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PRINCIPAIS ALTERAÇÕES HORMONAIS

EM EQUINOS: CORRELAÇÃO CLÍNICO -


LABORATORIAL
A endocrinologia veterinária é a especialidade responsável pelo diagnóstico e tratamento
de doenças que afetam as glândulas endócrinas (produtoras de hormônios). Os hormônios são
substâncias químicas que controlam o metabolismo, o crescimento, o desenvolvimento e a
reprodução, além de atuarem na adaptação dos animais ao meio ambiente. As glândulas
endócrinas situam-se em diferentes partes do corpo, sendo que as principais são: hipotálamo,
hipófise, tireóide, pâncreas, adrenais, ovários e testículos. Essas glândulas podem desenvolver
problemas no seu funcionamento de forma a produzir hormônios em quantidade insuficiente ou em
excesso.
A endocrinologia de equinos é uma especialidade que tem se destacado progressivamente
nos últimos anos às custas da melhor capacitação e especialização dos médicos veterinários e de
testes diagnósticos mais apurados e disponíveis nos laboratórios. Os distúrbios mais frequentes
encontrados nos equinos são aqueles envolvendo o pâncreas, pituitária e tireóide.

SÍNDROME METABÓLICA EQUINA (SME)


A Síndrome Metabólica Equina é caracterizada por uma resistência crônica à insulina,
sendo esta definida por uma redução na capacidade da insulina em estimular tecidos. A SME pode
ser diagnosticada através da história clínica, detecção de obesidade ou depósitos de adipócitos
regionais e nos exames laboratoriais. Cavalos suspeitos devem ser testados para resistência à
insulina, submetendo uma amostra de plasma para medição dos valores basais de glicose e
insulina.Para determinar o valor de glicemia e insulinemia é aconselhado fazer um período de
jejum de pelo menos 6 horas antes da colheita de sangue, uma vez que o valor de insulina está
falsamente aumentado em alguns cavalos após as refeições. A determinação destes parâmetros
deve também ser adiada caso o paciente se encontre com episódios agudos de laminite, onde o
valor de cortisol e leptina podem também auxiliar o diagnóstico: leptina acima de 7,3 ng/mL pode
ser usado como preditivo de laminite.
O teste de açúcar oral é o mais utilizado. Deve-se coletar as amostras sanguíneas para
avaliação de glicose em tubo para coleta de sangue a vácuo de tampa cinza e as amostras para
avaliação de insulina em tubo para coleta de sangue a vácuo de tampa vermelha.
Muitas vezes cavalos com SME possuem baixos níveis de T4, tendo sido detectada uma
correlação negativa entre os níveis de insulina e a concentração de T4. Cavalos suspeitos de SME
podem ser testados para hipotireoidismo através da medição da concentração de T4 e T3 no soro.
O diagnóstico de hipotireoidismo pode ainda ser comprovado através da medição das frações de
T4 e T3.
O TECSA Laboratórios oferece inúmeros exames para diagnóstico de SME. Os seguintes
exames são oferecidos com os respectivos prazos de entrega:

EXAMES REALIZADOS NO TECSA LABORATÓRIOS


COD EXAME PRAZO MATERIAL

105 Glicose - Glicemia 1 dia Tubo tampa cinza


72 Dosagem de Insulina* 2 dias Tubo tampa vermelha

626 T4 Livre pós Diálise 2 dias Tubo tampa vermelha


164 T4 Total 2 dias Tubo tampa vermelha
66 T3 Total 2 dias Tubo tampa vermelha

DISFUNÇÃO DA PARS INTERMÉDIA DA PITUITÁRIA


(Síndrome de Cushing)
A Disfunção da Pars Intermédia da Pituitária (DPIP), também conhecida como Síndrome
de Cushing, é uma doença neurodegenerativa caracterizada pela diminuição dos
neurotransmissores da dopamina, ocasionando a proliferação das células melanotrópicas e,
consequentemente, produzindo quantidades excessivas de pro-opiomelanocortina (POMC) e
peptídeos derivados. Somado ao hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), este aumento do POMC
resulta na hipertrofia e hiperplasia da pars intermédia da pituitária. A DPIP é reconhecida por
pesquisadores como principal endocrinopatia geriátrica dos equinos.

Figura 1: Síndrome de Cushing Equina.


Fonte: Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia.

Os sinais clínicos apresentados são: hirsutismo, cobertura de pelos longos e crespos que
inicialmente se restringem ao pescoço, base da calda e aspecto palmar e plantar dos membros,
perda de peso por perda de massa muscular promovida pelo aumento do catabolismo protéico em
resposta ao aumento do cortisol, embora o apetite permaneça normal ou aumentado. A principal
complicação da DPIP é a laminite crônica. Aproximadamente 50% dos cavalos com Síndrome de
Cushing apresentam laminite. A expansão do tumor pela sela diafragmática pode provocar a
compressão do hipotálamo e do quiasma óptico, o que resulta em cegueira e déficits neurológicos.
Existem diversos testes no TECSA Laboratórios que são utilizados no auxílio ao
diagnóstico da DPIP, sendo que o teste inicial deve incluir hemograma completo, perfil bioquímico
sérico e urinálise. Indica-se também fazer o teste de insulina, uma vez que os níveis de insulina
plasmática são regularmente mais altos em equinos com adenoma de pituitária, podendo chegar a
125,3 mU/ml.

