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Rua Alexandre Herculano / Cidade Alta

Tel. 923 561 125 / 913 287 599


E-mail: sapiangelo@gmail.com
Huambo - Angola

Ao
Meritíssimo Sr. Dr. Juiz de Direito da
Sala do Cível e Administrativo do
Tribunal Provincial do Huambo

== H U A M B O ==

Processo n.º 202/2020-E

Adelaide Dionísia Evaristo, A. e com mais sinais de identificação nos autos.

Vem, nos termos dos artigos 502.º e ss., todos do CPC, apresentar com fundamento de
facto e de razão a sua Réplica nos seguintes termos:

1.º

A contestação apresentada pelos RR. Helena Jamba Cachingui Tchipilica e Adriano


Valentino Tchipilica não é real, pois há uma desconformidade entre o exposto por ele e
o discutido aqui em tribunal em sede do processo 82/20-C.

2.º

Os RR, ao mencionarem na alínea b) da sua impugnação que houve uma intenção


maléfica da A e o sr Tomás António estão equivocados, pois pertencem o talhão 402 e
408 a A, fruto de um acordo entre as partes, mas os RR, depois de um tempo se
negaram em aceitar se imiscuindo assim na parcela que não lhes pertece.

3.º

Quanto a alínea c) o comprovativo está sim em nome de uma pessoa diferente do


senhor Tomás António, mas o endereço bancário foi dado por ele para efectuar a
respectiva transferência não constituindo problema algum, podendo o senhor Tomas
confirmar.
4.º

Quanto a alínea d) a A. Foi sim esbulhada pelo filho dos RR, que no momento arrogou-
se dono do prédio rústico. A confirmação da existência no espaço de areia e pedras, não
cabouco como afirmam os RR, não significa que eram deles, pois foi-lhe garantida pelo
senhor Tomás que não tinha problema algum e que aqueles inertes foram depositados
ali por engano, não tendo o mesmo prédio possuidor nem proprietário.

5.º

Não é de todo verdade o que consta no articulado 2º, pois houve sim acordo entre as
partes, embora não reduzido a escrito, o que faz os nossos RR agirem de má fé dando o
dito por não dito e não houve nenhuma orientação por parte da Dona Manuela Costa,
pois em sede do processo nº82/20-C ouvida como testemunha declarou que tinham sido
proibidas as construções pois havia um embargo feito pela administração.

6.º

É de tanto incompreensível, o postulado no artigo 3º da contestação na medida em que


os RR sabem que desde sempre pertenceu a eles a parcela 401 e que por forca do
desaparecimento da mesma no âmbito de construção de estradas, entenderam lutar o que
não lhes pertencia invadindo a posse da A.

7.º

É totalmente contraverdade o postulado no artigo 4º da contestação. Pois os RR entram


em contradição com a alínea d) da impugnação apresentada na sua contestação.

8.º

O postulado nos artigos 6, 7º, 8º, 9ºº, 10, e 11º já foram discutidos em sede do processo
nº 82/20-C e o senhor Tomás declarou dizendo que o terreno pertencia a A. e a Dona
Manuela Costa referiu que as parcelas já tinham sido divididas e que essa confusão só
existe em função dos conflitos existentes entre os Srs. Tomás António e Canto dos Céus
Meritíssima, esse assunto já discorreu muita tinta aqui entre nós e esperamos que seja
feita justiça dando razão a quem realmente merece.

DO DIREITO

A Prova testemunhal constitui ainda hoje a rainha das provas, costuma-se dizer que sem
testemunhas não há provas, não queremos com isso dizer que descartamos a prova
documental ou que ela seja menos importante para o processo, mas que passemos a dar
um pouco mais de atenção as testemunhas pois elas falam mais que os documentos aqui
arrolados.
10.º

E por outra, gostaríamos de chamar aqui a figura do valor extra processual da prova,
invocando assim as provas produzidas em sede do processo 82/20-C para este processo
art. 522º do CPC. O valor extra processual ou prova emprestada como é designada por
Rui Pinto tem uma grande importância pratica, não no que respeita a celeridade
processual e economia processual, como de certeza a segurança jurídica.

13.º

Ainda evidenciamos que, não há fundamentos para os RR. deduzirem na sua


contestação o pedido reconvencional, pois não estão presentes os requisitos previstos
nas alíneas do n.º2, dos artigos 274.º e 501.º do CPC.

