes profissões. A caixa deverá permanecer lacra-
da durante toda a atividade. O ideal é que ela tenha apenas uma pequena abertura
que possibilite ao estudante retirar o objeto (ou a imagem do objeto) da caixa.
Solicite que o estudante apresente o objeto (ou a imagem do objeto) retirado e
associe à profissão ou ao contexto profissional correspondente. Em seguida, peça que
o mesmo construa uma narrativa a partir do objeto ou imagem.
Dando continuidade à dinâmica, os demais estudantes procederão da mesma
forma dando sequência à narrativa construída pelo primeiro estudante até que todos
tenham participado.
Oriente os estudantes de que a história construída deve fazer sentido.
Cada estudante terá 30 (trinta) segundos para desenvolver a sua narrativa.

ENCONTRO 2 - APRESENTAÇÃO DA UNIDADE


PRÉ-ITINERÁRIO FORMATIVO INTEGRADO

14
1º Momento: Apresentando o componente
curricular Pré-IFI
Para iniciar o momento, sugere-se que se reproduza o vídeo “O Novo
Ensino Médio” do Canal Movimento pela Base para abrir as discussões sobre
as novidades dessa etapa de ensino.

Sugestão de Vídeo

Youtube

O NOVO ENSINO MÉDIO


- Link de acesso: https://www.youtube.com/watch?v=WjT-YrMo_aI
Em seguida, faça uma breve exposição sobre o que é o Pré-IFI

Ex.:O Pré-Itinerário Formativo Integrado é um componente curricular


do ensino médio em que iremos desenvolver estudos, pesquisas e práticas
relacionando as áreas de conhecimento com as oportunidades de estudo e
trabalho correspondentes aos itinerários formativos que vocês poderão cur-
sar a partir da 2ª série.

De acordo com o Caderno de Orientações Curriculares para o


Ensino Médio da Rede Estadual do Maranhão.
Os pré-itinerários formativos integrados (Pré-IFIs) apresentam os
campos de estudo relacionados a cada itinerário formativo integrado.
Como inovação curricular e estratégica da rede de ensino estadual do Maranhão, têm
por objetivo apresentar as possibilidades de aprofundamentos de estudos correlacio-
nados aos cursos superiores ofertados no território maranhense, que integram cada
itinerário formativo integrado.
A partir dos Pré-IFIs, será possível o estudante identificar a relação dos campos
de estudo com os componentes curriculares da BNCC, novas áreas e tendências pro-
fissionais e suas relevantes contribuições para o contexto local, regional e nacional. As-
sim, cada Pré-IFI, a partir dos eixos estruturantes – Investigação Científica, Processos
Criativos, Mediação e Intervenção Sociocultural e Empreendedorismo –, possibilitará
ao estudante maior clareza e segurança, por meio da experimentação das diversas
áreas, para decidir o itinerário formativo integrado a percorrer nas 2ª e 3ª séries.
O Pré-IFI, portanto, tem como objetivo apresentar para os estudantes da 1ª série
do Ensino Médio os campos produtivos de atuação profissional que integram cada Iti-
nerário Formativo, a fim de proporcionar a discussão e contextualização dos mesmos,

15
facilitando o processo de escolha para as séries seguintes.
Após a exposição a respeito da unidade Pré-Itinerário Formativo Integrados,
apresente aos estudantes o percurso que eles deverão trilhar a fim de conhecer todos
os itinerários formativos e como será a distribuição da apresentação dos itinerários
formativos ao longo dos dois semestres.

CRONOGRAMA ANUAL DO PRÉ-IFI


Apresente aos estudantes a proposta de apresentação dos itinerários formati-
vos no decorrer do ano letivo a fim de que os mesmos consigam se situar e compre-
ender o fluxo das informações a respeito dos campos de estudo e trabalho disponibi-
lizados em cada itinerário.
Este instrumento expõe a proposta do Cronograma de Anual do Pré-IFI. Abaixo
mostramos um exemplo de cronograma envolvendo 2 (dois) professores de Pré-IFI
pertencentes a áreas de conhecimento distintas.

Ex.:

16
2º Momento: Mas o que são mesmo os
Itinerários Formativos?
Nesse momento, fale sobre os Itinerários Formativos no contexto da
Reformulação do Ensino Médio.

De acordo com o Ministério da Educação, os itinerários formativos


são caracterizados como um conjunto de disciplinas, projetos, oficinas,
núcleos de estudo, entre outras situações de trabalho, que os estudantes poderão
escolher no ensino médio (PORTAL DO MEC, 2022). Eles configuram trilhas que possi-
bilitam ao estudante aprofundar seus conhecimentos e se preparar para o prossegui-
mento de estudos ou para o mundo do trabalho, de forma a contribuir para a constru-
ção de soluções de problemas específicos da sociedade.
Os itinerários formativos, segundo o Ministério de Educação, são divididos em
cinco áreas e estruturados com foco em uma área do conhecimento, nas formações
técnica e profissional ou no desenvolvimento de competências e habilidades de dife-
rentes áreas, compondo itinerários integrados.
O Estado do Maranhão optou pelo trabalho com os itinerários integrados, ou
seja, caracterizados como itinerários que reúnem diferentes áreas de conhecimento
visando, sobretudo, mas não exclusivamente, a contemplar os diversos campos de
estudo e trabalho existentes no estado. Nessa perspectiva de itinerários integrados,
os aprofundamentos perpassam por todas as áreas de conhecimentos, com enfoque
globalizador, em uma perspectiva interdisciplinar e transdisciplinar, visto que os estu-
dantes do ensino médio, em geral, concluem essa etapa visando seguir para o ensino
superior.

Quais são os Itinerários Formativos Integrados do Maranhão?
1. Ciências Exatas, Tecnológicas e da Terra.
2. Ciências da Saúde.
3. Ciências Humanas e Linguagem.
4. Ciências Sociais, Econômicas e Administrativas.

Professor, apresente o Quadro “Campo de estudo e trabalho dos itinerários for-
mativos – cursos superiores ofertados no estado do Maranhão” para que os(as) es-
tudantes possam visualizar as possibilidades de estudo e trabalho eles(as) poderão
ingressar caso optarem pela escolha de determinado itinerário formativo.

17
CAMPO DE ESTUDO E TRABALHO DOS ITINERÁRIOS FORMATIVOS:
CURSOS SUPERIORES OFERTADOS NO ESTADO DO MARANHÃO

As diferenças entre os itinerários formativos integrados


consistem no enfoque dos componentes curriculares que abordam,
possibilitando diferentes trilhas de aprendizagem e aprofundamentos
conforme as áreas de conhecimento que compreendem.

Para maiores esclarecimentos, consulte o Caderno de Orientações


Curriculares da Rede Estadual de Educação do Maranhão.

18
Como e quando devo escolher qual itinerário formativo cursar?
Caso surja essa dúvida, é importante ressaltar a importância que cumpre o pré-
itinerário formativo na apresentação sistemática do teor de cada um dos itinerários
formativos proporcionando ao estudante o conhecimento e a instrumentalização do
mesmo para uma escolha consciente do seu percurso formativo.

19
EXERCENDO O
PROTAGONISMO ESTUDANTIL

Eixo estruturante em ação:

SUGESTÃO DE ATIVIDADE
Pesquisar:
- Quais são as faculdades/universidades mais próximas da sua região?
- Quais as formas de ingresso nas faculdades/universidades identificadas?
- Quais os cursos superiores ofertados por essas instituições de ensino?
- Verifique se, dentre os cursos ofertados por essas instituições, você sente
interesse por algum deles, qual? Em caso negativo, pesquise outra(s) faculdades/
universidades que pode ter um curso que você se identifique.
A pesquisa poderá ser exposta por escrito, oralmente ou em forma de painel, a
critério do professor.

ENCONTRO 3 - A CONSTRUÇÃO DO
CONHECIMENTO CIENTÍFICO

20
PROCEDIMENTOS
METODOLÓGICOS:

1º Momento:
Inicie a aula com uma sondagem dos conhecimentos prévios dos estu-
dantes sobre o que é ciência e, em seguida, desafie-os (em duplas ou trios) a
construírem a sua própria definição de conhecimento científico respondendo
a três perguntas essenciais (O que é? Como é construído? Para que serve?).

EXEMPLO DE QUADRO PREENCHIDO

2º Momento:
Realizada a atividade, explique sobre o conhecimento científico, abor-
dando tópicos relativos às suas características essenciais, a sua importância
para o desenvolvimento tecnológico e social. Além disso, apresentar aos estu-
dantes o método científico, explicando cada uma de suas etapas.

3º Momento:
Solicitar que os estudantes realizem uma pesquisa de campo.

21
EXERCENDO O
PROTAGONISMO ESTUDANTIL

Eixo estruturante em ação:

ENCONTRO 4 - A CIÊNCIA E O
MÉTODO CIENTÍFICO

PROCEDIMENTOS
METODOLÓGICOS:

1º Momento:
Iniciar a aula retomando com a turma a proposta de pesquisa da aula
anterior. Pedir que alguns estudantes socializem o que observaram e discutam
com a turma as suas impressões.

22
Aproveite a oportunidade e discuta com os estudantes questões, tais
como:
1. Essa profissão que você observou é oficialmente reconhecida e/ou re-
gulamentada pelo Ministério do Trabalho e Emprego?
2. Essa função é exercida, na maioria das vezes, por homens ou mulhe-
res? Por quê? (Discuta as hipóteses que expliquem esta realidade)
3. Essa profissão é tipicamente urbana ou rural?
O propósito dessa discussão é despertar a criticidade na análise dos da-
dos coletados pela observação dos estudantes.

EXERCENDO O
PROTAGONISMO ESTUDANTIL
Você tem a liberdade de levantar outros questionamentos
conforme o contexto da realidade dos estudantes.

2º Momento:
Youtube

Exibir o vídeo “A Ciência e o conhecimento científico”.


- Link de acesso: https://www.youtube.com/watch?v=j3t3blMch6Y
Após a exibição do vídeo, organizar uma roda de conversa com os estudantes,
e realizar uma discussão-síntese avaliando o que aprenderam de novo acerca da pro-
dução do conhecimento científico e seus impactos na realidade da vida social.
Na impossibilidade de reprodução do vídeo, utilize o texto sobre conhecimento
científico:
Conhecimento científico
O conhecimento científico surge com Galileu Galilei (1564-1642). Os gregos já
distinguiam no século VII a. C. a diferença entre o conhecimento racional (científico,
mediado pela razão) e o conhecimento mítico, este inspirado pelos deuses e do qual
se fala sem nenhuma preocupação em relação à prova dos acontecimentos.
O conhecimento científico surge a partir:
1. Da determinação de um objeto específico de investigação; e
2. Da explicitação de um método para essa investigação.
3. A Ciência caracteriza-se como uma forma de conhecimento objetivo, racio-
nal, sistemático, geral, verificável e falível.
4. As áreas da Ciência podem ser classificadas em duas grandes dimensões:
5. Puras (o desenvolvimento de teorias) e aplicadas (a aplicação de teorias às
necessidades humanas); ou
6. naturais (o estudo do mundo natural) e sociais (o estudo do comportamento
humano e da sociedade).
7. As Ciências Sociais têm peculiaridades que as distinguem das ciências
naturais.
8. Os fenômenos humanos não ocorrem de forma semelhante à do mundo
físico, impossibilitando a previsibilidade.

23
9. A quantificação dos resultados é falha e limitada.
10. Os pesquisadores têm crenças que podem prejudicar os resultados de suas
pesquisas.
11. O método por si só não pode explicar um fenômeno social (TARTUCE, 2006,
p. 8).

Essa distinção entre as ciências naturais e as ciências sociais é objeto, ainda


hoje, de inúmeras controvérsias e de disputas de poder entre os diferentes campos
de estudo na academia. A postura mais comum é a atribuição de status científico ao
que pode ser quantificado e uma pequena tolerância para estudos qualitativos como
ferramentas para a exploração de variáveis a serem testadas estatisticamente.
Minayo & Minayo-Gómez (2003, p.118) nos fazem a esse respeito três considera-
ções importantes:
1) Não há nenhum método melhor do que o outro, o método, “caminho do
pensamento”, ou seja, o bom método será sempre aquele capaz de conduzir o in-
vestigador a alcançar as respostas para suas perguntas, ou dizendo de outra forma, a
desenvolver seu objeto, explicá-lo ou compreendê-lo, dependendo de sua proposta
(adequação do método ao problema de pesquisa);
2) Os números (uma das formas explicativas da realidade) são uma linguagem,
assim como as categorias empíricas na abordagem qualitativa o são e cada aborda-
gem pode ter seu espaço específico e adequado;
3) Entendendo que a questão central da cientificidade de cada uma delas é de
outra ordem [...] a qualidade, tanto quantitativa quanto qualitativa depende da perti-
nência, relevância e uso adequado de todos os instrumentos.
Retomando a definição de conhecimento científico, de acordo com Tartuce
(2006, p. 8), temos que
(...) o conhecimento científico exige demonstrações, submete-se à compro-
vação, ao teste. O senso comum representa a pedra fundamental do conhecimento
humano e estrutura a captação do mundo empírico imediato, para se transformar
posteriormente em um conteúdo elaborado que, por intermédio do bom senso, po-
derá conduzir às soluções de problemas mais complexos e comuns até as formas de
solução metodicamente elaboradas e que compõe o proceder científico.

