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Agradecimentos
Prefá cio
Pecensã o da obra disbioética volume iii
Introduçã o
1. Má quina de fazer dinheiro
2. Dor silenciosa
3. Torcendo a semâ ntica: direitos reprodutivos
4. Breves notas: no fundo a questã o é sobre quem podemos matar
5. Restriçã o do aborto no caso do Chile
6. Extermínio do amanhã
7. Mediocridade moral do hedonismo abortista
8. Da submissã o imoral à autoridade
9. Fantá stico amontoado de células
10. Humanidades médicas e reconquista da educaçã o liberal
11. William Osler e a medicina como estilo de vida
12. Tranquilidade médica
13. Como conversar com quem lhe quer mal
Apêndice
Disbioética corroe o direito e a justiça no STF: a legalizaçã o ilegal e
inconstitucional do aborto
Bibliografia
D ISBIOÉTICA – VOLUME 3
O extermínio do amanhã
Prefácio
Foi com imensa satisfaçã o e prazer que tive o privilégio de ler em
primeira mã o os originais do terceiro volume da coleçã o primorosa
de Hélio Angotti Neto, Disbioética , tomando a liberdade de traçar
algumas linhas gerais sobre seu conteú do, para que outros leitores,
que deverã o ser muitos, possam ter uma ideia do valor da obra e de
sua imprescindibilidade para a verdadeira formaçã o ética no mundo
relativizado.
Em um insight extremamente feliz surge, no primeiro volume dessa
coleçã o, o neologismo criado por Angotti Neto. A palavra disbioética
descreve com completude e mestria o lamentá vel e deletério
surgimento da “nova bioética” que, na verdade, constitui a inversã o
e perversã o de tudo que se pode considerar ético ou bioético. É essa
disbioética que Angotti Neto, prestando a todos nó s um inestimá vel
serviço, denuncia em cada um dos artigos que compõ em os volumes
da coleçã o. É a face horrenda da disbioética , marcada pelos sulcos
da morte, da desumanizaçã o, da crueldade, da falta de empatia com
o semelhante, da insensibilidade, do tecnicismo, do materialismo, do
cientificismo e, principalmente, da zoologizaçã o e reificaçã o do ser
humano, que nos é apresentada sem peias.
No volume III de Disbioética , Angotti, logo nos agradecimentos,
chama a atençã o do leitor para a necessidade de avaliar o homem
com a pergunta sobre qual é a luta desse homem. Qual é a sua luta?
Se a luta for valorosa, certamente valoroso é o homem que a enceta.
Como se vê em cada um dos volumes de Disbioética , e no conjunto
geral da obra de Hélio Angotti Neto, há imenso valor da luta e, como
consequência, do homem que a leva a termo. O contato com o
trabalho do autor é reconfortante porque nos dá a exata dimensã o
da existência de pessoas que ainda nã o submergiram no caos do
relativismo destrutivo e sã o capazes de compor trabalhos de
qualidade que podem manter a centelha do bom senso em meio a
tanta insanidade. Que seja essa centelha o início de um imenso facho
de luz a nos guiar, como indivíduos e grupos, de volta à capacidade
de crítica e manutençã o do mínimo que seja de consciência sã . O
autor afirma sua luta com clareza: “Contra a tecnocracia que se julga
iluminada e mais apta a cuidar da pró xima geraçã o que os pais e
mã es que amam os filhos”.
O tema central do terceiro volume é o abortamento e a ideia basilar
para lidar com o tema é o enfrentamento dos pseudoargumentos
nã o só do aborto, mas de outras barbaridades, como o infanticídio, a
eliminaçã o de deficientes e idosos etc. Em suma, a obra toda é
permeada pela tentativa de despertar a sociedade, e cada um de
seus membros, do pesadelo que produz a confusã o entre uma
dá diva divina e natural com o exercício de mero desejo ou aversã o,
enfim, de vontade ou capricho subjetivo.
Sem dú vida, uma das críticas mais relevantes apresentadas por
Angotti Neto na obra é a da “manipulaçã o verbal” e seus eufemismos
na tentativa (muitas vezes bem-sucedida) de fazer descer goela
abaixo das pessoas coisas que provocariam, no aspecto verdadeiro e
honesto, terrível sensaçã o de engulho.
O Capítulo 1 trata da relaçã o entre a defesa do abortamento e a
ganâ ncia, o desejo incontido de lucro financeiro, disfarçado de
“filantropia”. O exemplo mais gritante disso é a megaorganizaçã o
Planned Parenthood, que se identifica como instituiçã o “sem fins
lucrativos”, mas que movimenta muitos milhõ es de dó lares com a
prá tica do aborto, e pior, com a venda de partes de fetos para os
mais diversos fins.
Observe-se o que Angotti Neto nos ensina já nos agradecimentos da
obra, pois vem a calhar quando nos deparamos com uma instituiçã o
como a acima mencionada. Ora, a Planned Parenthood teve como
fundadora a execrá vel figura de Margareth Sanger. Por que
execrá vel? Nã o seria uma palavra forte demais? Nã o seria um
argumento ad hominem ? Nã o. Porque descreve a pessoa de acordo
com suas credenciais, que, em suma, como propõ e Angotti Neto,
podem ser avaliadas de acordo com a luta encetada. Pois bem, a luta
de Margareth Sanger era em prol do racismo e da eugenia . Fica a
indagaçã o: Como pode uma instituiçã o com uma fundadora dessas,
com uma origem tã o ignó bil, tendo por mote uma luta tã o abjeta,
produzir algo bom?
