Você está na página 1de 5

ILMO SENHOR DIRETOR DO INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E

REFORMA AGRÁRIA, (INCRA), BOA VISTA - RORAIMA.

PROCESSO Nº 240/86

Francisco Leopoldo da Silva, Brasileiro, Casado, Agricultor, RG 7.180, expedida


por SSP de Roraima, CPF 112.119.972-00, Residente e Domiciliado na Rua
Monte Castelo, nº 356, Bairro 13 de setembro, Boa vista Roraima.

Anilton da Silva, Brasileiro, Solteiro, Motorista, RG 87.314, expedida por


SSP/RR, CPF 382.830.772-87, Residente e Domiciliado, na Rua Monte Castelo,
nº 356, Bairro 13 de setembro, Boa Vista RR.

Agenor Ribeiro Soares Filho, Brasileiro, Casado, Motorista, RG M2 914.388, CPF


525301.916-20, Residente e Domiciliado, na Rua Aldebarã, N° 379, Bairro
Jardim Primavera, CEP 69.314-192, Boa Vista RR.

Sandro Roberto Morais Campos, Brasileiro, Solteiro, Representante Comercial,


RG 102.026, CPF 446.501.672-72, Residente e Domiciliado, na rua Aldebarã, n°
379, Bairro Jardim Primavera, CEP 69.314-192, Boa Vista RR.

Aglutinados em Litisconsócio, vem com o devido respeito, á presença de Vossa


Senhoria, propor Revisão de Processo Administrativo, nos termos do artigo
65 da lei 9.784/99, que prevê:

Art.65 – Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser


revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos
ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção
aplicada.

Parágrafo único – Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da


sanção.
Pelos fatos e fundamentos abaixo aduzidos, que passa a expor.

DOS FATOS

Cunspícuo e Magnânimo diretor, o primeiro autor adquiriu de forma mansa e


pacífica, ordeira e de boa fé, a posse do Imóvel Rural, Sítio Novo Amanhecer,
área de 500 (quinhentos) hectares, localizada na gleba cauamé, em Boa Vista,
Roraima, em 20/02/1985. Onde no labor diário, no sistema de agricultura familiar,
criou e proveu o sustento sua família.

Na data de 11/03/1986, protocolizou pedido de regularização do referido sítio,


junto a essa douta instituição, que por sua vez, abriu processo administrativo de
número 240/86, conforme consta em vossos arquivos.

Dessa forma, o primeiro autor afirma de forma contundente, ser possuidor do


imóvel rural, por 37 anos ininterruptos, restando provado de forma transparente.
Estando também em perfeita sintônia ao pacificado sobre a sabedoria do artigo
1.238 do CC, que prevê:

Art.1.238 – Aquele que, por quinze anos, sem interrupção nem oposição, possuir
como seu um imóvel, adquire – lhe a propriedade, independentemente de título
e boa fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual
servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.

Parágrafo único - O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se


o possuidor houver estabelecido no imóvel moradia habitual, ou nele realizado
obras ou serviços de caráter produtivo.

DO FATO NOVO

O primeiro autor, encontra-se enfermo, necessitando de cuidados médicos,


ausentou da localidade para tratamento de saúde, pois já se encontra em idade
avançada.

Quando retornou, encontrou sua posse turbada, com vários danos em seu sítio.
Sendo furtados seus animais domésticos, entre galos, galinhas, frangos, porcos
e cachorro. Madeira, ferramentas, frutas, verduras e legumes. E ainda diversos
pertences por pessoa não identificada. Que aproveitando o ensejo da sua
ausência, atuou de forma criminosa em seu domicílio. Vindo demolir sua casa
(barraco de madeira).

Temendo pela sua vida e segurança, por não poder permanecer mais sozinho
no sítio, entendeu ser inviável sua permanência no referido. Sendo ainda
necessário, sua permanência nesta capital, na residência de seu filho, para dar
sequência ao tratamento de saúde, em obediência ás recomendações medicas.

Destarte, decidiu confeccionar contrato de doação que segui anexado aos autos.

Doando 167 (cento e sessenta e sete) hectares ao segundo autor, que é seu
filho. Doando também, 167 (cento e sessenta e sete) hectares, ao terceiro autor.
E doando ainda 166(cento e sessenta e seis) hectares ao quarto autor. Pessoas
honestas, próximas á família, de sua plena confiança do primeiro autor/doador.
Que seguiram seu legado, cuidando da terra conforme á vontade do primeiro
autor. Que por intermédio deste, vem dar ciência, á Vossa Senhoria, e no ensejo,
apresentar os donatários que representaram de bom grado o doador. Atuando
como parte legítima, ou seja, conforme contrato de doação firmado, são
donatários. Que por via de sequência, requer com maior celeridade, providências
no sentido de que, as respectivas glebas venham a ser divididas na correta
proporção. Conforme á vontade do doador. Que seja feito o desmenbramento do
sítio Novo Amanhecer, sendo cada título no nome de cada donatário, com seus
respectivos hectares doados. Conforme contrato em anexo.

DO PEDIDO

Por tudo e por tudo o exposto, requer:

1 – Que seja, reaberto e revisionado o processo administrativo.

2 – Que seja, dividido o Sítio Novo Amanhecer, conforme á vontade do doador,


que é o primeiro autor, conforme contrato de doação.
3 – Que seja, os respectivo título confeccionados em nome dos respectivos
donatários, sendo eles, o segundo terceiro e quarto autor, conforme á vontade
do doador, citada em contrato.

4 – E por derradeiro, que seja dado provimento a todos os pedidos com maior
celeridade, para que os novos proprietários passam a usufruir, trabalhando e
produzindo na terra, conforme vontade do doador.

Nos termos em que pede e aguarda provimento.

Boa Vista RR, 13 de janeiro 2022.

Você também pode gostar