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EM REGIME DE TELETRABALHO
RESUMO
ABSTRACT
The present work aims at the delimitation of the limits of the directive power over the
employee in telework, considering that to the present day, there is little legislated
matter about this regime,and several existing gapsare,givingroom, however, to the
abuse of the directive power. Therefore, the analysis of these limits is relevant in
order to protect the fundamental rights and guarantees of the employee, which is the
central objective of this scientific article. To thisend, it was necessary to present the
employer's powers, as well as the description of the telework regime and the
fundamental rights of the employee in this scheme, and to the end, the presentation
of the limits of the employer's governing power, namely: the employee's personality
rights, labor legislation, collective agreements and agreements, and contractual
clauses. Finally,it isconcludedthat the disrespect on the part of the employer of the
limits of his power, and of his representatives, characterizes the abuse of rights,
generating the employee the right to claim compensation for existential or moral
damages. For this, a deductive method was used, based on research in other
Brazilian scientific articles and doctrines related to the theme, and legal provisions
were also used in relation to bibliographic research.
1 INTRODUÇÃO
2 O REGIME DE TELETRABALHO
este um direito indisponível pelas partes, sendo assim, conforme a própria redação
do artigo, em qualquer trabalho contínuo, o empregado, mesmo que em regime de
teletrabalho, tem direito a fruição deste intervalo, com total desvinculação de suas
atividades laborais, a depender de uma análise de sua carga horária de trabalho
diária, seguindo as mesmas regras do artigo acima citado.
O controle de jornada de trabalho e a fruição diária do intervalo intrajornada
pelo empregado, se dão em respeito a preservação do direito à desconexão do
trabalho, termo trazido pelo doutrinador Jorge Luiz Souto Maior (2003, p. 296-313),
conforme cita-se:
acidente de trabalho para efeitos legais, diferente dos casos em que o empregado
sofre um acidente doméstico, sem qualquer relação com as suas atividades laborais.
Portanto, estas medidas são adotadas de modo preventivo, permanecendo a
responsabilidade do empregador sobre seu empregado.
No tocante ao descanso anual devido, a fruição das férias relaciona-se
também ao direito à desconexão, em seu artigo 6º, a Constituição Federal garante
ao empregado, o direito ao descanso e ao lazer, sendo assim, como para todos os
empregados, qualquer que seja seu regime de trabalho, as férias anuais são
asseguradas, nos moldes do capítulo IV da CLT.
Devidamente fruído o período de 12 meses, à data em que o empregado tiver
o direito adquirido, poderá ser concedido as suas férias, as quais poderão ser
usufruídas em até três períodos, conforme disposto no artigo 134, §1º da CLT,
sendo pago ao empregado o salário das férias acrescido do adicional de 1/3
constitucional, a serem pagos até dois dias antes do início das férias.
Por fim, no que diz respeito a proteção de dados pessoais do empregado, a
Lei Geral de Proteção de Dados, que entrou em vigor no mês de setembro de 2020,
com a finalidade de proteção de dados pessoais envolvendo direitos fundamentais
de liberdade e de privacidade de pessoas físicas ou jurídicas, não trouxe matéria
específica legislada acerca de matéria trabalhista, porém, ao se interpretar a LGPD,
essa é aplicada também no âmbito trabalhista.
A responsabilidade civil sobre os dados pessoais de seus empregados é do
empregador, com exceção daquelas compartilhadas com terceiro, como exemplo os
planos de saúde, odontológicos, empresas de seguro de vida etc.
Em regra, a empresa é quem possui a responsabilidade pelo armazenamento
sigiloso dos dados de seus funcionários, tendo o dever de proteger e guardar estas
informações, sendo assim, para evitar qualquer risco de ser penalizado, este deve
agir de forma cautelosa, sempre seguindo os padrões legais.
Sendo o empregado pessoa física, insere-se na regra geral da LGPD, sendo
garantido a proteção e preservação de seus dados pessoais, o qual é titular,
conforme dispõe o artigo 5º, V da referida lei.
A aplicação da LGPD se vê fundamental nas relações trabalhistas tendo em
vista a eventual necessidade, por determinação legal, do empregador compartilhar
dados de seu empregado com terceiros.
