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LICENCIATURA EM DIREITO

ANO LECTIVO: 2023/2024

DIREITOS REAIS – 3.º ANO – TURMA - TAN

REGÊNCIA: PROFESSOR DOUTOR JOSÉ LUÍS RAMOS

SUBTURMAS: 1 e 2

Caso Prático N.º 13

(Comunhão dos Direitos Reais)

António, proprietário de um prédio urbano em regime de propriedade total na Rua Guilherme Moreira
decide constituir, por escritura pública, um usufruto a favor dos seus quatro netos: Beatriz, Carlos, Dário
e Elisa, em Maio de 2017, para que estes residissem habitualmente.

O prédio tinha um logradouro com um pomar de maças que produziu, no final de Junho de 2017, uma
tonelada de maças, que Beatriz destinou integralmente à sua unidade de produção de sumos de fruta.

Em Agosto de 2017, dá-se uma reunião entre os usufrutuários, com o objectivo de decidir se a fachada do
prédio deveria ser pintada.

Beatriz e Carlos queriam que o prédio sofresse tal obra. Por seu turno Dário e Elisa opuseram-se à ideia.

Beatriz diz que o prédio será pintado, em virtude de a sua quota no usufruto ser de 70%, conforme
resultara de uma carta escrita pelo Avó António, e que todos tinham conhecimento.

O prédio acabou por ser pintado.

Em Outubro de 2017, Beatriz, que nunca gostara de Dário, seu primo, decide proibi-lo de entrar no
aludido prédio mudando, para o efeito, a fechadura da porta da entrada, alegando que ele não havia
liquidado a sua parte nas despesas do IMI e de manutenção do prédio.

Posteriormente Elisa, que se pretendia “livrar” da família, decide alienar o prédio a Félix, forjando três
procurações de Beatriz, Carlos e Dário, nas quais lhe eram dados os poderes necessários para vender o
prédio.

O negócio é celebrado entre Elisa e Félix do Cartório Notarial do Campo Grande.

Carlos decide ainda doar o seu direito real de gozo a favor de Zacarias, seu filho, em segredo total.

Félix, novo usufrutuário, insurge-se contra a transmissão a favor de Zacarias, uma vez que pretendia
exercer o seu direito de preferência, de que era titular.

Beatriz, que sempre fora dada a negócios, decide abrir um hostel no prédio da Rua Guilherme Moreira,
tendo tido o consentimento anterior apenas de Elisa.

Quid juris?

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