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EVOLUÇÃO DA VIDA ÚTIL DO CADINHO DE ALTOS-

FORNOS A CARVÃO VEGETAL. (1)

Alamar Kasan Duarte (2)


Eliseu Gimenez Fenelon (3)
Jorge Eustáquio Fernandes (4)

RESUMO

Altos-Fornos a carvão vegetal representam uma parcela importante da produção de


gusa no Brasil. As campanhas destes altos-fornos historicamente se encerravam por
problemas no cadinho ou rampa e cuba inferior.

Os revestimentos refratários do cadinho dos altos-fornos a carvão vegetal eram, até


recentemente, à base de tijolos sílico-aluminosos e tinham uma campanha entre três
a cinco anos. O desenvolvimento de um refratário especial à base de alumina-
carbono, autoligado, de alta resistência à penetração de gusa e álcalis, levou a
campanha desta região a atingir valores superiores a sete anos de operação.

Outros desenvolvimentos importantes que ocorreram nesta região foram o projeto de


cadinho de corrida contínua, o projeto da soleira em forma de espinha de peixe, a
montagem do revestimento com alta uniformidade dimensional, o projeto do furo de
corrida e da ventaneira em blocos refratários especiais aluminosos e a introdução da
massa de alumina-carbono para preenchimento entre a carcaça e o tijolo de
alumina-carbono.

O presente trabalho tem como objetivo mostrar esta evolução, dando ênfase aos
aspectos que envolvem o gerenciamento desta área: projeto, equipamentos,
refratários, técnicas de manutenção e operação.

Palavras-chaves: alto forno, refratário.

(1) Trabalho a ser apresentado no XXXVI Seminário da ABM – 12 a 15 de setembro de 2006 –


Ouro Preto – MG – Brasil.
(2) Membro da ABM, Engenheiro Metalúrgico, MSc. Engenharia Cerâmica, Dr. Engenharia
Metalúrgica, Gerente de Projetos Especiais da Magnesita S.A., Contagem, MG, Brasil.
(3) Membro da ABM, Engenheiro Civil, Coordenador da Assistência Técnica da Siderurgia,
Exportação, Magnesita S.A., Contagem, MG, Brasil.
(4) Membro da ABM, Engenheiro Metalúrgico, Assistência Técnica, Magnesita S.A., Contagem,
MG, Brasil.
1. INTRODUÇÃO

A indústria siderúrgica brasileira produziu 31,5 milhões t de aço e 34,0 milhões de t


de gusa em 2005. Cerca de 24,6 milhões t de gusa (72,4%) foram produzidas em
usinas integradas de produção de aço e 9,4 milhões de t (27,6%) foram produzidas
em altos-fornos independentes. Cerca de 22,9 milhões t (67,4%) foram produzidas
em altos-fornos a coque e 11,1 milhões t (32,6%) foram produzidas em altos-fornos
a carvão vegetal.

Campanhas entre 10 a 20 anos são alcançadas nos altos-fornos brasileiros a coque,


que possuem capacidade de produção de gusa entre 2000 a 11.000 t/dia.
Campanhas entre 5 a 7 anos são alcançadas nos altos-fornos brasileiros a carvão
vegetal, que possuem capacidade de produção de gusa entre 200 a 1200t/dia.

Uma produção eficiente e econômica de gusa depende, entre outros fatores, do


tempo de campanha do alto-forno. Como as reformas demandam enorme
investimento de capital, é desejável se prolongar ao máximo a campanha dos altos-
fornos.

Vários fatores influem nesta campanha, tais como, o projeto do alto-forno, o projeto
refratário, a qualidade do refratário, a montagem do refratário, o sistema de
refrigeração, a operação do alto-forno e periféricos, a qualidade do minério e do
agente redutor, os teores de zinco e álcalis na carga, a estabilidade operacional, a
baixa freqüência de paradas, o nível de automação e sistemas de controle, a
distribuição da carga, a permeabilidade dos gases, o fluxo do banho no cadinho, as
boas condições de drenagem do cadinho e os métodos de reparação e preservação
ao longo da campanha.

