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Teorias da

grande quantidade de outras experiências passadas. O Pré-Consciente é como


uma vasta área de posse das lembranças de que a consciência precisa para Instintos Básicos
desempenhar suas funções.
Num primeiro momento Freud descreveu duas forças instintivas opostas:
Pulsões ou Instintos EROS (a sexual erótica ou fisicamente gratificante) e THANATOS (é o princípio
profundo do desejo de não separação, de retorno à situação uterina ou fetal,

Personalidade
Instintos são pressões que dirigem um organismo para determinados fins quer o repouso, a aniquilação das tensões. Está vinculado às pulsões da morte
particulares. Quando Freud usa o termo, ele não se refere aos complexos padrões pois somente esta poderá satisfazer o desejo de equilíbrio, repouso e paz
de comportamento herdados dos animais inferiores, mas aos seus equivalentes absolutos). Suas últimas descrições, mais globais, encararam essas forças ou
humanos. Tais instintos são “a suprema causa de toda atividade” (1940, livro como mantenedoras da vida ou como incitadoras da morte. Essas formulações
7, p. 21 na ed. bras.). Freud reconhecia os aspectos físicos dos instintos como supõem dois conflitos instintivos básicos, biológicos, contínuos e não-resolvidos.
necessidades, enquanto denominava seus aspectos mentais de desejos. Os Tal antagonismo básico não costuma ser visível ou consciente, e a maioria de
instintos são as forças propulsoras que incitam as pessoas à ação. nossos pensamentos e ações é evocada por estas ambas forças instintivas em
combinação.
Sigmund Freud Todo instinto tem quatro componentes: uma fonte, uma finalidade, uma pressão e
um objeto. A fonte é quando emerge uma necessidade, podendo ser uma parte ou Freud impressionou-se com a diversidade e complexidade do comportamento
Freud inicia seu pensamento teórico assumindo que não há nenhuma todo corpo. A finalidade é reduzir essa necessidade até que nenhuma ação seja que emerge da fusão das pulsões básicas. Por exemplo, ele escreve: “Os
descontinuidade na vida mental. Ele afirmou que nada ocorre ao acaso e muito mais necessária, é dar ao organismo a satisfação que ele deseja no momento. A instintos sexuais fazem-se notar por sua plasticidade, sua capacidade de alterar
menos os processos mentais. Há uma causa para cada pensamento, para cada pressão é a quantidade de energia ou força que é usada para satisfazer o instinto suas finalidades, sua capacidade de se substituírem, permitindo uma satisfação
memória revivida, sentimento ou ação. e é determinada pela intensidade ou urgência da necessidade subjacente. O instintiva ser substituída por outra, e por sua possibilidade de se submeterem a
objeto de um instinto é qualquer coisa, ação ou expressão que permite a adiamentos . . . “ (1933, livro 28, p. 122 na ed. bras.). Os instintos seriam então,
Cada evento mental é causado pela intenção consciente ou inconsciente e é satisfação da finalidade original. canais através dos quais a energia pudesse fluir.
determinado pelos fatos que o precederam. Uma vez que alguns eventos mentais
“parecem” ocorrer espontaneamente, Freud começou a procurar e descrever os Tomamos como exemplo uma pessoa com sede. O corpo desidrata-se até o A pulsão distingue-se do instinto, por este ser ligado a determinadas categorias
elos ocultos que ligavam um evento consciente a outro. O ponto de partida dessa ponto em que precisa de mais líquido, portanto, a fonte é a necessidade crescente de comportamentos pré-estabelecidos e realizados de maneira estereotípica,
investigação é o fato da consciência. de líquidos. À medida que a necessidade se torna maior, torna-se consciente enquanto aquela refere-se a uma fonte de energia psíquica não específica, que
como a sensação de sede. Enquanto esta sede não for satisfeita, torna-se mais pode conduzir a comportamentos diversos. O conceito de pulsão foi utilizado por
Consciente, Pré-Consciente e Inconsciente pronunciada e, ao mesmo tempo em que aumenta sua intensidade, também diferentes teorias da motivação, sendo as amis importantes a de Sigmund Freud
aumenta a pressão ou energia disponível para fazer algo no sentido de aliviar a e a de Clark L. Hull
Segundo Freud, o consciente é somente uma pequena parte da mente, incluindo sede. A finalidade é reduzir a tensão e o objeto não é simplesmente um líquido,
tudo do que estamos cientes num dado momento. O interesse de Freud era muito seja leite, água ou cerveja, mas todo o ato que busca reduzir essa tensão. Isto Libido e Energia Agressiva
maior com relação às áreas da consciência menos expostas e exploradas, que inclui levantar-se, ir a um determinado lugar, escolher entre várias bebidas,
ele denominava Pré-Consciente e Inconsciente. preparar uma delas e bebê-la. Libido (do latim, significando “desejo” ou “anseio”) é caracterizada como a energia
Enquanto as reações iniciais de busca podem ser instintivas, o ponto crítico a ser aproveitável para os instintos de vida. De acordo com Freud, o ser humano
Inconsciente lembrado é que há a possibilidade de satisfazer o instinto de várias maneiras. A apresenta uma fonte de energia separada para cada um dos instintos gerais.
capacidade de satisfazer necessidades nos animais é via de regra limitada a um
A premissa inicial de Freud era de que há conexões entre todos os eventos padrão de comportamento estereotipado de cada espécie. Os instintos humanos Cada um destes instintos gerais teria uma fonte de energia separadamente.
mentais e quando um pensamento ou sentimento parece não estar relacionado servem apenas para iniciar a ação. Mas esta, por sua vez, não é predeterminada Libido (da palavra latina para “desejo” ou “anseio”) é a energia aproveitável
aos pensamentos e sentimentos que o precedem, as conexões estariam pela biologia de nossa espécie e nem se caracteriza sempre numa determinada para os instintos de vida. “Sua produção, aumento ou diminuição, distribuição
no inconsciente. Uma vez que estes elos inconscientes são descobertos, a ação particular. e deslocamento devem propiciar-nos possibilidades de explicar os fenômenos
aparente descontinuidade está resolvida. “Denominamos um processo psíquico psicossexuais observados” ( 1905a, livro 2, p. 113 na ed. bras.). Outra
inconsciente, cuja existência somos obrigados a supor -devido a um motivo tal O número de soluções possíveis para um ser humano satisfazer uma finalidade característica importante da libido é sua mobilidade, ou a facilidade com que
que inferimos a partir de seus efeitos -mas do qual nada sabemos” (1933, livro instintiva é uma soma de sua necessidade biológica inicial, mais seu desejo pode passar de uma área de atenção para outra.
28, p. 90 na ed. bras.). mental (que pode ou não ser consciente) e mais uma grande quantidade de
No inconsciente estão elementos instintivos não acessíveis à consciência. idéias anteriores, hábitos e opções disponíveis. Freud assume que o modelo A energia do instinto de agressão ou de morte não tem um nome especial,
Além disso, há também material que foi excluído da consciência, censurado e mental e comportamental normal e saudável tem a finalidade de reduzir a tensão como tem o instinto da vida (Libido). Ela supostamente apresenta as mesmas
reprimido. Este material não é esquecido nem perdido mas não é permitido ser a níveis previamente aceitáveis. Uma pessoa com certa necessidade continuará propriedades gerais que a Libido, embora Freud não tenha elucidado este
lembrado. O pensamento ou a memória ainda afetam a consciência, mas apenas buscando atividades que possam reduzir esta tensão original. O ciclo completo aspecto.
indiretamente. de comportamento que parte do repouso para a tensão e a atividade, e volta para
O inconsciente, por sua vez, não é apático e inerte, havendo uma vivacidade o repouso, é denominado modelo de tensão-redução. As tensões são resolvidas Catexia
e imediatismo em seu material. Memórias muito antigas quando liberadas à pela volta do corpo ao nível de equilíbrio que existia antes da necessidade Catexia é o processo pelo qual a energia libidinal disponível na psique é vinculada
consciência, podem mostrar que não perderam nada de sua força emocional. emergir. a ou investida na representação mental de uma pessoa, idéia ou coisa. A libido
“Aprendemos pela experiência que os processos mentais inconscientes são em que foi catexizada perde sua mobilidade original e não pode mais mover-se em
si mesmos intemporais. Isto significa em primeiro lugar que não são ordenados Ao examinar analiticamente um determinado comportamento, Freud considerava direção a novos objetos. Está enraizada em qualquer parte da psique que a atraiu
temporalmente, que o tempo de modo algum os altera, e que a idéia de tempo que a pessoa procurava satisfazer, por essa atividade, suas pulsões psicofísicas e segurou.