Suas características são:
1. É real (factual), porque lida com ocorrências ou fatos.
2. Constitui um conhecimento contingente, pois suas proposições ou hipóteses
têm sua veracidade ou falsidade conhecida por intermédio da experiência e não ape-
nas razão, como ocorre no conhecimento filosófico.
3. É sistemático.
4. Possui características de verificabilidade.
5. É falível, em virtude de não ser definitivo, absoluto ou final e, por este motivo,
é aproximadamente exato.

Vemos que o conhecimento científico se dá à medida que se investiga o que


se pode fazer sobre a formulação de problemas, que exigem estudos minuciosos para
seu equacionamento.
Utiliza-se o conhecimento científico para se conseguir, por intermédio da pes-
quisa, constatar variáveis. As variáveis são a presença e/ou ausência de um determina-
do fenômeno inserido em dada realidade. Essa constatação se dá para que o estudio-
so possa dissertar ou agir adequadamente sobre as características do fenômeno que
o fato apresenta.

24
Representativamente, o estudioso pode estar interessado em investigar a si-
tuação do menor abandonado e delinquente, com o objetivo de descrever as suas
características, como também, procurar conhecer os fenômenos que encerram este
fato para sobre eles (fenômenos) agir.
Quer aconteça o procedimento mantido para um ou outro objetivo, conclui-se
que o procedimento estará presente, desde que obedeça a um PROJETO determi-
nado, cuja preocupação se estende às generalizações que possam até atender casos
particulares.
A atividade desempenhada pelo cientista tem em vista definir as situações fe-
nomenais, pois somente definindo-as ele é capaz de tornar conhecidos os conceitos
elaborados.
Dessa maneira, o estudioso consegue atingir em termos de conhecimento as
qualidades e quantidades próprias e próximas à verdade ou, às vezes, quase próximas,
como também, a certeza que o fato encerra. Pretende-se, assim, atingir o melhor índi-
ce de validade e fidelidade do conhecimento de um fenômeno.
Para atingir tal resultado, é necessário que a busca do conhecimento de um
fenômeno seja guiada por perguntas básicas que encaminharão o encontro de res-
postas concernentes e, portanto, coerentes entre si.

Essas perguntas podem ser sintetizadas em:
. O que conhecer?
. Por que conhecer?
. Para que conhecer?
. Como conhecer?
. Com que conhecer?
. Em que local conhecer?

Observa-se que tais procedimentos acabam por caracterizar uma ação meto-
dológica que direciona o conhecimento do pesquisador, que se dirige a qualquer uma
das propostas de formação profissional, seja ela própria ao advogado, ao psicólogo, ao
contador, ao administrador, entre outros.
Assim sendo, a realidade científica é uma realidade construída e que tem signi-
ficado à medida que oferece características objetivas, quantitativamente mensuráveis
e/ou qualitativamente observáveis e controladas.
Concluindo, é possível destacar que:
O conhecimento científico surgiu a partir das preocupações humanas cotidia-
nas e esse procedimento é consequência do bom senso organizado e sistemático.
O conhecimento científico, considerado como um conhecimento superior, exi-
ge a utilização de métodos, processos, técnicas especiais para análise, compreensão e
intervenção na realidade.
A abstração e a prática terão que ser dominadas por quem pretende trabalhar
cientificamente.
São inegáveis as contribuições que a Ciência tem em nossas vidas, e é difícil
imaginar como seria nossa vida hoje sem os inúmeros avanços que a pesquisa cien-
tífica nos proporcionou. Entretanto, toda aplicação prática, por meio de tecnologias,
tem um impacto nem sempre positivo, como a clonagem e a manipulação genética,
que levantam inúmeras questões éticas importantes e que merecem reflexão.

Referência
Texto adaptado de ENGEL, Tatiana; TOLFO, Denise (Orgs.). Métodos de pesqui-
sa. Porto Alegre: UFRGS, 2009, p. 22-25.

25
EXERCENDO O
PROTAGONISMO ESTUDANTIL

Eixo estruturante em ação:

ENCONTRO 5 - FORMAS DE
INGRESSO NO NÍVEL SUPERIOR

26
EXERCENDO O
PROTAGONISMO ESTUDANTIL

Eixo estruturante em ação:

Para que serve o Enem?


A primeira edição do Enem foi aplicada em 1998, com o objetivo de medir os co-
nhecimentos adquiridos durante o Ensino Médio. A partir de 2004, o exame começou
a ser utilizado como método de ingresso em faculdades e, em 2010, com a implemen-
tação do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o Enem passou a ser mais importante
que vestibulares tradicionais.
Ele também ganhou uma nova versão a partir de 2020. O Enem Digital, como
foi anunciado pelo Ministério da Educação (MEC), é um modelo em que as provas ob-
jetivas são realizadas virtualmente, por meio de computador. O formato impresso é
mantido apenas na prova de redação.
Desta forma, o Enem 2022 já não serve apenas como um vestibular moderno,
mas também é parte do processo seletivo para a aquisição de financiamento estu-
dantil pelo Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) e para o
ingresso em faculdades públicas pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Além disso,
oferece a possibilidade de bolsas de estudo parciais e integrais em instituições par-
ticulares de ensino superior pelo Programa Universidade para Todos (Prouni) e em
cursos técnicos pelo Sisutec.
Quem pode participar do Enem?
O Enem 2022 é principalmente voltado para as pessoas que já concluíram o en-
sino médio ou estão prestes a concluir. Assim, eles podem utilizar o exame para entrar
no ensino superior por meio do Sisu e do Prouni.
Entretanto, diversos outros estudantes realizaram a prova do Enem em anos anterio-

27
res como forma de treinamento, para irem se acostumando com a prova, chamando-
-se de treineiros.
Resultados do Enem
Onde usar a nota do Enem?
Com a nota do Enem, é possível ingressar em universidades e faculdades pú-
blicas e privadas; conseguir bolsas de estudo para cursos de nível superior e técnico;
fazer financiamento estudantil para cursos superiores de instituição privada; e, até
mesmo, ingressar em uma universidade em Portugal.
Como usar a nota do Enem 2022 no Sisu?
Por meio do Sisu, é possível concorrer a vagas de cursos de graduação em uni-
versidades públicas de todo o país. A inscrição ocorre todos os anos, no início de cada
semestre.
Para participar, é necessário ter participado da edição do Enem 2022 e ter obti-
do nota superior a zero na redação. Além disso, também é necessário atingir a nota de
corte do curso desejado.
Confira as Notas de Corte do Sisu nas edições anteriores. Para obter mais infor-
mações sobre o Sisu, acesse nosso Guia do Sisu.
Como usar a nota do Enem 2022 no Prouni?
Por meio do Prouni, o estudante pode concorrer a bolsas integrais ou parciais
em diversas instituições privadas no país. Para isso, o candidato deve realizar sua ins-
crição dentro do prazo estabelecido pelo MEC e seguir as normas requisitadas.
Diferente dos demais programas, no Prouni o candidato deve estar adequado a
um perfil socioeconômico, o que envolve o padrão de até um salário mínimo por resi-
dente para bolsas integrais, ou três salários mínimos para bolsas parciais.
Confira as Notas de Corte do Prouni nas edições anteriores. Para obter mais in-
formações sobre o Prouni, acesse nosso Guia do Prouni
Como usar a nota do Enem 2022 no Fies?
Com o Fies, é possível conseguir financiamento estudantil para cursar o ensino
superior, de forma facilitada, utilizando apenas a sua nota do Enem.
Para isso, é necessário ter realizado alguma edição do Enem desde 2010, com-
provar renda familiar inferior a 3 salários mínimos per capita, estar matriculado em
uma instituição de ensino superior cadastrada no programa, ter obtido nota superior
a zero na redação e totaliza 450 pontos na média das provas do Enem 2022.
Confira as Notas de Corte do Fies nas edições anteriores. Para obter mais infor-
mações sobre o Fies, acesse nosso Guia do Fies.
Como usar a nota do Enem no site Quero Bolsa?
Adicione sua nota do Enem no nosso site e descubra na hora sua Nota Quero.
Veja os benefícios de ter a sua Nota Quero:
100% online, É grátis! Entre na faculdade sem sair de casa.
Garanta sua aprovação antes de escolher sua bolsa.
A Nota é aceita em mais de 100 faculdades
(Fonte: https://querobolsa.com.br/programas-do-governo)
Processo Seletivo de Acesso à Educação Superior (PAES)
A Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) oferece apenas uma forma de
ingresso em seus cursos de graduação presenciais: o Processo Seletivo de Acesso à
Educação Superior (Paes). O Paes é um dos maiores vestibulares da região Nordeste
em número de participantes, reunindo mais de 50 mil concorrentes por ano.
Além do Paes, o UEMA só realiza outro processo seletivo para os cursos da modalidade
ensino a distância (EaD).
As inscrições do Paes são realizadas entre julho e agosto, na página do SigCon-
cursos da UEMA. A taxa é de R$ 85, mas a instituição oferece a oportunidade de isen-

28
ção para alguns candidatos que não podem pagar o valor.
O período para solicitar a isenção é aberto e encerrado antes do início das ins-
crições. Geralmente, as solicitações são feitas em maio e recebem o benefício os es-
tudantes de escolas públicas do Maranhão, pessoas de baixa renda ou servidores da
UEMA e da UEMASUL* e/ou seus dependentes legais.
A UEMA aplica o Paes em duas etapas. A primeira fase de provas é realizada em
outubro e os classificados fazem a segunda fase em novembro. As provas são aplica-
das aos domingos e os candidatos têm 5 horas, entre as 13h e 18h, para responder as
questões.
Primeira Fase: São 60 questões objetivas comuns a todos os candidatos. A distri-
buição é de 20 questões para Língua Portuguesa, Literatura, Língua Inglesa e Língua
Espanhola; 20 questões para História, Geografia, Filosofia e Sociologia; 20 questões
para Matemática, Física, Biologia e Química.
Segunda Fase: São 12 questões discursivas com conteúdo de disciplinas especí-
ficas ao curso escolhido pelo candidato e a produção de uma redação.
As provas são aplicadas em São Luís, Caxias, Bacabal, Balsas, Santa Inês, Ti-
mon, Grajaú, Lago da Pedra, Zé Doca, Itapecuru-Mirim, Colinas, São João dos Patos,
Barra do Corda, Codó, Coelho Neto, Pinheiro, Presidente Dutra, Pedreiras, Coroatá,
São Bento, Imperatriz, Açailândia e Estreito.

. Obras Literárias
A UEMA cobra a leitura de algumas obras literárias para a resolução das suas
provas. A relação de livros para o vestibular é divulgada antes da abertura das inscri-
ções. Geralmente, são cobradas três obras literárias na seletiva.
. Habilidades Específicas
Para o curso de Música é necessário que os candidatos realizem o Teste de Ha-
bilidades Específicas (THE). A avaliação é feita em setembro, antes das provas da pri-
meira fase. A lista de classificados também é divulgada antes das provas do Paes e os
aprovados realizam as demais etapas.
. Cursos de Formação de Oficiais (CFO)
O Paes da UEMA também é utilizado como processo seletivo para os cursos de
Formação de Oficiais (Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Maranhão e Polícia
Militar do Estado do Maranhão).
Os candidatos desses cursos devem fazer as provas da UEMA e, se classificados,
passam por novas etapas como testes físicos e psicológicos de responsabilidade das
corporações. Para se inscrever nesta modalidade a taxa é menor, de R$ 60, e há exi-
gências específicas que devem ser conferidas em edital.

UEMASUL
A Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL) foi fun-
dada em 2017 e, desde então, as vagas para os cursos de graduação da instituição
passaram a ser oferecidas no Paes da UEMA.

