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Poetas contemporâneos
Teste 5 Poetas contemporâneos
Grupo I
Apresenta as tuas respostas de forma bem estruturada.
A
Lê o poema de Ruy Belo.
O Portugal Futuro
O portugal futuro é um país
aonde o puro pássaro é possível
e sobre o leito negro do asfalto da estrada
as profundas crianças desenharão a giz
5 esse peixe da infância que vem na enxurrada
e me parece que se chama sável
Mas desenhem elas o que desenharem
é essa a forma do meu país
e chamem elas o que lhe chamarem
10 portugal será e lá serei feliz
Poderá ser pequeno como este
ter a oeste o mar e a espanha a leste
tudo nele será novo desde os ramos à raiz
À sombra dos plátanos as crianças dançarão
15 e na avenida que houver à beira-mar
pode o tempo mudar será verão
Gostaria de ouvir as horas do relógio da matriz
mas isso era o passado e podia ser duro
edificar sobre ele o portugal futuro
BELO, Ruy, 2004. “País Possível”. In Todos os Poemas II.
2.ª ed. Lisboa: Assírio & Alvim (p. 147) (1.ª ed.: 2000)
2. Interpreta o sentido dos versos 7 a 16, considerando a relação que estabelecem com os
anteriores.
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Lê o excerto d’ Os Maias.
1. embriaguez; 2. poeta.
4. Relaciona a “transformação” (ll. 5-6) de Ega com a crítica de costumes desenvolvida n’ Os Maias e
anunciada no subtítulo do romance.
5. Justifica a “comoção” (l. 24) de Carlos ao chegar ao Ramalhete, tendo em conta o momento da
ação e o valor simbólico daquele espaço.
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Grupo II
Lê atentamente o texto.
Portugal é o tema favorito dos portugueses. Somos caso único no mundo: outros povos
preocupam-se com as suas vidas públicas ou privadas. Assuntos banais em existências banais.
Nós, os portugueses, vivemos obcecados com temas mais metafísicos. A nossa alma. A nossa
identidade. O nosso destino comum. Portugal é a nossa amante. A nossa neurose. E alguns
5 sábios, confrontados com o cenário, afirmam seriamente que é tudo um problema de autoes-
tima: os portugueses são melancólicos como o seu fado e olham medrosamente para o espe-
lho, só para confirmarem que ainda existem.
Por favor, não acreditem numa só palavra. O problema dos portugueses não é a falta de
autoestima. É o excesso. Só por excesso de autoestima se compreende o namoro constante de
10 Portugal consigo próprio.
A culpa é do passado. A história portuguesa, por necessidade ou vocação, foi uma história
de megalomania. E de grandeza. Pior: de insólita grandeza. Como é possível ser um pequeno
país no extremo ocidental da Europa e ter dividido o mundo com Espanha no século XV?
Como foi possível ter dominado partes de África, da Ásia e do Brasil? Meu Deus: é como con-
15 vidar um anão para jogar na NBA. E ele encestar. Portugal foi esse aristocrata improvável. E
hoje, depois de perdido o Império, o aristocrata arruinado gosta de deambular pelos corredo-
res envelhecidos do palácio. Não temos dinheiro para mandar consertar os candelabros. Mas
ainda os temos. Nós, portugueses, gostamos intimamente desse masoquismo vaidoso.
Visitar Portugal é visitar esse palácio envelhecido. É visitar Lisboa, cidade sonolenta sob
20 um sol divino, que desce como um gato até ao rio. Ou o Porto, cidade pétrea que emerge sob
uma bruma matinal, como acontece em alguns sonhos de fadas ou elfos. Se passarem pelas
duas cidades, estejam atentos aos contrastes: os lisboetas, mais festivos e calorosos nos seus
temperamentos mediterrânicos; os portuenses, mais reservados, de carácter tipicamente
atlântico; mas ambos orgulhosos das suas joias.
25 Lisboa é a cidade dos poetas: aqueles que cantaram o Tejo, como Camões; as sete colinas,
como Cesário; o Chiado, como Pessoa. O Porto é a cidade dos burgueses: aqueles que vendem
o vinho com o mesmo nome; que se passeiam pela Foz durante o dia; e que mergulham na
velha Ribeira quando a noite cai. Mas Portugal não se reduz a duas cidades. Portugal é sobre-
tudo uma língua de terra que se abre para o oceano. As praias, de onde partiam os barcos para
30 o mundo, são hoje o porto de férias para o mundo que aqui vemos chegar. E a mesa portuguesa
é o resultado perfeito dessa junção perfeita entre o trabalho do homem e os frutos do mar.
E se pensam que os portugueses esqueceram o céu, não se iludam: de norte a sul, este é
um país semeado por casas de Deus, algumas pequenas, definitivamente rústicas. Mas teste-
munho válido de que os portugueses sempre acreditaram que de nada vale ganhar o mundo
35 quando se perde a eternidade.
COUTINHO, João Pereira, 2012. In Portugal Vale a Pena. Alfragide: Oficina do Livro (pp. 60-61)
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1. No primeiro parágrafo, depois da tese que introduz o tema do artigo, o autor serve-se de
(A) argumentos (ll. 1-3) e exemplos (ll. 4-7).
(B) juízos de valor (ll. 3-4) e argumentos (ll. 4-7).
(C) exemplos (ll. 3-4) e um contra-argumento (ll. 4-7).
(D) contra-argumentos (ll. 1-4) e exemplos (ll. 4-7).
2. Os processos de formação das palavras “megalomania” (l. 12) e “NBA” (l. 15) são, respetivamente,
(A) composição e acrónimo.
(B) amálgama e sigla.
(C) derivação e truncação.
(D) composição e sigla.
4. A informação apresentada depois dos dois pontos, na linha 22, concorre, em termos de coerência
textual, para o respeito pelo princípio
(A) da não tautologia.
(B) da não contradição.
(C) da relevância.
(D) de cortesia.
6. As referências aos “poetas” “Camões” (l. 25), “Cesário” e “Pessoa” (l. 26) contribuem para a coesão
(A) temporal.
(B) interfrásica.
(C) referencial.
(D) lexical.
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8. O nome “cenário” (l. 5), derivado do étimo latino scaenarĭu-, apresenta atualmente uma forma
idêntica à de “cenário”, adjetivo relativo a “ceia” e derivado do étimo latino cena-. Classifica as duas
palavras, considerando a sua origem e evolução.
9. Identifica a função sintática do constituinte “hoje o porto de férias para o mundo que aqui vemos
chegar” (l. 30).
10. Classifica a oração subordinada presente no excerto das linhas 21 a 24 e refere a função
sintática que desempenha.
Grupo III
Relê o início do texto transcrito no grupo II:
Portugal é o tema favorito dos portugueses. Somos caso único no mundo: outros povos
preocupam-se com as suas vidas públicas ou privadas. Assuntos banais em existências banais.
Nós, os portugueses, vivemos obcecados com temas mais metafísicos. A nossa alma. A nossa
identidade. O nosso destino comum.
COUTINHO, João Pereira, 2012. Op. Cit.
Redige um texto de opinião em que defendas um ponto de vista pessoal sobre a perspetiva
apresentada no excerto.
Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco,
mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única
palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (ex.: /2017/).
2. Desvios dos limites de extensão indicados implicam uma desvalorização.
Cotações
Item
Grupo
Cotação (em pontos)
1. a 5.
I
5 x 20 pontos 100
1. a 10.
II
10 x 5 pontos 50
TOTAL 200
5
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