não lhes pode ser aplicada” (1920, livro 13, pp. 41-2 na ed. bras.). subjacentes. Se observarmos pessoas comendo, supomos que elas estão Tomando a Libido como exemplo de uma dada quantidade de dinheiro, a Catexia
Assim sendo, para Freud a maior parte da consciência é inconsciente. Ali estão satisfazendo sua fome, da mesma forma como se estão chorando será provável seria o processo de investir esse dinheiro. Digamos, então, que uma porção do
os principais determinantes da personalidade, as fontes da energia psíquica, as que algo as perturbou. O trabalho analítico envolve a procura das causas dos dinheiro foi investida (catexizada), permanecendo nessa hipotética aplicação e
pulsões e os instintos. pensamentos e comportamentos, de modo que se possa lidar de forma mais deixando algo a menos do montante original para investir em outro lugar.
adequada com uma necessidade que está sendo imperfeitamente satisfeita por
Pré-consciente um pensamento ou comportamento particular. Estudos psicanalíticos sobre luto, por exemplo, interpretam o desinteresse das
ocupações normais e a preocupação com o recente finado como uma retirada
Estritamente falando, o Pré-Consciente é uma parte do Inconsciente, uma parte No entanto, vários pensamentos e comportamentos parecem não reduzir esta de Libido dos relacionamentos habituais e uma extrema Catexia na pessoa
que pode tornar-se consciente com facilidade. As porções da memória que nos tensão. De fato, eles aparecem para criar mais tensão ou ansiedade. Estes perdida.
são facilmente acessíveis fazem parte do Pré-Consciente. Estas podem incluir comportamentos podem indicar que a expressão direta de um instinto pode ter
lembranças de ontem, o segundo nome, as ruas onde moramos, certas datas sido bloqueada. Embora seja possível catalogar uma série ampla de instintos, A teoria psicanalítica se interessa em compreender onde a libido foi catexizada
comemorativas, nossos alimentos prediletos, o cheiro de certos perfumes e uma Freud tentou reduzir esta diversidade a alguns instintos que chamou de básicos. inadequadamente. Uma vez liberada ou redirecionada, esta mesma energia

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ficará disponível para satisfazer outras necessidades habituais. A necessidade segunda fase - o erotismo anal está ligado à retenção e a pulsão sádica ao repugnância, a identificação com os pais, a intensificação das repressões e o
de liberar energias presas também se encontra nos trabalhos de Rogers e controle possessivo do objeto. desenvolvimento de sublimações são características do período de latência.
Maslow, assim como no Budismo. Cada uma dessas teorias chega a diferentes
conclusões a respeito da fonte da energia psíquica, mas todos concordam com Desse modo, as polaridades entre erotismo/sadismo, expulsão/retenção são Fase Genital (11/12 anos a 17/18 anos)
a alegação freudiana de que a identificação e a canalização dessa energia são expressas em conflitos relacionados à ambivalência, atividade/passividade, Zona erogénica são os genitais
uma questão importante na compreensão da personalidade. dominação, separação e individuação. Excesso de ordem, parcimônia e Instâncias: id, ego e superego
obstinação são traços característicos do caráter anal. Ambivalência, desmazêlo, Conflito: Interesse em papeis sociais e sexuais
DESENVOLVIMENTO PSICOSEXUAL teimosia e tendências masoquistas representam conflitos oriundos desse período.
Vários aspectos da neurose obssessivo-compulsiva sugerem fixação anal. Nesse Precedida pelo período de latência, a organização genital propriamente dita
Fase oral (0 a 18 meses/2anos) estágio, os significados simbólicos de dar e recusar, atribuídos à atividade de se instala na puberdade, quando as pulsões parciais estão definitivamente
defecação, são condensados por Freud na equação: fezes=presente=dinheiro integradas sob a primazia genital específica de cada sexo. É o estágio final
Zona erogénia: boca do desenvolvimento libidinal instintual. Nos Três Ensaios sobre a Teoria da
Instâncias: id e ego Fase Fálica (3/4 a 5/6 anos) Sexualidade, Freud esclarece: “A diferença desta última reside apenas em que a
Conflito: desmamo Zona erogénica são os genitais concentração das pulsões parciais e sua subordinação ao primado da genitália
Instâncias: id, ego e superego não são conseguidas na infância, ou só o são de maneira muito incompleta.
Na fase oral, o prazer sexual, predominantemente relacionado à excitação da Conflito: Conflito de Édipo-Electra Assim, o estabelecimento desse primado a serviço da reprodução é a última fase
cavidade oral e dos lábios, está associado à alimentação. Quanto à oralidade, por que passa a organização sexual.” [ES, VII, CDROM] Fixações e regressões
durante os primeiros dezoito meses de vida, a pulsão caracteriza-se por: Pela primeira vez, em “A Organização Genital Infantil” (1923), Freud define a fase podem estancar o desenvolvimento libidinal e interferir na primazia genital e no
fonte=zona oral, alvo=incorporação, objeto=aquele da ingestão do alimento. A fálica (3-5 anos de idade), subsequente às fases oral e anal, que são organizações funcionamento genital adequado na vida adulta.
relação de objeto é organizada em torno da nutrição e colorida por fantasias pré-genitais. Essa fase corresponde à unificação das pulsões parciais sob a
que adquirem os significados de comer e ser comido (impulsos canibalescos). primazia dos órgãos genitais, sendo uma organização da sexualidade muito
Portanto, a ênfase recai sobre uma zona erógena (oral) e uma modalidade de próxima àquela do adulto (fase genital). Nos Três Ensaios sobre a Teoria da
relação (incorporação). Karl Abraham sugeriu a fase sádico-oral como uma Sexualidade (1905), Freud compara as fases fálica e genital: “Essa fase, que Estrutura da Personalidade
subdivisão da fase oral, de acordo com as seguintes atividades: merece já o nome de genital, onde se encontra um objeto sexual e uma certa As observações de Freud revelaram uma série interminável de conflitos e
convergência das tendências sexuais sobre esse objeto, mas que se diferencia acordos psíquicos. A um instinto opunha-se outro. Eram proibições sociais que
sucção -fase oral precoce de sucção pré-ambivalente num ponto essencial da organização definitiva por ocasião da maturidade sexual: bloqueavam pulsões biológicas e os modos de enfrentar situações freqüentemente
com efeito, ela apenas conhece uma única espécie de órgão genital, o órgao chocavam-se uns com os outros.
mordedura - fase sádico-oral concomitante à dentição, quando a incorporação masculino… Segundo Abraham [1924], seu protótipo biológico é a disposição Ele tentou ordenar este caos aparente propondo três componentes básicos
adquire o significado de destruição do objeto devido à ambivalência instintual, genital indiferenciada do embrião, idêntica para ambos os sexos.” [SE, VII, estruturais da psique: o Id, o Ego e o Superego.
ou seja, a coexistência de libido e agressividade, em relação ao mesmo objeto. CDROM] Assim, Freud postula que meninos e meninas, na fase fálica, estão O Id
Mastigar, morder e cuspir são expressões dessa necessidade agressiva inicial, preocupados com as polaridades fálico e castrado e acredita que as crianças
a qual mais tarde pode desempenhar papel relevante nas depressões, adições não têm nenhum conhecimento da vagina nesse período. A descoberta das O Id contém tudo o que é herdado, que se acha presente no nascimento e
e perversões. diferenças anatômicas entre os sexos (presença ou ausência de pênis) motiva está presente na constituição, acima de tudo os instintos que se originam da
Os conflitos orais são expressos através de sintomas como inapetência, a inveja do pênis nas meninas e a ansiedade de castração nos meninos, pois o organização somática e encontram expressão psíquica sob formas que nos
vômito, hábito de ranger dentes, inibições da fala. Uma estrutura de caráter complexo de castração centraliza-se na fantasia de que o pênis da menina foi são desconhecidas (1940, livro 7, pp. 17-18 na ed. bras.). O Id é a estrutura
oral caracteriza-se por traços tais como a ganância, dependência, intolerância, cortado. A principal zona erógena das meninas localiza-se no clitóris que, do da personalidade original, básica e central do ser humano, exposta tanto às
agitação e curiosidade. A vivência de satisfação, postulada por Freud como a ponto-de-vista de Freud, é homólogo à glande (zona genital masculina). Klein, exigências somáticas do corpo às exigências do ego e do superego.
