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Questões saídas em exame nacional

Capítulo 5: A dimensão pessoal e social da ética


O PROBLEMA DA NATUREZA DOS JUÍZOS MORAIS

Questões de escolha múltipla

Na resposta a cada um dos itens, selecione a única opção correta.


Escreva, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.

1. O relativista moral defende que:


A. não há ações imorais.

B. todas as opiniões morais são falsas.

C. há verdades morais absolutas.

D. não há verdades morais absolutas.

2. O relativismo moral enfrenta a objeção seguinte:


A. Se os relativistas tivessem razão, não teríamos legitimidade para condenar as culturas que
discriminam as mulheres.
B. Uma vez que existem muitas culturas, devemos tentar compreender as suas diferenças e
aprender a viver com elas.
C. Se existisse a possibilidade de encontrarmos normas morais universalmente válidas, as
diferenças culturais desapareceriam.
D. Uma vez que não há normas morais universalmente válidas, podemos condenar tanto as
outras culturas como a nossa.

3. Qual das seguintes frases NÃO exprime um juízo de valor?


A. A pena de morte devia ser abolida em todos os países.

B. Matar animais para os comer não tem nada de errado.

C. Gostar de arte é uma característica humana.


D. A mentira é pior do que a traição.

4. Segundo o relativismo cultural:


A. os hábitos e as tradições culturais não devem ser valorizados.

B. há verdades morais aceites por todos os povos e culturas.

C. os juízos morais dependem das convenções de cada sociedade.


D. a moralidade não é uma questão de convenção social.

5. De acordo com o relativismo cultural:


A. existe um padrão universal para avaliar os costumes.

B. os códigos morais são idênticos em todas as culturas.


C. os critérios valorativos não variam de cultura para cultura.

D. todas as práticas culturais devem ser toleradas.

6. Considere as afirmações seguintes.

1. Os valores dependem apenas da educação que se teve.


2. Os juízos de valor de pessoas diferentes não podem coincidir.
3. Os valores são uma questão de preferências pessoais.

Acerca dos valores, os subjetivistas consideram que:


A. 1 é verdadeira; 2 e 3 são falsas.

B. 1 e 2 são verdadeiras; 3 é falsa.

C. 1 é falsa; 2 e 3 são verdadeiras.


D. 1 e 2 são falsas; 3 é verdadeira.

7. Considere as seguintes afirmações.

1. Os juízos de valor são apenas uma questão de gosto pessoal.


2. Em matéria de valores, todas as opiniões são erradas.
3. Os juízos de valor dependem dos contextos sociais.

Acerca dos valores, os relativistas consideram que:


A. 1, 2 e 3 são verdadeiras.

B. 1 e 2 são verdadeiras; 3 é falsa.

C. 3 é verdadeira; 1 e 2 são falsas.

D. 1 e 3 são verdadeiras; 2 é falsa.

8. Considere as afirmações seguintes.

1. É errado não ajudar a resolver o problema da fome no mundo.


2. Muitas pessoas não ajudam a resolver o problema da fome no mundo.
3. Algumas pessoas abandonam estilos de vida confortáveis, chegando mesmo a pôr a sua vida em
risco, para ajudar a combater a fome no mundo.

A. 1 e 2 são juízos de facto e 3 é um juízo de valor.

B. 1 é um juízo de valor e 2 e 3 são juízos de facto.

C. 1 e 3 são juízos de valor e 2 é um juízo de facto.


D. 3 é um juízo de facto e 1 e 2 são juízos de valor.

9. Considere as afirmações seguintes.

1. Ocorrem acidentes de viação por excesso de velocidade.


2. É errado não reduzir os limites legais de velocidade.
É aceitável defender que:
A. em 1, é formulado um juízo de valor que pode justificar o juízo de facto formulado em 2.
B. em 2, é formulado um juízo de valor que explica o juízo de facto formulado em 1.

C. em 2, é formulado um juízo de facto que explica o juízo de valor formulado em 1.

D. em 1, é formulado um juízo de facto que pode justificar o juízo de valor formulado em 2.

10. Identifique o par de termos que permite completar adequadamente a afirmação seguinte.

Os juízos de facto são essencialmente _______, distinguindo-se dos juízos de valor, que são
essencialmente _______.

