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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ROSEMAR PIMENTEL

CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE

PROCESSOS DE
FABRICAÇÃO
MECÂNICA
2º SEM/2023
CURSO: ENGENHARIA MECÂNICA
NOME DO DOCENTE: GERSON ALVES INÁCIO
AULAS 07 E 08
EMENTA
Conceitos Metalúrgicos.
Introdução aos Processos de Fabricação.
- Laminação.
- Extrusão
- Trefilação
- Estampagem
- Forjamento.
- Ensaios mecânicos de Materiais Metálicos.
- Tratamentos Térmicos.

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PROCESSOS DE FABRICAÇÃO MECÂNICA

CONTEÚDO(S): OBJETIVO:

Realizar uma revisão nos assuntos


1.0 CONCEITOS METALÚRGICOS
metalúrgicos que envolvem a fabricação do
aço, para um melhor entendimento dos
processos de fabricação e suas aplicações no
decorrer da disciplina.

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ROTEIRO DA AULA

1. EXPOSIÇÃO DO CONTEÚDO
2. TEXTO BASE/SAIBA MAIS
3. TAREFA
4. ENCONTRO ONLINE

4
RECAPITULANDO...
RECAPITULANDO...
Em nossa última aula...

5
5
DESTAQUES DO ÚLTIMO ASSUNTO ESTUDADO:

- Tópico 1 – PROCESSO DE PELOTIZAÇÃO


- Tópico 2 – PROCESSO DE SINTERIZAÇÃO
- Tópico 3 – COQUERIA
- Tópico 4 - ALTO FORNO

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Conceitos Metalúrgicos
REDUÇÃO

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Ferro Primário
•Fontes de Ferro

5mm<Pelotas<18m 6mm< Minério <40mm


5mm<Sinter<50mm granulado

Em detalhe
Processo de Pelotização

 Pelotas são aglomerados de forma esférica


formados pela pelotização de minérios finos com
o auxílio de aditivos seguido por um
endurecimento a frio ou a quente.
 Os aditivos geralmente utilizados são: fundentes
(calcário, dolomita), aglomerantes (bentonita, cal
hidratada) e combustível sólido (antracito)
 Existem basicamente dois tipos de pelotas:
PAF: Pelotas para Alto Forno
PRD: Pelotas para Redução Direta
Processo de Pelotização
Processo de Sinterização
Sinteres: são aglomerados de forma irregular e esponjosa
formados por meio de uma combustão forçada (sinterização) de
um combustível previamente adicionado à mistura (finos minério
de ferro; fundentes – calcário, areia; combustível – finos de
coque; aditivos – corretivo de características para
aproveitamento de resíduos de recirculação).
Tecnologia criada com o objetivo de aproveitar minérios finos
(quantidade crescente no mundo) e resíduos industriais.
A sinterização atual visa basicamente elaborar uma carga de
altíssima qualidade para o AF.
Processo de Sinterização
• Máquina de sinterização

Silos de
armazenagem INSUMOS
Finos de retorno
Finos de minério
A B C D E F
Coque
Tambor de Calcário
mistura Pó de alto forno

Chaminé Forno de
Alimentador ignição
Fragmentação do bolo
de sinter

Sinter
Exaustor Resfriador
Caixa de Peneiramento a
Despoeiramento rotativo
quente
Peneiramento a frio
Finos de retorno
Coqueria
 O coque é o produto sólido da destilação de uma mistura de
carvões realizada a em torno de 1100oC em fornos
chamados coquerias.
 A destilação dá origem aos produtos carbo-químicos (gases,
vapores condensáveis, benzol, alcatrão, etc) que são
comercializados pelas siderúrgicas. O gás de coqueria e´um
importante insumo para a própria usina.
 O processo de coqueificação consiste no aquecimento do
carvão mineral na ausência da ar.
Coqueria
O Papel do Coque no Alto Forno

 Fornecer o calor necessário às necessidades térmicas do


processo;
 Produzir e "regenerar" os gases redutores;
 Carburar o ferro gusa;
 Fornecer o meio permeável nas regiões inferiores do
forno onde o restante da carga está fundida ou em fusão.
Coqueria
• Detalhes do processo

Coque incandescente
Típica Bateria de coqueificação pronto para ser descarregado
Evolução da Carga nos Altos
Fornos
Alto Forno
ALTO FORNO
COMPOSIÇÃO DO FERRO GUSA
PARTES DO ALTO FORNO
Conceitos Metalúrgicos
REFINO

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Pré-Tratamento de
Gusa
Pré-Tratamento do Gusa

A estação de Pré-tratamento de Gusa tem como objetivos realizar


operações de refino do ferro gusa líquido adequando a sua composição
química conforme o tipo de aço a ser produzido.

