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Os juízos de facto são essencialmente _______, distinguindo-se dos juízos de valor, que são
essencialmente _______.
A. descritivos … normativos
B. objetivos … subjetivos
C. verdadeiros … relativos
D. concretos … abstratos
10. Para um relativista, a liberdade de expressão será um valor:
A. se gozar de aprovação social.
B. se for uma preferência informada.
C. se tiver uma justificação objetiva.
D. se resultar de uma escolha imparcial.
11. O relativismo acerca dos valores pode ser criticado por:
A. ter em conta a diversidade cultural.
B. afirmar que os valores são universais.
C. não considerar o que é socialmente aprovado.
D. não explicar a possibilidade de progresso moral.
12. Os relativistas acerca dos valores defendem que:
A. a correção dos juízos de valor depende da cultura e, assim, o que é correto numa cultura pode não o
ser noutra.
B. todos os valores são relativos e, por isso, nenhum juízo de valor é correto ou incorreto.
C. nenhuma cultura tem valores coincidentes com os valores de outra cultura.
D. a correção dos juízos de valor depende inteiramente do que é aprovado nas sociedades mais
evoluídas.
13. A liberdade religiosa é a liberdade de cada um praticar a religião que é do seu agrado, ou de não
praticar qualquer religião.
Se a liberdade religiosa for um valor objetivo, então:
A. todos defendem a liberdade religiosa.
B. a liberdade religiosa é um elemento central de muitas culturas.
C. deve haver liberdade religiosa.
D. a liberdade religiosa é mais importante do que os outros valores.
14. «Em alguns países, ter armas e usá-las para assegurar a defesa da família e da propriedade são
vistos como direitos dos cidadãos; mas, noutros países, acredita-se que a posse e o uso de
armas devem estar sujeitos a grandes restrições.»
Perante a constatação anterior, um relativista acerca dos valores defenderia que:
A. as sociedades que impõem grandes restrições à posse e ao uso de armas são melhores do que
aquelas que não o fazem.
B. poder defender a família e a propriedade é um valor que deve ser protegido em qualquer sociedade.
C. ter armas e com elas se defender, dependendo dos contextos históricos e sociais, podem ser vistos
como direitos dos cidadãos.
D. a convicção de que a posse e o uso de armas são direitos dos cidadãos resulta de preferências
pessoais.
15. Atente nas afirmações seguintes.
1. Franklin Roosevelt é considerado pelos norte-americanos um dos três mais importantes presidentes
dos EUA.
2. Já adulto, Franklin Roosevelt contraiu poliomielite.
3. Franklin Roosevelt não gostava de ser fotografado em cadeira de rodas.
4. Franklin Roosevelt deveria ter decidido mais cedo a entrada dos EUA na II Guerra Mundial.
Selecione a opção correta.