O que tais instituiçõ es e toda a teorizaçã o voltada a apresentar a
morte como soluçã o de todos os problemas — levando ao
paroxismo o brocardo latino “ mors omnia solvit ” (“a morte dissolve
tudo”) — produzem é o culto ao niilismo. Basicamente, há uma
elevaçã o culminante do pecado da “preguiça” diante dos desafios
que o semelhante nos apresenta com suas alegrias, sofrimentos,
enfermidades etc. Sim, porque apresentar a morte ou a eliminaçã o
sumá ria como soluçã o nada mais é que abandonar qualquer intento
de realmente enfrentar os problemas. Matar é muito mais fá cil que
“cuidar”. É tentador, em termos de “preguiça”, de acomodaçã o, dar
ênfase ou mesmo transformar toda a medicina da arte curativa (de
“cura” no latim, significando cuidar, dar atençã o, cuidado, diligência,
zelo) em uma prática seletiva . No lugar de curar, de cuidar, zelar,
apenas selecionar e descartar. Perceba-se a contaminaçã o nã o só da
arte e da prá tica médicas, mas da pró pria pesquisa que se torna
desprovida de incentivo. Para que um médico se dedicará à busca da
cura de doenças genéticas ou outras que podem ser diagnosticadas
ab ovo e “solucionadas” com a eliminaçã o via abortamento? Será
mais cô modo, satisfará o pecado da preguiça, conformar-se com o
desenvolvimento de técnicas de diagnó stico e de eliminaçã o. Afinal,
para que cuidar de outro ser humano? Do ser humano que já nã o
tem mais rosto ou face que me desafia, para quê? [1] Afinal, para que
enfrentar desafios, se posso optar pela acomodaçã o da eliminaçã o
sumá ria? Assim é que a preguiça moral se torna parteira da
indiferença, crueldade e morte. Bom seria se, em lugar da preguiça,
cada profissional (e nã o só os médicos), cada pessoa, se dedicasse ao
ó cio necessá rio e benfazejo da contemplação e pudesse enxergar no
semelhante, no menor e mais frá gil, a sacralidade, o valor
inestimá vel, digno de todos os esforços e cuidados.
No Capítulo 2 Angotti Neto nos fala da “Dor silenciosa” do sujeito
passivo do abortamento, da dor ocultada com todas as forças pelos
defensores dessa prá tica assassina.
Destaca que toda a atençã o é dada à mã e, à mulher grá vida,
olvidando-se do feto. Evita-se a todo custo falar do feto, da criança
ou pessoa em gestaçã o. Já nesse ponto surge uma das excelentes
críticas à manipulaçã o da linguagem e consequente desonestidade
intelectual abortista. Para substituir a realidade surgem
nomenclaturas técnicas assépticas de que sã o exemplos “produto da
gravidez ou concepçã o”, “concepto” ou até mesmo “consequência
indesejada”.
Tudo isso para ocultar com um véu insidioso o fato de que o feto é
um ser vivo, um ser humano vivo, o qual, inclusive, tem
sensibilidade à dor. Na verdade, como demonstra o autor com dados
científicos, está comprovado que o recém-nascido prematuro tem
maior sensibilidade à dor que o nascido a termo, considerando que
nã o desenvolveu ainda estruturas de reaçã o a estímulos ambientais
que podem provocar (por sua falta) reaçõ es dolorosas exageradas.
Dessa forma, é muito mais crível que o feto tenha grande
sensibilidade à dor que a conclusã o contrá ria. Some-se a isso o fato
de que em termos do efetivo conhecimento da açã o e expansã o do
sistema nervoso, a medicina engatinha e se move à s apalpadelas. [2]
Muitos estudos, como por exemplo, o de Benjamin Libet, sofrem hoje
a crítica de apenas constatar fenô menos ou sinais em certas regiõ es
cerebrais e os ligarem a fatos como tomadas de decisõ es,
sentimentos, condutas etc., tendendo à visã o determinista do ser
humano por construçõ es de liames de causalidade extremamente
frá geis, identificando epifenô menos como causas. [3]
Em meio a toda essa manipulaçã o o pró prio médico é induzido a
desconsiderar o fato notó rio de que o feto também é um seu
“paciente”, portanto, faz jus a todos os seus cuidados e tratamentos
técnica e eticamente recomendá veis.
Essa manobra de distanciamento e ocultaçã o da verdadeira face do
feto como criança, como ser humano vivo, objetiva colocar em
prá tica a dessensibilizaçã o que todo distanciamento entre sujeitos
provoca. Isso já foi comprovado pela famosa experiência de Stanley
Milgram. Na experiência de Milgram os participantes eram
convidados a aplicar choques elétricos em outro sujeito,
aumentando gradativamente a voltagem. Estando a vítima presente
e com contato físico e visual, só 30% prosseguiram cumprindo as
ordens de choque até o final. Quando era mantido o contato visual,
mas suprimido o físico (o choque era aplicado apenas pelo
acionamento de alavancas, nã o necessitando o indivíduo levar a mã o
da vítima ao dispositivo elétrico) a proporçã o de obediência
aumentava para 40%. Quando as vítimas eram escondidas atrá s de
uma parede, de forma que só seus gritos eram captados, a
obediência aumentava para 62,5%. Por fim, quando até o barulho
dos gritos era acusticamente abafado, nã o sendo perceptível, a
porcentagem de obediência subia para 65%. [4] Nada mais evidente
que o fato de esse processo ser muito facilmente induzido com
referência ao produto da concepçã o (ovo, embriã o ou feto), oculto
no ventre materno, sem voz, sem presença, sem rosto, sem açã o,
sem nada, a nã o ser sua inapelá vel humanidade. Humanidade esta
que se oculta com o uso das paredes grossas da manipulaçã o
linguística eufemística.