A estação de Pré-Tratamento de gusa realiza parte das operações de


refino que apresentam certas limitações no processo LD
Pré-Tratamento do Gusa
Dessiliciação: É responsável pela redução do silício contido no gusa,
através de adição de carepa. Esta adição ocorre simultaneamente com a
virada do gusa na panela.

Desfosforação: É responsável pela redução do fósforo contido no gusa,


através de injeção profunda de agentes a base de CaO, CaF2 e Fe2O3. A
adição de desfosforante é feita através de lança refratada, que é imersa
até aproximadamente a 1 m do fundo da panela.

• Dessulfuração: Responsável pela redução do enxofre contido no gusa,


através de injeção profunda de agentesa base de CaO e CaF2. Esta
adição é feita através de lança refratada, que é imersa até
aproximadamente a 1 m do fundo da panela.
Pré-Tratamento do Gusa
Aciaria
Produção do Aço Líquido
Produção do Aço Líquido
Produção do Aço Líquido
Produção do Aço Líquido
Produção do Aço Líquido

Tipos de Aço

Esses por sua vez, em função do teor de carbono, podem ser


sub-divididos em :
•de ultra-baixo teor de C (UBC) : C 0,01%;
•de baixo teor de carbono (BC) : C 0,10%;
•de médio teor de carbono (MC) : 0,10% C 0,24%;
•de alto teor de carbono (AC) : C 0,25%.
Refino do Aço Líquido
Matérias primas
 As principais matérias primas fonte de ferro, para fabricação do aço, são o gusa
líquido, sucata de aço e ferro obtido por redução direta.

 O gusa líquido contém entre 3,8 e 4,5 %C, 0,4 a 1,2 % Si, 0,6 a 1,2% Mn, até 0,2%
P e até 0,04% S.

 A temperatura do gusa situa-se entre 1300ºC e 1500ºC.

 O teor de fósforo depende do minério utilizado já que o fósforo não é removido


no alto-forno. Já o enxofre é incorporado ao aço a partir do coque metalúrgico
utilizado no processo de redução.

 A sucata é constituída por ferro metálico contendo impurezas como cobre,


estanho, cromo, etc, dependendo de sua origem.
FLUXO DO AÇO
FLUXO DO AÇO
Produtos originários de aços planos

Tipo Aplicação Final

Chapas grossas Uso geral, estrutura geral, estrutura soldável, naval,


tubo, vaso de pressão e caldeira, longarina, cuba de
galvanização,etc..
Tiras à quente Uso geral, estrutura geral, estrutura soldável, naval,
plataforma, tubo, longarina, estampagem, botijão,
cuba de galvanização, rodas , etc.

Estrutura, estampagem média e profunda, indústria


Tiras à frio
automobilística, estrutura soldável, eletromagnética
siliciosa, etc..
Produção do Aço Líquido
A produção do aço líquido se dá através da
oxidação controlada das impurezas presentes no
gusa líquido e na sucata.
Este processo é denominado refino do aço e é
realizado em uma instalação conhecida como
aciaria.
O refino do aço normalmente é realizado em
batelada pelos seguintes processos:
- Aciaria a oxigênio – Conversor LD (carga
predominantemente líquida).
- Aciaria elétrica – Forno elétrico a arco – EAF
(carga predominantemente sólida).
Conversor LD