A. Apenas a afirmação 4 exprime um juízo de valor.
B. As afirmações 1 e 4 exprimem juízos de valor.
C. As afirmações 2 e 3 exprimem juízos de valor.
D. Apenas a afirmação 3 exprime um juízo de valor.
16. Se houver juízos morais objetivos, então:
A. as sociedades que tiverem valores diferentes dos nossos devem corrigir tais valores.
B. a correção, ou a incorreção, desses juízos não pode ser discutida.
C. esses juízos estão certos ou errados independentemente dos costumes.
D. as pessoas que tiverem valores diferentes dos nossos pensam e agem erradamente.
17. Qual das frases seguintes exprime um juízo de valor moral acerca de uma certa pessoa?
A. Aquela pessoa usa transportes públicos.
B. Aquela pessoa não age de modo responsável.
C. Aquela pessoa não consome produtos de origem animal.
D. Aquela pessoa convive com criminosos reincidentes.
18. Identifique a posição defendida pelos subjetivistas morais.
A. Os valores objetivos mais evidentes são pessoais.
B. Apenas as preferências pessoais têm valor, tenham ou não aprovação social.
C. As preferências pessoais limitam-se a reproduzir as convenções da sociedade.
D. Há valores universais independentes dos contextos.
19. Considerar que os valores são objetivos significa considerar que os valores são:
A. objetos de preferência.
B. relativos ao sujeito que valora.
C. objetos estimáveis.
D. independentes do sujeito que valora.
20. Os valores éticos são:
A. critérios para a escolha da melhor ação.
B. formas determinadas de ação.
C. normas legais para regular a ação.
D. programas orientadores de ação.
21. Segundo o relativismo cultural:
A. os valores atuais são melhores do que os do passado.
B. os critérios para avaliar as ações são variáveis.
C. os critérios para avaliar as ações são absolutos.
D. os valores são espirituais e intemporais.
22. O diálogo entre culturas implica:
A. a valorização da cultura ocidental.
B. a desvalorização da racionalidade.
C. a possibilidade de acordo valorativo.
D. a indiferença relativa a costumes e a valores.
23. A Luísa viajou muito e notou diferenças significativas, por exemplo, no estatuto das mulheres em
diferentes sociedades. Alguns hábitos, como o de as mulheres apenas poderem passear
acompanhadas, chocaram a Luísa; contudo, pareceu-lhe que muitas dessas mulheres aceitavam tais
hábitos sem reservas. Esta observação foi a razão para a Luísa concluir que aquilo que é certo ou
errado depende de cada cultura.
Perante o relato da Luísa, a Paula recordou que o estatuto das mulheres tinha mudado muito em
Portugal, nas últimas décadas, e afirmou que isso representava um progresso, pois a sociedade
portuguesa abandonara leis e hábitos errados.
É razoável presumir que:
A. a Luísa é relativista e a Paula é objetivista.
B. ambas são subjetivistas.
C. ambas são relativistas.
D. a Luísa é objetivista e a Paula é subjetivista.
24. Identifique a questão que envolve o problema da natureza dos juízos morais.
A. Será que só os princípios morais importam?
B. O juízo de que é correto acolher refugiados exprime uma preferência pessoal?
C. Será a escravatura moralmente permissível?
D. O juízo de que uma certa pessoa é corajosa é um juízo de valor acerca dessa pessoa?
Capítulo 5: A dimensão pessoal e social da ética
Questões de escolha múltipla
Na resposta a cada um dos itens, selecione a única opção correta.
Escreva, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.
25. O relativista moral defende que:
A. não há ações imorais.
B. todas as opiniões morais são falsas.
C. há verdades morais absolutas.
D. não há verdades morais absolutas.
26. O relativismo moral enfrenta a objeção seguinte:
A. Se os relativistas tivessem razão, não teríamos legitimidade para condenar as culturas que
discriminam as mulheres.
B. Uma vez que existem muitas culturas, devemos tentar compreender as suas diferenças e aprender a
viver com elas.
C. Se existisse a possibilidade de encontrarmos normas morais universalmente válidas, as diferenças
culturais desapareceriam.
D. Uma vez que não há normas morais universalmente válidas, podemos condenar tanto as outras
culturas como a nossa.
27. Qual das seguintes frases NÃO exprime um juízo de valor?
A. A pena de morte devia ser abolida em todos os países.
B. Matar animais para os comer não tem nada de errado.
C. Gostar de arte é uma característica humana.
D. A mentira é pior do que a traição.
28. Segundo o relativismo cultural:
A. os hábitos e as tradições culturais não devem ser valorizados.
B. há verdades morais aceites por todos os povos e culturas.
C. os juízos morais dependem das convenções de cada sociedade.
D. a moralidade não é uma questão de convenção social.
29. De acordo com o relativismo cultural:
A. existe um padrão universal para avaliar os costumes.
B. os códigos morais são idênticos em todas as culturas.
C. os critérios valorativos não variam de cultura para cultura.
D. todas as práticas culturais devem ser toleradas.
30. Considere as afirmações seguintes.
Os juízos de facto são essencialmente _______, distinguindo-se dos juízos de valor, que são
essencialmente _______.
A. descritivos … normativos
B. objetivos … subjetivos
C. verdadeiros … relativos
D. concretos … abstratos
35. Para um relativista, a liberdade de expressão será um valor:
A. se gozar de aprovação social.
B. se for uma preferência informada.
C. se tiver uma justificação objetiva.
D. se resultar de uma escolha imparcial.
36. O relativismo acerca dos valores pode ser criticado por:
A. ter em conta a diversidade cultural.
B. afirmar que os valores são universais.
C. não considerar o que é socialmente aprovado.
D. não explicar a possibilidade de progresso moral.
37. Os relativistas acerca dos valores defendem que:
A. a correção dos juízos de valor depende da cultura e, assim, o que é correto numa cultura pode não o
ser noutra.
B. todos os valores são relativos e, por isso, nenhum juízo de valor é correto ou incorreto.
C. nenhuma cultura tem valores coincidentes com os valores de outra cultura.
D. a correção dos juízos de valor depende inteiramente do que é aprovado nas sociedades mais
evoluídas.
