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ESCOLA SECUNDÁRIA DE LATINO COELHO – LAMEGO

DISCIPLINA DE FILOSOFIA - 10.º A| 2020/2021

FICHA DE CONSOLIDAÇÃO DAS APRENDIZAGENS [E@D]

12 abril/21 Professor: Vítor Rodrigues

UNIDADE 3 • capítulo 1

ATIVIDADE 1

1. O que são os valores?

2. Dê exemplos de como os valores são critérios em função dos quais decidimos e agimos?

3. Distinga os seguintes juízos: a) «A pena de morte é aplicada na Arábia Saudita» e b) «A


pena de morte é injusta».

4. Identifique os tipos de valores a que as seguintes frases se referem.

a) A tortura é uma violação inaceitável dos direitos humanos.

b) É mais belo um Ferrari do que a Vénus de Milo.

c) A desvalorização do euro não convém neste momento à Europa.

d) Traiu a confiança dos seus amigos.

e) A única superpotência é Deus.

f) A democracia é o pior dos regimes, excetuando todos os outros.

g) Só Deus dá sentido pleno à vida.

5. Identifique os tipos de juízos que as seguintes frases expressam.


a) O filme dura hora e meia.

b) A banda sonora é dos Xutos e Pontapés.

c) O argumento é desinteressante.

d) Várias cenas foram realizadas por computador.

e) O final é uma desilusão.

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ATIVIDADE 2

1. O que se entende por subjetivismo moral?

2. O subjetivismo moral afirma que nenhuma perspetiva moral é mais verdadeira ou melhor
do que outra. Tente formar um contra-argumento.

3. O subjetivismo moral torna impossível uma genuína discussão de questões morais. Está
de acordo? Justifique a sua posição.

4. O que é o objetivismo moral?

5. Imaginemos que João defende que a pena de morte é moralmente errada e que Joana
defende que a pena de morte é moralmente correta. O que diria o objetivista sobre esta
situação?

ATIVIDADE 3

1. O que se entende por relativismo cultural?

2. «A sociedade não castiga o homicídio porque este seja imoral e ilegal, mas o homicídio é
imoral e ilegal porque a sociedade o castiga.»

Esta afirmação é própria de um partidário ou de um adversário do relativismo cultural?


Justifique.

3. Das seguintes afirmações quais seriam próprias do relativista cultural?


a) Nenhum povo tem o direito de impor os seus valores e normas morais a outros povos,
uma vez que não há normas morais objetivas, válidas em si mesmas.

b) A discriminação racial, onde quer que aconteça, é profundamente injusta.

c) Os valores próprios de uma cultura são tão válidos como os de qualquer outra. É
prejudicial e nociva a ideia de que há normas e valores objetivos que devem ser respeitados
por todos os seres humanos.

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d) Se diversas culturas discordam quanto à moralidade do infanticídio, isso significa que não
há nenhuma verdade objetiva sobre o assunto.

e) Uma dada cultura tem o seu conjunto de normas morais (a sua conceção do certo e do
errado) que para si são válidas e nenhuma cultura tem o direito de interferir para alterar o
código moral de outra.

f) A mutilação genital feminina devia ser abolida porque é moralmente errada.

4. Considere o seguinte argumento:

As normas de comportamento aceites variam de cultura para cultura.

A ação moralmente correta consiste em seguir as normas de comportamento aceites.

Logo, o que se entende por ação moralmente correta varia de cultura para cultura.

4.1. Este argumento é válido?

4.2. Tente agora criticar este argumento. Analise cada uma das premissas e verifique se
alguma é contestável.

5. A ética não é uma questão de opinião individual

Segundo o relativismo cultural, o que é correto para alguém como indivíduo depende do
que a sociedade ou cultura a que pertence acredita ser correto. As crenças culturais
estabelecidas no interior de uma sociedade constituem a autoridade suprema e definem em
que devem acreditar os indivíduos que nela vivem e que segundo elas são educados. Deste
ponto de vista, as crenças e opiniões dos indivíduos devem subordinar-se ao que a maioria
considera ser moralmente certo. C. E. Harris, Jr. Applying moral theories, Wadsworth, 2002, pp. 45-46.