Responsável por cerca 60% (540 milhões ton/ano)


da produção de aço líquido mundial, a tecnologia
continua a ser a mais importante rota para a
produção de aço, particularmente, chapas de aço
de alta qualidade.
Processo industrial teve início em 1952, quando o
oxigênio tornou-se industrialmente barato. A partir
daí o crescimento foi explosivo.
Permite elaborar uma enorme gama de de tipos de
aços, desde o baixo carbono aos média-liga.
Conversor LD
Conversor LD
Conversor LD
Metalurgia de Panela
Após o refino, o aço ainda não se encontra em

condições de ser lingotado. O tratamento a ser feito


visa os acertos finais na composição química e na
temperatura. Portanto, situa-se entre o refino e o
lingotamento contínuo na cadeia de produção de
aço carbono.
Desta forma o EAF ou o conversor LD pode ser
liberado, maximizando a produção de aço.
- Forno de panela
- Desgaseificação
SUCATA + GUSA + O2+CALOR - AÇO FIM DE SOPRO

Composição típica de fim de sopro

• C: 0,02 a 0,04%
• Si: 0%
• Mn: 0,10 a 0,15%
• P, S: 0,015%
• Oxigênio dissolvido: 400 a 1000ppm
Processo L.D. - Operação do Conversor

O ciclo de operações de refino no L.D. envolve seis ( 6 ) etapas:

a)Carregamento de carga sólida


b)Carregamento do gusa líquido
c)Sopro
d)Medição de temperatura e retirada de amostras
e)Vazamento
f)Vazamento de escória
Carregamento de carga sólida
Processo L.D. - Sucata
É vantajoso proporção alta de sucata, uma vez que seu teor de ferro
é superior ao do gusa.
É usado sucata de retorno da própria usina e também sucata
comprada.
Dimensões da sucata: permitir completa fusão durante o sopro e não
causar estragos ao revestimento do conversor no carregamento.
Deve estar completamente seca, para evitar o risco de explosões.
Processo L.D. - Gusa Líquido
A proporção de gusa líquida na carga do
conversor depende de sua composição e
temperatura ( conteúdo térmico ), da qualidade
do aço a ser produzido, do volume das adições
do cal, minério e carepa, e em parte das
dimensões do conversor. Normalmente varia
entre 70 e 85%.

Carregamento de gusa líquido


Processo L.D. - Operação do Conversor
Terminado o carregamento do gusa líquido o conversor é
trazido novamente à posição vertical, a lança de oxigênio é
baixada e o sopro iniciado, já durante a descida da lança.

Sopro
Processo L.D. - Operação do Conversor

Transformação do gusa em aço líquido


por meio de sopro de oxigênio
Processo L.D. - Operação do Conversor-Adições
Cal: As adições de cal e fundentes são realizadas no início do sopro.

A adição de cal é necessária para a escorificação da sílica formada


pela oxidação do silício da carga metálica e para a remoção do fósforo e
enxofre. Além disso, CaO suficiente diminui o ataque dos refratários e deve ser
mantido na escória. A cal utilizada no processo deve ser de alta reatividade.

- Minério de Ferro
As adições de minério de ferro ou carepa devem ser realizadas na
etapa final do sopro. Tem duas funções:
• acelerador da dissolução da cal, quando adicionado no início do sopro
• agente refrigerante, sendo então adicionado em qualquer etapa, mas
principalmente no final do sopro, para controle da temperatura.
Processo L.D. - Outras Adições

• Fe-Si: adicionado para controle térmico do processo, cedendo calor devido à


oxidação do Si.

dolomita: para proteção do revestimento e em menor escala
como agente refrigerante, usa-se a calcinada ou crua .
fluorita, CaF2: fundente da cal, para acelerar a sua dissolução e

aumentar a fluidez de escórias muito viscosas.


Outros fundentes: os aluminatos (especialmente bauxita) e
boratos.
Processo de Refino Primário

Reações : 2 FeO
2Fe + O2 SiO2 + 2 Fe
2FeO + Si MnO + Fe
FeO + Mn FeO + SiO2 MnO +
FeO . SiO2
SiO2
MnO . SiO2
FeO . SiO2 + CaO MnO . SiO2 + CaO
CaO . SiO2 + FeO
CaO . SiO2 + MnO
Reações de Refino
Praticamente todas as reações que ocorrem no processo L.D.
são exotérmicas, isto é, liberam calor. Desta forma , há uma elevação
acentuada na temperatura do banho.

Terminada a oxidação do silício, que corresponde à primeira


etapa do sopro, o aumento da temperatura e a formação de uma
emulsão metal-gás-escória criam condições em que a única reação
importante é a descarburação (segunda etapa), cuja velocidade
atinge valores só limitados pelo oxigênio disponível.