Vagas e cotas
Anualmente, a UEMA oferece cerca de 4 mil vagas para o ingresso nos cursos
de graduação presencial. As vagas são distribuídas para os dois semestres do ano, mas
a maioria dos cursos oferece oportunidades somente no primeiro semestre. Para a
UEMASUL a oferta é de cerca de 900 vagas, também oferecidas para os dois
semestres.
As vagas do Paes são divididas pelo Sistema Universal (ampla concorrência) e o
Sistema Especial de Reserva de Vagas. As vagas desse sistema especial são divididas

29
em três categorias, da seguinte forma:
Especial 1: 10% das vagas dos cursos de graduação para candidatos negros e
oriundos de comunidades indígenas, tendo cursado o Ensino Médio em escolas pú-
blicas;
Especial 2: 5% das vagas dos cursos de graduação para pessoas com deficiência;
Especial 3: 20% das vagas exclusivas dos cursos de CFO (PMMA e CBMMA) para
candidatos negros.
As demais vagas são oferecidas para os candidatos da ampla concorrência e,
em caso de vagas remanescentes do sistema especial, elas são destinadas ao sistema
universal.

Cursos a distância
A UEMA oferece mais de 3 mil vagas por ano para os cursos de educação a distância.
As inscrições são feitas em novembro e a taxa é de R$ 50. As provas são formadas por
44 questões objetivas com conteúdo do Ensino Médio.
Os cursos a distância oferecidos são Filosofia, Física, Geografia, Música, Pedago-
gia, Administração Pública, Tecnologia em Alimentos, Tecnologia em Gestão Comer-
cial e Tecnologia em Segurança do Trabalho.
(Fonte: https://vestibular.mundoeducacao.uol.com.br/vestibulares/vestibular-da-uema.htm)

30
MODELO DE QUESTIONÁRIO
PREENCHIDO

31
APÊNDICE - PROPOSTA DE QUESTIONÁRIO SIMPLES DE
PESQUISA NA COMUNIDADE

32
ENCONTRO 6 - POSSIBILIDADES DE
ESTUDOS E CARREIRAS DE NÍVEL SUPERIOR

PROCEDIMENTOS
METODOLÓGICOS:

1º Momento:
Retomar a atividade de pesquisa sobre o grau de instrução das pessoas que
convivem com o estudante.
Dividir os estudantes em grupos
Discutir em grupo: contagem dos entrevistados conforme o grau de instrução.
Realizar tabulação de dados da pesquisa
Construir gráficos com os resultados da tabulação.

2º Momento:
Inicie o momento reproduzindo o vídeo “Vida Maria”
Link de acesso: https://www.youtube.com/watch?v=yFpoG_htum4
Em seguida, retome a discussão para explicar as diferenças entre os graus de
instrução (incluindo as de nível superior) fazendo um link com o sonho dos
estudantes.

Texto 01 - Ensino Superior: Saiba como funcionam os graus acadêmicos


(Fonte: Blog Plataforma ENEM - Disponível em: https://blog.enem.com.br/ensi-
no-superior-saiba-como-funcionam-os-graus-academicos/). Acesso em: 15 dez. 2022.
Muitos estudantes antes de ingressarem na faculdade e começarem a viver
a vida acadêmica não entendem exatamente como funcionam as fases do ensino
superior e as diferenças entre os graus acadêmicos. Por isso, hoje o Blog do QG traz

33
uma matéria especial que irá tirar todas as suas dúvidas sobre graduação, mestrado,
doutorado e te fazer entender, de uma vez por todas, cada um desses nomes. Confira
abaixo:
GRADUAÇÃO
Os cursos de graduação constituem a primeira etapa da formação no ensino
superior. Através dele, você pode obter os títulos de bacharel, licenciado ou tecnólogo.

BACHARELADO
O bacharelado, tradicionalmente, prepara o profissional para os setores indus-
trial, comercial e de serviços, onde ele irá aplicar o conhecimento obtido no curso em
atividades específicas. Se tornando um Bacharel, você estará apto a atuar no mercado
de trabalho. Praticamente em todas as áreas – Exatas e Tecnológicas, Humanas, Artes
e Biológicas – pode-se obter o título de bacharel.

LICENCIATURA
A licenciatura, diferente do bacharelado, irá formar docentes aptos a atuarem
no ensino fundamental (a partir da 5ª série) e no ensino médio. Os professores que
você teve ou tem na escola, provavelmente, tiveram que passar por um curso de licen-
ciatura em suas respectivas áreas para seguirem esta profissão.
Para lecionar da 1ª a 4ª série do ensino fundamental, a formação em nível supe-
rior ocorre no curso de Pedagogia

TECNÓLOGO
O curso tecnólogo, ou curso superior de tecnologia, é um tipo de graduação
voltada para quem deseja ingressar rapidamente no mercado de trabalho - por isso,
também é conhecido como graduação tecnológica, e o tempo de duração do curso
é normalmente inferior a 03 anos. Esta modalidade prepara os estudantes para uma
área específica de uma determinada profissão.
Obs: Cursos Técnicos não são considerados tecnólogos. Cursos técnicos são
programas de nível médio com o propósito de capacitar o aluno proporcionando co-
nhecimentos teóricos e práticos nas diversas atividades do setor produtivo.

PÓS-GRADUAÇÃO
São dois tipos de pós-graduação: a stricto e lato sensu. Stricto sensu significa
“em sentido limitado” e compreendem programas de mestrado e doutorado abertos
a candidatos diplomados em cursos superiores de graduação. Já o lato sensu significa
“em sentido amplo” e compreende os cursos de graduação voltado para alguma es-
pecialização. Um exemplo de pós-graduação lato sensu é o Master Business Adminis-
tration (MBA), que mesmo sendo considerado mestrado no exterior, é classificado no
Brasil como uma especialização na área de Administração.

MESTRADO
Após concluir a graduação, o formado tem a oportunidade de continuar seus
estudos nos cursos de pós-graduação para desenvolver e aprofundar a formação
adquirida.
O Mestrado pode ser a opção inicial de quem deseja se dedicar a carreira aca-
dêmica, mas também é procurado para melhorar a qualificação profissional. É exigido
do aluno que deseja entrar em um mestrado a proficiência em outra língua, geral-
mente em Inglês. Os cursos de mestrado podem durar até 3 anos e para concluir, o
aluno precisa desenvolver uma dissertação sobre um tema escolhido.

34
DOUTORADO
O Doutorado está tradicionalmente voltado à carreira acadêmica. O curso pre-
para alunos para atuar no campo de pesquisa, tornando o conhecimento em deter-
minado assunto mais aprofundado. O título de doutor é obtido após a elaboração,
defesa e aprovação de uma tese desenvolvida pelo próprio aluno. Esta defesa é mais
aprofundada do que a defesa do mestrado, geralmente é proposto um tema novo, um
estudo de algo ainda não abordado. O curso de doutorado pode durar até 5 anos.

ENCONTRO 7 - SENTIDOS DO TRABALHO


(PARTE 1)

PROCEDIMENTOS
METODOLÓGICOS:

1º Momento:
Exibir o vídeo “O trabalho como princípio educativo no ensino médio”, como
forma de contextualizar e situar a turma para refletir sobre a noção de trabalho, en-
quanto categoria fundante do ser social e da sociedade. Após a discussão fomentada
a partir do vídeo, cada estudante deve refletir sobre o que entende por trabalho.

Youtube

- Link de acesso: https://www.youtube.com/watch?v=YIgGbazhirg (exibir até 4


minutos e 48 segundos).
Na impossibilidade de reproduzir o vídeo, utilize o texto “Os jovens e o mundo
do trabalho”, do livro Multiversos Ciências Humanas, volume 4 (FTD).

35
2º Momento:
Cada estudante deve receber uma folha de papel em branco e responder às
questões: “Quando você pensa em trabalho, qual a primeira ideia ou palavra que lhe
vem à cabeça?” ou “Trabalho para mim é...”. Cada um deve redigir em seu papel ape-
nas uma palavra ou ideia. Caso deseje expressar mais de um posicionamento, o/a es-
tudante deverá solicitar uma nova folha de sulfite.

Ao final da aula, o/a professor/a deverá guardar as folhas de sulfite


para que seja montado o mural de brainstorming na próxima aula.

1 brainstorming: técnica de discussão em grupo que se vale da contribui-


ção espontânea de ideias por parte de todos os participantes, no intuito de resolver
algum problema ou de conceber um trabalho criativo.

36
ENCONTRO 8 - SENTIDOS DO TRABALHO
(PARTE 2)

1º Momento:
Redistribua as folhas de sulfite com as respos-
tas dos estudantes para que eles constru-
am o mural. Após alguns minutos, peça
que cada jovem apresente sua resposta
e, após a apresentação de cada um, com
o apoio e sugestões do grupo, construa
um mural de brainstorm com as respostas, utilizando a fita crepe para anexar as res-
postas na lousa ou na parede, por semelhanças e aproximações nas respostas.

2º Momento:
Depois que todos tiverem realizado a sua apresentação, inicie uma discussão
com o grupo sobre o mural construído. Algumas questões podem mobilizar a discus-
são: quais são as respostas mais comuns ou predominantes entre os/as estudantes da
turma? As respostas mapeadas mostram uma visão mais positiva ou negativa sobre
o mundo do trabalho? Essas percepções estão associadas a experiências efetivas ou
a expectativas que possuímos sobre o futuro profissional? Quando responderam, os/
as jovens estavam pensando em qualquer trabalho existente e acessível aos jovens ou
em um trabalho em especial?
Importante salientar que a problematização dessas expectativas, sem que isso
invalide as expectativas dos adolescentes e jovens sobre suas experiências profissio-
nais, é um caminho educativo bastante profícuo. A dinâmica abre espaço para a in-
trodução de leituras e discussões sobre o trabalho no mundo contemporâneo, sobre
a situação do trabalhador, particularmente do trabalhador jovem, e para a luta pelo
direito ao trabalho decente.

37
Para a próxima aula, solicitar aos estudantes que tragam o celular
para que possam consultar a Constituição Federal Brasileira de 1988
(caso a internet esteja disponível na escola).

As informações sobre essa temática es-


tão disponíveis no Texto de Apoio “Jovens
e mundo do trabalho”. O material contém uma série de
dados e informações que ajudam a compreender os sen-
tidos do trabalho, ou de sua ausência, na vida de moças
e rapazes.

Texto de Apoio | Os jovens e o mundo do trabalho


O mundo do trabalho tem intensa presença na vida juvenil. Desde muito cedo,
moças e rapazes deparam-se com perguntas sobre suas escolhas profissionais ou
com a necessidade de trabalhar. Em 2013, uma pesquisa de opinião realizada pela
Secretaria Nacional de Juventude (SNJ)13 perguntou a jovens sobre o que gostariam
que acontecesse em suas vidas para que se sentissem realizados. O emprego/trabalho
representou 48% das respostas de moças e rapazes brasileiros de diferentes regiões
do país. O mesmo estudo solicitou que eles indicassem os problemas que mais os
preocupavam pessoalmente e, mais uma vez, o trabalho apareceu com destaque: 34%
declararam que as questões relacionadas ao emprego ou à profissão eram aquelas
que mais os preocupavam. A temática ficou atrás apenas da violência, que foi indicada
por 43% dos entrevistados. Esses resultados não surpreendem. Afinal, no mundo con-
temporâneo, para milhões de jovens (e também de adultos), ter ou não ter trabalho,
especialmente sob a forma de emprego assalariado, é um fator determinante para
suas condições de vida e possibilidades de futuro. Daí que ter ou não um trabalho,
bem como a qualidade desses postos se constituam tanto numa resposta aos an-
seios de realização pessoal dos jovens quanto em temas que mobilizem suas preocu-
pações. Além disso, o cotidiano dos jovens brasileiros, inclusive dos estudantes, não
deixa dúvidas sobre a forte presença da juventude no mundo do trabalho. Embora os
indicadores nacionais demonstram uma crescente diminuição do número de moças
e rapazes com idade entre 15 e 17 anos que conciliam estudo e trabalho em suas vi-
das, o trabalho, em suas diferentes formas, ainda persiste como realidade para parcela
considerável dos estudantes de Ensino Médio do país: em 2011, 6,3 milhões de jovens
dessa faixa etária apenas estudavam; 2,4 milhões conciliam estudo e trabalho ou a
busca por trabalho; e 550 mil realizavam atividades domésticas (Sposito e Souza, 2013).
É evidente que os jovens oriundos de famílias da classe trabalhadora ingressam mais

38
cedo no mercado de trabalho, bem como se ocupam mais do trabalho doméstico (es-
pecialmente as mulheres jovens). Essas experiências podem se iniciar inclusive antes
mesmo da idade legal para o exercício de atividades profissionais ou sem concluir a
escolaridade básica. Os motivos desse ingresso mais precoce estão fortemente rela-
cionados às suas condições socioeconômicas e à necessidade de desde cedo “ajudar”
no orçamento e prover a subsistência de suas famílias. No entanto, a busca e o interes-
se de moças e rapazes pelo trabalho também estão associados àquilo que ele possi-
bilita: oportunidades de aprendizado e de conhecer novas pessoas, maior autonomia
econômica, acesso ao lazer e à cultura, consumo de novas tecnologias (especialmente
celulares e computadores), mobilidade e circulação pela cidade etc.