Note-se que a dessensibilizaçã o pode ultrapassar com facilidade o
ser humano no ú tero e atingir os já nascidos, totalmente
desenvolvidos em uma típica ladeira escorregadia, onde se inicia
com o que se apresenta como algo menor para atingir, em um ponto
à frente, alvos de maior calibre. A histó ria ensina isso. A chamada
“soluçã o final” nazista nã o foi aplicada nem apresentada de
imediato, tudo teve início com o incentivo ao aborto, à eugenia
negativa e desembocou no Holocausto que só foi possível por conta
da banalizaçã o do mal. [5]
É interessante, no contexto apresentado por Angotti Neto, constatar
a imensa contradiçã o, que chega à “esquizofrenia intelectual” no seio
da qual “o homem aspira ao papel de deidade e retrocede à sub-
humanidade” (senã o da subanimalidade). [6]
Isso porque,
estranhamente, sã o os mesmos defensores do aborto, da eutaná sia,
do infanticídio etc. (com suas pretensõ es de engenharia social e
utopia paradisíaca terrestre), os que defendem, por outro lado e
contraditoriamente, os chamados “direitos dos animais”, justamente
por caracterizá -los como “seres sencientes”, ou seja, capazes de
prazer e dor, como os que denominam “animais humanos”. Mas, se
os animais devem ser protegidos, têm direito à preservaçã o da vida
e o vegetarianismo é a ú nica opçã o moralmente aceitá vel na
alimentaçã o, entã o por que um ser humano estaria abaixo dessa
consideraçã o quando estiver no ú tero, quando for idoso, quando for
enfermo ou deficiente, ou pelo simples desejo de liberdade da
mulher e/ou do homem que consideram a criança uma
“consequência indesejada”? Mais que “sencientes” os seres humanos
sã o “conscientes”, mais que isso, “autoconscientes”, se nã o em ato ao
menos em potência, dependendo da sua fase evolutiva. Onde fica o
mínimo de coerência nesse pensamento? [7]
É no Capítulo 3 que o autor aborda com mais ênfase o torcer, ou
melhor ainda, o distorcer da semâ ntica com vistas à manipulaçã o da
linguagem. É de lembrar Stendhal: “Ao homem foi dada a palavra
para esconder seu pensamento”. [8]
Atenta para o fato de que os defensores do aborto costumam usar a
expressã o “direitos reprodutivos”, mas pouco tratam da reproduçã o
humana e sim da obstaculizaçã o dessa reproduçã o pelos processos
de abortamento e infanticídio. Nesse passo, propõ e que se siga o
conselho de Leandro Karnal: o “mal precisa ser chamado pelo
nome”. [9] E que nome seria esse o correto para os chamados
“direitos reprodutivos” tã o alardeados? Esse nome seria “direito de
extermínio”. Mas, como se sabe, jamais será tal nome dado aos
“direitos reprodutivos”, por uma questã o de ser politicamente
incorreto .
Outra expressã o ilusó ria, autofá gica e insidiosa é o “Direito de
decidir”. Como é possível conciliar esse suposto direito humano
inalienável da mulher (e eventualmente do homem) de decidir,
quando ao feto, com sua destruiçã o irreversível (morte) é negada
qualquer possibilidade decisó ria futura? Mais uma vez estamos
diante de um modelo esquizofrênico. Uma “ditadura democrá tica”:
para que uns tenham o direito de decidir, retira-se de outros
qualquer opçã o decisó ria. Ao tratar da liberdade de expressã o,
Owen M. Fiss nos brinda com o conceito do que denomina “efeito
silenciador do discurso”, ou seja, o exercício da liberdade de
expressã o só é legítimo na medida em que nã o comporte o
silenciamento do outro de forma arbitrá ria. Em sentido bá sico, nã o
se admite, na concepçã o democrá tica, que “o discurso dos
poderosos” venha a soterrar ou comprometer “o discurso dos
menos poderosos”. [10] Ora, mutatis mutandis , nã o é igualmente
admissível que o suposto “direito de decidir” dos poderosos tolha
total e irreversivelmente o futuro “direito de decidir” de quem nem
sequer pode ser chamado “menos poderoso” ou mesmo “fraco”, mas
sim completamente indefeso, inerme! É notó ria a falta de
compreensã o de que, como aduz Miguel de Unamuno:
Nã o há nada mais universal do que o individual, pois o que é de cada um
é de todos. Cada homem vale mais do que a humanidade inteira, nã o
adianta sacrificar cada um a todos, a nã o ser na medida em que todos se
sacrifiquem a cada um. [11]
Observe-se que a crítica de Angotti Neto é por pertinente ao
extremo. Os contorcionismos linguísticos nã o ferem de morte só a
verdade, a realidade, a sinceridade e a honestidade. Atingem em
cheio a pró pria racionalidade. Como afirma Vitor J. Rodrigues, no
imperdível Teoria geral da estupidez humana : “Estupidez nã o é
ausência de inteligência mas resistência ativa à inteligência”. [12]
O ato de estupidificar produzido por essas manipulaçõ es linguísticas
eufemísticas é o fruto do cultivo da mentira. E como bem alerta
Harry G. Frankfurt:
O problema com a ignorâ ncia e o erro é, evidentemente, que eles nos
deixam no escuro. Sem as verdades que nos sã o necessá rias nã o temos
nada a nos guiar, a nã o ser nossas pró prias fantasias ou especulaçõ es
irresponsá veis e o conselho importuno e inconfiá vel dos outros. Quando
planejamos nossa conduta, portanto, o má ximo que podemos fazer é
desfiar palpites desinformados e esperar trêmulos pelo melhor. Nã o
sabemos onde estamos. Estamos em um voo cego. Podemos avançar
apenas tateando nosso caminho, sentindo-o à s apalpadelas.
Esse tatear insensato pode funcionar bem por um certo tempo. Mas, no
final, é inevitá vel que ele nos enleie em sérios problemas. Nã o sabemos o
suficiente para evitar, ou para superar, os obstá culos e os perigos que
fatalmente encontraremos. De fato, estamos condenados a continuar
ignorando-os de todo até o momento em que for tarde demais. E, a essa
altura, é claro que tomaremos conhecimento deles apenas por
reconhecer que já estamos derrotados. [13]
A leitura da obra de Angotti Neto é uma preciosa chance de tomar
consciência da realidade antes que seja tarde demais. Entretanto,
como todo o que se esforça para jogar luzes sobre as trevas, enfrenta
uma resistência ferrenha, causada pela ignorâ ncia e pela
contumá cia. É liçã o de Unamuno:
Nã o há um só que, chegando a conhecer o verdadeiro e o falso, nã o
prefira a mentira que encontrou à verdade descoberta por outro. [14]
Nunca é demais retornar à questã o de chamar o mal pelo nome
correto. Em filmes ou na tradiçã o religiosa do exorcismo se sabe que
o primeiro passo para sua realizaçã o é descobrir o nome correto do
demô nio. Antes que me acusem de faná tico religioso, aviso que
trabalho aqui com uma metá fora. Retomando a questã o, pode-se
afirmar que a manipulaçã o nominal, o uso de eufemismos, evita a
visã o do mal incrustrado no ato abortivo, por exemplo. O disfarce, o
ocultamento, permite que o mal permaneça escondido e nã o possa
ser extirpado, nã o possa ser “exorcizado” da sociedade que com ele
convive em paz e até o acalenta. Retirar esse véu perverso é uma das
mais relevantes contribuiçõ es da obra de Hélio Angotti Neto.