Vale destacar que, tudo que envolve os dados do empregado deve haver seu
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consentimento.
O empregado que labora remotamente, está mais suscetível a sofrer de
vazamento de dados até mesmo por ataques hackers, neste caso, cabe ao
empregador orientar seus funcionários acerca destes riscos.
Diante do exposto, ao empregado será devido apenas o fornecimento
daqueles dados necessários e suficientes para a relação contratual, devendo o
empregador, na posse destes dados, o manterem em sigilo.
Por fim, conclui-se que, o empregado é amparado pela nova Lei Geral de
Proteção de Dados.
3 OS PODERES DO EMPREGADOR
empregados, não pode o dirigente visar apenas o cunho econômico, e sim deve
priorizar o bem-estar e qualidade de vida dentro do ambiente laboral.
Por fim, o poder disciplinar, que nas palavras de Nascimento (2009, p. 74), é
aquele que age diretamente na manutenção e ordem da empresa e do bom
ambiente de trabalho, este poder é responsável por atuar de maneira preventiva e
repressiva acerca de faltas cometidas pelo empregado, cabendo ao empregador a
aplicação de sanções disciplinares.
Não há dúvidas que a intensificação deste regime nos ultimos tempos trouxe
uma sequência de dificuldades e obstáculos para as partes envolvidas.
Dessarte, esta flexibilização dos contratos de trabalho, de certa forma limita
as proteções e garantias do empregado, diante disto, visando uma relação
contratual harmônica e equilibrada, prezando pela qualidade de vida junto a uma
boa produtividade do empregado, há a necessidade de um aprofundamento teórico
a fim de limitar o poder de comando do empregador e evitando por seguinte, o
abuso deste poder.
Diante do exposto, em cima de diversas pesquisas e uma análise detalhada
acerca da prática do teletrabalho e os limites do poder diretivo, constatou-se como
quatro os maiores limitadores deste poder, quais sejam: os direitos de personalidade
do empregado, a legislação trabalhista, os acordos e convenções coletivas e as
cláusulas contratuiais.
Por fim, destaca-se que, o desrespeito pelo empregador, dos direitos dos
trabalhadores em geral, configura ofensa à dignidade humana, consequentemente,
cabe a ele a responsabilização por indenizar os danos causados.
Em seguida, a intimidade e a vida privada, são direitos de personalidade
expostos no artigo 5º, inciso X, da Constituição Federal, a qual dispõe que são
invioláveis a intimidade, a vida privada.
Apesar da proximidade desses direitos, estes devem ser interpretados de
maneira individual.
Em sentido amplo, o direito a proteção da intimidade e vida privada abrangem
todo o acesso ou divulgação de informações e dados quanto a vida pessoal e intíma
do empregado, incluindo a esfera familiar, bem como, convicções suas políticas e
religiosas.
A CF trouxe o direito a privacidade como gênero, sendo umas de suas
espécies os direitos a intimidade e a vida privada, e embora sejam considerados
direitos absolutos, estes são grandes limitadores do poder diretivo.
A honra e a imagem também são direitos de personalidade positivados pelo
artigo 5º, inciso X, da Constituição Federal (BRASIL, 1998), o qual garante que são
invioláveis a honra e a imagem das pessoas.
A violação aos direitos a honra e imagem do empregado configuram o
desrespeito ao limite do poder diretivo, uma vez que estes direitos são fundamentais
e assegurados pela Constituição Federal. Ou seja, independente se no âmbito
trabalhista ou não, a violação de um direito fundamental acarreta em consequências
para quem o comete.
Por fim, o fato de a CLT não conter uma regulamentação completa acerca do
teletrabalho, muitos dos deveres e obrigações do contrato de trabalho em regime
remoto, fica sob a delimitadação do empregador, através do exercício de seu poder
regulamentar, por meio de negociações individuais.
A Consolidação das Leis do Trabalho (BRASIL, 1943) trouxe em seu artigo
444, a seguinte disposição:
4.5 CONSEQUÊNCIAS
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. 5 ed. São Paulo: Ltr,
2009.
CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. 11. ed. São Paulo: Método, 2015.
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 18. ed. São Paulo:
LTr, março 2019.
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho. 20. ed. São Paulo:
Saraiva, 2005.