imagem do objeto externo satisfatório (capaz de dar um fim à tensões internas da Horney e Jones consideram que a menina tem um conhecimento intuitivo da
fome), é responsável pela construção do desejo do sujeito e pela contínua busca cavidade vaginal e os conflitos da fase fálica apenas desempenham uma função As leis lógicas do pensamento não se aplicam ao Id, havendo assim, impulsos
do objeto que consiga repetir esta experiência primal. defensiva em relação às suas ansiedades relacionadas com a feminilidade. contrários lado a lado, sem que um anule o outro, ou sem que um diminua o outro
(1933, livro 28, p. 94 na ed. bras.). Ele próprio é amorfo, caótico, e desorganizado;
Fase Anal (18 meses/2 a 3/4 anos) Durante a fase fálica, a culminância do Complexo de Édipo (que conota a posição é o reservatório de energia de toda a personalidade. O id em si mesmo é cego.
da criança numa relação triangular), segue diferentes caminhos para ambos os O Id seria o reservatório de energia de toda a personalidade.
Zona erogénia: mucosa intestinal sexos, no processo de sua dissolução: ameaça de castração (meninos) e o
Instâncias: id e ego desejo de um bebê como um equivalente simbólico do pênis (meninas). O id é a parte mais primitiva da personalidade, o sistema original com o qual o
Conflito: ambivalência da dor e ambivalência do prazer recém-nascido já nasce. Ele é formado por instintos, impulsos orgânicos e regido
Fase Latêntica (5/6 anos a 11/12 anos) pelo prazer, onde se “localizam” as pulsões, exige satisfação imediata desses
Acompanhando a maturidade fisiológica para controlar os esfíncteres (2-3 anos Zona erogénica são os genitais impulsos, sem levar em conta a possibilidade de conseqüências indesejáveis.
de idade), a atenção da criança dirige-se da zona oral para a zona anal. Essa Instâncias: id, ego e superego
mudança proporciona outros meios de gratificação libidinal (erotismo anal) bem Conflito: Descoberta Sexual ....Homossexualidade e outros papeis sexuais O Ego
como de expressão da agressividade emergente (sadismo anal). A musculatura
é a fonte do sadismo e a membrana da mucosa anal, a fonte da pulsão erótica de O período de latência tem sua origem na dissolução do Complexo de Édipo, a qual O Ego é a parte do aparelho psíquico que está em contato com a realidade
natureza anal. A pulsão sádica, cujo objetivo contraditório é (1) destruir o objeto ocorreu na fase fálica. Em “A Dissolução do Complexo de Édipo” (1924d) Freud externa, com o aprendizado social. O Ego se desenvolve a partir do Id, à medida
e também, ao dominá-lo, (2) preservá-lo, coincide com a atividade, enquanto diz: “Ainda não se tornou claro, contudo, o que é que ocasiona sua destruição. que a pessoa vai tomando consciência de sua própria identidade, vai aprendendo
que a pulsão erótica-anal relaciona-se com a passividade. A interação entre As análises parecem demonstrar que é a experiência de desapontamentos a aplacar as constantes exigências do Id. Como a casca de uma árvore, o Ego
esses dois componentes instintuais é a seguinte: ao alvo bipolar do sadismo penosos… Mesmo não ocorrendo nenhum acontecimento especial tal como protege o Id, mas extrai dele a energia suficiente para suas realizações. Ele tem
corresponde o funcionamento bifásico (expulsão/retenção) do esfíncter anal e os que mencionamos como exemplos, a ausência da satisfação esperada, a a tarefa de garantir a saúde, segurança e sanidade da personalidade.
seu respectivo controle. Quanto ao comportamento da criança vis-à-vis o objeto, negação continuada do bebê desejado, devem, ao final, levar o pequeno amante
em “A Predisposição para a Neurose Obssessiva” (1913i) [SE, XII, 321], Freud a voltar as costas ao seu anseio sem esperança. Assim, o complexo de Édipo se Uma das características principais do Ego é estabelecer a conexão entre
diz: “Vemos a necessidade de intercalar uma outra fase antes da forma final - encaminharia para a destruição por sua falta de sucesso, pelos efeitos de sua a percepção sensorial e a ação muscular, ou seja, comandar o movimento
fase em que as pulsões parciais estão já reunidas para a escolha de objeto, em impossibilidade interna. Outra visão é a de que o complexo de Édipo deve ruir voluntário. Ele tem a tarefa de auto-preservação (real ou fictícia (simbólica)).
que o objeto é já oposto e estranho à própria pessoa, mas em que o primado das porque chegou a hora para sua desintegração, tal como os dentes de leite caem Com referência aos acontecimentos externos, o Ego desempenha sua função
zonas genitais não se encontra ainda estabelecido.” Karl Abraham sugeriu que a quando os permanentes começam a crescer. “ [SE, XIX, CDROM] Ainda que este dando conta dos estímulos externos, armazenando experiências sobre eles na
fase sádico-anal fosse sub-dividida em duas fases: período constitua uma pausa na evolução da sexualidade, este fato não significa memória, evitando o excesso de estímulos internos (mediante a fuga), lidando
necessariamente que a criança não tenha nenhum interesse sexual até chegar com estímulos moderados (através da adaptação) e aprendendo, através da
primeira fase - o erotismo anal está ligado à evacuação enquanto que a pulsão à puberdade, mas principalmente que não se desenvolverá nesse período uma atividade, a produzir modificações convenientes no mundo externo em seu
sádica tem por objetivo a destruição do objeto; nova organização da sexualidade. O surgimento de sentimentos de pudor e próprio benefício.

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Com referência aos acontecimentos internos, ou seja, em relação ao Id, o Ego l. Perda de um objeto desejado. Por exemplo, uma criança privada de um dos se de um acontecimento de forma vívida, depois, mais tarde, pode lembrar-se do
desempenha a missão de obter controle sobre as exigências dos instintos, pais, de um amigo íntimo ou de um animal de estimação. incidente de maneira diferente e, de súbito, dar-se conta de que a primeira versão
decidindo se elas devem ou não ser satisfeitas, adiando essa satisfação para 2. Perda de amor. A rejeição ou o fracasso em reconquistar o amor, por exemplo, era uma construção defensiva.
ocasiões e circunstâncias mais favoráveis ou suprimindo inteiramente essas ou a desaprovação de alguém que lhe importa. Para exemplificar a Negação, Freud citou Darwin, que em sua autobiografia dizia
excitações. O Ego considera as tensões produzidas pelos estímulos, coordena e 3. Perda de identidade. É o caso, por exemplo, daquilo que Freud chama de obedecer a uma regra de ouro: sempre que eu deparava com um fato publicado,
conduz estas tensões adequadamente. A elevação dessas tensões é, em geral, medo de castração, da perda de prestígio, de ser ridicularizado em público. uma nova observação ou pensamento, que se opunha aos meus resultados
sentida como desprazer e o sua redução como prazer. O ego se esforça pelo 4. Perda de auto-estima. Por exemplo a desaprovação do Superego por atos ou gerais, eu imediatamente anotava isso sem errar, porque a experiência me
prazer e busca evitar o desprazer (1940, no. 7, pp. 18-19 na cd. bras.). trações que resultam em culpa ou ódio em relação a si mesmo. ensinou que tais fatos e pensamentos fogem da memória com muito maior
facilidade que os fatos que nos são totalmente favoráveis.