EXAMES REALIZADOS NO TECSA LABORATÓRIOS


COD EXAME PRAZO MATERIAL
39 Hemograma Completo Mesmo dia Tubo tampa roxa
324 Perfil Bioquímico Sérico 1 dia Tubo tampa vermelha
234 Urina Rotina 1 dia Tubo para uriina
72 Dosagem de Insulina* 2 dias Tubo tampa vermelha
156 Cortisol pos Supressão da Dexametasona 2 dias Tubo tampa vermelha

TIREÓIDE EQUINA
A glândula tireóide tem função importante no crescimento e maturação de órgãos, além de
estimular o consumo de oxigênio, a síntese e o catabolismo de proteínas, a taxa metabólica basal,
ajudar na regulação do metabolismo de lipídeos, dentre outras.
Existe uma grande discussão sobre a ocorrência de hipotireoidismo equino, com apenas
poucos trabalhos que confirmam a presença de hipotireoidismo. Aparece, em alguns casos, de
forma iatrogênica, por meio de uso prolongado de medicações sistêmicas à base de iodo. O
hipotireoidismo congênito (Bócio) ocorre em potros ao nascimento devido à deficiência ou ao
excesso de iodo, ingestão de plantas goitrogênicas ou deficiência de selênio, todos relacionados à
dieta da égua. Estes potros muitas vezes nascem fracos, com hipotermia, alopecia e
anormalidades músculo esqueléticas, como contratura e ruptura de tendões e atraso no
desenvolvimento ósseo.
Os sinais clínicos que caracterizam o hipotireoidismo são: apatia, letargia, gordura
localizada no pescoço, anormalidade da pelagem, apetite reduzido, letargia e edema dos membros
posteriores. Pesquisadores estão concordando que muitos dos sinais clínicos do hipotireoidismo
são semelhantes aos da Síndrome Metabólica Equina (SME), por isso a importância também em
avaliar o animal para SME. Também encontraram alguns sinais clínicos semelhantes à Disfunção
do Pars Intermedia da Pituitária (Cushing).
Para o diagnóstico laboratorial do hipotireoidismo equino e, dentro do que é encontrado
disponível no mercado para equinos, os testes sugeridos são: T4 total, T4 livre pós diálise e
T3 total, e todos esses exames você encontra no TECSA Laboratórios. Existem vários fatores que
podem alterar os valores de T4 total. Desta forma, não é caracterizado que o animal seja
hipotireoideo, apesar do nível de T4 total estar abaixo da normalidade. Exemplos destes fatores
são tratamentos com fenilbutazona ou corticosteróide, fatores nutricionais, mudança de rotina etc.

EXAMES REALIZADOS NO TECSA LABORATÓRIOS


COD EXAME PRAZO MATERIAL
626 T4 Livre pós Diálise 2 dias Tubo tampa vermelha
164 T4 Total 2 dias Tubo tampa vermelha
66 T3 Total 2 dias Tubo tampa vermelha
Assim, até que mais pesquisas sejam realizadas e melhores testes sejam desenvolvidos,
os diagnósticos devem ser baseados na combinação de um histórico bem feito, de sinais físicos,
de testes laboratoriais e de diagnósticos diferenciais com a doença de Cushing equina e a
Síndrome Metabólica Equina.

DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO EM ÉGUAS E VIABILIDADE


FETAL
A análise do nível de progesterona não é suficiente para confirmar a gestação da égua,
pois o exame informa apenas se a égua está produzindo este hormônio em níveis suficientes para
a manutenção da gestação. Recomenda-se a realização do exame PMSG (Gonadotrofina
Coriônica Equina), quando as éguas estiverem entre o 45º e o 90º dia de gestação. Éguas
gestantes que apresentem índices inferiores a 10 U.I. por ml podem correr o risco de perder a
gestação, sendo necessária a manutenção de terapia com progesterona. Do 90º em diante, a
análise de estrógenos totais é utilizada para confirmar a gestação e monitorar a viabilidade fetal.
Este teste inclui sulfato de estrona e tem nível de confiabilidade de aproximadamente 99%.
Aproximadamente duas semanas antes do parto, os níveis de estrógenos totais reduzem
rapidamente para 300 pg/ml. Nas éguas, os progestágenos se elevam e os estrógenos totais caem
antes do parto. Esta rápida elevação dos progestágenos pode ocorrer em função da secreção de
corticóide pelo feto.

Textos de referência:
http://www.ufrgs.br/lacvet/restrito/pdf/cushing_equinos.pdf
www.betlabs.com.br
www.escoladocavalo.com.br
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sugestão, opinião ou dúvida. Teremos o maior prazer em ouvi-lo.”

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