38. A liberdade religiosa é a liberdade de cada um praticar a religião que é do seu agrado, ou de não
praticar qualquer religião.
Se a liberdade religiosa for um valor objetivo, então:
A. todos defendem a liberdade religiosa.
B. a liberdade religiosa é um elemento central de muitas culturas.
C. deve haver liberdade religiosa.
D. a liberdade religiosa é mais importante do que os outros valores.
39. «Em alguns países, ter armas e usá-las para assegurar a defesa da família e da propriedade são
vistos como direitos dos cidadãos; mas, noutros países, acredita-se que a posse e o uso de
armas devem estar sujeitos a grandes restrições.»
Perante a constatação anterior, um relativista acerca dos valores defenderia que:
A. as sociedades que impõem grandes restrições à posse e ao uso de armas são melhores do que
aquelas que não o fazem.
B. poder defender a família e a propriedade é um valor que deve ser protegido em qualquer sociedade.
C. ter armas e com elas se defender, dependendo dos contextos históricos e sociais, podem ser vistos
como direitos dos cidadãos.
D. a convicção de que a posse e o uso de armas são direitos dos cidadãos resulta de preferências
pessoais.
40. Atente nas afirmações seguintes.
1. Franklin Roosevelt é considerado pelos norte-americanos um dos três mais importantes presidentes
dos EUA.
2. Já adulto, Franklin Roosevelt contraiu poliomielite.
3. Franklin Roosevelt não gostava de ser fotografado em cadeira de rodas.
4. Franklin Roosevelt deveria ter decidido mais cedo a entrada dos EUA na II Guerra Mundial.
Selecione a opção correta.
A. Apenas a afirmação 4 exprime um juízo de valor.
B. As afirmações 1 e 4 exprimem juízos de valor.
C. As afirmações 2 e 3 exprimem juízos de valor.
D. Apenas a afirmação 3 exprime um juízo de valor.
41. Se houver juízos morais objetivos, então:
A. as sociedades que tiverem valores diferentes dos nossos devem corrigir tais valores.
B. a correção, ou a incorreção, desses juízos não pode ser discutida.
C. esses juízos estão certos ou errados independentemente dos costumes.
D. as pessoas que tiverem valores diferentes dos nossos pensam e agem erradamente.
42. Qual das frases seguintes exprime um juízo de valor moral acerca de uma certa pessoa?
A. Aquela pessoa usa transportes públicos.
B. Aquela pessoa não age de modo responsável.
C. Aquela pessoa não consome produtos de origem animal.
D. Aquela pessoa convive com criminosos reincidentes.
43. Identifique a posição defendida pelos subjetivistas morais.
A. Os valores objetivos mais evidentes são pessoais.
B. Apenas as preferências pessoais têm valor, tenham ou não aprovação social.
C. As preferências pessoais limitam-se a reproduzir as convenções da sociedade.
D. Há valores universais independentes dos contextos.
44. Considerar que os valores são objetivos significa considerar que os valores são:
A. objetos de preferência.
B. relativos ao sujeito que valora.
C. objetos estimáveis.
D. independentes do sujeito que valora.
45. Os valores éticos são:
A. critérios para a escolha da melhor ação.
B. formas determinadas de ação.
C. normas legais para regular a ação.
D. programas orientadores de ação.
46. Segundo o relativismo cultural:
A. os valores atuais são melhores do que os do passado.
B. os critérios para avaliar as ações são variáveis.
C. os critérios para avaliar as ações são absolutos.
D. os valores são espirituais e intemporais.
47. O diálogo entre culturas implica:
A. a valorização da cultura ocidental.
B. a desvalorização da racionalidade.
C. a possibilidade de acordo valorativo.
D. a indiferença relativa a costumes e a valores.
48. A Luísa viajou muito e notou diferenças significativas, por exemplo, no estatuto das mulheres em
diferentes sociedades. Alguns hábitos, como o de as mulheres apenas poderem passear
acompanhadas, chocaram a Luísa; contudo, pareceu-lhe que muitas dessas mulheres aceitavam tais
hábitos sem reservas. Esta observação foi a razão para a Luísa concluir que aquilo que é certo ou
errado depende de cada cultura.
Perante o relato da Luísa, a Paula recordou que o estatuto das mulheres tinha mudado muito em
Portugal, nas últimas décadas, e afirmou que isso representava um progresso, pois a sociedade
portuguesa abandonara leis e hábitos errados.