Assim sendo, o ego é originalmente criado pelo Id na tentativa de melhor A ameaça desses ou de outros eventos causa ansiedade e haveria, segundo
enfrentar as necessidades de reduzir a tensão e aumentar o prazer. Contudo, Freud, dois modos de diminuir a ansiedade. O primeiro modo seria lidando Racionalização
para fazer isto, o Ego tem de controlar ou regular os impulsos do Id, de modo que diretamente com a situação. Resolvemos problemas, superamos obstáculos, Racionalização é o processo de achar motivos lógicos e racionais aceitáveis
a pessoa possa buscar soluções mais adequadas, ainda que menos imediatas enfrentamos ou fugimos de ameaças, e chegamos a termo de um problema a para pensamentos e ações inaceitáveis. É o processo através do qual uma
e mais realistas. fim de minimizar seu impacto. Desta forma, lutamos para eliminar dificuldades e pessoa apresenta uma explicação que é logicamente consistente ou eticamente
diminuir probabilidades de sua repetição, reduzindo, assim, as perspectivas de aceitável para uma atitude, ação, idéia ou sentimento que causa angústia. Usa-
O Superego ansiedade adicional no futuro. se a Racionalização para justificar comportamentos quando, na realidade, as
razões para esses atos não são recomendáveis.
Esta última estrutura da personalidade se desenvolve a partir do Ego. O A outra forma de defesa contra a ansiedade deforma ou nega a própria situação. A afirmação cotidiana de que “eu só estou fazendo isto para seu próprio bem”
Superego atua como um juiz ou censor sobre as atividades e pensamentos do O Ego protege a personalidade contra a ameaça, falsificando a natureza desta. pode ser a Racionalização do sentimento ou pensamento de que “eu quero fazer
Ego, é o depósito dos códigos morais, modelos de conduta e dos parâmetros Os modos pelos quais se dão as distorções são denominados Mecanismos de isto para você, eu não quero que me façam isto ou até mesmo, eu quero que
que constituem as inibições da personalidade. Freud descreve três funções do Defesa. você sofra um pouco”. Também pode ser Racionalização a afirmação de que “eu
Superego: consciência, auto-observação e formação de ideais. acho que estou apaixonado por você”. Na realidade poderia estar sentido que
“estou ligado no teu corpo, quero que você se ligue no meu”.
Enquanto consciência pessoal, o Superego age tanto para restringir, proibir ou Mecanismos de Defesa Racionalização é um modo de aceitar a pressão do Superego, de disfarçar
julgar a atividade consciente, porém, ele também pode agir inconscientemente. verdadeiros motivos, de tornar o inaceitável mais aceitável. Enquanto obstáculo
As restrições inconscientes são indiretas e podem aparecer sob a forma de Os principais Mecanismos de Defesa psicológicos descritos são: repressão, ao crescimento, a Racionalização impede a pessoa de aceitar e de trabalhar com
compulsões ou proibições. negação, racionalização, formação reativa, isolamento, projeção, regressão e as forças motivadoras genuínas, apesar de menos recomendáveis.
sublimação (Anna Freud, 1936; Fenichel, 1945). Todos estes mecanismos podem
O Superego tem a capacidade de avaliar as atividades da pessoa, ou seja, da ser encontrados em indivíduos saudáveis, e sua presença excessiva é, via de Formação Reativa
auto­observação, independentemente das pulsões do Id para tensão-redução regra, indicação de possíveis sintomas neuróticos. Freud não pretendeu que Esse mecanismo substitui comportamentos e sentimentos que são diametralmente
e independentemente do Ego, que também está envolvido na satisfação das suas observações sobre Mecanismo de Defesa fossem inteiramente originais. opostos ao desejo real. Trata-se de uma inversão clara e, em geral, inconsciente
necessidades. A formação de ideais do Superego está ligada a seu próprio Ele citava outras observações sobre o tema. do verdadeiro desejo. Como outros mecanismos de defesa, as formações
desenvolvimento. O Superego de uma criança é, com efeito, construído segundo reativas são desenvolvidas, em primeiro lugar, na infância. As crianças, assim
o modelo não de seus pais, mas do Superego de seus pais; os conteúdos que ele A presença dos mecanismos é freqüente em indivíduos saudáveis, mas, em como incontáveis adultos, tornam-se conscientes da excitação sexual que não
encerra são os mesmos e torna-se veículo da tradição e de todos os duradouros excesso é indicação de sintomas neuróticos ou, em alguns casos extremos, o pode ser satisfeita, evocam conseqüentemente forças psíquicas opostas a fim
julgamentos de valores que dessa forma se transmitiram de geração em geração excesso indicaria até sintomas psicóticos, como por exemplo e principalmente, o de suprimirem efetivamente este desprazer. Para essa supressão elas costumam
(1933, livro 28, p. 87 na ed. bras.). excesso dos mecanismos de projeção, negação da realidade e clivagem do ego construir barreiras mentais contrárias ao verdadeiro sentimento sexual, como por
(Dr. Vasco Soares). exemplo, a repugnância, a vergonha e a moralidade.
Não só a idéia original é reprimida, mas qualquer vergonha ou auto-reprovação que
Relações entre os Três Subsistemas Repressão poderiam surgir ao admitir tais pensamentos em si próprios também são excluídas
A meta fundamental da psique é manter e recuperar, quando perdido, um nível A essência da Repressão consiste em afastar uma determinada coisa do da consciência. Infelizmente, os efeitos colaterais da Formação Reativa podem
aceitável de equilíbrio dinâmico que maximiza o prazer e minimiza o desprazer. consciente, mantendo-a à distância (no inconsciente) (1915, livro 11, p. 60 na prejudicar os relacionamentos sociais. As principais características reveladoras
A energia que é usada para acionar o sistema nasce no Id, que é de natureza ed. bras.). A repressão afasta da consciência um evento, idéia ou percepção de Formação Reativa são seu excesso, sua rigidez e sua extravagância. O
primitiva, instintiva. 0 ego, emergindo do id, existe para lidar realisticamente com potencialmente provocadoras de ansiedade e impede, dessa forma, qualquer impulso, sendo negado, tem que ser cada vez mais ocultado.
as pulsões básicas do id e também age como mediador entre as forças que “manipulação” possível desse material. Entretanto, o material reprimido continua Através da Formação Reativa, alguns pais são incapazes de admitir um certo
operam no Id e no Superego e as exigências da realidade externa. O superego, fazendo parte da psique, apesar de inconsciente, e que continua causando ressentimento em relação aos filhos, acabam interferindo exageradamente
emergindo do ego, atua como um freio moral ou força contrária aos interesses problemas. em suas vidas, sob o pretexto de estarem preocupados com seu bem-estar
práticos do ego. Ele fixa uma série de normas que definem e limitam a flexibilidade Segundo Freud, a repressão nunca é realizada de uma vez por todas e e segurança. Nesses casos a superproteção é, na verdade, uma forma de
deste último. definitivamente, mas exige um continuado consumo de energia para se manter punição. O esposo pleno de raiva contra sua esposa pode manifestar sua
O id é inteiramente inconsciente, o ego e o superego o são em parte. “Grande o material reprimido. Para ele os sintomas histéricos com freqüência têm sua Formação Reativa tratando-a com formalidade exagerada: “não é querida...” A
parte do ego e do superego pode permanecer inconsciente e é normalmente origem em alguma antiga repressão. Algumas doenças psicossomáticas, Formação Reativa oculta partes da personalidade e restringe a capacidade de
inconsciente. Isto é, a pessoa nada sabe dos conteúdos dos mesmos e é tais como asma, artrite e úlcera, também poderiam estar relacionadas com a uma pessoa responder a eventos e, dessa forma, a personalidade pode tornar-se
necessário despender esforços para torná-los conscientes” ( 1933, livro 28, p. repressão. Também é possível que o cansaço excessivo, as fobias e a impotência relativamente inflexível.
89 na ed. bras.). ou a frigidez derivem de sentimentos reprimidos.
Nesses termos, o propósito prático da psicanálise “é, na verdade, fortalecer o Projeção
ego, fazê-lo mais independente do superego, ampliar seu campo de percepção e Negação O ato de atribuir a uma outra pessoa, animal ou objeto as qualidades, sentimentos
expandir sua organização, de maneira a poder assenhorear-se de novas partes Negação é a tentativa de não aceitar na consciência algum fato que perturba o ou intenções que se originam em si próprio, é denominado projeção. É um
do id” (1933, livro 28, p. 102 na ed. bras.). Ego. Os adultos têm a tendência de fantasiar que certos acontecimentos não mecanismo de defesa através do qual os aspectos da personalidade de um
são, de fato, do jeito que são, ou que na verdade nunca aconteceram. Este vôo indivíduo são deslocados de dentro deste para o meio externo.