SOUZA, Raquel. Guia Tô no Rumo: Jovens e escolha profissional – Subsídios


para educadores. São Paulo, Ação Educativa, 2014.

ENCONTRO 9 - RESPONSABILIDADE
SOCIAL E CIDADANIA

1º Momento:
Contextualização dos conceitos relativos à cidadania e responsabilidade social
(Consultar material de apoio sugerido).

39
2º Momento:
Distribua a turma em grupos de 3 ou 4 alunos e peça que identifiquem dois di-
reitos contidos na Constituição Federal de 1988 que considerem indispensáveis à sua
realidade;

3º Momento:
Com base nas garantias sociais contidas na Constituição Federal de 1988, peça
que os estudantes discutirem atitudes e ações que eles mesmos possam desenvolver
na sua comunidade para garantir a efetivação desses direitos (Ex.: o que eu posso fazer
para que esse direito seja alcançado pelos membros da minha comunidade?).

Eixo estruturante em ação:

ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Interdisciplinaridade com a área de Linguagens e suas Tecnologias Realize a


contextualização da literatura de cordel, seguido da leitura do cordel “Cidadania” de
Marlene Ramos.
Após discutir os direitos fundamentais encontrados na Constituição Federal
de 1988 também conhecida como “Constituição Cidadã”, solicite que os estudantes
leiam o Cordel “Cidadania” de Marlene Ramos e produzam uma estrofe para um cor-
del coletivo da turma.

Cordel “Cidadania” - Marlene Ramos

Peço licença a todos É conservar intactos


Que estão aqui presentes, Os bens públicos da cidade
O que vou falar agora É tratar bem as pessoas,
Vai deixar todos contentes. Não importando a idade.
O assunto aqui tratado Se agirmos desse modo
É da cidadania, minha gente. Seremos cidadãos de verdade.

40
Cidadania é uma palavra, Ter cidadania é ter
Falada por muita gente, Saúde e boa educação,
Mas, que muitos não sabem Ter emprego e também,
Seu sentido verdadeiramente. Ter uma habitação,
Cidadania é o direito Usufruir dos direitos
De viver decentemente. Que estão na constituição.

Cidadania é direito de ter Um cidadão deve ter


Ideia e poder expressá-la Direito à segurança
Poder votar em alguém Menor deve ter lazer
Sem ninguém ameaçá-la E ser tratado como criança,
É ser negro ou homossexual Mas, para muito brincar…
Sem ninguém discriminá-la Fica só na esperança.

É praticar uma religião Cidadania é a pessoa,


Sem ser perseguido Ter liberdade de se expressar,
É poder devolver um produto, Mas que a fala não venha
Estragado ou vencido Outra pessoa magoar
É poder desfrutar dos direitos É ser respeitado pelos outros
Que por nós foram conseguidos. E também os respeitar.

Ser cidadão é ter Mas não é bem assim,


Maior participação A realidade é diferente.
É está ciente de tudo Respeito quase não existe,
Que acontece na Nação, Leitura é insuficiente.
Se nós agirmos assim, Enquanto isso não mudar,
Seremos de fato cidadão. Nunca poderemos falar:
Eu sou cidadão verdadeiramente

As informações sobre essa temática estão


disponíveis no Texto de Apoio “Jovens e
mundo do trabalho”. O material contém uma série de da-
dos e informações que ajudam a compreender os senti-
dos do trabalho, ou de sua ausência, na vida de moças e
rapazes.

SAIBA MAIS:
Videoaula sobre Cidadania - Brasil Escola
https://www.youtube.com/watch?time_continue=1&v=c3mjvCfwRxc&feature=emb_
logo

Constituição Federal 1988
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm

MORAIS, Regina Aparecida. O cordel e suas possibilidades no ensi-


no da linguagem: formação humana, diversidade e cultura.
http: //periodicos.pucminas.br/index.php/cadernoscespuc/article/view/P2358-
3231.2016n29p126.

41
ENCONTRO 10 - A ÉTICA E A RESPONSABI-
LIDADE SOCIAL NO MUNDO PROFISSIONAL

1º Momento:
Ler em voz alta o “Juramento de Hipócrates”, que é um juramento solene efetu-
ado pelos médicos, tradicionalmente por ocasião de sua formatura, que fundamenta
o Código de Ética da Medicina. Ler também os Juramentos dos Cursos de Ciências
Sociais e Psicologia. Em seguida, pedir para os estudantes responderem:
a) Qual a necessidade/importância de um profissional realizar um juramento?
b) Quais as características de uma relação ética entre sujeitos no exercício da
profissão?

Juramento de Hipócrates
“Eu juro, por Apolo médico, por Esculápio, Hígia e Panacea, e tomo por testemunhas
todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a pro-
messa que se segue:
Estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida
comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus pró-
prios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem
remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e
de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos se-
gundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes.
Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendi-
mento, nunca para causar dano ou mal a alguém.
A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que

42
induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância
abortiva.
Conservarei imaculada minha vida e minha arte.
Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa
operação aos práticos que disso cuidam.
Em toda casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo
o dano voluntário e de toda a sedução, sobretudo dos prazeres do amor, com as mu-
lheres ou com os homens livres ou escravizados.
Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da so-
ciedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteira-
mente secreto.
Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar feliz-
mente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu
dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça.”

Juramento do Curso de Ciências Sociais


Prometo exercer minha profissão fiel a preceitos éticos, com dedicação e ho-
nestidade de propósitos, com o objetivo de participar na produção e difusão de co-
nhecimentos, respeitando diferenças e os valores maiores da justiça, da paz e da
liberdade.

Juramento do Curso de Psicologia


“Como psicólogo, eu me comprometo a colocar minha profissão a serviço da
sociedade brasileira, pautando meu trabalho nos princípios da qualidade técnica e do
rigor ético. Por meio do meu exercício profissional, contribuirei para o desenvolvimen-
to da Psicologia como ciência e profissão, na direção das demandas da sociedade,
promovendo saúde e qualidade de vida a cada sujeito e a todos os cidadãos e
instituições”.

2º Momento:
Dividir os estudantes em 5 (cinco) grupos, e distribuir uma situação-problema
envolvendo um dilema ético para que cada grupo possa ler, discutir e apresentar para
a turma as decisões tomadas e as implicações éticas, políticas, sociais e profissionais
da escolha.

. Situação 1 do dilema ético - Imagine que você é um médico experiente que


acompanha um paciente à beira da morte. Você pensa em recorrer a um tratamento
inédito para salvar o paciente – você está bem confiante –, porém o tratamento não
é autorizado no Brasil. O que você faria? Violaria o Código de Ética Médica e tentaria
salvar o paciente, ou deixaria o paciente com um tratamento convencional?

.

Situação 2 do dilema ético - Imagine que você é um psicólogo e durante as
sessões de terapia, sua paciente relata ter sido vítima de um caso de estupro por um
parente próximo ou conhecido. Diante de tal situação, você se depara com o dilema
de preservar o sigilo profissional, mesmo que isso implique em ser conivente com a
continuidade das violações, ou você denuncia o agressor?

.

Situação 3 do dilema ético - Imagine que você é líder em uma empresa
de mineração que mantém uma barragem para armazenamento de resíduos tóxicos
próxima a uma cidade de 10 mil habitantes. O rompimento dessa barragem poderá

43
causar impacto humano e ambiental imenso. Você está ciente de uma investigação
interna que aponta alto risco de rompimento, mas a empresa não toma providências
porque isso poderia implicar em altos custos com obras de segurança. O que você
faria? Denunciaria a empresa em benefício da segurança da comunidade, ainda que
em detrimento do seu próprio futuro (arruinando sua carreira no setor de mineração)?
Ou seguiria o código de conduta ética da empresa, que impõe sigilo máximo a toda e
qualquer informação sensível sobre o negócio, ainda que em detrimento da seguran-
ça da comunidade na cidade vizinha?

.

Situação 4 do dilema ético - imagine que você é um jornalista que trabalha
no editorial de uma revista, e está buscando uma promoção para melhorar na carreira.
Você ficou responsável por fazer a cobertura e escrever uma reportagem sobre um
fato político. E você teve acesso de forma ilegal e não autorizada de imagens e áudios
dos principais envolvidos no acontecimento político. Você sabe que se divulgar essas
informações exclusivas, a reportagem terá muita repercussão, e consequentemente
haverá aumento nas vendas desta edição da revista, além de possivelmente receber
uma promoção em sua carreira, mas tem consciência que, pelo código de ética, o
jornalista não pode divulgar informações visando o interesse pessoal ou buscando
vantagem econômica, nem informações obtidas de maneira inadequada. O que você
faria? Divulgaria as informações obtidas de forma ilegal para subir na carreira ou res-
peitaria o código de ética e não divulgaria as informações, perdendo a oportunidade
de fazer talvez a maior reportagem de sua vida profissional?

. Situação 5 do dilema ético - Imagine que você é um defensor público e foi


designado para defender uma pessoa responsável pela morte de uma família inteira,
inclusive de crianças, com requintes de crueldade. Nas conversas com o acusado, ele
declara para você que realmente matou essas pessoas sem ter uma razão específica,
apenas pelo prazer de ver os outros sofrerem. Você sabe que precisa manter o sigilo
das conversas com o indiciado e que deverá provar que o mesmo é inocente apesar da
confissão feita para você.O que você faria? Defenderia o acusado pela morte da família
sabendo que o mesmo é um sujeito frio e cruel e que poderá repetir esse ato outras
vezes? Ou não faria nenhum esforço para defender o acusado mesmo sendo seu de-
fensor público?

EXERCENDO O
PROTAGONISMO ESTUDANTIL

Eixo estruturante em ação:

44
A palavra juramento tem origem do termo latino
juramentu, é uma confirmação de uma promessa
ou um fato, normalmente realizado sobre ou perante algo ou
alguém que quem o faz, acredita ser sagrado, como prova da
natureza vinculativa desse importante ato ou a fidedignidade
deste fato ou declaração.
Sobretudo, jurar é realizar um juramento, fazer uma pro-
messa solene em um momento como a cerimônia de
formatura.
Todos os formandos de cursos universitários realizam
um juramento diante da sua profissão, nas cerimônias de for-
matura ou colação de grau,. Geralmente, se compromete em
respeitar o seu código de ética e atuar conforme as responsa-
bilidades e normas sociais que o seu conselho de classe impõe.
Hipócrates, que nasceu na Grécia, em Cós, ilha grega do
Dodecaneso, em torno de 460 a.C. é, ainda hoje, considerado o
“Pai da Medicina”. Sua obra, que inclui os famosos Aforismos;
os Quatro Princípios Fundamentais (jamais prejudicar o enfer-
mo/não buscar aquilo que não é possível oferecer ao paciente,
os famosos milagres/lutar contra o que está provocando a en-
fermidade/ acreditar no poder de cura da Natureza); e o Jura-
mento que leva o seu nome, permanece atual.

A ÉTICA E A RESPONSABILIDADE SOCIAL NO MUNDO


PROFISSIONAL

A Ética e a Responsabilidade Social são temas que não podem deixar de
existir no currículo escolar; dada a relevância e pertinência na formação social
e moral dos indivíduos. A responsabilidade social pode ser definida como um
conjunto de ações que geram impacto social positivo, seja através de medidas
pautadas na sustentabilidade, educação da comunidade local, incentivo à prá-
tica esportiva ou mesmo pequenos gestos generosos e solidários no dia a dia.
A ética é uma doutrina filosófica que se baseia em normas, valores e preceitos
que orientam a conduta humana, com vistas a um melhor convívio social. Essa
discussão no espaço escolar é muito importante, uma vez que a Constituição
Federal preconiza como objetivos da educação o pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o tra-
balho. Neste sentido, é necessário educar em prol de uma prática social trans-
formadora, com vistas à promoção da justiça social, e uma conduta fundamen-
tada em valores éticos e humanos. Essa prática é resultado do entendimento
que a ética e a responsabilidade social estão atreladas ao exercício pleno da
cidadania, de cidadãos conscientes do seu papel e lugar no mundo, e profissio-
nais que vinculam suas aspirações pessoais e profissionais com os interesses
da coletividade social.
Os profissionais não são apenas considerados pela especialidade que
possuem, mas, também, por seu compromisso em prestar serviços de qualida-

45
de àqueles que o procuram. No processo de escolha da profissão, é importante
conhecer qual é o papel de determinada profissão no contexto social e mergu-
lhar em um processo de autoconhecimento, em que possa avaliar se os valores
de determinada atuação estão alinhados aos seus, o que pode garantir maior
dedicação à renovação dos conhecimentos ao longo da carreira e, desta forma,
cumprir com ética e responsabilidade o seu papel profissional para contribuir
com a sociedade.