A. descritivos … normativos

B. objetivos … subjetivos

C. verdadeiros … relativos
D. concretos … abstratos

11. Para um relativista, a liberdade de expressão será um valor:


A. se gozar de aprovação social.

B. se for uma preferência informada.

C. se tiver uma justificação objetiva.

D. se resultar de uma escolha imparcial.

12. O relativismo acerca dos valores pode ser criticado por:


A. ter em conta a diversidade cultural.

B. afirmar que os valores são universais.

C. não considerar o que é socialmente aprovado.


D. não explicar a possibilidade de progresso moral.

13. Os relativistas acerca dos valores defendem que:


A. a correção dos juízos de valor depende da cultura e, assim, o que é correto numa cultura
pode não o ser noutra.
B. todos os valores são relativos e, por isso, nenhum juízo de valor é correto ou incorreto.
C. nenhuma cultura tem valores coincidentes com os valores de outra cultura.

D. a correção dos juízos de valor depende inteiramente do que é aprovado nas sociedades
mais evoluídas.

14. A liberdade religiosa é a liberdade de cada um praticar a religião que é do seu agrado,
ou de não praticar qualquer religião.
Se a liberdade religiosa for um valor objetivo, então:
A. todos defendem a liberdade religiosa.
B. a liberdade religiosa é um elemento central de muitas culturas.

C. deve haver liberdade religiosa.


D. a liberdade religiosa é mais importante do que os outros valores.

15. «Em alguns países, ter armas e usá-las para assegurar a defesa da família e da
propriedade são vistos como direitos dos cidadãos; mas, noutros países, acredita-se
que a posse e o uso de armas devem estar sujeitos a grandes restrições.»
Perante a constatação anterior, um relativista acerca dos valores defenderia que:
A. as sociedades que impõem grandes restrições à posse e ao uso de armas são melhores do
que aquelas que não o fazem.
B. poder defender a família e a propriedade é um valor que deve ser protegido em qualquer
sociedade.
C. ter armas e com elas se defender, dependendo dos contextos históricos e sociais, podem
ser vistos como direitos dos cidadãos.
D. a convicção de que a posse e o uso de armas são direitos dos cidadãos resulta de
preferências pessoais.

16. Atente nas afirmações seguintes.

1. Franklin Roosevelt é considerado pelos norte-americanos um dos três mais importantes presidentes
dos EUA.
2. Já adulto, Franklin Roosevelt contraiu poliomielite.
3. Franklin Roosevelt não gostava de ser fotografado em cadeira de rodas.
4. Franklin Roosevelt deveria ter decidido mais cedo a entrada dos EUA na II Guerra Mundial.

Selecione a opção correta.


A. Apenas a afirmação 4 exprime um juízo de valor.

B. As afirmações 1 e 4 exprimem juízos de valor.

C. As afirmações 2 e 3 exprimem juízos de valor.


D. Apenas a afirmação 3 exprime um juízo de valor.

17. Se houver juízos morais objetivos, então:


A. as sociedades que tiverem valores diferentes dos nossos devem corrigir tais valores.

B. a correção, ou a incorreção, desses juízos não pode ser discutida.

C. esses juízos estão certos ou errados independentemente dos costumes.


D. as pessoas que tiverem valores diferentes dos nossos pensam e agem erradamente.

18. Qual das frases seguintes exprime um juízo de valor moral acerca de uma certa pessoa?
A. Aquela pessoa usa transportes públicos.

B. Aquela pessoa não age de modo responsável.

C. Aquela pessoa não consome produtos de origem animal.

D. Aquela pessoa convive com criminosos reincidentes.


19. Identifique a posição defendida pelos subjetivistas morais.
A. Os valores objetivos mais evidentes são pessoais.
B. Apenas as preferências pessoais têm valor, tenham ou não aprovação social.

C. As preferências pessoais limitam-se a reproduzir as convenções da sociedade.

D. Há valores universais independentes dos contextos.

20. Considerar que os valores são objetivos significa considerar que os valores são:
A. objetos de preferência.
B. relativos ao sujeito que valora.

C. objetos estimáveis.

D. independentes do sujeito que valora.

21. Os valores éticos são:


A. critérios para a escolha da melhor ação.

B. formas determinadas de ação.

C. normas legais para regular a ação.

D. programas orientadores de ação.

22. Segundo o relativismo cultural:


A. os valores atuais são melhores do que os do passado.

B. os critérios para avaliar as ações são variáveis.

C. os critérios para avaliar as ações são absolutos.

D. os valores são espirituais e intemporais.

23. O diálogo entre culturas implica:


A. a valorização da cultura ocidental.
B. a desvalorização da racionalidade.

C. a possibilidade de acordo valorativo.

D. a indiferença relativa a costumes e a valores.

24. A Luísa viajou muito e notou diferenças significativas, por exemplo, no estatuto das
mulheres em diferentes sociedades. Alguns hábitos, como o de as mulheres apenas
poderem passear acompanhadas, chocaram a Luísa; contudo, pareceu-lhe que muitas
dessas mulheres aceitavam tais hábitos sem reservas. Esta observação foi a razão para
a Luísa concluir que aquilo que é certo ou errado depende de cada cultura.
Perante o relato da Luísa, a Paula recordou que o estatuto das mulheres tinha mudado
muito em Portugal, nas últimas décadas, e afirmou que isso representava um progresso,
pois a sociedade portuguesa abandonara leis e hábitos errados.
É razoável presumir que:
A. a Luísa é relativista e a Paula é objetivista.
B. ambas são subjetivistas.