É razoável presumir que:
A. a Luísa é relativista e a Paula é objetivista.
B. ambas são subjetivistas.
C. ambas são relativistas.
D. a Luísa é objetivista e a Paula é subjetivista.
49. Identifique a questão que envolve o problema da natureza dos juízos morais.
A. Será que só os princípios morais importam?
B. O juízo de que é correto acolher refugiados exprime uma preferência pessoal?
C. Será a escravatura moralmente permissível?
D. O juízo de que uma certa pessoa é corajosa é um juízo de valor acerca dessa pessoa?
Outras questões
1. É um facto que há diferenças culturais e que há pessoas com opiniões muito diferentes em
relação a valores.
Será que este facto mostra que não há valores objetivos?
Na sua resposta, deve:
‒ identificar inequivocamente a perspetiva que defende;
‒ argumentar a favor da perspetiva que defende.
A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.
Nota – Os aspetos constantes do cenário de resposta apresentado são apenas ilustrativos, não
esgotando o espectro de respostas possíveis.
Apresentação inequívoca da posição defendida.
Justificação da posição defendida:
No caso de o examinando defender que o facto referido mostra que não há valores objetivos:
– (do facto de duas pessoas, ou dois grupos de pessoas, emitirem juízos de valor diferentes (opostos)
acerca da mesma questão é possível inferir a inexistência de valores objetivos, e é possível inferir que
a verdade (ou a falsidade) dos juízos de valor depende de quem os exprime, ou da cultura de quem os
exprime;)
– as pessoas também discordam acerca de factos, e dessa discordância não se infere que a verdade
(ou a falsidade) dos juízos de facto depende de quem os exprime, ou da cultura de quem os exprime;
porém, as discordâncias e as discussões acerca de valores são mais profundas;
– além disso, uma questão de facto pode ser esclarecida com a descoberta ou com a apresentação de
mais factos (por exemplo, saber se «o consumo de carnes processadas provoca cancro» é uma
questão controversa, mas podemos imaginar o tipo de estudos e de resultados que poderão ser
esclarecedores ou conclusivos);
– ao contrário, uma controvérsia em torno de valores não é resolvida com mais informação ou com mais
factos (por exemplo, saber se «a obrigatoriedade do uso da burca é errada» não depende de
conhecermos a quantidade de mulheres forçadas a usar burca, ou que detestam usar burca, ou que
gostam de usar burca);
– admitir que as diferenças de opinião e de cultura não implicam que os valores sejam relativos é o
mesmo que afirmar que há culturas corretas e culturas incorretas;
– esse juízo sobre as outras pessoas e as outras culturas constitui uma forma de paternalismo ou de
etnocentrismo e pode servir de justificação para atitudes arrogantes ou intolerantes.
No caso de o examinando defender que o facto referido não mostra que não há valores objetivos:
– (do facto de duas pessoas, ou dois grupos de pessoas, emitirem juízos de valor diferentes (opostos)
acerca da mesma questão não é possível inferir a inexistência de valores objetivos, nem é possível
inferir que a verdade (ou a falsidade) dos juízos de valor depende de quem os exprime, ou da cultura
de quem os exprime;)
– as pessoas também discordam acerca de factos, e dessa discordância não se infere que a verdade
(ou a falsidade) dos juízos de facto depende de quem os exprime, ou da cultura de quem os exprime;
– além de a inferência (das diferenças culturais ou de opinião para a inexistência de valores objetivos)
ser inválida (pois a conclusão não deriva da premissa), é falso que as pessoas, ou os grupos de
pessoas, sejam diferentes em relação a tudo (OU em relação a princípios fundamentais);
– há muitas diferenças de opinião entre pessoas, ou grupos de pessoas: as pessoas, ou os grupos de
pessoas, discordam frequentemente acerca daquilo que preferem, que consideram mais agradável ou
que lhes dá mais prazer (por exemplo, fazer ou não fazer a sesta depois do almoço); ora, tais opiniões
são naturalmente subjetivas e não têm de ser reconciliadas;
– mas as pessoas também têm muitas opiniões semelhantes a respeito daquilo que é mais importante
(OU a respeito de princípios fundamentais, como, por exemplo, a obrigação moral de educar e
proteger os filhos, a proibição de roubar, ou a proibição de matar pessoas inocentes);
– essas semelhanças de opinião sugerem que, tal como é um facto que uma bola é redonda, também é
um facto que, por exemplo, ser cruel com uma pessoa indefesa é moralmente condenável (e que está
enganado quem não reconhece que isso é cruel).