46
2 IFI CIÊNCIAS
DA SAÚDE

47
ENCONTRO 1 - APRESENTANDO O ITINERÁRIO
FORMATIVO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE (IFCS)

IF CIÊNCIAS DA SAÚDE

ÁREAS INTEGRADAS
NATUREZA E MATEMÁTICA

COMPONENTES CURRICULARES ENFOQUES DO ITINERÁRIO


BIOLOGIA, QUÍMICA, FÍSICA, EDUCAÇÃO FÍSICA E MATEMÁTICA

A predominância do itinerário formativo Ciências da Saúde é o estudo da vida


em diversas escalas e universos, desde o microscópico até o meio ambiente. O funcio-
namento dos organismos e dos seres vivos e suas relações com o meio em que estão
inseridos, a preocupação com o meio ambiente e com a saúde, a qualidade de vida e
o bem-estar fazem parte deste campo de interesse. (DCTMA, 2021).
Medicina, ciências biomédicas, odontologia, psicologia, farmácia, terapia ocu-
pacional, fisioterapia e educação física são alguns cursos e carreiras presentes na traje-
tória desse itinerário, que não demanda apenas conhecimentos em biologia ou quími-
ca, mas também nas demais áreas de conhecimento, tendo em vista que a realização
de cálculos e a compreensão de estruturas sociais também fazem parte do trabalho
de profissionais como médicos e psicólogos, para citar alguns. É um campo com mui-
tas perspectivas, ao se considerar o aumento da longevidade humana e a crescente
preocupação com a qualidade de vida. Particularmente, alguns campos, como a fisio-

48
terapia e a fonoaudiologia, foram por muito tempo considerados no âmbito curativo,
mas, em vista da recorrente busca por melhor qualidade de vida, hoje esses campos
são notadamente reconhecidos na dimensão da prevenção, e não apenas da cura.
(DCTMA, 2021).
O Itinerário de Ciências da Saúde dedica-se à pesquisa e à produção de conhe-
cimento no campo da saúde com ênfase na interdisciplinaridade dos processos de
intervenção em saúde coletiva, estendendo-se para ações de promoção, prevenção e
educação em saúde.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), no seu Objetivo 3 – Saúde e
Bem-Estar, o Brasil, como membro, deve “assegurar uma vida saudável e promover o
bem-estar para todas e todos, em todas as idades”.
Nesse contexto, a saúde, definitivamente, é um assunto que deve ser presente
no ambiente escolar, visto que o funcionamento do organismo da comunidade esco-
lar e de toda a sociedade depende de processos biológicos, químicos e físicos decor-
rentes da falta ou do excesso de nutrientes e do estilo de vida adotado, acarretando
danos à saúde física e mental. Além disso, a desinformação tem colocado em risco a
saúde de muitas pessoas, dessa forma as informações a serem discutidas devem con-
duzir à reflexão crítica e ao exercício do protagonismo estudantil nas comunidades
em que estiver inserido.

CONTRIBUIÇÕES DOS COMPONENTES ENFOQUE NO ITINERÁRIO FORMATIVO


DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
O aprofundamento da área de matemática poderá contribuir no estudo e com-
preensão dos efeitos das atividades humanas sobre os ecossistemas e a análise do
meio ambiente e seus fatores físicos, químicos, biológicos, econômicos, sociais e cul-
turais. A matemática está presente em vários procedimentos ligados à saúde huma-
na, como cálculo na produção e administração de medicamentos, leitura e diagnósti-
cos de exames, estatísticas relacionadas a vários tipos de doenças e tratamentos etc.
O componente curricular física contribui de maneira significativa para o itinerário das
ciências da saúde, visto que toda a evolução nos tratamentos da saúde dos seres vivos,
como a realização de exames e alguns procedimentos médicos, possuem conceitos
físicos fundamentais, desde o conhecimento simples da leitura de temperatura corpo-
ral até as mais sofisticadas máquinas de imagem e ressonância magnética, e necessi-
tam de uma base sólida de conhecimentos físicos.
A química é ciência fundamental na busca de soluções para prevenção e trata-
mento de doenças, nos processos de fabricação de medicamentos, alimentos e pro-
dutos de higiene pessoal. Sendo assim, o componente curricular química é um impor-
tante aliado na construção do conhecimento dos nossos estudantes, principalmente
aqueles que se interessam pelo itinerário de ciências da saúde, para se tornarem jo-
vens autônomos que podem trilhar uma carreira profissional técnica ou uma gradu-
ação. Assim, aprofundando os conhecimentos adquiridos na formação geral básica, o
estudante será conduzido à vivência das práticas experimentais, fazendo a interlocu-
ção entre a teoria e prática, assim como sua inserção à iniciação científica, na busca
da solução dos problemas no entorno da sua comunidade e da sociedade em geral,
estimulando a cuidar da saúde física e emocional.
No itinerário das ciências da saúde, a biologia contribui fortalecendo todas as
competências, na medida em que oportuniza a realização de previsões sobre o funcio-
namento dos seres vivos e analisa fenômenos naturais e processos tecnológicos, com
base nas interações e relações entre matéria e energia, que culminam em melhoria
nas condições de vida em várias escalas, e avalia aplicações do conhecimento cientí-
fico. Todas essas competências servem a este itinerário quando verificamos que, aqui,

49
o estudante é munido de um complemento que lhe garantirá compreender desde a
nutrição, como a relação dos compostos orgânicos e inorgânicos com o metabolismo
humano, passando pelos sistemas mais relevantes que compõem a máquina huma-
na e mecanismos de transmissão da herança genética até as principais categorias de
doenças que afetam a saúde humana.
O componente curricular educação física contribuirá para debater as questões
referentes às práticas corporais, preservando os valores, identidades e culturas, em
suas diversidades, buscando sempre a inclusão de todos e refutando todo tipo de pre-
conceito.
Fonte: DCTMA, 2021.

MACROÁREAS ABORDADAS

Macroárea de Saúde
Desde o decreto nº 6.286/2007, quando instituído o programa Saúde na Escola,
compreende-se que a formação integral dos estudantes da rede pública de educação
básica envolve ações de conscientização, prevenção, promoção e atenção à saúde.
Essa visão fortalece a abrangência da saúde para o pleno desenvolvimento escolar.
Destaca-se, assim, que as questões relacionadas com a saúde e bem estar eviden-
ciam, na sociedade contemporânea, uma necessidade que permeia a condição in-
tegral do indivíduo e adentra à vivência educacional como temática a ser trabalhada
relacionada ao cotidiano e à vida dos estudantes (Caderno de Orientações Curricular
2023).
A Macroárea de Saúde é constituída pelos TCTs Saúde e Educação alimentar e
nutricional, que concebem estratégias para integração e articulação permanente en-
tre as políticas e ações de educação e saúde. Nessa perspectiva, essa macroárea carac-
teriza-se como fomentadora, no espaço escolar, de debates transdisciplinares sobre os
hábitos alimentares, a saúde mental e o autocuidado com o corpo, que impactam na
saúde pessoal e da coletividade.(Caderno de Orientações Curricular 2023).
Esses dois relevantes temas da macroárea Saúde amparam-se e complemen-
tam-se na integração entre as áreas do conhecimento no desenvolvimento da saúde
física, emocional e na qualidade de vida. É válido destacar, ainda, a importância de,
no trabalho com a macroárea Saúde, realizar nas escolas uma abordagem sobre a
educação sexual, as várias dimensões da sexualidade, prevenção de doenças sexual-
mente transmissíveis, gravidez precoce e abuso sexual, considerando que a escola é
um ambiente plural e diverso e, portanto, não deve acolher o preconceito.(Caderno de
Orientações Curriculares, 2023).

50
51
ENCONTRO 2 -APRESENTANDO O ITINERÁRIO
FORMATIVO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE (IFCS)

. Transmissão do vídeo da Fiocruz: História da Saúde no Brasil (duração: 17


minutos) – Durante esse momento o professor deve orientar os estudantes a anota-
rem em seus cadernos pelo menos 10 informações desconhecidas, pelo estudante, e
que tenham chamado sua atenção a partir da visualização do vídeo;
Link de acesso: https://www.youtube.com/watch?v=7ouSg6oNMe8 (13 min)

52
. O professor deve realizar questionamentos para discutir a Saúde em nosso
país, como:
- Quais os principais desafios que nosso país enfrentou para melhoria da
Saúde?
- Quais problemas antigos ainda são uma realidade nos dias atuais?

. Após os diálogos o professor ainda pode solicitar que os estudantes compar-


tilhem as informações que chamaram mais sua atenção no vídeo reproduzido;

EXERCENDO O
PROTAGONISMO ESTUDANTIL
Eixo Estruturante em Ação:
Investigação Científica
Registrar no caderno uma entrevista com familiares ou co-
nhecidos mais velhos (mais de 50 anos) no intuito de indagar:
. Como era o acesso a serviços de saúde quando eles eram jovens, antes do
SUS?
. Após o surgimento do SUS (1992), quais as principais críticas e elogios aos
serviços hospitalares públicos?
. Já utilizou serviços hospitalares públicos? Em caso afirmativo, o atendimento
que lhe foi destinado atendeu suas necessidades?

ENCONTRO 3 - O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

. (15min) Iniciar a partilha de informações da pesquisa com os pais/avós (EN-


CONTRO 02), sobre o SUS e a comunidade escolar. No intuito de saber como a comu-
nidade se relaciona com o SUS e sua importância local;

53
. Transmissão do vídeo sobre o SUS, através de Datashow ou TV (https://www.
youtube.com/watch?v=YDgFd6FF9yA) - duração: 18 minutos.
. Explicar resumidamente o desenvolvimento histórico da oferta de atendi-
mento à saúde a população brasileira;
. Apresentar o marco legal de universalização do acesso a saúde no Brasil: A
Contituição de 1988 - Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de
outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promo-
ção, proteção e recuperação.
. Apresentar as diferentes atuações do SUS;

EXERCENDO O
PROTAGONISMO ESTUDANTIL

Eixo Estruturante em Ação:


Investigação Científica
Relatar a um familiar algumas informações sobre a história da Saúde e
do SUS que você não conhecia antes das aulas.

Saiba mais sobre a história da saúde no Brasil:


https://www.scielosp.org/article/ssm/content/raw/?resource_ssm_path=/media/as-
sets/csc/v5n2/7095.pdf

Youtube

Filme| Saúde tem cura (Esse vídeo, por ser mais extenso, pode ser apresenta-
do de forma complementar em momentos oportunos na escola);
Link de acesso: https://www.youtube.com/watch?v=b-kZMfwvKsM.

Sistema Único de Saúde (SUS) - Brasil.

Link de acesso: http://each.uspnet.usp.br/flamori/images/TCC_Cinthia_2012.


pdf

54
Na fase da colonização do país, não havia amparo à saúde da população. Os
primeiros colégios que lecionavam medicina foram instituídos somente a partir da
chegada da família real ao Brasil. Não havia acesso à população quanto a informações
de saúde e os governos que se alternavam pouco esforço faziam para mudar esse pa-
norama. A falta de estrutura ficou evidente durante a Revolta da Vacina, em 1904, mo-
mento no qual a população revoltou-se contra a obrigatoriedade da vacinação contra
varíola (ESCOREL; TEIXEIRA; 2008).
Durante a era Vargas, disseminou-se a proposta de instituição da previdência
social e dos direitos trabalhistas, assim, houve contribuição à criação e aperfeiçoamen-
to de hospitais e escolas de medicina. A partir de então, algumas iniciativas de expan-
são da infraestrutura do sistema de saúde foram implementadas pelo setor público
brasileiro.
A partir da crise do Estado intervencionista no Brasil, buscou-se reposicionar o
sistema de saúde nacional, a partir de ideais de democracia, justiça social e cultura de
bem estar social, iniciando-se o debate sobre a possibilidade de um sistema de saúde
universal e gratuito ao final da década de 1970 (ESCOREL; TEIXEIRA; 2008).
Outro fato marcante na história do sistema de saúde brasileiro ocorreu em 1986,
a partir da convocação da VIII Conferência Nacional da Saúde pelo Ministério da Saú-
de, cujo destaque foi o tema “direito à saúde”, assunto bastante complexo e marcado
por divergências. Na conferência, foi sugerida a criação do Sistema Único de Saúde
(SUS), sendo o modelo inserido na Constituição Federal em 1988 e posto em prática
anos mais tarde, em agosto de 1992, logo após a IX Conferência Nacional da Saúde
(FALEIROS et al; 2006).
A delonga se deve a questões políticas, que foram resolvidas previamente a IX
Conferência com leis aprovadas anteriormente que viabilizaram a implementação do
SUS, que foi posto em prática apenas com a Constituição Federal, em 1988 (FALEI-
ROS et al; 2006). A CF/88 trás em seu Título VIII, Capítulo II e Seção II – Da Saúde, que
abrangem os artigos 196 até o 200. O artigo mais utilizado e comentado é o primeiro
desta seção: 10 “Art 196. A saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de
outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção,
proteção e recuperação.” (BRASIL; 1988).
O artigo 199 da CF/88 da Seção Da Saúde esclarece que “A assistência à saúde é
livre à iniciativa privada”, o que explica o aparecimento dos planos e seguros de saúde
privados no Brasil a partir de 1988, eles começam tímidos na década de 90 e atual-
mente já conquistaram cerca de 30% (34 bilhões de pessoas) dos cidadãos brasileiros
devido principalmente ao insulamento atual do SUS, há ainda grande disparidade no
gasto, que no setor público é de cerca de 25 bilhões de reais e no setor privado é de
mais de 34 bilhões de reais (KILSZTAJN et al; 2001).
O Brasil obteve um sistema de saúde universal, ou seja, que visa atender com
equidade a todos os cidadãos, mas como já discutido no artigo 196 da CF/88, a saúde
de boa qualidade deve ser implementada através de Políticas Públicas bem funda-
mentadas e pensadas para o modelo da cultura brasileira e por Gestores Competentes
que apliquem da maneira mais acertada estes recursos (FALEIROS et al; 2006).
A partir de então o Sistema Único de Saúde começou a ser estruturado e, com
a alta demanda e a pouca organização, o sistema ficou insulado e os planos de saúde
começam a surgir discretamente (KILSZTAJN et al; 2001).
O grande problema atual enfrentado pelo SUS é que com os preços proibitivos
cobrados por planos privados de saúde aos possíveis usuários ou clientes que ganham
salários baixos ou estão desempregados a única saída é recorrer ao Sistema Único
de Saúde, que acaba ficando sobrecarregado, sem contar com o encarecimento da

