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Nome : Vinicius Mediato Fagundes RA 192A156834

“The Founder´s Dilemma”

O dilema do fundador.

No ciclo de vida de uma empresa o fundador muitas vezes vai se deparar com uma grande escolha
“trade off” a fazer, deverá escolher se quer manter o poder, o controle o gerenciamento da companhia
que criou, ou está disposto a abrir do controle (poder) em função de capital para expandir a empresa,
fazer o negócio prosperar.

Esta decisão nem sempre é fácil pois o fundador tem muitas vezes um laço afetivo com o negócio,
ele acredita que só ele, e somente no seu controle a empresa pode prosperar. O que nem sempre é
verdadeiro pois num certo estágio da organização ele pode necessitar de competências que o
fundador não possui, e se o fundador não tiver disposição ou enxergar esta necessidade pode levar
o futuro da empresa a estagnação ou até mesmo extinção.

A decisão ainda é também difícil porque qual fundador não quer ver sua ideia (negócio) prosperar,
crescer. Este crescimento demanda capital, processos mais estruturados, organizações mais
complexas. A experiência tem mostrado que quanto mais rápido o fundador cede ao capital, seja de
investidor, anjo investidor, um grupo industrial, mais rápido ele perderá controle da organização e
terá que ceder o lugar de comando. Que pode ocorrer tanto pela pressão imposta pelos investidores
como também quando os investidores atingem mais de 50% da participação no capital total do
negócio.

Abrir do controle nem sempre significa abandonar o negócio por completo, existem muitos casos
onde o fundador abandona o posição de controle, porém atua como conselheiro ou ainda passa a
trabalhar numa área que tenha maior afinidade, e ainda podemos ter casos onde o fundador passa
a trabalhar para desenvolver as competências necessárias a um bom CEO e retorna ao comando
da empresa anos mais tarde.

Eis que então podemos dividir os fundadores em dois subgrupos:

a) Orientados pelo dinheiro


b) Orientados pelo poder.

Orientados pelo dinheiro:

Quando este tipo de fundador tem uma clara visão do potencial do negócio, ele pode ter a tendência
a abrir mão do controle da empresa para fazer empresa crescer, se bem feita esta transição, a
empresa cresce, o fundador tem seu capital expandido e ainda com uma boa participação no
negócio.
Orientados pelo poder:

Este tipo de fundador não está disposto a abrir mão do poder em função de dinheiro, com uma boa
administração este fundador pode levar ao crescimento da empresa, porém num ritmo muito menor
que o orientado pelo dinheiro, porém o fundador orientado por poder terá um crescimento sólido
mantendo total controle das suas operações e visão para o futuro.

Sendo assim, concluímos com que foi apresentado como “trade-off” do REI x RICO:

O fundador “Rico” será o que souber abrir mão do poder em função dinheiro.,

O caso oposto será o fundador “Rei” que saberá comandar seu negócio com crescimento lento
porém sólido sem abrir mão do controle.

O fundador que quiser o crescimento e resistir no poder, seja resistindo à pressão dos investidores,
e sem as habilidades para gerenciar e conduzir o negócio numa maior escala, pode levar ao
fracasso. Ou em casos de exceção ainda pode existir os casos de fundadores que apesar da pressão
vão conseguir gerar crescimento sem perda da posição de comando.

Case correlacionado – comentado

“REDE PAGUE MENOS DE FÀRMACIAS’

A Rede Pague Menos de farmácias tem como plano de expandir seu capital desde 2012 porém o
fundador, Deusmar Queiroz, vinha protelando esta decisão de abrir o capital da rede de farmácias,
como vimos no texto “Founder´s Dilema” para não perder o poder de decisão para um grupo
acionário, porém em Setembro de 2018 Deusmar foi preso por crimes contra o sistema financeiro
nacional, o adiou mais uma vez a abertura do capital da empresa que estava prevista para enfim
ocorrer em 2019. Uma abertura de capital com seu fundador preso ou condenado poderia levar a
um grande prejuízo. Sendo assim a estratégia do grupo foi afastar Deusmar do comando,
desvinculando o fato da prisão do fundador (que nada tem a ver com as operações da rede de
farmácias) com os negócios da família, o comando da empresa passou para o filho de Deusmar, o
que ainda de certa forma mantem o controle das operações, já que o comando ainda está com o clã
Queiroz.

Em fevereiro de 2019 a General Atlantic, uma empresa investidora que já tinha 17% do capital da
Rede Pague Menos queria forçar a família Queiroz fazer valer o acordo de abertura de capital firmado
em 2015. Mais uma vez vemos, um paralelo com o texto Founder´s Dilema, onde os investidores
vão paulatinamente fazendo a pressão para assumir o controle da empresa, uma vez que querem
também obter o retorno de seus investimentos mais rápidos, acreditando que o fundador não possui
as habilidades gerenciais além do ponto ali atingido.