Obstáculos ao Crescimento Ansiedade de fantasia pode tomar várias formas, algumas das quais parecem absurdas A ameaça é tratada como se fosse uma força externa. A pessoa com Projeção
ao observador objetivo. A seguinte estória é uma ilustração da negação: Uma pode, então, lidar com sentimentos reais, mas sem admitir ou estar consciente do
Para Freud, o principal problema da psique é encontrar maneiras de enfrentar a mulher foi levada à Corte a pedido de seu vizinho. Esse vizinho acusava a fato de que a idéia ou comportamento temido é dela mesma.
ansiedade. Esta é provocada por um aumento, esperado ou previsto, da tensão mulher de ter pego e danificado um vaso valioso. Quando chegou a hora da Alguém que afirma textualmente que “todos nós somos algo desonestos” está,
ou desprazer, podendo se desenvolver em qualquer situação (real ou imaginada), mulher se defender, sua defesa foi tripla: “Em primeiro lugar, nunca tomei o vaso na realidade, tentando projetar nos demais suas próprias características. Ou
quando a ameaça a alguma parte do corpo ou da psique é muito grande para emprestado. Em segundo lugar, estava lascado quando eu o peguei. Finalmente, então, dizer que “todos os homens e mulheres querem apenas uma coisa, sexo”,
ser ignorada, dominada ou descarregada. As situações prototípicas que causam Sua Excelência, eu o devolvi em perfeito estado”. pode refletir uma Projeção nos demais de estar pessoalmente pensando muito a
ansiedade incluem as seguintes: A notável capacidade de lembrar-se incorretamente de fatos é a forma de negação respeito de sexo. Outras vezes dizemos que “inexplicavelmente Fulano não gosta
encontrada com maior freqüência na prática psicoterápica. O paciente recorda-
5
Behaviorismo
de mim”, quando na realidade sou eu quem não gosta do Fulano gratuitamente. e ódio ao pai (não que o pai seja exclusivo, pode ser qualquer outra pessoa
Sempre que caracterizamos algo de fora de nós como sendo mau, perigoso, que desvie a atenção que ela tem para com o filho), mas esta idéia permanece,
pervertido, imoral e assim por diante, sem reconhecermos que essas apenas, porque o mundo infantil se resume a estas figuras parentais ou aos
características podem também ser verdadeiras para nós, é provável que representantes delas. Uma vez que o ser humano não pode ser concebido sem
estejamos projetando. um pai ou uma mãe (ainda que nunca venha a conhecer uma destas partes ou
Pesquisas relativas à dinâmica do preconceito mostraram que as pessoas que as duas), a relação que existe nesta tríade é, segundo a psicanálise, a essência
tendem a estereotipar outras também revelam pouca percepção de seus próprios do conflito do ser humano. [1]
sentimentos. As pessoas que negam ter um determinado traço específico de A idéia central do conceito de complexo de Édipo inicia-se na ilusão de que o
Clark L. Hull foi, ao lado de B. F. Skinner, um dos principais teóricos do
personalidade são sempre mais críticas em relação a este traço quando o vêem bebê tem de possuir protecção e amor total, reforçado pelos cuidados intensivos
behaviorismo ou comportamentalismo, paradigma de pesquisa que julgava
nos outros. que o recém nascido recebe pela sua condição frágil. Esta protecção está
ser dever da psicologia científica basear-se somente em dados observáveis
relacionada, de maneira mais significativa, com a figura materna. Em torno dos
(chamados então de “fatos observáveis”), excluindo, assim, todos os processos
Regressão três anos, a criança começa a entrar em contacto com algumas situações em
internos do ser humano (pensamentos, emoções, etc.). Devido a essa postura,
Regressão é um retorno a um nível de desenvolvimento anterior ou a um modo que sofre interdições, facilmente exemplificadas pelas proibições que começam
os psicólogos behavioristas dedicaram-se sobretudo ao estudo dos dois
de expressão mais simples ou mais infantil. É um modo de aliviar a ansiedade a acontecer nesta idade. A criança já não pode fazer certas coisas, não pode
processos de aprendizado que, segundo eles, explicariam o comportamento
escapando do pensamento realístico para comportamentos que, em anos mais passar a noite inteira na cama dos pais, andar despida pela casa ou na
humano: ocondicionamento clássico e, sobretudo, o condicionamento operante.
anteriores, reduziram a ansiedade. Linus, nas estórias em quadrinhos de Charley praia, é incentivada a sentar-se de forma correcta e a controlar os esfíncteres,
O problema é que esses processos explicam como o indivíduo aprende
Brown, sempre volta a um espaço psicológico seguro quando está sob tensão. além de outras exigências. Neste momento, a criança começa a perceber que
determinado comportamento, mas não o que o leva a realizá-lo[1].
Ele se sente seguro quando agarra seu cobertor, tal como faria ou fazia quando não é o centro do mundo e precisa de renunciar ao mundo organizado em que se
bebê. encontra e também à sua ilusão de protecção e de amor materno exclusivo.
A teoria de Hull procura explicar esse fato. Segundo ele, a tendência de realizar um
A regressão é um modo de defesa bastante primitivo e, embora reduza a tensão, O complexo de Édipo é muito importante porque caracteriza a diferenciação do
determinado comportamento (tendência de comportamento) é o produto do hábito
freqüentemente deixa sem solução a fonte de ansiedade original. sujeito em relação aos pais. A criança começa a perceber que os pais pertencem
e da pulsão. O hábito é definido pelo quantidade vezes em que o comportamento
a uma realidade cultural e que não podem dedicar-se apenas a ela porque
recebeu um reforço no passado; mas o hábito não é suficiente para explicar
Sublimação possuem outros compromissos. A figura do pai representa a inserção da criança
completamente o comportamento, somente sua direção o comportamento, falta
A energia associada a impulsos e instintos socialmente e pessoalmente na cultura, é a ordem cultural. A criança também começa a perceber que o pai
explicar a energia que o impulsiona. Essa energia é a pulsão. Hull diferenciava
constrangedores é, na impossibilidade de realização destes, canalizada pertence à mãe e por isso dirige sentimentos hostis em relação a este.[1]
dois tipos de pulsões: As primárias, oriundas das necessidades biológicas (fome,
para atividades socialmente meritosas e reconhecidas. A frustração de um Estes sentimentos são contraditórios porque a criança também ama esta figura
cansaço, etc.) e secundárias, aprendidas, como o medo. A fim de corresponder
relacionamento afetivo e sexual mal resolvido, por exemplo, é sublimado na que hostiliza. A diferenciação do sujeito é permeada pela identificação da criança
ao paradigma behaviorista, o autor teve de limitar-se às pulsões mais fáceis de
paixão pela leitura ou pela arte. com um dos pais. Na identificação positiva, o menino identifica-se com o pai e a
operacionalizar. Como Freud, também Hull partia do princípio de que o indivíduo
menina com a mãe. O menino tem o desejo de ser forte como o pai e ao mesmo
sempre busca a redução da pulsão (ou seja, da tensão gerada por ela.
Deslocamento tempo tem “ódio” por ciúme. A menina é hostil à mãe porque ela possui o pai e
É o mecanismo psicológico de defesa onde a pessoa substitui a finalidade ao mesmo tempo quer parecer-se com ela para competir e tem medo de perder o
A teoria, tal como formulada originalmente, apresenta uma série de problemas:
inicial de uma pulsão por outra diferente e socialmente mais aceita. Durante amor da mãe, que foi sempre tão acolhedora. Na identificação negativa, o medo
(1) a pesquisa empírica foi capaz de demonstrar que diferentes necessidades
uma discussão, por exemplo, a pessoa tem um forte impulso em socar o outro, de perder aquele a quem hostilizamos faz com que a identificação aconteça com
podem não somente se somar, mas também se atrapalhar mutuamente;
entretanto, acaba deslocando tal impuso para um copo, o qual atira ao chão. a figura de sexo oposto e isto pode gerar comportamentos homossexuais.