55
assistência médica, devido às novas tecnologias que são frequentemente lançadas
ao mercado e aos novos métodos, remédios e tratamentos, fato que demanda maior
tempo de espera para chegar ao SUS do que aos planos e aos hospitais privados (KIL-
SZTAJN et al; 2001).

Ações do Sistema de Saúde Brasileiro

Em 1990, foi aprovada a Lei Orgânica da Saúde (Lei 8.080/90), que especificava as atri-
buições e a organização do SUS. Essa Lei atribuía o amplo campo de atuação do SUS,
desde execução de ações de vigilância sanitária, epidemiológica, de saúde do tra-
balhador e de assistência terapêutica integral, à formulação e execução da polí-
tica de sangue e seus derivados. Outras atuações definidas pela Lei 8.080/90 foram:
. Participação na formulação da política e na execução de ações de saneamen-
to básico;
. Ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde;
. Vigilância nutricional e a orientação alimentar;
. Colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do
trabalho;
. Formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e
outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção;
. Controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para
a saúde;
. Fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo huma-
no;
. Participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e
utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
. Incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e tecno-
lógico (3).

Nesse contexto – da reorganização e instituição de um novo sistema de saúde
no Brasil, houve um crescimento da oferta de serviços da atenção primária à saúde,
conforme Vilaça (2011) demonstra no gráfico a seguir:

56
Na sua grande maioria, as unidades de atenção básica e as de emergência são
públicas, enquanto os hospitais, ambulatórios e serviços de apoio diagnóstico e tera-
pêutico (SADT) são majoritariamente privados. Em 2010, apenas 6,4% dos SADT eram
públicos. Entre 1968 e 2010, foram criadas 39.518 unidades de atenção básica (postos
e centros de saúde).

Conclusão
A reforma do setor de saúde brasileiro ocorreu de forma simultânea ao proces-
so de democratização, tendo sido liderada por profissionais da saúde e pessoas de
movimentos e organizações da sociedade civil.
A implementação do SUS foi complicada pelo apoio estatal ao setor privado,
pela concentração de serviços de saúde nas regiões mais desenvolvidas e pelo subfi-
nanciamento crônico.
Apesar dessas limitações, o SUS conseguiu melhorar amplamente o acesso
à atenção básica e de emergência, atingir uma cobertura universal de vacinação e
assistência pré-natal e investir fortemente na expansão dos recursos humanos e de
tecnologia, incluindo grandes esforços para fabricar os produtos farmacêuticos mais
essenciais ao país.
Alguns dos desafios futuros do SUS são a reforma de sua estrutura de finan-
ciamento, com vistas a assegurar a universalidade, igualdade e sustentabilidade no
longo prazo, a renegociação dos papéis público e privado, a adequação do modelo
de atenção para atender às rápidas mudanças demográficas e epidemiológicas do
país e a promoção da qualidade do cuidado e da segurança dos pacientes.
Em última análise, os desafios enfrentados pelo SUS são políticos, pois não
podem ser resolvidos na esfera técnica; só poderão ser solucionados com os esforços
conjuntos dos indivíduos e da sociedade.

57
58
ENCONTRO 4 - CONCEITO DE SAÚDE

. Iniciar a aula discutindo o conceito de saúde a partir da ótica dos estudantes;


. Realizar indagações que possibilitem ampliar a visão dos estudantes de acor-
do com o conceito de Saúde da OMS;
. Apresentação do conceito de saúde da Organização Mundial da Saúde e le-
vantamento dialético com a turma de exemplos que evidenciam um mal-estar físico,
mental e social na sua comunidade;
. Construir junto aos estudantes um mapa mental que relacione as causas que
levam aos males físicos, mentais e sociais levantados pelos mesmos;
. Relembrar as funções dos profissionais da saúde e como elas podem atuar
nas situações de mal-estar levantadas pela turma.

. Relacionar qual setor ou quem pode combater as causas principais que ge-
ram o mal estar em suas diferentes vertentes.

Exemplo de Mapa mental a ser construído em turma:

59
Obs: Durante a construção do Mapa Mental é possível surgir vários exemplos,
assim para cada exemplo deverá ser seguido a causa principal, profissional da
saúde vinculado e outros setores ou agentes que podem agir contra a causa.

EXERCENDO O
PROTAGONISMO ESTUDANTIL

Eixo Processo Criativo


Produzir um material informativo de publicação a nível escola/comu-
nidade/regional sobre os diferentes casos de estado físico, mental e so-
cial que a comunidade está convivendo. Tal material pode ser produzido em sala e
compartilhado a nível digital ou físico.

Eixo Intervenção Sociocultural


Solicite que o estudante converse com sua família sobre as diferentes formas
de bem estar em relação à saúde e questione qual o mal estar que eles vivenciam nos
diferentes aspectos.

Obs: As atividades acima ficam a critério do professor realizar mediante a


quantidade de atividades já em realização pela turma, no intuito de evitar
sobrecarga.

CONCEITO DE SAÚDE
Fonte: SciELO.
Disponível em : https://www.scielo.br/j/physis/a/WNtwLvWQRFbscbzCywV9wGq/?-
format=pdf&lang=pt
Antes de 1940 não havia um conceito universalmente aceito de saúde. Para tal
seria necessário um consenso entre as nações, possível de obter somente num orga-
nismo internacional. A Liga das Nações, surgida após o término da Primeira Guerra,
não conseguiu esse objetivo: foi necessário haver uma Segunda Guerra e a criação da
Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização Mundial da Saúde (OMS),
para que isto acontecesse.
O conceito da OMS, divulgado na carta de princípios de 7 de abril de 1948
(desde então o Dia Mundial da Saúde), implicando o reconhecimento do direito à
saúde e da obrigação do Estado na promoção e proteção da saúde, diz que “Saúde
é o estado do mais completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a au-
sência de enfermidade”. Este conceito refletia, de um lado, uma aspiração nascida
dos movimentos sociais do pós-guerra: o fim do colonialismo, a ascensão do socia-
lismo. Saúde deveria expressar o direito a uma vida plena, sem privações. Em uma

60
publicação de 2000, a Organização das Nações Unidas (ONU) reforça esse conceito,
apontando quatro condições mínimas para que um Estado assegure o direito à saú-
de ao seu povo: disponibilidade financeira, acessibilidade, aceitabilidade e qualidade
do serviço de saúde pública do país.
Um conceito útil para analisar os fatores que intervêm sobre a saúde, e sobre
os quais a saúde pública deve, por sua vez, intervir, é o de campo da saúde (heal-
th field), formulado em 1974 por Marc Lalonde, titular do Ministério da Saúde e do
Bem-estar do Canadá - país que aplicava o modelo médico inglês. De acordo com
esse conceito, o campo da saúde abrange:
. A biologia humana, que compreende a herança genética e os processos
biológicos inerentes à vida, incluindo os fatores de envelhecimento;
. O meio ambiente, que inclui o solo, a água, o ar, a moradia, o local de
trabalho;
. O estilo de vida, do qual resultam decisões que afetam a saúde: fumar ou
deixar de fumar, beber ou não, praticar ou não exercícios;
. A organização da assistência à saúde: a assistência médica, os serviços am-
bulatoriais e hospitalares e os medicamentos são as primeiras coisas em que muitas
pessoas pensam quando se fala em saúde. No entanto, esse é apenas um compo-
nente do campo da saúde, e não necessariamente o mais importante; às vezes, é
mais benéfico para a saúde ter água potável e alimentos saudáveis do que dispor de
medicamentos. É melhor evitar o fumo do que submeter-se a radiografias de pul-
mão todos os anos. É claro que essas coisas não são excludentes, mas a escassez de
recursos na área da saúde obriga, muitas vezes, a selecionar prioridades.
A amplitude do conceito da OMS (visível também no conceito canadense)
acarretou críticas, algumas de natureza técnica (a saúde seria algo ideal, inatingível;
a definição não pode ser usada como objetivo pelos serviços de saúde), outras de
natureza política, libertária: o conceito permitiria abusos por parte do Estado, que
interviria na vida dos cidadãos, sob o pretexto de promover a saúde. Em decorrência
da primeira objeção, surge o conceito de Christopher Boorse (1977): saúde é ausên-
cia de doença. A classificação dos seres humanos como saudáveis ou doentes seria
uma questão objetiva, relacionada ao grau de eficiência das funções biológicas, sem
necessidade de juízos de valor. Uma resposta a isto foi dada pela declaração final da
Conferência Internacional de Assistência Primária à Saúde realizada na cidade Alma-
-Ata (no atual Cazaquistão), em 1978, promovida pela OMS. A abrangência do tema
foi até certo ponto uma surpresa. A par de suas tarefas de caráter normativo - clas-
sificação internacional de doenças, elaboração de regulamentos internacionais de
saúde, de normas para a qualidade da água - a OMS havia desenvolvido programas
com a cooperação de países-membros, mas esses programas tinham tido como alvo
inicial duas doenças transmissíveis de grande prevalência: malária e varíola.
O combate à malária baseou-se no uso de um inseticida depois condenado,
o dicloro-difenil-tricloroetano (DDT), tendo êxito expressivo mas não duradouro. A
seguir foi desencadeado, já nos anos 60, o Programa de Erradicação da Varíola. A
varíola foi escolhida não tanto por sua importância como causa de morbidade e mor-
talidade, mas pela magnitude do problema (os casos chegavam a milhões) e pela
redutibilidade: a vacina tinha alta eficácia, e como a doença só se transmite de pes-
soa a pessoa, a existência de grande número de imunizados privaria o vírus de seu
hábitat. Foi o que aconteceu: oúltimo caso registrado de varíola ocorreu em 1977. A
erradicação de uma doença foi um fato inédito na história da Humanidade.
Quando se esperava que a OMS escolhesse outra doença transmissível para
alvo, a Organização ampliou consideravelmente seus objetivos, como resultado de
uma crescente demanda por maior desenvolvimento e progresso social. Eram anos

61
em que os países socialistas desempenhavam papel importante na Organização
- não por acaso, Alma-Ata ficava na ex-União Soviética. A Conferência enfatizou as
enormes desigualdades na situação de saúde entre países desenvolvidos e subde-
senvolvidos; destacou a responsabilidade governamental na provisão da saúde e a
importância da participação de pessoas e comunidades no planejamento e imple-
mentação dos cuidados à saúde. Trata-se de uma estratégia que se baseia nos se-
guintes pontos:
1) as ações de saúde devem ser práticas, exeqüíveis e socialmente aceitáveis;
2) devem estar ao alcance de todos, pessoas e famílias - portanto, disponíveis
em locais acessíveis
3) à comunidade;
4) a comunidade deve participar ativamente na implantação e na atuação do
sistema de saúde;
5) o custo dos serviços deve ser compatível com a situação econômica da
região e do país. Estruturados dessa forma, os serviços que prestam os cuidados pri-
mários de saúde representam a porta de entrada para o sistema de saúde, do qual
são, verdadeiramente, a base.
Conceito de Saúde sistema nacional de saúde, por sua vez, deve estar inteira-
mente integrado no processo de desenvolvimento social e econômico do país, pro-
cesso este do qual saúde é causa e conseqüência. Os cuidados primários de saúde,
adaptados às condições econômicas, socioculturais e políticas de uma região deve-
riam incluir pelo menos: educação em saúde, nutrição adequada, saneamento bá-
sico, cuidados materno-infantis, planejamento familiar, imunizações, prevenção e
controle de doenças endêmicas e de outros freqüentes agravos à saúde, provisão de
medicamentos essenciais. Deveria haver uma integração entre o setor de saúde e os
demais, como agricultura e indústria.
O conceito de cuidados primários de saúde tem conotações. É uma proposta
racionalizadora, mas é também uma proposta política; em vez da tecnologia sofisti-
cada oferecida por grandes corporações, propõe tecnologia simplificada, “de fundo
de quintal”. No lugar de grandes hospitais, ambulatórios; de especialistas, generalis-
tas; de um grande arsenal terapêutico, uma lista básica de medicamentos - enfim,
em vez da “mística do consumo”, uma ideologia da utilidade social. Ou seja, uma sé-
rie de juízos de valor, que os pragmáticos da área rejeitam. A pergunta é: como criar
uma política de saúde pública sem critérios sociais, sem juízos de valor?
Por causa disso, nossa Constituição Federal de 1988, artigo 196, evita discutir
o conceito de saúde, mas diz que: “A saúde é direito de todos e dever do Estado,
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco
de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e ser-
viços para a promoção, proteção e recuperação”. Este é o princípio que norteia o
SUS, Sistema Único de Saúde. E é o princípio que está colaborando para desenvolver
a dignidade aos brasileiros, como cidadãos e como seres humanos.