No mundo todo, altos fornos a coque menos produtivos e menos automatizados têm
sido substituídos por altos fornos de maior volume interno e mais automatizados,
com campanhas cada vez maiores(1). Grandes investimentos têm sido feitos nestes
altos-fornos e nos grandes altos-fornos a carvão vegetal em refratários, sistemas de
refrigeração, mecanização e sistemas de automação. Os altos-fornos menores a
carvão vegetal que, em geral, possuem um menor grau de automatização, também
possuem uma tendência a incorporar no futuro muitas das soluções tecnológicas
adotadas atualmente nos grandes altos-fornos.

2. PROJETOS REFRATÁRIOS PARA O CADINHO DOS ALTOS-FORNOS A


CARVÃO VEGETAL.

As principais solicitações ao refratário do cadinho de alto-forno são ataque de álcalis


e zinco, oxidação de refratários à base de não-óxidos, erosão por metal líquido,
corrosão por escória, altas temperaturas e tensões termo-mecânicas. O ataque por
metal é predominantemente erosivo e de natureza mecânica. O ataque por escória é
predominantemente corrosivo. O regime de trabalho é contínuo e ocorre a
temperaturas elevadas, provocando altas solicitações ao revestimento refratário.(2)

O zinco é introduzido na carga do alto-forno na forma de óxido, principalmente pelo


minério de ferro, sinter e pelotas. Os álcalis são introduzidos na carga do alto-forno
na forma de óxidos, principalmente pelo coque e carvão vegetal. Estes óxidos são
reduzidos durante a descida da carga e alcançam a parede do cadinho na forma
gasosa, condensando-se nas partes mais frias dos refratários, formando fases
expansivas, fragilizando-os mecanicamente.(3)

As propriedades requeridas ao refratário de cadinho dependem da região onde o


mesmo é instalado e são em geral alta refratariedade, resistência ao ataque de
álcalis e zinco, resistência à corrosão por escórias, resistência à erosão por metal,
resistência à penetração do metal, alta estabilidade volumétrica, alta resistência ao
choque térmico e resistência à oxidação.

2.1) Projeto Refratário da Região das Ventaneiras

Na região das ventaneiras predominam altas temperaturas e oscilações térmicas. Os


produtos usados nesta região precisam ter elevada refratariedade e resistência ao
choque térmico, além de um perfeito dimensionamento. Em geral são empregados
produtos à base de andaluzita, silimanita, mulita e SiC (carbeto de silício) em
grandes altos-fornos. Em pequenos altos-fornos a carvão vegetal são usados
concretos ou blocos à base de andaluzita ou mulita. A Tabela 1 mostra os refratários
usados para a região das ventaneiras de altos-fornos a coque e a carvão vegetal.

Tabela 1. Refratários para ventaneiras de altos-fornos a coque e a carvão vegetal.

A construção refratária pode ser feita à base de blocos pré-moldados de concreto,


peças padronizadas ou blocos especiais (Figuras 1, 2 e 3). As juntas de expansão
do cadinho são projetadas para ficarem ao redor desta construção. A montagem
desta região e a perfeita justaposição dos blocos são muito importantes para se
evitar fluxo de gás para o furo de corrida.
Figura 1. Projeto refratário da região das ventaneiras: a) bloco de concreto.

Figura 2. Projeto refratário da região das ventaneiras: b) tijolos padronizados.

Figura 3. Projeto refratário da região das ventaneiras: c) blocos especiais.


2.2) Parede do cadinho

O cadinho é uma região de alta solicitação para o refratário, predominando a erosão


pelo gusa e a corrosão pela escória, e a tensão termo-mecânica causada pela
infiltração do gusa e deposição de zinco e álcalis. É muito importante o perfeito
dimensionamento dos refratários nesta região. Em altos-fornos a coque e grandes
altos-fornos a carvão vegetal são usados blocos de carbono com resistência à
dissolução pelo gusa, baixo tamanho de poros para evitar a penetração do gusa e
alta condutividade térmica para permitir a extração de calor do cadinho (Tabela 2).
Em pequenos altos-fornos a carvão vegetal tijolos de alumina – carbeto de silício –
carbono de elevada resistência à penetração pelo gusa substituíram tijolos sílico-
aluminosos (Tabela 3).