Com a resolução do complexo de Édipo, o reinado dos impulsos e dos instintos
(2) como no caso de Freud, a pressuposição de que o indivíduo somente está
* -baseado no livro “Teorias da Personalidade”-J. Fadiman, R. Frager -Harbra eleva-se para um plano mais racional.
satisfeito quando ele é capaz de reduzir sua tensão interna foi igualmente
-1980 para saber mais: Tipos Psicológicos -C.G.Jung -Zahar Editores -RJ -1980 http://pt.wikipedia.org/wiki/Complexo_de_%C3%89dipo
falsificada pela pesquisa empírica e
Complexo de Édipo
(3) diferentes tipos de reforço mostraram ter diferentes valores para os indivíduos.
Assim, um rato que recebe pão embebido em leite como reforço aprende mais
Segundo Sigmund Freud, o Complexo de Édipo verifica-se quando a criança
rápido do que um rato que recebe sementes de girassol.
atinge o período sexual fálico na segunda infância e dá-se então conta da
diferença de sexos, tendendo a fixar a sua atenção libidinosa nas pessoas do
Na Tentativa de responder sobretudo a este terceiro problema, Hull modificou
sexo oposto no ambiente familiar. O conceito foi descrito por Freud e recebeu
a fórmula original para Tendência de comportamento = hábito × pulsão ×
a designação de complexo por Carl Jung, que desenvolveu semelhantemente o
atração, em que a atração representa o valor do reforço para o indivíduo. Em
conceito de complexo de Electra.
outra tentativa de complementar seu modelo, Hull acrescentou a expectativa do
indivíduo de realmente receber o reforço (antecipação).
Freud baseou-se na tragédia de Sófocles(496–406 a.C.), Édipo Rei, para
formular o conceito do Complexo de Édipo, a preferência velada do filho pela
Como se vê, nesse ponto sua teoria se aproxima cada vez mais dos limites do
mãe, acompanhada de uma aversão clara pelo pai.
paradigma behaviorista, uma vez que “atração” e “antecipação” são conceitos
Na peça (e na mitologia grega), Édipo matou o seu pai Laio e desposou a própria
mais próximos dos processos cognitivos, não observáveis.
mãe, Jocasta. Após descobrir que Jocasta era sua mãe, Édipo fura os próprios
olhos e Jocasta comete suicídio
Apesar de possuir atualmente um valor meramente histórico, a teoria de Hull
Sófocles, utilizou este mito para suscitar uma reflexão sobre a questão da culpa
tem o valor de ter já levado em conta dois elementos que posteriormente seriam
e da responsabilidade perante as normas, éticas e tabus estabelecidos na sua
alvos principais da pesquisa sobre a motivação: a atração e a expectativa. Além
sociedade (comportamento que, dentro dos costumes de uma comunidade, é
disso, o behaviorismo legou à psicologia uma paradigma empírico, que permitiu
considerado nocivo e lesivo à normalidade, sendo por isto visto como perigoso e
à pesquisa posterior oferecer uma explicação científica do comportamento
proibido aos seus membros).
humano, em oposição a uma explicação filosófica.
No seu ensaio Dostoiévski e o parricídio Freud cita, além de Édipo Rei, duas
outras obras que retratam o complexo: Hamlet e Os Irmãos Karamazov.
O Behaviorismo Radical foi desenvolvido não como um campo de pesquisa
experimental, mas sim uma proposta de filosofia sobre o comportamento
Conceito em psicanálise
humano. As pesquisas experimentais constituem a Análise Experimental do
Comportamento, enquanto as aplicações práticas fazem parte da Análise
O complexo de Édipo é um conceito fundamental para a psicanálise, entendido
Aplicada do Comportamento. O Behaviorismo Radical seria uma filosofia da
por esta como sendo universal e, portanto, característico de todos os seres
ciência do comportamento. Skinner foi fortemente anti-mentalista, ou seja,
humanos. O complexo de Édipo caracteriza-se por sentimentos contraditórios
considerava não pragmáticas as noções “internalistas” (entidades “mentais”
de amor e hostilidade. Metaforicamente, este conceito é visto como amor à mãe
como origem do comportamento, sejam elas entendidas como cognição, id-
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ego-superego, inconsciente coletivo, etc.) que permeiam as diversas teorias longe corresponde ao número real) e cresce cerca de 6.5% ao ano, o que psicológicas em seres humanos e animais. Essa descoberta abriu caminho para
psicológicas existentes. Skinner jamais negou em sua teoria a existência dos desmente a alegação comum que o behaviorismo está morto. o desenvolvimento da psicologia comportamental e mostrou ter ampla aplicação
processos mentais (eles são entendidos como comportamento), mas afirma ser prática, inclusive no tratamento de fobias e nos anúncios publicitários.
improdutivo buscar nessas variáveis a origem das ações humanas, ou seja, os Os comportamentalistas apresentam várias razões pelas quais seria razoável
eventos mentais não causam o comportamento das pessoas, os eventos mentais adotar uma postura behaviorista. Uma das razões mais comuns é epistêmica[5]: As primeiras experiências com os cachorros eram simples. Segurava um pedaço
são comportamentos e são de natureza física. A análise de um comportamento afirmações sobre estados internos dos organismos feitas por observadores de pão e mostrava ao cachorro antes de dá-lo para comer. Com o tempo o
(seja ele cognitivo, emocional ou motor) deve envolver, além das respostas em são baseadas no comportamento do organismo. Por exemplo, a afirmação cachorro passou a salivar assim que via o pedaço de pão. A salivação era uma
questão, o contexto em que ele ocorre e os eventos que seguem as respostas. de que um rato sabe o caminho para o alimento em umacaixa de Skinner é resposta quando a comida era colocada em sua boca, uma reação natural de
Tal posição evidentemente opunha-se à visão watsoniana do Behaviorismo, baseada na observação do fato de que o animal chegou até o alimento, o que reflexo do sistema digestivo do animal e não envolvia aprendizagem. Pavlov
pela qual a principal razão para não se estudar fenômenos não fisiológicos seria é um comportamento. Para um behaviorista, os chamados fenômenos mentais designou esse reflexo de reflexo inato ou não condicionado.
apenas a limitação do método, não a efetiva inexistência de tais fenômenos de poderiam muito bem ser apenas padrões de comportamento.
natureza diferente da física. O Behaviorismo skinneriano também se opunha aos O cachorro de Pavlov ficou conhecido devido a uma experiência feita no início do
neobehaviorismos mediacionais, negando a relevância científica de variáveis Comportamentalistas também fazem notar o caráter anti-inatista típico do século XX. Pavlov baseou seus estudos no condicionamento: fez a experiência
mediacionais: para Skinner, o homem é uma entidade única, uniforme, em Behaviorismo. Muito embora o inatismo não seja inerente ao mentalismo, de alimentar cães ao som de uma música determinada; posteriormente, ao
oposição ao homem “composto” de corpo e mente, ou seja, a visão de homem é bastante comum que tais teorias assumam que existam procedimentos ouvirem apenas a música, suas cobaias reagiram com secreção de saliva e de
é a visão monista. mentais inatos. Behavioristas, por crerem que todo comportamento é sucos gástricos.
conseqüência de condicionamento, geralmente rejeitam a idéia de habilidades
Skinner desenvolveu os princípios do condicionamento operante e a inatas aos organismos. Todo comportamento seria aprendido através de Pavlov provou, por meio desse experimento, que os cães desenvolvem
sistematização do modelo de seleção por consequências para explicar o condicionamento[5]. comportamentos em resposta a estímulos ambientes, podendo tais
comportamento. O condicionamento operante segue o modelo Sd-R-Sr, onde comportamentos serem explicados sem que se precise entender o que se
um primeiro estímulo Sd, dito estímulo discriminativo, aumenta a probabilidade Outro argumento muito popular a favor do Behaviorismo é a idéia de que estados passa no plano mental ou psicológico. Essas conclusões deram material ao
de ocorrência de uma resposta R. A diferença em relação aos paradigmas S-R e internos não provêm explicações para comportamentos externos por eles behaviorismo (teoria proposta por Watson) para afirmar que o ser humano
S-O-R é que, no modelo Sd-R-Sr, o condicionamento ocorre se, após a resposta mesmos serem comportamentos. Explicar o comportamento animal exigiria uma aprende essencialmente através da imitação, observação e reprodução dos
R, segue-se um estímulo reforçador Sr, que pode ser um reforço (positivo ou apresentação do problema em termos diferentes do conceito sendo apresentado comportamentos dos outros, e que nossas ações são meras respostas ao
negativo) que “estimule” o comportamento (aumente sua probabilidade de (isto é, comportamento). Para um comportamentalista (especialmente um ambiente externo.
