Antonio Sergio Nascimento

OAB/SP nº 349.362

JUÍZO DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE TAUBATÉ-SP.

PROCESSO N.º 1005604-97.2017.8.26.0625

ANTONIO SERGIO DO NASCIMENTO JUNIOR, já qualificada nos autos em que

move em face de SOLANGE KOHARO DA SILVA, atuando em causa própria nos termos do art. 103, p.
único do CPC, vem respeitosamente na presença de Vossa Excelência, em cumprimento ao despacho de
fls., apresentar IMPUGNAÇÃO AOS EMBARGOS A EXECUÇÃO (FLS. 1 A 35), nos termos que seguem:

1. SÍNTESE DAS FUNESTAS ALEGAÇÕES:

Em apertada síntese, alega a parte embargante de que houve alteração no

contrato, onde o valor do débito foi ajustado para R$ 3.900,00 (três mil e novecentos reais), e que o
mesmo foi pago em sua totalidade. Alega que o dinheiro foi pago em mãos, não possuindo recibos, pois
confiou no embargado, pessoa a qual iniciou uma “história de amor” e que vivia em união estável. Não
se conformando com o término do “romance”, vem agora o embargado “vingar-se” através da presente
demanda. Requereu pelo indeferimento da ação; pela concessão de efeito suspensivo; pela condenação
do embargado por litigância de má-fé; pediu a nulidade da execução; pleiteou o pagamento de danos
morais de 30 salários mínimos; requereu o pagamento de honorários advocatícios e solicitou a abertura
de processo administrativo à OAB/SP.

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PRELIMINARMENTE:

2. DO PEDIDO DE DECRETAÇÃO DO SEGREDO DE JUSTIÇA / VIOLAÇÃO DA INTIMIDADE DO

EMBARGADO:

É triste observar à descabida, mentirosa e leviana versão fantasiosa lançada pela

parte embargante, tentando-se, em meio ao desespero, ludibriar este experiente juízo, com o objetivo
de esquivar-se da responsabilidade compactuada com este procurador.

É triste ver um profissional de direito buscar, a todo custo, o sucesso em sua

demanda, não importando-se em denegrir e macular a honra e a imagem de seu colega de profissão
adverso; chegando ao ponto de caluniá-lo, lhe acusando de ter cometido um crime contra sua cliente.

É triste expor o colega adverso, acostando fotos intimas de sua pessoa em um

processo que não é de conhecimento, processo este que é publico e que pode ser acessado por
inúmeras pessoas uma vez que o processo é eletrônico e pode ser acessado por qualquer pessoa
habilitada no sistema e-SAJ ou que obtiver um certificado digital.

Por estas razões, requer-ser, em primeiro lugar, pela decretação do segredo de

justiça nos presentes autos e também nos autos principais (1010788-97.2017.8.26.0625), conforme
previsão legal no artigo 189, III, do CPC, uma vez que o embargante faz uso de fotos íntimas do
embargado, bem como o acusa de ser antiético e desonesto para com a embargante.

3. DA ALEGAÇÃO DE ALTERAÇÃO DO CONTRATO:

Baseando-se em cópia de emails, o embargado alega que o valor do débito foi

alterado para R$ 3.900,00 (três mil e novecentos reais), acusando o embargado de tentar enganar o
juízo.

O que ocorreu, Excelência, é que a embargante não mais procurou o embargado

para “acertar suas contas”, após a conclusão da prestação de serviços para com a mesma.

Em março de 2016, ante a esta situação, o embargado propôs a embargante a

quitação total da dívida, aceitando receber apenas R$ 2.100,00, divididos em 07 parcelas, de modo
encerrar a avença, conforme planilha de fl.20 e 21, levando em consideração a situação econômica da
devedora e a vontade de encerrar esta pendência.

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E, com relação à alegação de que o embargado reduziu os valores em

detrimento de um relacionamento amoroso com a embargante, tais inverdades enojam a parte
exequente, fazendo necessário esclarecer os seguintes pontos: o embargado teve, de fato, um
relacionamento amoroso com a embargante no passado e findado muito antes de contratar os seus
serviços de advocacia. Na época da relação, o embargado nem era advogado, onde foto estampada nos
autos é de quando o mesmo era vigilante no poupatempo Taubaté. Tanto é verdade que, não poderia o
embargado firmar um contrato de prestação de serviços e trocar emails falando de pagamentos com a
pessoa a qual convive em união estável, situação esdrúxula incompatível com qualquer relacionamento
comum.

No referido documento acostado pelo próprio embargante, há inclusive os

dados bancários do embargado, o que vai contra as alegações de pagamento realizado “em mãos” e
sem recibo.

Apesar da boa proposta, a embargante se recusou em aceitar, tanto é que

jamais depositou qualquer valor, fato que comprova a ausência de anuência/consentimento.

Assim, considerando a ausência de consentimento do embargante na proposta

de acordo (fl.20/21), requisito necessário para validação de qualquer alteração do contrato, fica
comprovado a inalterabilidade do título executivo de fl. 15 dos autos principais. Aliás, resta-se
demonstrado, inclusive, a boa fé do embargado, ao reconhecer o pagamente parcial realizado pela
embargante, sem existência de qualquer prova do pagamento efetivado, conforme planilha de cálculo
acostada em fl. 12.

4. DAS ALEGAÇÕES DE MÁ CONDUTA PROFISSIONAL:

O embargado sente-se totalmente seguro de que jamais agiu de ma fé e não se

preocupa com eventual encaminhamento da questão para a OAB/SP.

Certamente, a verdade seria ali apurada, bem como ficaria comprovado que
quem agiu com má conduta no presente caso não foi o embargado, e sim o patrono da embargante, a
qual imputou ao mesmo falsamente fato definido como crime (artigo 138 CP); o qual responderia pelos
atos imputados (artigo 32 da lei 8.906/94), passível de sanção administrativa (artigo 34 XV e XXV),
criminal e cível, eis que o patrono adverso está sujeito, inclusive, a reparar pelos danos imateriais
gerados ao embargado, através de sua conduta irresponsável nestes autos, quando decide em acusar o
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embargado de cometer crime contra um cliente (sem nenhuma prova), bem como decide em expor sua
intimidade de forma desnecessária. Tais fatos certamente poderão ser discutidos em uma nova
demanda, em face do patrono adverso.

5. DOS REQUERIMENTOS FINAIS:

Por todo o exposto, o embargado impugna toda a peça defensiva, bem como
seus argumentos, requerendo que seja julgado totalmente improcedentes o presente embargos à
execução interposto, condenando a embargante ao pagamento de custas, despesas e honorários
advocatícios no importe de 20% do valor da execução.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Taubaté, 29 de setembro de 2017.

Antonio Sergio do Nascimento Junior

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