E em julho de 2019 a Rede Fármacias Pague Menos, suspende os planos de IPO por entender que
não é o melhor momento econômico no cenário Brasileiro para esta abertura, e assim a família
Queiroz segue no Dilema do Foundador: Ser Rico ou ser Rei.
Textos de apoio:

NEGÓCIOS

Após a prisão de seu fundador, a Pague


Menos enfrenta um dilema
A prisão de Deusmar Queirós, fundador da rede de
farmácias, pode postergar, mais uma vez, a abertura de
capital da companhia
Sob risco: o prospecto preliminar do IPO, de 2012, quando Deusmar
Queirós era o CEO da rede, já citava o impacto de eventuais
condenações (Crédito: Daniel Wainstein / Valor )

Valéria Bretas

14/09/18
66 - 11h00 - Atualizado em 19/09/18 - 12h52

Desde 2012, Francisco Deusmar Queirós, fundador da Pague Menos, vem


protelando o plano de levar a companhia à Bolsa de Valores. Nesse intervalo, não
foram poucas as vezes em que ele reforçou essa intenção para, tempos depois,
postergar a abertura de capital da terceira maior rede de farmácias populares do
País, dona de um faturamento de R$ 6,3 bilhões. Agora, um novo fator, fora do
seu controle, pode contribuir para adiar a oferta pública inicial (IPO, na sigla em
inglês) da empresa – a expectativa do mercado é que o movimento acontecesse
até 2019. Com 57% das ações da operação, o empresário cearense foi preso em
Fortaleza em 8 de setembro por crimes contra o sistema financeiro nacional.
Condenado em segunda instância a 9 anos e 2 meses de prisão em regime
fechado, ele se entregou as autoridades, foi liberado três dias depois, mas teve o
habeas corpus revogado pelo STJ. Até segunda ordem, Deusmar aguarda o
julgamento de recursos em liberdade.

O problema com a Justiça é antigo. De acordo com o processo, entre 2000 e


2006, Deusmar operou na Bolsa por meio de duas corretoras , a Renda Corretora
e Mercadorias e a Pax Corretora de Valores e Câmbio – que não tinham
autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Outros três sócios das
empresas foram condenados pela atividade conhecida como “garimpagem de
ações”. Na prática, eles compravam papéis de pessoas físicas fora da Bolsa a um
preço inferior para revendê-las pelo preço normal de mercado. Segundo a
denúncia, o quarteto lucrou ao menos R$ 2,8 milhões. Procurado, Deusmar não
retornou os contatos da DINHEIRO.

Diante do episódio, o empresário renunciou ao cargo de presidente do Conselho


de Administração da Pague Menos e foi substituído por seu filho, Mário Queirós,
que até então atuava como diretor-presidente da companhia. “O processo não
possui qualquer relação com a rede”, diz Marcelo Leal, um dos advogados de
defesa do patriarca e fundador. O diretor financeiro da Pague Menos, Luiz Renato
Novais, faz questão de enfatizar que a prisão não afeta os negócios, pelo fato de
que a condução da operação já está nas mãos de Mário Queirós e de outros
diretores desde janeiro de 2016. Ele também não vê riscos para uma eventual
abertura de capital. Mas aponta outros fatores para segurar, novamente, esse
processo. “Ainda vai levar um tempo para chegarmos ao ponto de crescimento
ideal para o lançamento do IPO”, diz Novais. “Tudo vai depender do cenário
macroeconômico e do resultado das eleições.”
Apesar de ressaltar que o caso não traz
nenhum prejuízo, o prospecto preliminar do IPO, enviado à CVM em 2012, dizia
exatamente o contrário. O relatório cita que eventuais decisões judiciais
desfavoráveis contra seus administradores poderiam abalar a empresa.
“Dependendo do desenvolvimento desses processos criminais, nossa reputação
perante clientes, fornecedores e investidores poderá ser afetada adversamente”,
diz o documento.

Essa visão é compartilhada por fontes consultadas pela DINHEIRO. “O Deusmar


criou um estoque de credibilidade ao longo dos anos, mas em uma situação como essa,
é claro que esse crédito tende a cair”, diz Silvio Laban, especialista em varejo do
Insper. No momento, desvincular a imagem do fundador parece ser a melhor
estratégia, levando-se em conta que existem investidores mais conservadores no
mercado. “Ter a liderança associada com algo ilícito pode ser um fator a mais para
o adiamento do IPO”, afirma Jorge Vieira, professor da ESPM. Os próximos
capítulos indicarão se os planos serão concretizados. Mas, ao que tudo indica, a
abertura do capital da Pague Menos deve ficar de lado. Mais uma vez.

Fonte: https://www.istoedinheiro.com.br/o-dilema-da-pague-menos/
General Atlantic pode obrigar Pague Menos a fazer IPO
Publicado 26 fevereiro, 2019
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A gestora de private equity General Atlantic pode fazer valer seu direito de obrigar a rede
de drogarias Pague Menos a fazer uma oferta pública inicial de ações (IPO). Pelo acordo de
acionistas da gestora e da família Queirós, assinado em 2015, a gestora pode exigir uma oferta
qualificada de abertura de capital a partir do 30º mês do acordo, marco que aconteceu em junho
do ano passado.