14.º

Pois, parece que os RR. desconhecem a sua real parcela, e fazem um pedido absurdo
alegando que a A. perturba a sua posse quando na verdade discutem por algo que não
lhes pertence.

E por outra, esse calculo feito para indemnização, as custas do processo bem como o
patrocínio judiciário, demonstram claramente que os RR, querem tirar proveito de uma
situação que não lhes é lícita locupletando-se injustamente.

Portanto, deve improceder, na totalidade, a invocada Contestação/Reconvenção e


proceder a acção.

Termos, em que se requer tal como na P.I. devendo o R. ser condenado ao pedido e com
todas as consequências legais.

Huambo, 5 Outubro de 2021

O Advogados
Rua Alexandre Herculano / Cidade Alta
Tel. 923 561 125 / 913 287 599
E-mail: sapiangelo@gmail.com
Huambo - Angola

Ao
Meritíssimo Sr. Dr. Juiz de Direito da
Sala do Cível e Administrativo do
Tribunal Provincial do Huambo

== H U A M B O ==

Processo n.º 202/2020-E

Adelaide Dionísia Evaristo, A. e com mais sinais de identificação nos autos onde se
acha devidamente identificada, notificada da contestação da R, vem nos termos dos
artigos 502.º e ss., todos do CPC, apresentar com fundamento de facto e de direito a sua
Réplica nos seguintes termos:

A contestação apresentada pela R, é bastante confusa.

A A, sempre teve a posse do imóvel, pois no momento em que se deu o confronto entre
as partes, a sensivelmente um ano, a R não tinha documentos que provasse que era
possuidora do mesmo bem,

A R menciona no artigo 5 da sua contestação que é possuidora do prédio rústico fruto da


cedência realizada por ela e o senhor Canto dos Céus Hossi e apresenta um documento
nos autos que contradiz tudo,

Documento este que mostra bem claro um acordo de cedência de parcelas entre o Sr.
Tomás e o Sr. Canto dos Céus Hossi que não faz parte do mesmo a parcela de terra 408
que a R pretende litigar com a A.

Meritíssima, a contestação apresentada pela R cai por terra, nos termos mencionados no
artigo anterior, pois vê-se logo que pretende-se apoderar-se de uma coisa alheia,
ademais é claro e evidente que a R foi enganada pelo Sr. Canto dos Céus, vendendo
terreno que não lhe pertence.

A A. é possuidora legitima do bem em causa, pois adquiriu do proprietário mediante um


contrato de compra e venda celebrado entre eles em Maio de 2020, onde o Sr Tomás
mostrou documentalmente a propriedade do bem.

Quanto a demora do processo de legitimação da propriedade em nada tem a haver com a


posse da R, como consta nos artigos 8º e 9º pois sabemos que as nossas instituições são
morosas em processos desta natureza, pondo em causa muitas vezes a garantia dos bens
dos cidadãos.

A R, não pode afirmar que tem a melhor posse quando na verdade é possuidora de má
fé. Por mais títulos que tenha, a posse adquirida por violência é considerada de má fé.
(art1260ºnº3 do CC), considera-se violenta a posse quando para obtê-la o possuidor
usou de coacção física ou moral (art.1261º nº3 do CC).

Outrossim, é evidente que a R esta a forcar um direito que não é seu, a titulo de
esclarecimentos gostaríamos que o tribunal ouvisse o Sr. Canto dos Céus e o Sr. Tomás
António, a fim de por termo a esta discussão e se chegar a real conclusão de quem
pertence a posse.

10º

Com isso descobriremos a veracidade dos factos, repondo a legalidade e atribuindo o


respectivo imóvel a A ,pois tem estado numa situação precária vendo a sua coisa vazar
vagarosamente nos braços de outrem.

Pelo que, nestes termos e demais de direito, que Vª Excelência doutamente suprirá
pedimos:

a) Que não seja atendida a contestação da R,


b) Que seja reconhecida a posse da senhora Adelaide Dionisia Evaristo,
c) Que seja a R, condenada a afastar-se da posse de A, e a indemniza-la pelos
danos morais causados.

Huambo, 6 de Outubro de 2021


Os Advogados.

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