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CASOS PRÁTICOS DIREITO COMERCIAL I – TURMA B

Ano letivo 2022/2023


Negócios sobre a empresa e o estabelecimento

CASO PRÁTICO N.º 3

Rui efetuou um contrato de arrendamento com Beatriz e Carlos de um espaço no qual


instalou um restaurante, denominado “Sabor Apetitoso” em 1996.

O espaço nunca tinha antes sido usado, pelo que Rui teve de comprar e pagar todos os
móveis e equipamentos necessários ao funcionamento do seu restaurante, ou pelo menos
Rui assim conta.

Em 2004, Rui, decidiu passar o negócio ao seu irmão, Diogo. Para o efeito, contactou Beatriz
e Carlos para saber se nada tinham a opor e estes comunicaram-lhe que se opunham
perentoriamente, por terem ouvido em praça pública que o seu irmão era “um vigarista do
pior!”.

Perante esta recusa, Rui continuou a servir refeições, tendo acabado por melhorar o seu
serviço ao nível de anunciar o seu estabelecimento como “o melhor restaurante do
universo!”.

Dois anos mais tarde (2006), porém, um seu cliente de longa data, Emílio, disse-lhe “a Beatriz
e o Carlos adoram-me! Se quiseres, eu assumo o negócio!”. Dito isto, logo ali chegaram a um acordo
quanto ao preço, momento de transmissão, entre outros aspetos do acordo, apertaram as
mãos e concluíram o negócio.

Filipa, filha de Rui, zangou-se com o pai, visto que queria ficar com o restaurante, porque
tinha planos para expandir o negócio. Rui, não querendo desiludir a filha, disse-lhe:
«Abriremos um novo restaurante, melhor, e em tudo semelhante a dois “passos” daquele: vamos chamar-lhe
Novo Sabor Apetitoso e diremos, que sim esse, é “o melhor restaurante do universo”!».

1. Perante o primeiro acordo de Rui com o seu irmão, Beatriz e Carlos pretendiam reagir.
Segundo estas, o contrato celebrado não era de arrendamento, mas de “cessão de
exploração”. Para tanto estas argumentaram que foram estes que adquiriram o mobiliário e
equipamento, não tendo Rui comprado estes produtos para o restaurante. Não existiam,
porém, empregados e clientela. Quid iuris?
2. Desconsidere a pergunta anterior: Seria necessário Rui obter o consentimento dos
senhorios para transmitir a sua posição a Diogo? E como é que os senhorios se poderiam
proteger face à perspectiva de ter um “vigarista” como arrendatário?

3. O que transmitiu Rui a Emílio?

4. Emílio está furioso com a traição de Rui ao ajudar a filha a abrir o Novo Sabor Apetitoso
ali tão perto. O que pode fazer?

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