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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XX VARA CÍVEL DA

COMARCA DE SÃO PAULO/UF

Aline, nacionalidade xxx, estado civil xxx, profissão xxx, endereço eletrônico xxx, RG nº xxx, CPF
nº xxx, residente e domiciliada à rua xxx, nº xxx, bairro xxx, na cidade São Paulo/UF, vem,
respeitosamente, perante V. Exa., por meio de seu(s) advogado(a)(s), que abaixo subscrevem, com
escritório em endereço xxx, local onde recebe(m) intimações e avisos, com fundamento no artigo
560 do Código de Processo Civil, ajuizar

AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE CUMULADA COM PERDAS E DANOS

Em face de João Paulo, nacionalidade xxx, estado civil xxx, profissão xxx, endereço eletrônico xxx,
RG nº xxx, CPF nº xxx, residente e domiciliado à rua xxx, nº xxx, bairro xxx, na cidade xxx/UF, e
Nice nacionalidade xxx, estado civil xxx, profissão xxx, endereço eletrônico xxx, RG nº xxx, CPF nº
xxx, residente e domiciliada à rua xxx, nº xxx, bairro xxx, na cidade xxx/UF, pelas razões de fato e
de direito que passa a expor.

DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA

O direito à justiça gratuita àqueles que não tem condições de arcar com os custos de um processo
sem benefício do próprio sustento é assegurado constitucionalmente, no art. 5º, LXXIV, bem como
na legislação constitucional. Consiste, este direito, na forma de assegurar o cumprimento do
princípio do acesso à justiça e do princípio da isonomia.

Requer, assim, desde já, a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, nos termos do art. 98 do
CPC, vez que não possui condição de arcar com as custas, encargos e despesas decorrentes de
quaisquer medidas ou ações judiciais ou extrajudiciais sem prejuízo do sustento próprio e de sua
família, conforme declaração de hipossuficiência em anexo.

DOS FATOS
A autora é a legítima proprietária do imóvel localizado à rua xxx, nº xxx, bairro xxx, na cidade São
Paulo/UF, onde reside há cerca de 5 anos, que foi adquirido pela escritura de compra e venda lavrada
em cartório, conforme documento comprobatório em anexo. Além de ser proprietária, a autora
mantinha, até a data do esbulho, a posse ininterrupta, mansa e pacífica do bem, além de manter ali
um pequeno pomar.

A autora precisou fazer uma viagem de emergência para o interior de Minas Gerais, a fim de auxiliar
sua mãe que se encontrava gravemente doente, com previsão de retornar dois meses depois a São
Paulo. Afim de preservar o imóvel, a autora comentou a viagem com vários vizinhos, dentre os
quais, João Paulo, Nice, Marcos e Alexandre, pedindo que “olhassem” o imóvel no período.

No entanto, os réus, em flagrante violação ao ordenamento jurídico, turbaram a posse da autora, ao


nele ingressarem para fixar moradia, acreditando que a autora não retornaria a São Paulo. No
período, os réus danificaram o telhado da casa ao instalar uma antena “pirata” de televisão a cabo, o
que, devido às fortes chuvas que caíram sobre a cidade, provocou graves infiltrações no imóvel,
gerando um dano estimado em R$ 6.000,00 (seis mil reais). Além disso, os réus vêm colhendo e
vendendo boa parte da produção de laranjas do pomar, causando um prejuízo estimado em R$
19.000,00 (dezenove mil reais).

À autora, não restou outra alternativa senão recorrer ao poder judiciário.

DO DIREITO

O art. 1.196 do Código Civil estabelece a definição jurídica de possuidor:

Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum
dos poderes inerentes à propriedade.

O autor era inquestionavelmente o legítimo possuidor do bem esbulhado, conforme documentos


comprobatórios em anexo.

Quanto à ação de reintegração de posse, sabe-se que é a ação adequada e cabível in casu, eis que
ocorreu o esbulho inegável da posse do autor. Nesse sentido, veja-se o que dispõe o artigo 560 do
CPC:

Art. 560. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em caso
de esbulho.
O art. 1.210 do Código Civil estabelece que:

Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de
esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.

Quanto ao ônus da prova, nos termos do art. 561 do CPC, o autor deixará devidamente e
indubitavelmente comprovada a posse mansa e pacífica do bem, a ocorrência do esbulho, a data em
que ocorreu e, naturalmente, a perda da posse, por meio dos documentos em anexo e de depoimento
pessoal, bem como através de prova testemunhal.

É inegável o direito do autor, sendo imprescindível, para a manutenção da devida justiça e o


atendimento à legislação brasileira em vigor, seja deferida a presente ação, o que desde já requer.

Do Direito à Indenização Por Perdas e Danos

Veja-se o disposto no art. 555 do CPC:

Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de:

I - condenação em perdas e danos;

II - indenização dos frutos.

No caso presente, os réus danificaram o telhado da casa provocando graves infiltrações no imóvel e
gerando um dano estimado em R$ 6.000,00 (seis mil reais). Além disso, os réus vêm colhendo e
vendendo boa parte da produção de laranjas do pomar, causando um prejuízo estimado em R$
19.000,00 (dezenove mil reais), razão pela qual faz jus a indenização pelas perdas e danos sofridos.

Do Pedido Liminar

O direito do autor à reintegração liminar na posse está previsto no art. 562 do CPC. In verbis:

Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a
expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o
autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for
designada.

Uma vez que a petição inicial foi devidamente instruída, e devidamente comprovados todos os
requisitos para o deferimento da ação, mister se faz o deferimento de medida liminar, inaudita altera
pars, em favor do autor, o que requer desde já.
Ressalte-se que não há discricionariedade na concessão da liminar, que deve ser deferida atendidos
os requisitos do art. 562, como de fato ocorreu no presente caso.

DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, requer:

a) Seja deferida a medida liminar, determinando a reintegração do autor na posse do bem, nos termos
do art. 562 do CPC;

b) A citação do réu para, querendo, contestara a ação no prazo da lei, sob pena de revelia;

c) A condenação do réu ao pagamento do valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais) a título de
perdas e danos;

d) Seja a ação julgada integralmente procedente, com ou sem audiência de justificação, de forma a
determinar a cessação do esbulho e a reintegração da autora na posse do bem esbulhado, expedindo-
se o competente mandado, autorizando, ademais, o uso de força policial, se necessária, para a
desocupação do imóvel por todos os termos e fundamentos já expostos.

e) A condenação do réu, ainda, nos ônus de sucumbência e nos honorários advocatícios, no montante
de 15% sobre o valor da causa;

f) Requer os benefícios da justiça gratuita;

g) Seja o réu condenado a pagar multa por cada dia em que deixe de cumprir com a determinação de
fazer cessar o esbulho, nos termos da lei.

Provará o que for necessário, usando de todos os meios permitidos em direito, em especial pela
juntada de documentos (anexos), oitiva de testemunhas, perícia técnica e depoimento pessoal dos
réus.

Nos termos do art. 319, VII, do CPC, o requerente registra “que não se opõe à designação de
audiência de conciliação”.

Dá à causa o valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais).

(Cidade e data)
(Nome do Advogado, Número da OAB )

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