Como o cenário para ofertas não era favorável no segundo semestre do ano passado e a Pague
Menos vem fazendo ajustes em sua administração, a gestora pode concretizar o plano este ano,
apurou o Valor. Uma oferta qualificada, nos termos do acordo, significa uma transação que
movimente ao menos R$ 600 milhões.

Apesar de ter essa opção, a General Atlantic não pretende fazer uma oferta impondo a cláusula
à família e sim chegando a um acordo comum, conforme uma pessoa com conhecimento do
assunto. A preferência é que aconteça este ano, mas não há compromisso de prazo.

Ainda conforme o acordo, até o ano passado a General Atlantic tinha o dever de ancorar o IPO
em até R$ 250 milhões caso não houvesse demanda suficiente de mercado ou o preço por ação
não atingisse determinado múltiplo. Este ano, a gestora não tem mais a obrigação de
ancoragem.

“O fundo não tem pressa, mas quer levar a empresa à bolsa. A preferência é que seja este ano,
mas os números da Pague Menos não estão ajudando”, complementa a fonte.

No terceiro trimestre de 2018, resultado mais recente publicado, o lucro da Pague Menos caiu
37%. A margem Ebitda caiu de 5,4% para 4,9% no comparativo anual. A Pague Menos tem
1.150 lojas em todo o país, cerca de 300 abertas nos últimos dois anos.

Em fevereiro, a Pague Menos emitiu R$ 200 milhões em debêntures com vencimento em 2024,
com juros de CDI mais 1,95%, para pagar uma Cédula de Crédito Bancário (CCB), tipo de
empréstimo de curto prazo no valor de R$ 100 milhões tomada com Santander em janeiro.

A General Atlantic tem 17% da empresa. O fundador e acionista controlador, Francisco


Deusmar Queirós, saiu da empresa no ano passado. Ele era presidente do conselho de
administração e, em setembro, renunciou devido à sua condenação em um processo referente a
negociação de valores mobiliários na Renda Corretora de Mercadorias entre os anos de 2000 e
2006. Ele chegou a ser preso no ano passado e recorre da condenação. O conselho e a diretoria
são comandados por seu filho, Mário Henrique de Queirós.

A empresa chegou a contratar bancos para um IPO em 2012. Procuradas, Pague Menos e
General Atlantic não comentaram.

Fonte: Valor Online


Pague Menos suspende plano de IPO-
-fontes

Vivian Pereira

Por Vivian Pereira

SÃO PAULO, 11 Jul (Reuters) - A rede de drogarias Pague Menos engrossou


nesta quarta-feira a lista de empresas que recuaram dos planos de abrir capital
este ano, ao decidir suspender a sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla
em inglês) na Bovespa, segundo três fontes próximas à operação afirmaram à
Reuters.

De acordo com uma das fontes, a decisão foi motivada pelo atual cenário
macroeconômico e do mercado de capitais. Outra fonte próxima à empresa disse
que a Pague Menos decidiu "não fazer o IPO com os números do primeiro
trimestre".

A empresa não havia divulgado ainda o total de ações que seriam colocadas à
venda, a faixa estimativa de preço e o cronograma da oferta, que teria emissões
primária e secundária. O lançamento da oferta, entretanto, estava previsto para
acontecer no final de junho.

Segundo o IFR, um serviço da Thomson Reuters, o IPO da Pague Menos teria


giro financeiro de perto de 1 bilhão de reais. Conforme uma das fontes, a intenção
da companhia era movimentar até 500 milhões de dólares.

"(A Pague Menos) vai fazer o IPO em algum momento... mas o Brasil perdeu o
brilho neste momento, esse é o grande motivo por trás da decisão (de suspender
a oferta)", disse uma fonte.

Consultada, a companhia não comentou oficialmente o assunto.


Os coordenadores da oferta são Itaú BBA (líder), BB Investimentos e Credit
Suisse, conforme prospecto disponível no site da Comissão de Valores Mobiliários
(CVM).

Outras quatro empresas desistiram de realizar IPO este ano na Bovespa até
agora: Brasil Travel, Seabras, Isolux e CVC.

No segmento farmacêutico, a Brazil Pharma, holding de farmácias do BTG


Pactual, obteve no final de junho 553,15 milhões de reais em distribuição primária
e secundária de ações ordinárias. A companhia estimava o valor da operação em
cerca de 600 milhões de reais.

A expectativa do mercado era de que a precificação e a performance da ação da


Brazil Pharma tivesse influência sobre o IPO da rede Pague Menos, ainda de
acordo com o IFR.

Fundada em 1981 e controlada pelo empresário cearense Deusmar Queirós, a


Pague Menos tem 540 lojas distribuídas em todos os Estados do país e no Distrito
Federal.

De acordo com o ranking da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e


Drogarias (Abrafarma), a Pague Menos ocupa o terceiro lugar em faturamento no
setor no país, seguida por Raia Drogasil e da Drogaria São Paulo.

Desconsiderados os movimentos de fusões e aquisições no setor no último ano, a


Pague Menos seria líder em termos de faturamento e número de lojas.

(Reportagem adicional de Guillermo Parra-Bernal)

https://www.terra.com.br/noticias/pague-menos-suspende-plano-de-ipo-
fontes,60d8a418851ca310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html

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