62
Exemplo de fatores que influenciam a Saúde:

Exemplo de fatores sociais que impactam na Saúde:


- Desigualdade social;
- Violência;
- Vulnerabilidade econômica;
- Redes sociais;

63
ENCONTRO 5 - CARACTERÍSTICAS DAS
PROFISSÕES DA ÁREA DE SAÚDE

. Baú das profissões (caixa contendo recortes com o nome da profissão e a des-
crição desta profissão).
. Recortes contendo os nomes das profissões da área da Saúde;
. Recortes contendo as descrições das profissões indicadas (Veja o material de
apoio para este ENCONTRO).

ATENÇÃO: Cada recorte com o nome da profissão colocado no baú deve conter um
outro recorte contendo sua respectiva descrição.
Exemplo:

64
. Apresentar o Baú das Profissões aos alunos explicando que neste baú estão
contidas várias profissões e a descrição da função exercida por cada uma delas;
. Solicitar que os alunos retirem um papel do baú que poderá ser uma profis-
são ou a descrição;
. Depois que todos os estudantes tiverem retirado os papéis do baú, o professor
irá pedir a um aluno, que retirou uma descrição de uma profissão, que leia essa des-
crição em voz alta para que todos ouçam e assim, o estudante que estiver o recorte da
profissão descrita deverá dizer o nome da mesma; Eu sou um …
. Prosseguir desta forma até que todas as profissões tenham encontrado sua
descrição.
. Faça uma votação na turma para eleger a(s) profissão(ões) que os estudantes
mais se identificaram. Questione o porquê do interesse nessas profissões.
. Após essa apresentação o professor deve levantar questionamentos para co-
nhecer a presença dessas profissões na comunidade, exemplo:

Todas essas profissões são percebidas na sua comunidade? Quais os prejuízos


a comunidade sofre pela ausência desse profissional?

CONCEITO DE SAÚDE

Descrição das profissões relacionadas à área de Saúde:

. MÉDICO(A)
O médico é o profissional que busca diagnosticar, tratar e curar pessoas doen-
tes. Ele pode ser generalista, ou seja, atender todos os tipos de encaminhamentos da
área médica, ou especializado em alguma atividade ou função específica. Para aten-
der seus pacientes, o médico pode indicar tratamentos à base de remédios, reali-
zar procedimentos cirúrgicos e solicitar exames de saúde para melhor diagnóstico ou
acompanhamento da evolução do paciente.

. ENFERMEIRO(A)
Funções: O enfermeiro é o profissional da saúde responsável pelo atendi-
mento mais direto e próximo ao paciente. Realiza exames, aplica injeções, administra
remédios prescritos, faz curativos e a triagem de casos, organiza prontuários, zela pela
organização e limpeza do ambiente hospitalar, separa instrumentos cirúrgicos e co-
ordena equipes. É importante lembrar que o enfermeiro não é um auxiliar do médico.
Seu trabalho é atuar em conjunto com os demais profissionais da saúde, muitas vezes
como líder, para o bem-estar do paciente. As funções são integradas, porém indepen-
dentes. Os técnicos e auxiliares de enfermagem só podem atuar em determinados
casos e sob a supervisão de um enfermeiro.

. TÉCNICO DE ENFERMAGEM
Funções: O técnico de Enfermagem tem um papel fundamental na opera-
ção de uma unidade de saúde, atuando diretamente no atendimento aos pacientes,
em funções básicas de prevenção e manutenção da saúde. Trata-se do profissional
que ajuda a equipe de Enfermagem em diversas atividades, como prestar assistência
a pacientes, atuar no controle e prevenção de doenças, oferecer apoio ao enfermeiro,

65
ajudar a planejar atividades da área e controlar o risco de infecção hospitalar. A prin-
cipal atribuição do técnico de Enfermagem, contudo, é auxiliar os enfermeiros no
cuidado dos pacientes.

. PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO FÍSICA


Funções: Através do ensino e prática de atividades corporais, o profissional
de Educação Física, denominado de educador físico, possui atuação direta com
a saúde e a qualidade de vida das pessoas. O profissional formado em Educação Física
está apto ao trabalho educativo, tanto para os alunos do ensino fundamental e médio,
quanto para lecionar em instituições de ensino superior. O curso de bacharelado habi-
lita o profissional ao trabalho em diversas áreas: hospitais, postos de saúde, empresas,
clínicas e redes hoteleiras. Por outro lado, o diploma de licenciatura é necessário para
lecionar em escolas. Nesse sentido, ao ingressar no curso, o estudante deverá optar
pelo grau de ensino que atenda sua expectativa profissional. Em nível de licenciatura,
o educador físico encontrará espaço em escolas e meios relacionados ao ensino. Já em
bacharelado, o mercado profissional da área será ampliado para diversos setores que
demandam a presença do profissional, como: academias, esportes, pesquisa, ginásti-
ca, entre outras possibilidades.

. FARMACÊUTICO
Funções: O farmacêutico é um profissional da área da saúde. Essa profissão
foi evoluindo ao longo dos séculos, substituindo os antigos boticários, que vendiam e
produziam medicamentos a partir de ativos naturais. Atualmente, o farmacêutico
desenvolve remédios a partir, principalmente, de componentes sintéticos. O farma-
cêutico é um profissional perito no uso de medicamentos e fármacos, bem como
em suas consequências no organismo humano ou animal. Ele trabalha no desenvol-
vimento, produção, análise, manipulação e dispensação de remédios, fármacos e me-
dicamentos.

. FISIOTERAPEUTA
Funções: O fisioterapeuta estuda, diagnostica, previne e trata os distúrbios
cinético-funcionais do corpo humano, ou seja, as alterações de órgãos e sistemas hu-
manos que prejudicam a sua biomecânica, como os movimentos. Assim sendo, o fi-
sioterapeuta é o profissional da área da saúde que irá executar métodos e técnicas
médicas e fisioterapicas, a fim de restaurar a capacidade física do paciente, devolven-
do-lhe os movimentos e sensações perdidos. Entre os procedimentos, o fisiotera-
peuta pode recomendar ao paciente atividades como massagem, ginástica e o uso
de equipamentos especiais. Normalmente, o fisioterapeuta atende pacientes com
problemas físicos resultantes de acidentes, falhas na postura e até malformação ge-
nética. Costuma atender pacientes como idosos, crianças, gestantes, atletas, pessoas
com deficiência ou que sofreram alguma lesão ou têm dores crônicas no corpo.

. FONOAUDIÓLOGO
Funções: O fonoaudiólogo é um profissional da área da Saúde que atua prin-
cipalmente nos aspectos biológicos que impactam a comunicação humana e a arti-
culação da linguagem. Assim, ele atua no diagnóstico, na avaliação e no tratamento
de problemas relacionados à fala, à audição, à respiração, à mastigação, à deglutição,
ou no aprimoramento dessas capacidades. O fonoaudiólogo pode atender pessoas
com todos os tipos de necessidades: atores, locutores e cantores, bebês e crianças
desenvolvendo a fala, idosos com dificuldades de comunicação, pessoas com trans-
tornos de deglutição, pessoas em tratamento de reabilitação de qualquer tipo, entre

66
outros. Por conta da abrangência de atuação, o profissional atende a diversas faixas
etárias, o que envolve, crianças, adultos e idosos.

. NUTRICIONISTA
Funções: O nutricionista é o profissional da saúde que estuda os alimentos
e seus efeitos no organismo humano. Ele preza pela qualidade da alimentação das
pessoas, individualmente ou em grupo, indicando quais alimentos podem ser con-
sumidos para garantir uma alimentação saudável, nutritiva e equilibrada. Um nutri-
cionista está sempre preocupado com a segurança alimentar. Para isso, ele conhece
a composição dos alimentos e está apto a elaborar um planejamento alimentar de
modo a suprir a necessidade de nutrientes de cada paciente e a prescrever uma dieta
que contribuirá para a saúde e o bem-estar do indivíduo, ao realizar um diagnóstico
nutricional do paciente e considerar o seu estilo de vida.

. PSICÓLOGO
Funções: De forma resumida, assim como um médico cuida da saúde do cor-
po, o psicólogo cuida da saúde da mente das pessoas. Ele é o profissional responsá-
vel por estudar, analisar, identificar e tratar as questões internas de um indivíduo, que
refletem em seu comportamento. O psicólogo, a partir de análises, identifica traumas,
medos e receios pessoais que podem prejudicar o indivíduo, acarretando uma vida
frustrada. Ou seja, o psicólogo ajuda o paciente a superar situações difíceis ou proble-
máticas em sua vida. O psicólogo aplica métodos científicos para compreender a psi-
que humana, buscando entender, por meio de modelos comportamentais, as ações
e sentimentos do paciente, atuando também no tratamento e prevenção de doenças
mentais e para a melhoria da qualidade de vida.

. TERAPEUTA OCUPACIONAL
Funções: Aquele que trata pessoas com problemas cognitivos, afetivos e psi-
comotores. Longevidade da população tende a aumentar demanda por profissionais
que atuem na área O terapeuta ocupacional auxilia na reabilitação de pessoas com
limitações físicas ou psicológicas que as impeçam de viver uma vida normal e reali-
zar tarefas cotidianas. Esse profissional pode atuar com pessoas que tenham proble-
mas cognitivos, afetivos, psicomotores, entre outros, sejam eles oriundos de distúrbios
genéticos ou adquiridos após alguma situação traumática ou doença. O trabalho do
terapeuta ocupacional costuma ser iniciado com um paciente novo após indicação
médica específica e pode envolver pessoas de todas as faixas etárias.

. SANITARISTA/ SAÚDE COLETIVA


Funções: A formação em Saúde Coletiva, ou sanitarista, como é conhecido
o trabalhador da área, foi criada para habilitar profissionais para atuarem no atendi-
mento das demandas do Sistema Único de Saúde (SUS). Tal profissional está capacita-
do para ser elemento de melhoria das condições sanitárias das regiões em que atua,
orientando e conduzindo procedimentos corretos para a boa saúde da população. A
medicina tradicional cuida do indivíduo, enquanto a Saúde Coletiva é mais ampla:
previne doenças implantando projetos conforme a cultura e as necessidades locais.
age no planejamento e gestão de políticas públicas voltadas à saúde, epidemiologia
social e clássica, e atua nas ciências sociais humanas de forma global.

. AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE


Funções: O Agente de Saúde ou Agente Comunitário de Saúde (ACS),
profissional que integra a equipe de atenção básica à saúde, atua no desenvolvimento

67
de ações para promoção da saúde e prevenção de doenças. O Agente Comunitário
possui atuação em ações educativas de saúde, junto à população, com o seu atendi-
mento em casas, bairros e comunidades.a utilização de instrumentos para diagnósti-
co demográfico e sociocultural;
- o detalhamento das visitas domiciliares, com coleta e registro de dados re-
lativos a suas atribuições, para fim exclusivo de controle e planejamento das ações de
saúde;
- a mobilização da comunidade e o estímulo à participação nas políticas públi-
cas voltadas para as áreas de saúde e socioeducacional;
- a realização de visitas domiciliares regulares e periódicas para acolhimento e
acompanhamento
- o acompanhamento de condicionalidades de programas sociais, em parceria
com os Centros de Referência de Assistência Social (Cras).