2. Os austríacos gostam de valsa; já a maior parte dos brasileiros gosta de samba. Em relação ao
desporto, os canadianos, por exemplo, preferem o hóquei no gelo, ao passo que muitos portugueses
apreciam o hóquei em patins. A verdade é que cada povo tem tendência a apreciar mais o que faz parte
da sua cultura.
Contudo, o hóquei em patins é mais bonito do que o hóquei no gelo.
No texto anterior é expresso, de forma inequívoca, um único juízo de valor. Identifique-o e
justifique a identificação feita.
A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.
Identificação do juízo de valor expresso no texto:
– «O hóquei em patins é mais bonito do que o hóquei no gelo».
Nota – Aceita-se que a identificação seja feita através da transcrição integral da última frase do texto
(«Contudo, o hóquei em patins é mais bonito do que o hóquei no gelo»), ou através de expressões que
indiquem o reconhecimento do único juízo de valor expresso no texto (por exemplo, «É a última frase do
texto»).
Justificação da identificação feita:
– afirmar que o hóquei em patins é mais bonito do que o hóquei no gelo implica recorrer a um critério
normativo (de beleza), que indica como deveria ser um desporto no que respeita a beleza;
– o juízo em causa é, portanto, uma apreciação normativa, e não um juízo meramente descritivo, acerca
do hóquei em patins (e do hóquei no gelo).
3. Quando argumentamos acerca de valores, a tolerância e o respeito pelas diferenças merecem
habitualmente uma atenção especial. Os subjetivistas são sensíveis à tolerância em relação às
preferências individuais; os relativistas, por sua vez, preocupam-se antes com a tolerância em relação a
culturas diferentes; e os objetivistas defendem que a tolerância deve ter sempre em conta direitos
fundamentais e invioláveis de qualquer ser humano, seja ele qual for.
Que perspetiva acerca dos valores nos oferece as melhores razões contra a intolerância?
Na sua resposta, deve:
‒ clarificar o problema da natureza dos valores, subjacente à questão apresentada;
‒ apresentar inequivocamente a posição que defende;
‒ argumentar a favor da posição que defende.
A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.
Clarificação do problema da natureza dos valores, subjacente à questão apresentada:
– o problema consiste em saber se os valores são preferências pessoais, padrões culturais ou critérios
objetivos.
Apresentação inequívoca da posição defendida.
Argumentação a favor da posição defendida:
Caso o examinando defenda que o subjetivismo oferece as melhores razões contra a intolerância:
− de um ponto de vista subjetivista, os valores nada mais são do que preferências pessoais, ou seja,
não existe uma conceção universal de bem;
− a intolerância consiste em opor-se a que alguém conduza a sua vida de acordo com as suas
preferências/a sua conceção de bem;
− um subjetivista contradir-se-ia se fosse intolerante, pois, ao opor-se a que outras pessoas
conduzissem as suas vidas de acordo com as suas preferências pessoais, estaria a impor os seus
valores/critérios como se fossem os únicos (corretos);
− se os valores não fossem meras preferências pessoais, não teríamos boas razões para nos opormos à
intolerância, ao contrário do que acontece com a perspetiva relativista (cultural), que permite a
intolerância no seio de cada cultura (e apenas rejeita a intolerância entre culturas), e com a perspetiva
objetivista, que defende a existência de valores/critérios universais inegociáveis.
Caso o examinando defenda que o relativismo (cultural) oferece as melhores razões contra a
intolerância:
− de um ponto de vista relativista (cultural), os valores são os padrões e costumes geralmente
aprovados em cada sociedade ou comunidade, ou seja, a conceção de bem depende de cada cultura
(não depende de preferências pessoais nem de critérios objetivos);
− a intolerância decorre da convicção de superioridade cultural que algumas sociedades ou
comunidades têm acerca dos seus padrões e costumes, verificando-se sempre que uma cultura
procura impor os seus valores a outra cultura (OU quando não se aceita a diversidade cultural);
− a oposição à intolerância requer que se tenha a perspetiva modesta, própria do relativismo (cultural),
de que não há valores melhores nem piores, mas apenas valores aprovados pelas diferentes
comunidades, e que se encarem as divergências de valores entre comunidades como normais e
inevitáveis;
− se as preferências que os indivíduos exprimem são as preferências dominantes numa comunidade,
então a proteção dos valores das comunidades, e não a proteção de supostas preferências pessoais,
como defendem os subjetivistas, é a defesa adequada contra a intolerância.