Como bem aduz o autor no Capítulo 4 da obra, os argumentos
abortistas (eugenistas, eutaná sicos etc.) visam incutir a seleçã o
entre quem podemos ou nã o matar. Apenas nã o dizem isso com a
clareza necessá ria à discussã o honesta.
Nesse aspecto é interessante trazer à baila a incisiva crítica do
penalista Siro De Martini, que aponta para a inocultá vel contradiçã o
na concepçã o protetiva dos seres humanos pelo Direito Penal e pelo
sistema jurídico em geral, abrangendo os “direitos humanos”:
Pero lo que quisiera remarcar es que para el derecho penal contemporâneo
los únicos seres humanos que no son realmente personas, que carecen
absolutamente de derechos humanos, son los chicos entre la concepción y
el nascimiento. Sus padres, y a veces basta su madre, pueden asesinarlos
por su sola voluntad. Y para este crimen cuentan con la assistencia
gratuita del Estado. Ellos, los chiquitos, son los verdadeiros enemigos del
mundo civilizado. [15]
Interessante e informativo é o Capítulo 5, que expõ e o tratamento da
questã o do aborto no Chile, desde 1989. Nesse país se processou a
repressã o ao aborto, acompanhada de toda uma série de medidas
educativas e assistenciais. O resultado foi a reduçã o do nú mero de
abortos e de mortes de mulheres. Esse caso concreto comprova que
a relaçã o entre mortalidade de mulheres e modelos proibitivos do
aborto nã o é verdadeira. Lida-se com um marcador substituto, uma
variá vel colocada no lugar de outra como se fosse a causa, quando,
na verdade, nã o é. Afirma-se que a proibiçã o é responsá vel pelo
aumento de abortos e de mortes de mulheres no ato respectivo. Na
verdade é a falta de cuidado com o ser humano (feto e mulher) que
ocasiona ambas as tragédias. Mais uma vez é possível identificar que
a soluçã o da morte (via aborto) resulta da atuaçã o de uma “preguiça
moral”. A facilidade se sobrepõ e à eficá cia, porque é muito mais fá cil
defender e promover a liberaçã o do aborto sob a falsa premissa de
que a proibiçã o aumenta e causa mortes de mulheres, que assumir a
gravidade do problema e demandar esforços em termos
educacionais e assistenciais ao lado da proibiçã o. Apenas liberar a
matança de fetos é muito mais fá cil que intentar promover a
mudança cultural para melhor. Afinal, nada mais verdadeiro que a
passagem de Charles Dickens em seu imortal romance:
Liberdade, Igualdade, Fraternidade ou Morte; a ú ltima, muito mais fá cil
de conceder do que as outras. [16]
O Capítulo 6 é intitulado “O extermínio do amanhã ” e consiste na
avassaladora resposta aos supostos “argumentos” favorá veis ao
aborto postos a pú blico por uma advogada em um artigo. O autor
informa os leitores de que nã o houve réplica, mas nem poderia
haver, vez que a resposta de Angotti Neto é acachapante sob todo e
qualquer ponto de vista (intelectual, histó rico, argumentativo,
ló gico, filosó fico, jurídico, racional, estatístico, informativo etc.).
O que marca a escrita nesse capítulo e o torna imperdível para o
leitor é a ironia fina e o bom humor com que o autor aborda as
questõ es, mesmo diante de uma discussã o tã o tenebrosa. Angotti
Neto demonstra, com clareza solar, o ridículo dos argumentos
sustentados pela articulista. E ridículo aqui deve ser entendido no
seu mais legítimo sentido etimoló gico, de ridiculus (latim), com
significado de “tolo, merecedor de riso”.
A autora criticada por Angotti Neto nã o foge do padrã o de
manipulaçã o da linguagem ao fazer referência ao ato do aborto
como “interrupçã o da gravidez”. Por que nã o diz com todas as letras
aborto ou destruição irreversível da vida humana , seja intrauterina
ou nã o. Nesse ponto é impossível nã o transcrever as demonstraçõ es
irô nicas e bem-humoradas do autor quanto a essa manipulaçã o
odiosa.
A articulista afirma em dado momento “nã o ser exatamente a favor
do aborto, mas da autonomia da mulher” ( sic ). Angotti Neto
desmascara o cinismo da afirmaçã o comparando-a à seguinte: “Nã o
sou exatamente a favor do estupro, sou a favor de que cada um
obtenha suas formas de prazer”. E ainda: “É como anunciar a alguém
que está prestes a ser torturado que todo o procedimento consiste
na extraçã o técnica da verdade mediante a estimulaçã o neural
sensitiva”. Eu acrescentaria: “Nã o sou exatamente a favor do
homicídio, mas de que as pessoas possam afastar definitivamente de
suas vidas todos os que lhes causam algum incô modo”.