Tabela 2. Refratários para cadinho de altos-fornos a coque e grandes altos-fornos a


carvão vegetal.
Furo de Parede
Propriedades "Ceramic Cup" Sub-Sola "Back-up"
Corrida e Sola
Choque térmico + Gusa +++ Escória +++ Proteção + Gases ++
Gusa +++ Escória +++ Gusa +++
Solicitações
Escória +++ Álcalis +
Álcalis +
Refrigeração "spray", "stave" ou "double shell"

Refratário Aluminoso Alumina-Sialon Sílico-Aluminoso Carbono Grafita Carbono

Análise química (%)


Al2O3 94,1 80,0 47,0
SiO2 5,3 47,0
C > 80 > 80,0 > 60,0
Fe2O3 0,1 1,2 1,2
3
MEA (g/cm ) 3,23 3,09 2,40 1,71 1,76 1,15
PA (%) 13,9 13,8 13,0 17,0 23,1
Tamanho médio de poros (µm) 1,0 0,05
RCTA (MPa) 127,0 167,0 70,0 63,0 60,0 18,0
DTRL até 1.000°C (%) 0,76 0,64 0,59 0,35 0,35
até 1.400°C (%) 1,08 0,86 0,80
VLDR a 1.600°C x 5h (%) 0,0 0,0 -0,3 0,05% (1500°C) 0,05 % (1500°C)
CPE (Orton) >38 (1.835°C) 35 (1.785°C)
Creep 50h x 0,2MPa 0,2% (1450°C) < 1,0% (1350°C)
Permeabilidade (cD) 1,0 40,0
Condutividade térmica (W/m°K)
2,4 3,5 1,4 22,3 33,3 5,7
a 1000°C
Intensidade da solicitação: Baixa (+); Média (++); Alta (+++)

A Figura 4 mostra um revestimento típico de cadinho de um alto-forno a coque. Uma


adequada inclinação da carcaça permite ganhos adicionais na espessura do bloco
de carbono na região crítica. A introdução da técnica de proteção da parede do
cadinho com o uso de “ceramic cup” e da soleira com o uso de óxidos cerâmicos
refratários tem influência européia e visa também obter um desgaste homogêneo do
revestimento, sem a formação do desgaste tipo pé de elefante na região de
confluência entre o fundo e a parede. O “ceramic cup” promove uma proteção
adicional aos blocos de carbonos no início da campanha.(3)

Para se ter uma vida longa do cadinho, deve-se promover o crescimento de uma
camada sólida estável sobre a superfície do bloco de carbono, através de uma
refrigeração eficiente, e reduzir a velocidade do banho junto à parede, diminuindo a
solicitação de erosão sobre o bloco de carbono. A refrigeração do cadinho é feita
através de “spray” externo de água na carcaça, “staves” internos entre a carcaça e o
refratário ou com a técnica de “double shell” (Figura 5).
Tabela 3. Refratários para cadinho de pequenos altos-fornos a carvão vegetal.
Parede
Propriedades Furo de Corrida "Ceramic Cup" Sub-Sola "Back-up"
e Sola
Choque térmico + Gusa +++ Escória +++ Proteção + Gases ++
Gusa +++ Escória +++ Gusa +++
Solicitações
Escória +++ Álcalis +
Álcalis +
Refrigeração "spray"

Refratário Aluminoso Sílico-Aluminoso Al2O3-SiC-C Sílico-Aluminoso Al2O3-SiC-C

Análise química (%)


Al2O3 94,1 47,0 75,0 47,0 47,5
SiO2 5,3 47,0 47,0
SiC 7,0 30,0
C 13,0 10,0
Fe2O3 0,1 1,2 1,2
MEA (g/cm 3) 3,23 2,40 3,14 2,40 1,70
PA (%) 13,9 13,0 0,5 13,0
RCTA (MPa) 127,0 70,0 110,0 70,0 40 (110°C)
DTRL até 1.000°C (%) 0,76 0,59 0,52 0,59
até 1.400°C (%) 1,08 0,80 0,83 0,80
VLDR a 1.600°C x 5h (%) 0,0 -0,3 -0,3
CPE (Orton) >38 (1.835°C) 34 (1.785°C) 35 (1.785°C)
Creep 50h x 0,2MPa 0,2% (1450°C) < 1,0% (1350°C) < 1, 0% (1350°C)
Permeabilidade (cD) 39,0 4,0 39,0 8,0
Condutividade térmica
2,4 1,4 8,5 1,4 3,5
(W/m°K) a 1000°C
Intensidade da solicitação: Baixa (+); Média (++); Alta (+++)

Figura 4. Projeto refratário do cadinho de um alto-forno a coque. (3)

O aumento da capacidade de refrigeração dos refratários do cadinho tem


desempenhado um importante papel na estabilidade da camada solidificada. O
aumento da condutividade térmica e a redução do tamanho dos poros dos blocos de
carbono têm se mostrado efetivo no prolongamento da vida do cadinho. Blocos de
carbono com alta resistência ao ataque pelo gusa e alta condutividade térmica foram
introduzidos (Tabela 4 e Figura 6). O método de fabricação usado para cada bloco
de carbono evoluiu ao longo do tempo.

