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Conceitos introdutórios

Os direitos reais surgem a partir das actio in rem, ou seja, coisas corpóreas (ao
contrario das obrigações que eram actio in personam).

Teoria sobre o conceito de Dto Real:


 Teoria clássica: dto real = dto patrimonial que existe entre a pessoa e a coisa;
poder imediato sobre a coisa;
 Teoria personalista: entende que a relação jurídica se estabelece entre
pessoas, pelo que o direito real vale para outras pessoas e é concebudo como
a obrigação de não impedir a atuação do titular do dto;
 Teorias mistas: vertente interna- poder imediato sobre a coisa, vertente
externa- oponibilidade erga omnes

Princípios de Direitos Reais:


 Tipicidade (numerus clausus- 1306º);
 Especialidade- coisa atual e determinada;
 Oponibilidade erga omnes;
 Consensualidade- 408º;
 Boa-fé- com importância na usucapião;
 Publicidade: espontânea (posse) e organizada (registo);

Tipos de Dtos reais:


 Gozo- aproveitamento da coisa;
 Garantia- resultam de uma relação obrigacional;
 Aquisição: Contrato-Promessa CV e Pacto de preferência.

Dtos Reais Dtos Pessoais de Gozo Dtos de crédito


Prestação sobre coisas
Coisas corpóreas Prestação
corpóreas
Tipicidade Atipicidade Atipicidade
Interpartes+ tutela da
Erga Omnes posse (1137º/2+ 1188º/2+ Interpartes
1133º/2+1125º/2)
Há prevalência 407º- há prevalência Não há prevalência

Factos Constitutivos de Dtos Reais


1. Lei hipoteca (704º a 709º), privilégio creditório (733º e ss), usufruto (1440º) e
servidão legal (1550º e ss).
2. Decisão Judicial 658º, 710º, 1417º/1, 1547º/2
3. Negócio Juridico

Usucapião
Previsão geral: 1287º a 1301º.
A usucapião apenas permite a aquisição de Dtos reais de gozo- excetuam-se destes
o dto de uso e habitação (1293º) e as servidões prediais não aparentes.

Requisitos:
 Uma posse boa: a posse tem de ser pública e pacifica (no caso de ser violenta
o prazo da mesma só começa a contar quando se tornar pacifica).
 Duração da posse:
Coisas imoveis há ou não registo? SIM- 1294º // NÃO- 1296º; 1295º-
situações de alteração de prazos
Coisas moveis esrtá sujeita a registo? SIM- 1298º // NÃO 1299º nesta há
ainda o requisito de haver titulo justo; 1300º/2- alterações de prazo.
1254º/1 prevê a presunção de posse.
 Invocação da usucapião: é necessária a invocação (poder potestativo) não
ocorrendo apenas pela decorrência do prazo (303º). Deve ser feita mediante
declaração. Pode ser ainda invocada por terceiros ou credores com interesse
legitimo- 1292º+ 305º+ 302º/1.
1288º- momento da eficácia da usucapião, que se reporta ao inicio da posse.
1287º- efeitos, sendo o primário, o efeito aquisitivo.

Funções:
 Função Consolidativa- fazer com que a situação de facto se consolide com a
situação jurídica, passando a posse a coincidir com o dto real de gozo Papel
regulador+ promoção da paz publica.
 Função probatória: permite que o possuidor, sendo detentor do Dto, prove que
o tem.

Factos translativos de Dtos Reais


 Dtos reais são transmissíveis entre vivos e mortis causa;
 P. da Consensualidade+ P. Causalidade
 Exceções: usufruto- 1443º; uso e habitação- 1448º; dto de retenção- 760º;
penhor (pela natureza).

Factos Extintivos
 Podem ser gerias ou específicos;
 Gerais perda ou destruição da coisa; renuncia; prescrição (aplica-se apena à
hipoteca, aos privilégios creditórios e ao dto de retenção; caducidade (ocorre
em função do não exercício); confusão (reunião); expropriação; dto real
incompatível; extinção por força da extinção de um dto real maior onerado.
 Gozo não prescrevem, apenas caducam- usufruto (1476º/1), dto de
superfície (1536º/1, a) e b)), dto de servidão (1569º/1). O não uso pode se
encontrar regulado pelos artigos 1570º a1573º. No dto de propriedade não é
razão de extinção do dto- 1397º.

A Posse
1251º- noção de posse.

Funções:
 Proteção- ações possessórias e de indemnização.
 Conservação- tutela atribuída contra quem constitui o dto em seu favor;
fortalecimento da posição do titular dos dtos de gozo; reforço da tutela contra
terceiros; usucapião.
 Publicidade- presunção da titularidade do dto à posse, à tutela de boa-fé e à
transmissão dos dtos reais.
A posse está sempre ligada a outro direito- 1251º+ 1263º a) + 1257º/1. Esta extingue-
se se a exteriorização for quebrada- 1253º/a).