Disserta o autor no Capítulo 7 sobre a “Mediocridade moral e o
hedonismo abortista”. Pode-se afirmar que aqui Angotti Neto foi
benevolente e tolerante ao extremo. Considerar “medíocre” a
suposta “moral” que defende o abortamento é ser complacente
demais. José Ingenieros, ao descrever imageticamente a sociedade
como uma grande nau, cujas velas sã o os medíocres e os pujantes
ventos que a fazem avançar sã o os idealistas que superam a
mediocridade, reconhece que algum valor, ao menos de estofo, resta
aos medíocres. [17] A etimologia nos leva ao latim mediocris e
significa o que é “médio”, “mediano”, “ordiná rio” ou “comum” — o
que não se destaca . No caso dos abortistas, a comparaçã o imagética
ou mesmo a origem etimoló gica nã o é compatível. Nã o há valor
algum, apenas desvalor. A “moral abortista” nã o está na média, está
abaixo da média e longe de nã o se destacar, se destaca, só que de
forma negativa e malsã . Talvez fosse mais adequado qualificar tal
“moral” de moral de “ralé” (nã o no sentido do que é popular, mas no
sentido pejorativo: o que é grosseiro, chulo, rú stico). Muito mais
pró ximo do “Zé Ninguém” de Wilhelm Reich que do “Homem
Medíocre” de José Ingenieros. [18]
A prova da benevolência do autor na mera qualificaçã o de
mediocridade é por ele mesmo dada no texto, quando narra a
proibiçã o na França da propaganda que mostrava pessoas com
Síndrome de Down felizes, demonstrando que a alteraçã o
cromossô mica nã o é sinô nimo de desgraça. A proibiçã o se dá
porque, na mentalidade deturpada do abortismo, a demonstraçã o de
felicidade e plenitude de vida dos portadores e seus entes queridos
poderia “traumatizar” ( sic ) as mulheres que abortaram pelo motivo
da detecçã o prematura da síndrome na gravidez. Isso nã o chega à
mediocridade, está muito, muito abaixo dela, pró ximo de algo como
matar os pró prios pais para depois alegar carência e precisar de
auxílio devido à orfandade. Isso é a decadência moral elevada ao
grau má ximo.
Ao analisar no Capítulo 8 a questã o da “Submissã o imoral à
autoridade”, o autor enfoca a experiência de Milgram, sob um â ngulo
um pouco diverso do exposto algumas linhas acima. Nã o destaca a
questã o da produçã o do distanciamento dessensibilizador, que é,
sem dú vida, um dos aspectos do experimento. Mas, o aborda sob o
â ngulo, também pertinente, da demonstraçã o de que, sob certas
condiçõ es, os seres humanos sã o dirigíveis pela obediência cega à
autoridade. Efetivamente, nã o só o distanciamento e a invisibilidade
do outro atuam para a infliçã o de supostos choques elétricos nas
pessoas de forma acrítica. Também colabora nessa situaçã o o poder
da autoridade exercida pelo cientista que comanda a experiência. [19]
Outro experimento que também demonstra a possibilidade da
imposiçã o do pensamento ú nico com alguma facilidade, ao explorar
as fraquezas do psiquismo humano, foi feito por Solomon Asch,
também exposto pelo autor. No caso, Asch contratou atores para
emitirem opiniõ es harmô nicas sobre certos assuntos, colocando
entre eles um indivíduo alheio ao fato. A experiência comprovou que
as pessoas, por mais estapafú rdias que fossem as ideias advogadas
em grupo, tendem a aderir, ainda que aos poucos, ao entendimento
geral. Ocorre uma espécie de “acomodaçã o ao grupo”. [20]
No ambiente cultural que se vive hoje, com o predomínio de ideias
impostas pelo barulho incessante da minoria que se autointitula
“elite intelectual” (campo para que grasse o “argumento de
autoridade”), a tendência ao dirigismo da consciência em muitas
questõ es, incluindo a do aborto, é muito grande. Torna-se difícil e
constrangedor o questionamento da intelligentsia totalitá ria,
moldada, em especial no Brasil, em consonâ ncia com a orientaçã o
gramsciana de conquista pela hegemonia ideoló gica. Obtém-se a
hegemonia pela ascendência dos chamados “intelectuais orgâ nicos”
sobre o pensamento da massa, que será apenas modelada e
adestrada. [21] Nada mais evidente que a conjugaçã o da autoridade e
da acomodaçã o ao grupo, ao pensamento ú nico ou hegemô nico.
Torna-se muito difícil emergir ante essa estrutura sutilmente
totalitá ria e há uma forte tendência ao desenvolvimento do que
Pascal Bernardin chama “dissonâ ncia cognitiva”, ou seja, a
“contradiçã o entre dois elementos do psiquismo de um indivíduo”.
[22]
Isso se dá pela pressã o grupal e da autoridade, fazendo com que a
pessoa procure se comportar de forma “adequada” ao pensamento
hegemô nico, a fim de evitar atritos. A conduta reiterada no dia a dia
acaba produzindo uma espécie de lavagem cerebral por força da
racionalizaçã o que atuará como justificativa para o ato de violaçã o
das pró prias convicçõ es. Como descreve Bernardin:
A experiência prova que um indivíduo em uma situaçã o de dissonâ ncia
cognitiva apresentará forte tendência a reorganizar seu psiquismo, a fim
de reduzi-la. Em particular, se um indivíduo é levado a cometer
publicamente (na sala de aula, por exemplo) ou frequentemente (ao
longo do curso) um ato em contradiçã o com seus valores, sua tendência
será de modificar tais valores, para diminuir a tensã o que lhe oprime. Em
outros termos, se um indivíduo foi aliciado a um certo tipo de
comportamento, é muito prová vel que ele venha a racionalizá-lo . [23]
Mais uma vez é preciso destacar que o Brasil e o mundo precisam
com cada vez mais urgência de obras e personalidades como as de
Hélio Angotti Neto, capazes de emergir dessa hegemonia hipnó tica
e, com isso, ajudar a sociedade e cada um de seus membros a
também realizar gradualmente esse processo de superaçã o.