Os revestimentos refratários do cadinho dos pequenos altos-fornos a carvão vegetal


eram, até recentemente, à base de tijolos sílico-aluminosos e tinham uma campanha
entre três a cinco anos. O desenvolvimento de um refratário especial à base de
alumina-carbono (Tabela 5), autoligado, de alta resistência à penetração de gusa e
álcalis, levou a campanha desta região a atingir valores superiores a sete anos de
operação. O tamanho de poros, a resistência à dissolução pelo gusa e a resistência
mecânica a quente são propriedades importantes na escolha destes produtos.

Figura 5. Sistema de refrigeração (a) “stave” e (b) “double shell” de cadinho. (4)

O projeto de revestimento refratário em altos-fornos é relativamente simples, em


função da própria geometria do equipamento, utilizando em seu revestimento
formatos padronizados e, eventualmente, peças especiais. A soleira é normalmente
composta de várias camadas, nas quais há variação nas espessuras de cada uma,
bem como a preocupação em especificar os materiais mais adequados para compor
cada uma delas (Figura 7). A estanqüeidade de cada camada quando se usa peças
paralelas padronizadas é feita defasando-se as juntas de cada camada, reduzindo o
risco de penetrações de metal. Uma alternativa é o uso de peças especiais, tipo
macho e fêmea, que pode assegurar uma melhor proteção contra penetrações de
metal.

Tabela 4. Blocos de carbono para cadinho de altos-fornos. (1)


BC-5 CBD-1 CBD-2 CBD-2RG CBD-3RG
Ano de
desenvolvimento 1965 1975 1981 1985 1994
Composição
Antracito (%) 80 85 80 43
Grafita sintética (%) 20 10 10 42 77
Al2O3 (%) 5 5 6 11
Si (%) 5 9 12
Ligante Piche Piche Piche Resina Resina
Fabricação Extrusão Extrusão Extrusão Prensagem Prensagem
M.E.A. (g/cm3) 1,56 1,58 1,59 1,71 1,76
Porosidade Total (%) 18,7 17,3 18,5 19,0 23,1
Tamanho de poro
(µm) 16,0 11,0 2,7 1,0 0,2
RCTA (MPa) 40,5 43,0 45,1 66,9 63,0
RFTA (MPa) 11,7 11,9 12,3 15,0 15,2
Condutividade
(W/m°K) 17,1 13,2 13,8 23,3 33,3
Figura 6. Índice de resistência á solubilidade de blocos de carbono. (1)

Tabela 5. Tijolos para cadinho de altos-fornos a carvão vegetal.


a b
Al2O3 81,0 84,0
SiO2 3,0 0,2
Análise Química SiC 7,0 7,0
C 7,0 7,0
Fe2O3 0,7 0,2
DMA 3,14 3,32
Temperatura
PA 0,5 0,5
Ambiente
RCTA 110 90
DMA 3,11 3,26
PA 6,3 6,1
Após 800°C x 5h
Tamanho médio
1,23 1,94
de poro, µm
1400°C x 30min RFQ 13 20
50% gusa
Corrosão, %
+ 3,9 2,6
1500°C x 2h
50% aço

Figura 7. Sistema de amarração em soleira de altos-fornos a carvão vegetal.


2.3) Projeto Refratário do Furo de Corrida

A estrutura refratária ao redor do furo de gusa é construída com blocos de carbono


ou de alto teor em alumina. O refratário da capela é à base de um concreto de
alumina – carbeto de silício – carbono (Figura 8). Altos-fornos menores a carvão
vegetal usam construção refratária em tijolos aluminosos com furação posterior à
montagem (Figura 9) ou blocos engastados no revestimento (Figura 10).