C. ambas são relativistas.


D. a Luísa é objetivista e a Paula é subjetivista.

25. Identifique a questão que envolve o problema da natureza dos juízos morais.
A. Será que só os princípios morais importam?

B. O juízo de que é correto acolher refugiados exprime uma preferência pessoal?

C. Será a escravatura moralmente permissível?


D. O juízo de que uma certa pessoa é corajosa é um juízo de valor acerca dessa pessoa?

Outras questões

1. É um facto que há diferenças culturais e que há pessoas com opiniões muito diferentes
em relação a valores.
Será que este facto mostra que não há valores objetivos?
Na sua resposta, deve:
‒ identificar inequivocamente a perspetiva que defende;
‒ argumentar a favor da perspetiva que defende.

2. Os austríacos gostam de valsa; já a maior parte dos brasileiros gosta de samba. Em


relação ao desporto, os canadianos, por exemplo, preferem o hóquei no gelo, ao passo
que muitos portugueses apreciam o hóquei em patins. A verdade é que cada povo tem
tendência a apreciar mais o que faz parte da sua cultura.
Contudo, o hóquei em patins é mais bonito do que o hóquei no gelo.
No texto anterior é expresso, de forma inequívoca, um único juízo de valor. Identifique-o
e justifique a identificação feita.

3. Quando argumentamos acerca de valores, a tolerância e o respeito pelas diferenças


merecem habitualmente uma atenção especial. Os subjetivistas são sensíveis à
tolerância em relação às preferências individuais; os relativistas, por sua vez,
preocupam-se antes com a tolerância em relação a culturas diferentes; e os objetivistas
defendem que a tolerância deve ter sempre em conta direitos fundamentais e invioláveis
de qualquer ser humano, seja ele qual for.
Que perspetiva acerca dos valores nos oferece as melhores razões contra a
intolerância?
Na sua resposta, deve:
‒ clarificar o problema da natureza dos valores, subjacente à questão apresentada;
‒ apresentar inequivocamente a posição que defende;
‒ argumentar a favor da posição que defende.
4. . A Luísa gosta de dançar tango.
A afirmação anterior exprime um juízo de valor? Porquê?

5. Leia o texto.

Enquanto ato de autoproteção (...), podemos fazer o que for necessário para nos defendermos, mesmo
que isso implique a morte do atacante (...). O efeito bom é a preservação da nossa vida, sendo o efeito
mau a perda da vida do atacante.
David S. Oderberg, Ética Aplicada, Lisboa, Principia, 2009, p. 233.

5.1. Relacione a noção de preferência valorativa com a situação descrita no texto.

5.2. Dê um exemplo de outra situação de conflito de valores.

6. Em 1948, foi assinada a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que enuncia um
conjunto de direitos reconhecidos pelos países com representação na Organização das
Nações Unidas (ONU).
Algumas pessoas pensam que os direitos aí consagrados exprimem valores objetivos.
Concorda? Justifique a sua posição.
Na sua resposta, deve:
− esclarecer o problema da natureza dos juízos de valor moral;
− apresentar inequivocamente a sua posição relativamente à questão formulada;
− argumentar a favor da sua posição.

7. Leia o texto.

Na Europa, ao contrário de noutras partes do mundo, a grande maioria das pessoas julgaria o castigo
por apedrejamento como horrendo e profundamente errado. Para algumas pessoas isso mostra que
estas questões são relativas. (...)
A respeito do apedrejamento, os relativistas [morais] por vezes concluem enganadoramente que é
errado interferirmos nas práticas de outro país. Se essa conclusão é apresentada como uma afirmação
não relativa, nomeadamente a de que interferir é errado, (...) então contradiz a afirmação relativista de
que todos os juízos morais são relativos. Tais relativistas não podem manter consistentemente a sua
posição. Essa é uma razão clara para rejeitar o seu relativismo.
P. Cave, Duas Vidas Valem Mais Que Uma?, Alfragide, Academia do Livro, 2008, pp. 85-87 (adaptado).

7.1. O autor do texto apresenta um argumento contra o relativismo moral. Explique esse
argumento.
7.2. O relativismo moral é usado para defender a tolerância. Apresente razões dos relativistas
morais a favor da tolerância.

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