Caso o examinando defenda que o objetivismo oferece as melhores razões contra a intolerância:
− há valores objetivos e, quando os valores são objetivos, o que torna um juízo de valor verdadeiro (ou
falso) é independente de preferências individuais ou de contextos culturais (o conhecimento dos
valores, que se reflete em juízos de valor verdadeiros e justificados, requer argumentação racional e
reflexão imparcial sobre todos os aspetos que sejam considerados relevantes);
− a ideia de que há valores objetivos não implica que saibamos inequivocamente quais são esses
valores (quais são os juízos de valor verdadeiros), dado que nós podemos estar tão enganados como
os outros;
− a intolerância ocorre quando, acreditando que não podemos estar enganados e que os nossos juízos
de valor são os verdadeiros, os tentamos impor aos outros;
− o objetivista opõe-se à intolerância, porque, aceitando modestamente que pode estar enganado, sabe
que só através do debate racional e imparcial entre diferentes pessoas ou culturas se pode chegar a
juízos de valor satisfatoriamente justificados (o objetivista opõe-se a quaisquer tentativas de
condicionamento desse debate decorrentes de se privilegiarem certas preferências pessoais ou certas
tradições culturais).
4. A Luísa gosta de dançar tango.
A afirmação anterior exprime um juízo de valor? Porquê?
A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.
Indicação de que a afirmação não exprime um juízo de valor / a afirmação exprime um juízo de facto.
Justificação:
‒ na afirmação, apenas se dá conta do facto de a Luísa gostar de dançar tango OU apenas se descreve
o que a Luísa gosta de fazer;
‒ na afirmação, não se faz qualquer apreciação normativa do facto de a Luísa gostar de dançar tango.
5. Leia o texto.
Enquanto ato de autoproteção (...), podemos fazer o que for necessário para nos defendermos,
mesmo que isso implique a morte do atacante (...). O efeito bom é a preservação da nossa vida, sendo
o efeito mau a perda da vida do atacante.
David S. Oderberg, Ética Aplicada, Lisboa, Principia, 2009, p. 233.
Na Europa, ao contrário de noutras partes do mundo, a grande maioria das pessoas julgaria o castigo
por apedrejamento como horrendo e profundamente errado. Para algumas pessoas isso mostra que
estas questões são relativas. (...)
A respeito do apedrejamento, os relativistas [morais] por vezes concluem enganadoramente que é
errado interferirmos nas práticas de outro país. Se essa conclusão é apresentada como uma
afirmação não relativa, nomeadamente a de que interferir é errado, (...) então contradiz a afirmação
relativista de que todos os juízos morais são relativos. Tais relativistas não podem manter
consistentemente a sua posição. Essa é uma razão clara para rejeitar o seu relativismo.
P. Cave, Duas Vidas Valem Mais Que Uma?, Alfragide, Academia do Livro, 2008, pp. 85-87 (adaptado).
7.1. O autor do texto apresenta um argumento contra o relativismo moral. Explique esse argumento.
A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.
Explicação do argumento contra o relativismo moral apresentado no texto:
– os relativistas (morais) defendem que todos os juízos morais são relativos (ou seja, defendem que os
juízos morais são verdadeiros ou falsos em relação a uma cultura / o valor de verdade dos juízos
morais depende da cultura a que se pertence);
– ao mesmo tempo, os relativistas (morais) defendem que é sempre errado interferir nas práticas de
outras culturas (por exemplo, condenando essas práticas);
– se é verdade que todos os juízos morais são relativos, então também é relativo o juízo de que é errado
interferir nas práticas de outras culturas; por outro lado, se é absolutamente verdadeiro o juízo de que
é errado interferir nas práticas de outras culturas, então nem todos os juízos morais são relativos;
– os relativistas (morais) contradizem-se quando afirmam que todos os juízos morais são relativos e, ao
mesmo tempo, apresentam como uma verdade não relativa (absoluta) o juízo de que é errado interferir
nas práticas de outras culturas.
7.2. O relativismo moral é usado para defender a tolerância. Apresente razões dos relativistas morais a
favor da tolerância.
A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.
Apresentação de razões dadas pelos relativistas a favor da tolerância:
– temos uma tendência (errada) para pensar que as preferências e as práticas da nossa sociedade são
moralmente certas / se fundamentam em valores absolutos;
– porém, muitas dessas preferências e práticas não passam de padrões culturais;
– os padrões culturais das outras sociedades são apenas diferentes e não são moralmente piores (nem
melhores) do que os padrões culturais da nossa sociedade;
– é errado tentarmos impor as preferências e as práticas da nossa sociedade às outras sociedades / é
errado sermos intolerantes