ocorrência), ou uma punição (positiva ou negativa) que iniba o comportamento comportamentalista radical), estados mentais são, em si, comportamentos,
em situações semelhantes posteriores. de modo que utilizá-los como estímulos resultaria em uma referência circular. CONDICIONAMENTO OPERANTE
Para o behaviorista, estados internos só seriam válidos como comportamentos
O condicionamento operante difere do condicionamento respondente de Pavlov a serem explicados; uma teoria que seguisse tal princípio, porém, seria O conceito de “Condicionamento Operante” foi criado pelo psicólogo Burrhus
e Watson porque, no comportamento operante, o comportamento é condicionado comportamentalista. Frederic Skinner. Este refere-se ao procedimento através do qual é modelada
não por associação reflexa entre estímulo e resposta, mas sim pela probabilidade uma resposta (ação) no organismo através de reforço diferencial e aproximações
de um estímulo se seguir à resposta condicionada. Quando um comportamento Para Skinner, em especial, utilizar estados internos como elementos sucessivas. É onde a resposta gera uma consequência e esta consequência afeta
é seguido da apresentação de um reforço positivo ou negativo, aquela resposta essencialmente diferentes dos comportamentos abriria possibilidades para uso a sua probabilidade de ocorrer novamente; se a consequência for reforçadora,
tem maior probabilidade de se repetir com a mesma função; do mesmo modo, de conceitos anticientíficos na argumentação psicológica, como substâncias aumenta a probabilidade, se for punitiva, além de diminuir a probabilidade de
quando o comportamento é seguido por uma punição (positiva ou negativa), a imateriais ou homúnculos que controlassem o comportamento[5]. Entretanto, é sua ocorrência futura, gera outros efeitos colaterais. Este tipo de comportamento
resposta tem menor probabilidade de ocorrer posteriormente. O Behaviorismo importante notar que, para Skinner, não havia nada de inadequado em se discutir que tem como consequência um estímulo que afete sua frequência é chamado
Radical se propõe a explicar o comportamento animal através do modelo de estados mentais no Behaviorismo: o erro seria discuti-los como se não fossem “Comportamento Operante”.
seleção por consequências. Desse modo, o Behaviorismo Radical propõe um comportamentos.
modelo de condicionamento não-linear e probabilístico, em oposição ao modelo O conceito de Comportamento Operante difere do conceito de comportamento
linear e reflexo das teorias precedentes do Comportamentalismo. Para Skinner, Vale notar, entretanto, que o argumento do estado interno como comportamento respondente porque o primeiro ocorre em um determinado contexto, chamado
a maior parte dos comportamentos humanos são condicionados dessa maneira é polêmico, mesmo entre vários comportamentalistas[5]. O Neo-behaviorismo estímulo discriminativo, e gera um estímulo que afeta a probabilidade dele
operante. Mediacional, por exemplo, trata os estados internos como elementos mediadores ocorrer novamente; o segundo é diretamente eliciado por algum estímulo e é
inerentemente diferente dos comportamentos[3]. uma reação fisiológica do organismo. Uma resposta fisiológica a um estímulo,
Para Skinner, os comportamentos são selecionados através de três níveis de como fechar o olho diante de algo que se aproxima dele, retirar o braço diante
seleção. Os componentes da mesma são: 1 - Nível Filogenético: que corresponde Ivan Petrovich Pavlov (em russo: Иван Петрович Павлов) (14 de Setembro de de uma agulhada, etc.
aos aspectos biológicos da espécie e da hereditariedade do indivíduo; 2 - Nível 1849 — 27 de Fevereiro de 1936) foi umfisiólogo russo.
Ontogenético: que corresponde a toda a história de vida do indivíduo; 3 - Nível O comportamento operante é modelado a partir de nosso repertório inato. As
Cultural: os aspectos culturais que influenciam a conduta humana. Foi premiado com o Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1904, por suas descobertas respostas que gerem mais reforço em média, tendem a aumentar de frequência
sobre os processos digestivos de animais. Ivan Pavlov veio no entanto a entrar e se estabelecer no repertório, ou seja, em um contexto semelhante tendem a
Através da interação desses três níveis (onde nenhum deles possui um status para a história por sua pesquisa em um campo que se apresentou a ele quase ser novamente emitidas. O tipo de consequência que aumenta a probabilidade
superior a outro) os comportamentos são selecionados. Para Skinner, o ser que por acaso: o papel do condicionamento na psicologia do comportamento de ocorrência da mesma função de resposta em contextos semelhantes, chama-
humano é um ser ativo, que opera no ambiente, provocando modificações no (reflexo condicionado). se reforço. O reforço pode ser positivo, quando há a adição de um estímulo no
mesmo, modificações essas que retroagem sobre o sujeito, modificando seus ambiente que resulte no aumento da frequência da resposta que o gerou; ou
padrões comportamentais. Na década de 1920, ao estudar a produção de saliva em cães expostos a negativo, quando a resposta emitida remove algum estímulo aversivo, ou seja,
diversos tipos de estímulos palatares, Pavlov percebeu que com o tempo a que a pessoa tende a evitar, do ambiente.
Apesar de ter sido e ainda ser bastante criticado, muitos dos preconceitos em salivação passava a ocorrer diante de situações e estímulos que anteriormente
relação às ideias de Skinner são, na verdade, fruto do desconhecimento de não causavam tal comportamento (como por exemplo o som dos passos de Os contextos onde existe probabilidade de uma determinada resposta ser
quem critica. Muitas das críticas feitas ao behaviorismo radical são, na verdade, seu assistente ou a apresentação da tigela de alimento). Curioso, realizou reforçada são chamados estímulos discriminativos, ou SD; os contextos onde
críticas ao behaviorismo de Watson. Mesmo autores que ficaram amplamente experimentos em situações controladas de laboratório e, com base nessas não existe a probabilidade da resposta ser reforçada, são chamados estímulos
conhecidos por suas críticas ao behaviorismo, como Chomsky “A Review on observações, teorizou e enunciou o mecanismo do condicionamento clássico. delta, ou S∆.
Skinner’s Verbal Behavior”, pouco conheciam acerca da abordagem e, com isso,
cometeram diversos erros. A crítica de Chomsky já foi respondida por Kenneth A idéia básica do condicionamento clássico consiste em que algumas LEI DO EFEITO DE THORNDIKE
MacCorquodale “On Chomsky’s Review of Skinner’s Verbal Behavior”. respostas comportamentais são reflexos incondicionados, ou seja, são inatas
em vez de aprendidas, enquanto que outras são reflexos condicionados, O condicionamento operante, também chamado de condicionamento
O behaviorismo skinneriano, hoje em dia, é o mais popular, se não o único, aprendidos através do emparelhamento com situações agradáveis ou aversivas instrumental ou aprendizagem instrumental foi primeiramente estudado por
behaviorismo ainda vivo. A ABAI (Association for Behavior Analysis International) simultâneas ou imediatamente posteriores. Através da repetição consistente Edward L. Thorndike (1874-1949), que observou o comportamento de gatos
possui cerca de 13.500 membros mundo inteiro (lembrando que isso nem de desses emparelhamentos é possível criar ou remover respostas fisiológicas e tentando escapar de “caixas problemas”.[1] Na primeira vez que os gatos eram

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colocados nas caixas, eles demoravam bastante tempo para escapar delas. pelos futuros efeitos perniciosos, mas nem por isso abandonam seu vício. sido eliminada, o comportamento volte a ocorrer: a criança pode simplesmente
Mas, com o passar do tempo, as respostas ineficientes foram diminuindo de aprender a não dizer palavrões em casa, mas continuar a usá-los em outros
frequência, e as respostas mais efetivas aumentavam de frequência, e os gatos Reforço Positivo, Reforço Negativo e Punição lugares.