Elementos da posse
 Teorias subjetivistas- detenção+ animus (relação material com a coisa + a
vontade de a possuir) Savigny; Pires de Lima, Mota Pinto, Paula Costa e
Silva, etc;
 Teoria objetivistas- corpus possessório e intenção inerente à ação do
possuidor Jhering; JAV
 Sistema português como misto por causa do 1253º a), b) e c)- MC; ML; OA;
etc

Tipos de posse
 Causal vs Formal (possuidor =/ detentor do dto real);
 Civil vs Interdital (não se trata de direitos reais de gozo);
 Efetiva e não efetiva (não é acompanhada do corpus, sendo só o dto);
 Titulada (1259º) e Não titulada requisitos- facto aquisitivo de dto, este ter
eficácia real, é independente da validade do negócio;
 Boa-fé ou Má fé 1260º- dever de conhecimento;
 Pacifica vs Violenta 1261º
 Pública vs Oculta (pode ou não ser conhecida).

Factos Constitutivos da posse


Apossamento 1263º, pratica, reiterada de atos com a inteção de ficar com a coisa.
Inversão do titulo da posse 1263º, d)+ 1265º; distingue-se do primeiro, porque quem
a pede já tem a detenção da coisa. Pode ser feita por terceiro por meio de negocio
jurídico. É uma posse nova. 1290º+ usucapião.

Factos Translativos da posse


Traditio- perda voluntaria do controlo material da coisa- 1263º, alínea b). Pode ser
matéria ou simbólica.
Constituo possessório- possuidor passa a detentor, continuando com a coisa
conseigo. Vem de um: negocio jurídico de transmissão de um dto real; o transmitente
do dto real seja possuidor; uma causa para a detenção da coisa.
Sucessão na posse- 1255º.

Factos Extintivos da posse


Estão previstos no 1267º/1 (excetuando a alínea c), sendo:

 Abandono- perda voluntaria do corpus


 Perda da coisa
 Destruição material da coisa
 Colocação da coisa fora do comercia (202º)
 Esbulho (privação da coisa por ato de terceiro, contra a vontade do
possuidor9 este não produz a extinção automática da posse, uma vez que o
possuidor matem a mesma até um ano depois de ocorrido os esbulho; o
objteivo é a possibilidade de proteção do possuidor através de ações
possessórias (1284º). Como há 2 posses, para efeitos de presunção prevalece
quem tiver melhor posse (1268º/ 2 e 3).

Efeitos da posse:
 Presuntivo- 1268º/1
 Poder de uso do possuidor
 Poder de fruição- 1270º+ 1271º
 Poder de indemnização por benfeitoria feitas na coisa- 1273º + 1275º/1
 Poder de indemnização por violação da posse- 1284º/1
 Poder de usucapião
 Poder de acessão- 1256º/1
 Poder de defesa de posse.
 Dever de pagamento nos encargos com a coisa- 1272º
 Dever de restituir os frutos- 1271º
 Dever de indemnizar o titular do dto real em caso de perda ou de deterioração-
1269º
 Faculdade de disposição da posse.
Meios de defesa

 Restituição provisoria da posse- 1279º(requisitos- existência de posse, ato de


esbulho e violência no esbulho- 1261º/2).
 Ação de prevenção- 1276º
 Ação de manutenção- 1278º/1
 Ação de restituição- 1278º/1
 Legitimidade ativa e passiva ativa- 1281º/1 e 2 (ações referidas a cima) ???
 Caducidade- 1282º
 Exceptio domini- 1278º/1
 Embargos de terceiro- 1285º
Posse singular- uma pessoa VS Composse- mais que uma pessoa- 1404º+ 1406º/2+
1286º- 336º + 1277º.
Sobre posição de posses