Na sequência, o Capítulo 9 trata de uma expressã o que se tornou
corriqueira na discussã o enviesada sobre a suposta legitimidade do
aborto. Refere-se ao há bito (ou melhor, vício) de chamar
“amontoado de células” ao ovo, embriã o ou feto. O autor descreve
muito bem essa expressã o como “fantá stica”. “Fantá stica”, no
sentido mais profundo de “fantasiosa”, “ilusó ria”, meramente
“retó rica” (em um péssimo sentido). Nada mais que a velha
manipulaçã o linguística dessensibilizadora, que nã o se importa com
a absurdidade do que alardeia. Ora, como bem esclarece o autor, um
“amontoado” pressupõ e algo totalmente desorganizado, jogado ao
léu, o que radicalmente difere da estrutura do ovo, embriã o ou feto,
marcada pela complexidade, organizaçã o e até individualizaçã o (nã o
só a embriologia demonstra isso à fartura, como também os mais
avançados estudos genéticos). Nessa toada, eu, qualquer leitor e até
mesmo os autores dessa expressã o espú ria, podem ser definidos
como um “amontoado de células”, já que nã o há o menor critério
para o uso das palavras. Ademais, nesse imbró glio surge o
“argumento” de que o feto seria um “indivíduo”, mas nã o seria
“independente”. A grande questã o posta é: afinal, que ser humano na
face da terra é “independente”? Desconfio muito de que essa
sugestã o (qualquer ser humano, sem considerar o está gio, nã o passe
de um “amontoado de células”) nã o seria algo tã o repulsivo para boa
parte dos defensores do abortamento que tendem a escorregar na
ladeira para a eugenia negativa generalizada.
Na obra de Angotti Neto, o leitor poderá se informar bem sobre cada
etapa do desenvolvimento do ser humano no á lveo materno, de
forma detalhada e técnica, desmistificando a absurdidade acima
comentada.
Mais uma vez o autor nos brinda com uma passagem bem-
humorada, usando a exposiçã o de Ben Shapiro, demonstrativa da
manipulaçã o linguística, ao indagar se alguém seria estú pido o
suficiente para noticiar que uma sonda espacial localizou um
“amontoado de células” e nã o “vida” em Marte. Ah, mas aqui estaria
em jogo uma respeitabilíssima conquista da ciência e da técnica
aeroespacial e nã o só um ser minúsculo e dependente que parasita o
útero de uma mulher (essa é a visã o abortista conjugada com um
feminismo tosco). O cientificismo em voga está abrigado pelo
“politicamente correto”, a vida humana nã o (o que o “politicamente
correto” preza nã o é a vida humana em si, mas as vontades, os
caprichos de alguns seres humanos). Interessante notar que a
ciência jamais existiria sobre a terra sem a vida humana. Entã o,
pode-se afirmar com segurança haver uma tremenda inversã o
causal e cronoló gica de valores.
A importâ ncia do estudo das humanidades ligadas à educaçã o
liberal para a formaçã o do médico (e acrescento, para a formaçã o de
qualquer profissional e ser humano), é bem destacada no
Capítulo 10. Ali se produz uma crítica ferrenha e bem-posta à
tendência tecnicista de adestrar indivíduos com a característica
marcante de “saber cada vez mais sobre cada vez menos”. No
processo se perde a visã o do todo e o cartesianismo analítico e
divisor é levado ao paroxismo. O ponto a que se chegará em breve,
se nada for feito, será o de nã o se saber mais remontar as peças do
mundo atomizado em nichos de saberes isolados e, no mínimo,
estéreis, senã o destrutivos.
Vale lembrar o escó lio de Henrique Lima Vaz no opú sculo que
tematiza a Cultura e a Universidade : “O homem regride a estados e
comportamentos que podem ser chamados de infra-humanos
quando permanece estranho à s significaçõ es do mundo cultural que
o envolve”. [24] E prossegue com a definiçã o de “cultura”, segundo
Alphonse De Waelhens:
A cultura é “o processo social e histó rico constituído pelas relaçõ es de
conhecimento e transformaçã o do homem como natureza e pelas
relaçõ es de reconhecimento do homem com outro homem, processo que
cria o mundo humano, e através do qual o homem se realiza como
homem no mundo humano”. [25]
Impossível nã o lembrar aqui da conhecida pará bola intitulada “Os
quatro sá bios”. Segundo consta, havia quatro indivíduos conhecidos
por deterem uma enorme quantidade de saberes. Um deles era
considerado pouco menos dotado de conteú do prá tico e erudiçã o,
mas se destacava pela capacidade de compreender . Esses homens
cultos resolveram se unir e viajar juntos para discutir entre si,
partilhar seus conhecimentos e divulgá -los. No entanto, logo os três
mais célebres entenderam que o detentor da virtude da
compreensão nã o dispunha, ao nível deles, do mesmo cabedal de
informaçõ es e saberes. Convidaram-no a partir, mas ele insistiu em
seguir o grupo. Foi-lhe entã o permitido, mas já nã o participava dos
conciliá bulos “sapienciais”. Um dia encontraram uma carcaça de
leã o. Os três homens cultos, com seus saberes, imaginaram poder
reviver o animal e começaram a aplicar suas artes e técnicas. O
homem compreensivo , com humildade, avisou-os de nã o se tratar de
uma boa ideia, já que o leã o, tã o logo recuperado, os devoraria. Mas,
os orgulhosos homens cultos nã o lhe deram ouvidos e ressuscitaram
o leã o. Enquanto isso, o compreensivo se abrigou no topo de uma
á rvore, de onde assistiu com tranquilidade e pesar seus três
companheiros serem devorados e a fera partir. Ele foi o ú nico
sobrevivente da expediçã o, e retornou à sua cidade. [26]
Essa bela pará bola ilustra a importâ ncia das humanidades liberais
na formação do homem, como defende Angotti Neto. Observe-se que
a palavra “compreensã o” usada no texto deve ser interpretada no
sentido etimoló gico (“com” = junto + “prehendere” = render, reter).
Quem detém a virtude da “compreensã o” nã o se isola, insula-se em
um aspecto do saber. A “compreensã o” detém o conhecimento nã o
como fim, mas como caminho para a sabedoria que “apreende” o
mundo objetivo e subjetivo, abstrato e concreto, físico e metafísico,
como totalidade, nã o se deixando levar por reducionismos nem por
generalizaçõ es indutivas injustificadas.