. ACUPUNTURISTA
O profissional acupunturista, é um terapeuta com conhecimento em Medicina
Tradicional Chinesa que utiliza agulhas em pontos específicos, o que chamamos de
“pontos da acupuntura” para diversos tratamentos com agulhas.

. AGENTES DE LIMPEZA
Funções: O agente de limpeza, apesar de ser uma profissão que não com-
põe a área de saúde, a mesma é diretamente ligada à manutenção da saúde das pes-
soas, este profissional age na higienização e na conservação de ambientes comerciais
e organizacionais. Ele realiza a varrição do chão e de carpetes, lavagem de vidraças,
remoção de lixo, limpeza de banheiros, salas, quintal e áreas de convivência. Mantém
móveis e objetos limpos e repõem os materiais de limpeza. Todas as funções relacio-
nadas à higiene do ambiente de trabalho estão atreladas ao auxiliar de limpeza.

68
2 IFI CIÊNCIAS HUMANAS
E LINGUAGENS

69
ENCONTRO 1 - APRESENTANDO O
ITINERÁRIO FORMATIVO DE CIÊNCIAS
HUMANAS E LINGUAGENS

DURAÇÃO PREVISTA: OBJETOS:


1 aula
de 50 minutos.

OBJETIVOS CORRELATOS
Áreas do conhecimento envol-
vidas no IF;
Componentes curriculares
enfoques do IF;
A proposta do IF CHL no Docu-
Texto, TV ou Data Show.
mento Curricular do Território
Maranhense (DCTMA).

Youtube

Exibição do vídeo: Viver Ciência - Língua, Cultura e Sociedade;


Link de acesso: https://youtu.be/rtHs4iEy3ZA

Youtube

Exibição do vídeo: Nascimento da Civilização: As Primeiras Formas Humanas


de Organização Social (duração: 6min16);
Link de acesso: https://www.youtube.com/watch?v=-9ADJWNYXSU

1º Momento:
O/a professor/a deve orientar os/as estudantes a anotarem em seus cadernos
as informações apresentadas pelos vídeos que não conheciam; após a exibição dos
vídeos, fomentar a discussão a partir de questões norteadoras, tais como: como a lin-
guagem caracteriza uma cultura e uma sociedade, como é possível conhecer uma so-
ciedade que já não existe mais, indagar a importância de conhecermos a nossa língua
e outras além desta, perguntar aos estudantes as principais diferenças nas moradias
de nossos antepassados e como elas são atualmente; quais eram os hábitos alimen-
tares antigamente e como são hoje? Qual a relação que os homens tinham com o

70
espaço antes do surgimento das cidades e qual eles possuem agora? Quais modifica-
ções ocorreram na vida urbana? Espera-se que os alunos possam identificar como o
domínio da natureza pelo ser humano, a criação de técnicas e tecnologias impactou e
transformou a paisagem natural, mas também afetou a própria sociabilidade humana
e suas formas de interação social.

2º Momento:
O/a professor/a deve apresentar aos estudantes quais as áreas integradas ao
Itinerário formativo de Ciências Humanas e Linguagens, bem como os componentes
curriculares enfoques deste IF, para que a turma consiga se situar para posteriormen-
te ter clareza sobre qual itinerário formativo deverá cursar para aprofundar seus co-
nhecimentos e apoiar seu projeto de vida e carreira profissional.
Deixar fixado em uma área comum da escola ou da turma, as informações so-
bre o Itinerário Formativo em Saúde.

IF CIÊNCIAS DA SAÚDE

ÁREAS INTEGRADAS
HUMANAS E LINGUAGENS

COMPONENTES CURRICULARES ENFOQUES DO ITINERÁRIO


SOCIOLOGIA, FILOSOFIA, HISTÓRIA, GEOGRAFIA, LÍNGUA POR-
TUGUESA, LÍNGUA ESTRANGEIRA (INGLÊS E ESPANHOL), ARTE
E EDUCAÇÃO FÍSICA

Os conhecimentos das áreas de Ciências Humanas e Linguagens são primor-


diais para a compreensão do desenvolvimento do indivíduo e suas relações sociais na
sociedade, na interação com os demais indivíduos e com as instituições sociais, na
medida em que estuda e analisa o caráter social, econômico, político e cultural do ser
humano, desde o ato de se comunicar, expressar, sentir, criar e modificar a natureza.
Segundo o Documento Curricular do Território Maranhense (DCTMA), o itine-
rário CHL se insere na “[...] perspectiva de que os indivíduos são seres sociais e que,
portanto, são capazes de produzir cultura, de expressar seus sentimentos e ideias, de
criar e transformar a natureza por meio de códigos, símbolos e de suas relações sociais
[...] (p. 128)”.
A comunicação é o ponto de interlocução entre as áreas que integram esse iti-
nerário, tendo em que vista que, por meio dela, os diversos grupos sociais manifestam
suas práticas sociais, discursivas e simbólicas. A partir do desenvolvimento das habili-
dades de leitura, interpretação, mobilização de diferentes linguagens (textuais, imagé-
ticas, artísticas, gestuais, digitais, tecnológicas, gráficas, cartográficas etc.), espera-se
fomentar uma formação crítica, possibilitando aos estudantes identificar e analisar as
relações estabelecidas entre a sociedade e a natureza, os impactos gerados pela ação
humana, as relações de poder e interesses em disputa que atravessam as conjunturas

71
sociais, econômicas, políticas e culturais.
Diante do que foi exposto, pode-se resumir a proposta do IF CHL da seguinte
forma, tal como preconiza o DCTMA (2022, p. 131):
Portanto, pode-se dizer que o itinerário formativo integrado Humanas e Lin-
guagens, com essa abordagem interdisciplinar e transdisciplinar, conseguirá atender
às necessidades das juventudes maranhenses, para que cada jovem possa realizar o
seu projeto de vida com autonomia, criticidade, empatia, para o exercício da cidadania
e para construção de uma sociedade sustentável.

ENCONTRO 2 - APRESENTANDO O
ITINERÁRIO FORMATIVO DE CIÊNCIAS
HUMANAS E LINGUAGENS

A articulação com os Temas Contemporâneos Transversais


(TCT´S) da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Os temas contemporâneos transversais da BNCC estão dispostos em 6 macro


áreas temáticas (meio ambiente, economia, saúde, cidadania e civismo, multicultu-
ralismo, ciência e tecnologia) que podem ser articuladas de forma intradisciplinar, in-
terdisciplinar ou transdisciplinar, com vistas a garantir aos estudantes os direitos de
aprendizagem, a partir de uma formação plena para o trabalho, para a cidadania e
para a democracia.
Embora as competências e habilidades das áreas de humanas e linguagens
possam ser trabalhadas transversalmente em todos os TCT´S, as macro áreas de Mul-
ticulturalismo, Cidadania e Civismo se destacam por trazer temas que são proeminen-
tes para discussão dos objetos de conhecimento neste itinerário formativo.
A partir de práticas contextualizadas, problematização da realidade e uma abor-
dagem integradora, é possível demonstrar como as habilidades das áreas de Ciências
Humanas e Linguagens estão entrelaçadas na discussão sobre responsabilidade so-
cial e cidadania, civismo, mobilização social, direitos e deveres fundamentais.

72
Tendo a historicidade da organização humana e sua produção social, cultural e
artística como fio condutor, sugere-se apresentar o elemento cultural como diferen-
cial do ser humano enquanto ser social e cultural dos demais seres vivos, e como sua
produção material e os processos simbólicos a ela relacionados constituem o desen-
volvimento das sociedades de forma diversa e plural, ao longo da história da
humanidade.

73
ENCONTRO 3 - MULTICULTURALISMO
E DIVERSIDADE CULTURAL

74
1º Momento:
Apresentar para a turma a música de O Rappa - Homem Amarelo, que trata da
miscigenação e diversidade cultural presente na paisagem urbana do Rio de Janeiro,
que é o contexto de criação da canção.

O Homem Amarelo do Samba do Morro / O Hip Hop


do Santa Marta / Agarrar o louro na descida da ladeira
/ Malandro da baixada em terra estrangeira / A salsa
cubana do negro oriental / Já é ouvida na central

2º Momento:
Organizar roda de discussão com a turma. Inicialmente perguntar aos estudan-
tes o que mais chamou atenção na letra da música, e quais os elementos presentes na
música denotam a materialização da diversidade étnica e cultural; em seguida pedir
que eles citem exemplos dessa diversidade presente no seu cotidiano e convívio so-
cial. Durante a fala dos/as estudantes, introduzir os conceitos de alteridade e multicul-
turalismo.

3º Momento:
Proposta que os estudantes possam discutir sobre como a diversidade cultural
se materializa no dia-a-dia e, em seguida, criar um painel composto de colagens, de-
senhos, imagens, objetos que representem a diversidade étnico-racial brasileira, prio-
rizando a diversidade cultural observada em seu cotidiano.

ENCONTRO 4 - MULTICULTURALISMO
E DIVERSIDADE CULTURAL

75
1º Momento:
Apresentar para a turma uma segunda música - Olhos coloridos, de Sandra de
Sá, e distribuir a letra da música para leitura. Esta composição é fruto de ironia sobre o
preconceito sofrido pelo compositor (Macau), que a compôs na década de 1970, após
ser preso injustamente pela Polícia Militar do Rio de Janeiro em uma exposição de
escolas públicas no Estádio de Remo da Lagoa.

E não posso mais fugir / Meu cabelo enrolado / Todos


querem imitar / Eles estão baratinados / Também que-
rem enrolar / Você ri da minha roupa / Você ri do meu
cabelo / Você ri da minha pele / Você ri do meu sorriso
/ A verdade é que você / Tem sangue crioulo / Tem ca-
belo duro / Sarará crioulo / Sarará crioulo

2º Momento:
Para iniciar a reflexão, sugere-se que o/a professor/a indague os/as estudantes o
que significa “ter sangue crioulo”, e a partir das respostas, introduzir a discussão sobre
diversidade étnica e miscigenação no Brasil.

EXERCENDO O
PROTAGONISMO ESTUDANTIL

Eixo Processo Criativto


Proposta de atividade de pesquisa em grupos: Os estu-
dantes irão realizar uma pesquisa sobre quais os cursos
vinculados ao itinerário formativo de Ciências Humanas e Linguagens, contribuem
para as temáticas listadas abaixo:

76
Vídeo aula sobre raça e etnia no contexto brasi-
leiro – Brasil Escola
https://www.youtube.com/watch?v=9Lpq7efqMW4&featu-
re=emb_logo

Vídeo aula sobre população brasileira


https://www.youtube.com/watch?v=9CDtMsfkAuY

Diversidade étnico-racial – Rede Anísio Teixeira


https://www.youtube.com/watch?v=_S7BGkp2cSw

ENCONTRO 5 - CARACTERÍSTICAS DAS


PROFISSÕES DAS ÁREAS DE HUMANAS
E LINGUAGENS

Baú das profissões (caixa contendo recortes com o nome da profissão e a des-
crição desta profissão).
Recortes contendo os nomes das profissões da área da Saúde;
Recortes contendo as descrições das profissões indicadas (Veja o material de
apoio para este ENCONTRO).

77
ATENÇÃO: Cada recorte com o nome da profissão colocado no baú deve conter um
outro recorte contendo sua respectiva descrição.

Exemplo:

Apresentar o Baú das Profissões aos alunos explicando que neste baú
estão contidas várias profissões e suas ocupações;
Solicitar que os alunos retirem um papel do baú que poderá ser uma
profissão ou uma ocupação;
Depois que todos os estudantes tiverem retirados os papéis do baú, o
professor irá pedir a um aluno que leia a profissão que retirou e os outros estu-
dantes deverão ler se no seu papel está escrita sua ocupação; Eu sou um …
O aluno que estiver com a ocupação correspondente deverá se manifestar e
fazer a leitura para turma; Minha ocupação é…
Prosseguir desta forma até que todas as profissões tenham encontrado
sua ocupação.
Faça uma votação na turma para eleger a(s) profissão(ões) que os estu-
dantes mais se identificaram. Questione o porquê do interesse nessas profis-
sões.
Após essa apresentação o professor deve levantar questionamentos para
conhecer a presença dessas profissões na comunidade, exemplo:
Todas essas profissões são percebidas na sua comunidade? Quais os pre-
juízos a comunidade sofre pela ausência desse profissional?

78
EXERCENDO O
PROTAGONISMO ESTUDANTIL

Eixo Processo Criativto


O professor irá distribuir os estudantes em 5 equipes. Cada
equipe escolherá uma profissão dentro da área de huma-
nas e linguagens para fazer seu poema ou sua música e posteriormente apresentar
para a turma.

Ocupações de algumas profissões relacionadas à área de humanas e


linguagem:

79
80
81

Você também pode gostar