5.1. Qual é a convicção básica do relativismo cultural? Qual a sua posição acerca da
objetividade dos juízos e normas morais?

5.2. Não havendo uma base objetiva para distinguir o bem do mal, será que podemos dizer
que o relativismo cultural é uma teoria subjetivista?

5.3. «Não há uma só verdade em ética, mas várias». Por que razão está o relativista moral
cultural de acordo com esta proposição?

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5.4. O que é verdadeiro para uma sociedade pode não ser verdadeiro para outra, mas isso
não quer dizer que não tenham ambas razão. Explicite a afirmação.

ATIVIDADE 4

1. O relativismo moral cultural promove a tolerância entre sociedades diferentes. Esta tese é
verdadeira? Justifique.

II

2. Leia os casos seguintes e procure responder à questão:

Devemos respeitar estas práticas em nome da diversidade cultural e da tolerância?


Escolha um dos casos abaixo apresentados e pronuncie-se.

CASO 1

Souad nasceu numa pequena aldeia da Cisjordânia. Tinha 17 anos e ainda não era
casada, o que a tornava alvo de troça. Apaixonou-se por um rapaz que a tinha pedido em
casamento, mas a abandonou quando soube que Souad estava grávida.

Por intermédio de uma tia, os pais descobriram e logo prepararam a sentença. No


dia seguinte, o cunhado de Souad regou-a com gasolina e ateou-lhe fogo. A jovem
conseguiu sobreviver e acabou por ser salva no hospital, já depois de ter dado à luz, por
uma ativista de uma organização suíça. A ativista conseguiu convencer os pais de Souad que
seria melhor que a filha morresse noutro país. O filho de Souad havia sido adotado. Vítima
de um «crime de honra», hoje ela recusa-se a dizer o nome verdadeiro ou a mostrar a cara,
pois receia ser encontrada pela família.

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CASO 2

Entre os suruwahá, o nascimento de uma criança que apresenta alguma anomalia


física, bem como de filhos considerados ilegítimos e o de gémeos, é considerado uma
maldição e uma ameaça ao bem-estar de toda a tribo. Recorre- -se ao infanticídio quando
ocorre um caso desse tipo.

Em 2005, nasceram Iganani e Sumawani, respetivamente com paralisia cerebral e


pseudo-hermafrodismo. Ambas foram salvas do infanticídio por intervenção das avós e de
outros membros do grupo familiar.

Os suruwahá, no entanto, não são um povo completamente isolado do contacto com


os grupos da sociedade envolvente. Estes indígenas compreendem, de maneira geral, os
malefícios e os benefícios produzidos pelos «brancos». Sabem, por exemplo, que há
recursos médicos no «mundo branco» que poderiam beneficiá-los, e foi exatamente por
isso que Iganani e Sumawani não foram mortas ao nascer. O próprio chefe da tribo propôs
aos pais a intervenção da medicina do «branco» para o tratamento das crianças e disse que
se elas fossem curadas seriam reinseridas na sociedade tribal. Houve uma opção pela vida,
neste caso.

Sumawani e Iganani foram levadas para São Paulo, a fim de serem tratadas pela
medicina «branca». Depois de muita polémica sobre os casos, que foram muito divulgados
pelos meios de comunicação, as crianças receberam tratamento adequado. Sumawani
regressou à aldeia. Passou por uma cirurgia reparadora e constatou-se que é uma menina.
Tem de tomar medicamentos à base de hormonas para se desenvolver. Iganani continua a
receber tratamento, em Brasília. Houve uma evolução bastante positiva de seu quadro
clínico, depois da cirurgia a que foi submetido. A mãe de Iganani, contudo, tem medo de um
possível regresso à sua aldeia. A criança apresentará sempre dificuldades de
desenvolvimento, e isso implica que a sua vida estará constantemente ameaçada pela
comunidade indígena.

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