Figura 8. Projeto refratário do furo de corrida de um alto-forno a coque.(4)

Figura 9. Projeto refratário do furo de corrida de um alto-forno a carvão vegetal com


furação posterior à construção.

A massa de tamponamento do furo de corrida tem um papel importante na operação


dos altos-fornos: influencia diretamente a produtividade do forno; possibilita uma
condição operacional estável e segura; após a sua injeção, garante o tamponamento
do forno; controla o fluxo no momento do vazamento, garantindo uma retirada
estável e regular do gusa e escória; o cogumelo formado com a massa de
tamponamento protege o refratário do cadinho ao redor do furo de gusa. O
comprimento do furo de gusa é um parâmetro usado para controlar a movimentação
do banho no cadinho. Um furo de corrida longo mantém o vetor velocidade do banho
longe da parede e contra o homem morto, diminuindo o fluxo periférico.
Figura 10. Projeto refratário do furo de corrida de um alto-forno a carvão vegetal com
blocos engastados no revestimento.

4. CONCLUSÕES

Os revestimentos refratários do cadinho dos Altos-Fornos a carvão vegetal eram, até


recentemente, à base de tijolos sílico-aluminosos e tinham uma campanha entre três
a cinco anos. O uso de blocos refratários especiais de alta-alumina na região das
ventaneiras e furos de corrida e o desenvolvimento de um refratário especial à base
de alumina-carbono, autoligado, de alta resistência à penetração de gusa e álcalis,
levaram a campanha desta região a atingir valores superiores a sete anos de
operação.

5. AGRADECIMENTO

Os autores agradecem a Magnesita S.A. pela autorização e apoio para a divulgação


deste trabalho.

6. REFERÊNCIAS

1) OGATA, I., SANUI, M. The Latest Trend and Future Aspect in Japanese
Ironmaking Technology In: 3rd International Conference on Science and
Technology of Ironmaking, p. 27-32, Dusseldorf, 16-20 June, 2003.
2) OMATSU, Y., ANAN, K., AKAGI, K., SHIGA, A., NITTA, M. Advances in Blast
Furnace Equipment Technology mainly for Extending Furnace Life In: 3rd
International Conference on Science and Technology of Ironmaking, p.376-379,
Dusseldorf, 16-20 June, 2003.
3) RUETHER, P. Present State of the Refractory Materials in the Blast Furnace
Plants In: Congresso da Alafar, Salvador, Brasil, Nov. 2002.
4) PETERS, M.; RUETHER, P.; SCHMOLE, P.; LEUERMANN, C. Blast Furnace
Relining Strategies for Campaign Lives of more than 20 Years: Aachen 2002, p.
40 - 46, 2002.
REFRACTORY HEARTH EVOLUTION FOR CHARCOAL
BLAST-FURNACES. (1)

Alamar Kasan Duarte (2)


Eliseu Gimenez Fenelon (3)
Jorge Eustáquio Fernandes (4)

ABSTRACT

Charcoal blast-furnaces represent an important part in Brazil’s hot metal production.


The campaign for these blast-furnaces has historically ended by problems in the
hearth or bosh and lower stack.

The hearth refractory lining for charcoal blast-furnaces were, until recently, based on
fireclay bricks and had a campaign of three to five years. The development of a
special refractory brick based on alumina-carbon, self-bonded, with high resistance
to hot metal, zinc and alkalis impregnation, raised the campaign to values higher than
seven years of operation.

Other important developments for the hearth were the hearth project with a
continuous tapping, the hearth bottom project in a fish bone shape, better brick
finishing with better dimensional uniformity, the taphole and tuyere project based on
special high alumina refractory blocks and the introduction of an alumina-carbon
grout to be used between shell and the hearth bricks.

Key-words: blast-furnace, refractory.

(1) Paper to be presented in XXXVI ABM Seminar – September 12 to 15, 2006 – Ouro Preto – MG
– Brazil.
(2) ABM Member, Metallurgical Engineer, MSc. In Ceramic Engineer, PhD. in Metallurgical
Engineer, Manager for Special Projects, Magnesita S.A., Contagem, MG, Brazil.
(3) ABM Member, Civil Engineer, Steel plant Technical Sales Manager, International Market,
Magnesita S.A., Contagem, MG, Brazil.
(4) ABM Member, Metallurgical Engineer, Technical Sales Department, Magnesita S.A., Contagem,
MG, Brazil.

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