Reações :

FeO + C Fe + CO

2 C + O2 2 CO
Medição de temperatura e retirada de amostras

Assim que o sopro é


interrompido o conversor é basculado
para posição horizontal, a fim de medir
a temperatura e retirar amostras de
aço e escória. Se a composição
química e a temperatura correspondem
ao especificado o conversor é
basculado no sentido contrário para
vazamento da corrida na panela de
aço.
Aciaria Elétrica

 Processo industrial começou no início do século XX.


 Inicialmente, o forno elétrico era considerado sobretudo
como um aparelho para a fabricação de aços especiais,
inoxidáveis e de alta liga.
 Atualmente, ele tem sido cada vez mais utilizado na
fabricação de aço carbono.
 Processo reciclador de sucata por excelência; não há
restrição para proporção de sucata na carga.
 A participação do aço elétrico no mundo vem crescendo
substancialmente nas últimas décadas.
Forno Elétrico
 25% da produção mundial de aço é feita em forno elétrico.

 Arco elétrico de elevada corrente para fundir e obter aço


líquido.

 Controle mais acurado da temperatura do banho.

 O nitrogênio, elemento que fragiliza o aço, é absorvido da


atmosfera em contato com a superfície do banho metálico, na
zona de abertura do arco elétrico. Sua eliminação pode ser
conseguida com operações adicionais de injeção de CO ou
argônio.

 A maior parte da carga dos fornos elétricos é constituída de


sucata de aço. A qualidade da sucata tem influência direta na
qualidade do aço produzido.
Lingotamento
Contínuo
Lingotamento
Toda a etapa de refino do aço se dá no estado líquido. É necessário,
pois, solidificá-lo de forma adequada em função da sua utilização
posterior.
O lingotamento do aço pode ser realizado de três maneiras distintas:

- DIRETO: o aço é vazado diretamente na lingoteira;

- INDIRETO: o aço é vazado num conduto vertical penetrando na


lingoteira pela sua base;

- CONTÍNUO: o aço é vazado continuamente para um molde de


cobre refrigerado à água.
Lingotamento Contínuo
Lingotamento Contínuo
Lingotamento Contínuo
Cerca de 80% da produção mundial de aço é obtida através de
lingotamento contínuo.
O lingotamento contínuo consiste no vazamento do aço líquido em um
pequeno molde vertical de cobre refrigerado e na extração simultânea da
casca solidificada que contém aço líquido em seu interior.

Lingotamento contínuo
 O molde é feito de cobre - metal de alta
condutividade térmica – refrigerado com
água e oscila verticalmente para evitar Lingotamento contínuo
adesão da casca solidificada ao molde.

 O tarugo é suportado por vários rolos guia


em seu movimento de descida para evitar
que a pressão ferrostática do líquido dobre
a casca.

 Nessa zona desenvolve-se a estrutura


“bruta de fusão” do material.

 Dependendo da seção transversal da placa


ou do tarugo e da velocidade de
lingotamento, a zona de resfriamento
secundário pode ter de 10 a 40 metros de
extensão.

 Ao passar pelo último rolo de sustentação o


tarugo entra em uma mesa de saída e é
cortada, ainda em movimento, por tochas
oxi-acetilênicas.
Estrutura de solidificação no lingotamento contínuo
Lingotamento Contínuo
 O lingotamento contínuo é um processo pelo qual o aço fundido é solidificado em
um produto semi-acabado, tarugo, perfis ou placas para subseqüente laminação.

Antes da introdução do lingotamento contínuo, nos anos 50, o aço era vazado em
moldes estacionário (lingoteiras).

Ex. de Seções
possíveis no
lingotamento
contínuo (mm)
REFERÊNCIAS

CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica. São Paulo: Pearson Education, 1986. volumes 1,2 e 3.

NOVASKI, O. Introdução à Engenharia de Fabricação Mecânica. São Paulo. ed.

Blucher.2013.252p
OLIVEIRA,M. F. de; CASTRO, W. B. de; KIMINANI, C. S. Introdução aos Processos de
Fabricação de Produtos Metálicos. São Paulo: Blucher Acadêmico, 2013.

INFASUL

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