PERGUNTAS DE ORAIS
1. Qual a diferença entre direito real e direito pessoal?
2. O que é a sequela?
3. Quais são os casos de aquisição tabular?
4. Qual o conceito de terceiro para efeitos do registo?
5. O direito de superfície tem direito de acessão?
6. Em que consiste a usucapião contra tabulas?
7. A presunção é ilidível?
8. Pode-se alterar o título constitutivo?
9. Qual a diferença entre uso e habitação?
10. Possui a cadeira onde está sentada?
11. O que é a posse titulada?
12. O que é a usucapião?
13. Quaisquer direitos reais de gozo podem ser adquiridos por usucapião?
14. Exige-se a posse efetiva para haver usucapião?
15. O que é a posse não efetiva?
16. O que é o esbulho?
17. O que é o efeito consolidativo do registo?
18. Caso: A vende a B um imóvel por escritura pública em Janeiro 2013 e este não
regista; C, credor de A, regista penhora sobre o prédio em Julho 2013 Quem é
que deve promover o registo? O que é um terceiro para efeitos de registo? O
terceiro tem de adquirir o direito através de uma alienação? Não, também
poderá adquirir através de uma oneração (constituição de um usufruto)?
19. Como é que se constitui uma servidão voluntária?
20. Qual é a forma do contrato que constitui uma servidão voluntária? Art 22.º-A
DL 116/200?
21. Um trabalhador tem posse dos instrumentos de trabalho?
22. O que é o corpus?
23. O que é a acessão na posse?
24. Quando é que pode existir acessão na posse?
25. Pode juntar-se a posse dos 2 últimos antecessores?
26. O que é a acessão? Quais os requisitos da acessão?
27. Qual é a boa fé relevante para efeitos de acessão?
28. Quais as áreas em que a boa fé releva no âmbito dos Direitos Reais?
29. O que é um contrato real quod effectum? Modalidades de contratos reais quod
constitutionem?
30. Um terraço com acesso exclusivo a uma fração autónoma pertence a essa
fração? Pode determinar-se isso no título constitutivo?
31. O que é a usucapio libertatis? Aplica-se a que direitos reais?
32. O que legitima a aplicar a outros direitos reais de gozo menores?
33. B compra 24 garrafas de vinho branco; quando é que se transmite a
propriedadesobre as garrafas? A mera separação das garrafas tem efeitos
reais? A concentração antes do cumprimento opera a transmissão da
propriedade?
34. A propriedade dos condóminos sobre as partes comuns é uma
compropriedade?
35. O locatário é possuidor?
36. O locatário pode inverter o título da posse através da falta de pagamento das
rendas?
37. Servidão de passagem- (10 anos) Ao fim do 1º ano o serviário do prédio
serviente resolve contruir um muro. Quid iuris? Ação de constituição da posse.
Prazo? Se a posse se extinguiu já não a pode defender e o dtº de servidão?
38. A é titular de Dtº de propriedade com registo a seu favor, celebra com B 1
compra e venda b não regista. A vende a C e C regista. Quem tem Dtº? Base
legal? Doutrinas desta problemática
39. A entra no território de B imigrante durante a noite e cultiva lá nos terrenos e
faz um furo isto sempre vestido de preto. Posse? Porque diz que a posse é
oculta? Base legal?
40. Como é que se caracteriza a posse publica?
41. A com registo a seu favor vende a B este não registou, C credor de A move 1
processo executivo contra A, regista a penhora. B proprietário pode opor o seu
Dtº? Penhora é Dtº real? Artº 5º CRPredial? nº?
42. A está a cultivar o seu terreno, mas começa a cultivar o terreno do B que não
seencontra em PT. Tem posse? Oculta ou conhecida? Prof. PA como resolve,
comque norma? Quando se extinguiria a posse de B?
43. A doa a B 1 imóvel, B não regista, A volta a doar a C quem é o titular do
registode propriedade? Contrato com C é nulo?
44. Em que se traduz o dtº de superfície?
45. (A) é arrendatário da propriedade (X) que pertence a (B); surge (C) que vende
(X) a (A); o negócio é celebrado por escrito particular. Quid Iuris
46. O que é o Usufruto? Distinga Usufruto de Uso. E habitação?
47. Posição Subjetivista da Posse?
48. Posse de boa fé VS má fé. Efeitos para usucapião?
49. Cultivo um terreno que penso que era meu, mas não é. Só descubro isso
agora. Frutos nas arvores vão ser recolhidos em Setembro. Tenho dtº aos
frutos? Qual a regra geral para os frutos? Qual o regime dos frutos? (213º ss)
50. O que é uma servidão predial?
51. Servidões aparentes podem ser adquiridas por usucapião? Têm alguma
especificidade quanto ao registo?
52. Diferença entre os efeitos do registo entre as servidões aparentes e não
aparentes.
53. Sr. tem um carro de formula 1 e quer trocar os pneus. Para o prof. são ótimos.
Sr. vende os pneus ao prof. que continuam na garagem. Quando se transmite
a propriedade? Podia existir 1 usufruto dos pneus? Coisa consumível ou
deteriorável? O dinheiro aplica-se a estes artigos?
54. A é inquilino de B proprietário da fração X. A é possuidor?
55. B proprietário e vende a C, permanecendo o A a viver na fração. A diz que
gosta da casa e não sai. Quid iuris.
56. B não tem registo, vendeu a C, C regista e vende a D que também regista.
Quid iuris

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