agora conseguiam escapar em menos tempo e com menos tentativas. Em sua
Lei do Efeito, Thorndike teorizou que as respostas Existem duas formas de reforço que são: o positivo Ela também suprime o comportamento indesejado, mas não guia a pessoa para
que produziam consequências mais satisfatórias, e o negativo. Ambos têm como escopo ensinar um comportamento mais desejável. A punição diz o que não fazer, o reforço
foram “escolhidas” pela experiência e portanto, e reforçar um determinado comportamento. O diz o que fazer. Uma punição combinada com um reforçamento positivo de
aumentaram de frequência. Algumas consequências indíviduo aprende qual o comportamento desejável comportamentos desejáveis é mais eficiente.
reforçavam o comportamento, outras enfraqueciam- para alcançar determinado objetivo. Já a punição
no”. Thorndike produziu a primeiracurva de reforça qual o comportamento indesejável, ou Em suma, a punição rápida e segura pode ser eficaz, e pode de vez em quando
aprendizagem com este procedimento. B. F. Skinner seja, que não deve ser manifestado para evitá-la. causar menos dor do que o comportamento autodestrutivo que suprime. Mas
(1904-1990)formulou uma análise mais detalhada ele pode reaparecer, se for possível evitar a punição. Essa estimulação aversiva
do condicionamento operante utilizando de No reforço positivo quando o comportamento também pode provocar efeitos colaterais indesejáveis, como ansiedade e ensinar
conceitos como reforçamento, punição e extinção. desejado é alcançado um elemento de agressividade. Os psicólogos preferem dar mais ênfase ao reforço positivo do
Seguindo as idéias de Ernst Mach, Skinner recompensa é adicionado. Para exemplificar o que à punição.
rejeitou as estruturas mediadores de Thorndike reforço positivo consideremos um experimento
requeridas pela “satisfação” e construiu um novo onde um rato é privado de comida. Quando este Programações de Reforço
conceito de comportamento sem a utilização de tais puxa determinada alavanca (comportamento
referências. desejado) é disponibilizado o alimento (elemento Usando-se esquemas de reforço contínuo, a aprendizagem ocorre rapidamente,
de recompensa). Com o passar do tempo o rato mas sem o reforço, a extinção ocorre rapidamente também. Na vida real,
PRINCÍPIOS DO REFORÇO ao sentir fome irá puxar a alavanca para receber esquemas de reforço contínuo são raros.[2]
É importante ressaltar, que reforço, ao contrário o alimento. Desta forma o indíviduo exposto
do que pode pensar o senso comum, não é uma ao reforço positivo aprende o comportamento Nevin, em 1988, estudou que as reações às vezes são reforçadas, às vezes não. É
simples recompensa. Para B. F. Skinner, reforço, adequado. o que se chama de reforço parcial. A aprendizagem demora mais, no começo, mas
pode ser qualquer evento que aumenta a frequência ela é mais “resistente” à extinção. Imagine um pombo que aprendeu a bicar uma
de uma reação precedente.Um reforço pode ser uma Já no reforço negativo um elemento punitivo é tecla para obter comida. quando o pesquisador vai suspendendo gradativamente
recompensa tangível. Pode ser um elogio ou uma adicionado ao ambiente e quando o comportamento a entrega de alimento, até que ela ocorra só de maneira rara e imprevisível, os
atenção. Ou pode ser uma atividade, como poder desejado é alcançado este, é retirado. Para pombos podem bicar 150.000 vezes sem recompensa. Com o reforço parcial, a
usar o carro depois que a louça estiver lavada, ou exemplificar temos novamente um experimento esperança flui eterna (esse é o princípio do “pombo superticioso” de Skinner). è
ter uma folga depois de uma hora de estudo. com um rato onde é colocada uma corrente o que ocorre por exemplo, em jogadores compulsivos, que continuam a jogar,
elétrica ligada a sua gaiola. Esta corrente provoca mesmo sem nunca ganharem.
Reforços Primários e Secundários um desconforto ao animal (elemento punitivo).
Quando puxada uma alavanca (comportamento Programações de Ritmo Fixo
Os reforços primários - como receber alimento desejado) a corrente elétrica é desligada. Neste
ou ser aliviado de um choque elétrico - são exemplo o choque elétrico é colocado como Reforçam o comportamento depois de um determinado número de respostas.
intrinsecamente satisfatórios. Os reforços elemento punitivo que é eliminado ao conseguir Empregados que trabalham em fábricas que recebem por produção, são
secundários são aprendidos. Se um rato numa caixa o comportamento almejado. Após algum tempo reforçados de tal maneira. Quando
de Skinner aprende que uma luz sinaliza de maneira o rato associa o ato de puxar a alavanca a
confiável que a comida está chegando, ele vai se extinção de seu desconforto e sempre que a Programações de Ritmo Variável
empenhar em acender a luz. Dinheiro, boas notas, corrente elétrica é ligada vai direto a alanvanca.
são exemplos de reforços secundários, cada um das Como no reforço positivo, o negativo visa que o Reforçam a primeira resposta depois de uma quantidade imprevisível de
quais está ligado a recompensas mais básicas. indíviduo aprenda o comportamento adequado a respostas. É o que ocorre com os jogadores e pescadores. A dificuldade de
determinada situação. se extinguir tais comportamentos é de que o reforço aumenta à medida que
Reforços Imediatos e Retardados aumentam as respostas.
A punição é muitas vezes confundida com
Para ilustrar bem como funcionam esses dois o refoço negativo pois o elemento punitivo Programações de Intervalos Fixos
tipos de reforços, pode-se usar como exemplo um encontra-se inserido neste. Porém, ao contrário
experimento de moldagem em que se condiciona do reforçamento negativo, o objetivo da punição Reforça a primeira resposta depois de um período determinado. Como pessoas
um rato a apertar uma barra. Antes de efetuar é levar à extinção do comportamento, ou seja, que verificam a caixa de correspondência quando a hora do carteiro passar
esse comportamento “desejado”, o rato faminto se com o passar do tempo, a probabilidade de ele se aproxima, os pombos bicam uma tecla com mais frequência à medida que
empenhará numa sequência de comportamentos ocorrer novamente diminui. O reforçamento fica mais próxima a hora esperada de recompensa, produzindo um padrão
“indesejados” - arranhar, farejar, andar de um lado negativo, passa a idéia de uma obrigação: um inconstante de “pára-começa”.
para o outro. qualquer desses comportamentos que rato pode puxar uma alavanca (comportamento)
preceda imediatamente o reforço de comida tem para desligar uma corrente elétrica que o esteja Programações de Intervalo Variável
mais probabilidade de ocorrer de novo. Se você infligindo um desconforto (reforço negativo). O Reforça a primeira resposta depois de intervalos de tempo variáveis. Como o
retarda o reforço da pressão da barra por mais 30 reforçamente negativo, não é um evento punitivo: questionário imprevisível que reforça o estudo, as programações de intervalo
segundos, permitindo que outros compotamentos é a remoção de um evento punitivo. Ambos variável tendem a eliciar respostas lentas e firmes. Caso os questionários tornem-
interfiram e sejam recompensados, não ocorrerá utilizam de estímulos aversivos.[3] se previsíveis, os estudantes começarão a seguir o padrão de pára-começa que
praticamente qualquer aprendizagem de apertar a barra. caracteriza as programações de intervalo fixo (em outras palavras, estudarão
As punições podem ser de dois tipos: por adição (punição positiva), quando apenas na véspera).
Humanos, ao contrário de ratos, reagem a reforços bem mais retardados: o experiências aversivas são adicionadas, ou por subtração (punição negativa),
pagamento do salário no fim do mês, a nota no fim do semestre, o troféu no quando facilitadores do comportamento são subtraídos. Ambas as técnicas
campeonato. levam a aquilo que chamamos de extinção.
A punição pode acarretar uma série de problemas: esse tipo de estimulação
Porém, reforços pequenos, mas imediatos, são às vezes mais atraentes do que aversiva, acarreta respostas do sistema nervoso, entendidas como ansiedade,
reforços grandes, mas retardados. Fumantes, alcoolatras e outros usuários de depressão, baixa auto-estima.[4] Além do mais, o comportamento punido não
drogas podem saber que seu prazer imediato é mais do que contrabalançado é esquecido, ele é suprimido. Pode ser que após a estimulação aversiva ter

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