David Bohm fala sobre a “Fragmentaçã o e totalidade”:
É uma questã o que atualmente deve ser considerada, tendo em vista que
a fragmentaçã o já se espalhou completamente, nã o apenas na sociedade,
mas em especial em cada indivíduo; e isso conduz a um tipo de confusã o
generalizada da mente, que por sua vez, cria uma série infinita de
problemas, interferindo com a nossa clareza de percepçã o de maneira
tã o grave a ponto de bloquear nossa capacidade de os resolver. [...] Cada
ser humano individual tem sido fragmentado em um vasto nú mero de
compartimentos separados e conflitantes, de acordo com seus desejos,
objetivos, ambiçõ es, lealdades e características psicoló gicas
diferenciadas etc., a tal ponto que se torna evidente que um certo grau de
neurose seja inevitá vel. [27]
A totalidade ausente no homem atual em geral é perceptível mesmo
na construçã o da linguagem, nã o na sua manipulaçã o, mas na sua
construçã o natural, fruto da sabedoria milenar:
De forma instrutiva, é importante considerar que a palavra “saú de”
encontra sua raiz na palavra “sã o”, que significa “inteiro” (total,
completo): isto é, para ser saudá vel é preciso estar inteiro, que acredito
que significa o mesmo que shalem em hebraico. Do mesmo modo, a
palavra “sagrado”, em inglês holy , vem da mesma raiz da palavra
“inteiro” (completo, total), em inglês whole . Tudo isso indica que o
homem sempre sentiu que a totalidade ou a integridade é uma
necessidade absoluta que faz com que a vida seja digna de ser vivida.
Mesmo assim, com o passar do tempo, ele vem vivendo em total
fragmentaçã o. [28]
Em seguida, coerentemente com a temá tica acima, no Capítulo 11, o
autor lembra os ensinamentos de William Osler a respeito da
“medicina como estilo de vida”. Estilo de vida que deve ser marcado
pelo estudo contínuo (formador e informador), pela disciplina e
retidã o de cará ter.
O Capítulo 12 trata da “Tranquilidade médica”, que se consubstancia
na postura de equilíbrio e controle emocional frente ao atendimento
ao paciente, em especial nas situaçõ es de emergência. A
tranquilidade nã o pode jamais ser confundida pelo profissional, nem
deve ser ensinada aos iniciantes como sinô nimo de frieza ou
indiferença para com o ser humano sob seus cuidados. Lembremos
que a indiferença é retratada por Dante como um vício digno de
desprezo até mesmo no inferno. [29] A tranquilidade utilizada pelo
médico para enfrentar seus desafios se traduz no que Angotti Neto
descreve como “equanimidade”: o controle emocional que nã o
implica na perda da sensibilidade. Em vez disso: a luta interna para
a manutençã o desse controle visa à beneficência do ser humano sob
seus cuidados, como a transmissã o a ele de segurança e conforto no
ato médico.
O enfrentamento sem ingenuidade dos nã o dados à dialética ao
estilo aristotélico (que visa à busca da verdade), mas sim à erística
descrita por Arthur Schopenhauer (o ímpeto de ganhar a discussã o)
é ensinado no Capítulo 13, pois em um debate, em especial nesses
[30]
Introdução
Poucos assuntos geram discussõ es tã o acaloradas quanto a
legalizaçã o do abortamento voluntá rio. E poucos assuntos envolvem
tantos argumentos falsos e tanta manipulaçã o de dados.
Afinal, estamos falando de um mercado bilioná rio, movido pelo
sangue dos inocentes e, tantas vezes, pela ingenuidade de mã es
inexperientes e amedrontadas.
O tema pode nos levar a meditar a respeito de duas formas de
enxergar a civilizaçã o contemporâ nea em relaçã o ao quanto se está
disposto a valorizar a vida humana.
A vida humana é sagrada por refletir a imagem do pró prio Deus ou
nã o tem valor objetivo nenhum no mundo sem Deus, cabendo ao
homem a busca do status de divindade, um ser autô nomo e livre de
constrangimentos superiores, governante voluntarista de seu
mundo.
O livro nã o ousa oferecer a resposta definitiva para o combate de
nossos dias, já analisado e discutido por inú meros filó sofos e
teó logos com muita qualidade ao longo de milênios. Todavia,
abordará um tema derivado do grande conflito de visõ es de mundo
que ameaça cindir nossa existência e civilizaçã o: o abortamento.
Para começar a discussã o, vale a pena deixar bem claros alguns
termos utilizados no texto, com o propó sito de facilitar o
entendimento do leitor.
Abortista: defensor ou promotor do ato de abortar. Mesmo que
alguém jamais tenha a coragem de fazer um abortamento ou de
executá -lo em outra pessoa, a defesa das propostas de sua
legalizaçã o ou realizaçã o será automaticamente enquadrada nesse
termo. O abortista é favorá vel ao abortamento voluntá rio, em
qualquer uma de suas opçõ es que nã o seja no caso de risco de morte
materna iminente.
Aborteiro: quem executa o ato do abortamento na grá vida. Pode ser
um médico, uma enfermeira ou apenas um carniceiro despreparado.
Também pode ser a velha senhora que conhece alguns comprimidos
ou ervas, por exemplo. O aborteiro é responsá vel pelo ato em si. Em
alguns casos, a pró pria mã e é a aborteira, ao tomar a medicaçã o por
conta pró pria ou ao introduzir corpos estranhos na genitá lia com o
objetivo de matar o pró prio filho.
Aborto: normalmente o termo diz respeito ao ser humano cuja vida
foi arrancada por outra pessoa ou se perdeu de forma espontâ nea
antes de 22 semanas, ou quando ainda pesa menos que 500 gramas
ou mede menos que 25 centímetros. Apó s isso, tem-se um parto
prematuro.
Concepçã o ou fecundaçã o: uniã o entre o gameta masculino
(espermatozoide) e o gameta feminino (ó vulo), gerando um novo
ser humano com identidade genética pró pria.
