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Resumo
Diabetes mellitus é uma doença endócrina crónica que ocorre nos cães e nos gatos. É tem
como principal caracterizada por uma maior quantia de açúcar no sangue e resulta de uma
deficiência em produzir insulina suficiente para as necessidades do animal, sendo o mais raro a
incapacidade de utilização da insulina.
Relato de Caso
Um cão da raça samoieda, nomeado de Algodão, macho com 7 meses de idade, pesando em
torno de 10,7 kg, procedente da cidade de Goiânia – GO, foi atendido no Hospital Veterinário
DogCat, onde o tutor queixou que seu animal estava apático, apresentando também polifagia
(excesso de fome), perda de peso e regiões com alopecia.
O tutor relatou que o animal teria sido adotado de um colega com aproximadamente 2 meses
de vida, pois o mesmo não tinha mais condições de manter o animal. E desde então o seu atual
tutor passou a alimentá-lo com uma dieta rica em carboidratos, onde era fornecido, arroz,
pães, cuscuz, e também era disponibilizado frango e carne como fontes de proteína. O animal
vivia em um sítio juntamente com mais um cão e um gato. O dono do animal também relatou
que desde que realizou a adoção, não teria realizado nenhuma vacinação, é afirmou já ter feito
a vermifugação do animal, porém não soube informar qual fármaco foi utilizado.
Durante o processo de anamnese foi citado que o animal bebia muita água (polidipsia), e
também urinava em grande quantidade, ele apresentava o olho esbranquiçado e esbarrava em
móveis ao andar dentro da casa. Foi também relatado a presença de pulgas e carrapatos.
Para o tratamento, foi utilizado insulinoterapia, com a insulina NPH 100 UI/ml, na dose de
0,35U/kg, por via subcutânea, BID, fornecido após as refeições. Foi também indicado uma
dieta com arroz, peito de frango, fígado bovino, cenoura, lentilha e vagem cozidos, oferecido a
cada 12 horas. Foi também recomendado caminhadas diárias de 20 a 30 minutos, como forma
de exercício físico.
Métodos
Foi solicitado um hemograma onde o cão apresentou uma discreta anemia arregenerativa
normocítica hipocrômica, além de uma discreta neutrofilia e linfopenia relativa, característico
de um leucograma de estresse. As plaquetas se apresentaram dentro dos padrões de
normalidade, e nenhuma das células avaliadas apresentaram alterações morfológicas. Não
foram encontrados hemoparasitas no esfregaço de sangue periférico.
LEUCOGRAMA
Já na urinálise foi observada a densidade urinária baixa (1.012), com presença de cetona e
glicose, pH 5.
Discussão
O animal que é diagnosticado com DM trata de um cão filhote de 7 meses de idade que foi
adotado com aproximadamente 2 meses de vida.
A DM tem uma grande maioria em casos de animais idosos, e assim com uma prevalência em
fêmeas e animais de pequeno porte. O pico de incidência pode ocorrer por volta de 7 a 9 anos.
Por isso ocorre bem mais raro em animais jovens, porem com consequência de uma atrofia
idiopática do pâncreas, as aplasia das ilhotas pancreáticas ou de pancreatite aguda.
O animal recebia uma dieta rica em carboidrato desde muito novinho, esse é um fator que
podemos levar em consideração pelo fato de ser administrado essa dieta que pode provocar
hiperinsulinemia pós-prandial, que pode conduzir uma exaustão das células B e a
glicotoxidade. É uma situação crônica de hiperglicemia, com uma concentração sérica de
glicose mais alta que 500 mg/dl resultando em uma diminuição da taxa de secreção da
insulina.
Foi apresentado áreas alopecias em face, dorso, pescoço e nos membros, hiperpigmentação,
pústulas, colaretes epidérmicos e comedões na região abdominal.
A aparição de alterações dermatológicas nos animais diabéticos é bem comum, por eles
possuírem na imunidade as células anormais, assim ficando mais fácil a uma infecção.
O nosso paciente apresenta uma catarata bilateral, por isso a formação de catarata é uma
alteração que tem super comum nos animais com Diabetes Millitus, com a ocorrência de no
mínimo 70% nos animais com o diabete espontâneo, mas é bem raro acontecer em gatos. A
causa do catarata acometer cão com diabetes é relacionado ao seu metabolismo da glicose no
interior do cristalimo, que ocorre bem normalmente pelas vias da glicose anaeróbica nas
fibras. Na glicose aumentada vai sobrecarregar a via, e o excesso é desviado na via do sorbitol,
um álcool hidrofílico que se acumula e provoca um grande influxo de agua para o seu interior,
assim vai levar a tumefação e a rupturas das fibras e assim leva o desenvolvimento da catarata.
O estresse causa algumas alterações fisiológicas na DM, provocando um estimulo nervoso que
chega ao hipotálamo, assim provoca a liberação hormônio de corticotropina. Esse hormônio
atua sobre o adenohipofise, desse modo estimula a produção e secreção do hormônio
adrenocorticotrópico que através da circulação sanguínea, vai atingir o córtex adrenal e
estimula a secreção de glicocorticoides, e com prioridade o cortisol.
Teve uma grande alteração na concentração sérica de glicocorticoides que produz uma
liberação nos neutrófilos maduros até a circulação, assim teve uma diminuição da marginação
endotelial dos neutrófilos e migraram dos neutrófilos até os tecidos, assim resultaram no
aumento temporário.
Foi prescrito ao paciente insulina NPH com uma dose de 0,35 UI/KG via subcutânea duas vezes
ao dia, após o animal se alimentar, com uma dieta rica em fibra natura, nesse objetivo de
controlar a glicemia.
Conclusão
Concluímos que na ocorrência de Diabetes Mellitus nos animais mais jovens é mais raro de
acontecer, sendo de muita importância o diagnóstico precoce nos animais, assim pode
acontecer que agrave e seja irreversíveis, ao comprometer a terapia e a qualidade de vida do
paciente. No referido caso desse animal tiver uma melhora bem significativa após esse
tratamento, mas ainda assim não houver uma estabilização da curva glicêmica, que seja
necessário a correção na terapia e investigação de possíveis fatores que tenha uma alteração a
resposta à insulina.
Referencias
https://www.ufrgs.br/lacvet/site/wp-content/uploads/2018/12/oftalmo_dm_hac.pdf
https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/12606/1/IRM13122018.pdf
http://www.cescage.com.br/revistas/index.php/ScientiaRural/article/view/824
https://repositorio.ufersa.edu.br/handle/prefix/3162
https://www.redalyc.org/pdf/2890/289021867003.pdf