Zigoto: primeira fase do desenvolvimento do novo ser humano,
desde a concepçã o até aproximadamente o fim da primeira semana.
Embriã o: segunda fase do desenvolvimento do novo ser humano, da
segunda à sétima semana.
Feto: terceira fase do desenvolvimento do novo ser humano, da
oitava semana até o momento do parto, enquanto permanece no
ú tero materno.
É preciso tomar cuidado com os termos utilizados, pois, como o
leitor perceberá , em pouquíssimos assuntos haverá tanta
manipulaçã o verbal espú ria.
De nossas opiniõ es e decisõ es a respeito do que fazer diante da
questã o do abortismo dependerá , de fato, o cará ter da civilizaçã o. O
que fazemos e faremos com nossos filhos? O que representa a
pró xima geraçã o, de fato, para a nossa sociedade? A ”cultura da
morte” triunfará ? Promoveremos O extermínio do amanhã ou
defenderemos os mais fracos e inocentes de toda a comunidade
humana?
2. Dor silenciosa
Fala-se muito da mã e quando o assunto é aborto, e com razã o, pois
ela é a responsá vel pela vida do bebê. A mã e carrega a nova vida em
seu ventre e possui laços estabelecidos com a sociedade por meio de
sua biografia e relacionamentos. Contudo, nã o há como esquecer a
presença do feto, por mais abstrato que seja o pensamento de quem
se debruça sobre a situaçã o.
Com certeza, aborteiros e abortistas evitarã o mencionar muitos
detalhes sobre a realidade e a perspectiva do feto, pois o excesso de
atençã o poderá levar todos a perceber a incontorná vel realidade: o
feto é, de fato, vida humana. Lá estã o células, genes, ossos, mú sculos
e a capacidade de interagir com o ambiente de diversas formas.
Normalmente chamarã o o feto por nomes bem técnicos e
desumanos como: produto da gravidez, concepto ou consequência
indesejada. Chamar o feto de criança, ser humano ou — horror —
admitir tratar-se de uma pessoa, trará imenso desconforto, ao gerar
na consciência o choque da realidade que precede a capacidade de
analisar o assunto com inteligência.
Para que imaginemos o quanto a apreensã o dessas realidades pode
mexer com o imaginá rio de alguém, basta nos lembrarmos da
histó ria de vida do rei do aborto, o médico Bernard Nathanson. Ao
observar a reaçã o do feto a um abortamento por meio da
ultrassonografia, o médico aborteiro ficou profundamente
perturbado. Aquele que nã o passava de uma abstraçã o, um pequeno
refugo a ser removido sem muita preocupaçã o, assumiu
rapidamente a posiçã o de paciente a ser cuidado. Seus movimentos,
suas reaçõ es e sua face ganhavam duas dimensõ es no aparelho e
três dimensõ es na imaginaçã o.
Para os abortistas, é melhor nã o falar mesmo do feto, nã o entrar
muito no mérito da questã o e no excesso de detalhes bioló gicos e
sociais. Quanto menos conhecimento, mais fá cil será fingir que o
pequeno homem, ou a pequena mulher, nã o passa de um alienígena
distante e desconhecido.
Um dos aspectos que devem ser levados em conta é a capacidade
bem humana dos fetos: a possibilidade de sofrer. Por mais que o
sofrimento seja silencioso, é impossível imaginar com absoluta
certeza todas as implicaçõ es e consequências da dor imposta ao feto.
Porém, o que já possuímos de conhecimento acerca da misteriosa
vida do feto e de sua capacidade de sentir?
Há consenso que os fetos podem sentir dor ao atingir 20 semanas
apó s a concepçã o, isto é, por volta das 22 semanas de gestaçã o. Um
pouco antes disso, já estã o presentes as estruturas necessá rias para
perceber o estímulo doloroso e transmiti-lo ao cérebro. Com
18 semanas apó s a concepçã o o eletroencefalograma já capta
atividade elétrica no cérebro, indicando a integridade dos circuitos
neuronais cortical e talâ mico. [51]
O có rtex cerebral, sede física da capacidade intelectiva mais
complexa, começa a desenvolver-se à s 6 semanas apó s a concepçã o,
enquanto o tá lamo, parte do cérebro responsá vel pela sensaçã o
dolorosa, começa a desenvolver-se à s 8 semanas.
É importante lembrar que julgamos a situaçã o tendo por base o
aparato neuronal do adulto, conhecido até mesmo da perspectiva
fenomenoló gica. Mas nã o há como garantir com plena certeza as
possíveis interaçõ es entre o feto e o ambiente antes do
desenvolvimento das estruturas neuronais superiores; tampouco
podemos estipular com certeza as consequências de diversas
atitudes maternas e interaçõ es com o ambiente no futuro
desenvolvimento do feto e, posteriormente, da criança.
Já sabemos, por exemplo, que a organizaçã o bá sica do sistema
nervoso é estabelecida aos 28 dias apó s a concepçã o (4 semanas),
com a formaçã o dos primeiros neurô nios no neocó rtex que já
começam a funcionar na qualidade de rede neuronal na sétima
semana. [52]
Em relaçã o à recepçã o de dor, já se observam receptores —
chamados nociceptores — na regiã o ao redor da boca nas 5 semanas
apó s a concepçã o. Na nona semana, já há nociceptores em toda a
face, na palma da mã o e na planta do pé. Antes disso, nas 6 semanas,
o feto responde ao toque. [53]
Outro detalhe curioso e importante para entendermos como
funciona a recepçã o dolorosa do ser humano: o recém-nascido
prematuro tende a sentir muito mais dor aos estímulos ambientais
que as crianças nascidas a termo, pois o desenvolvimento de
estruturas responsá veis pela reduçã o da potência do estímulo
ambiental e prevençã o de reaçõ es dolorosas exageradas sã o
desenvolvidas mais tarde, entre 32 e 34 semanas apó s a concepçã o.
Logo, é mais fá cil sentir mais dor quanto mais cedo ocorrer o parto.
[54]
4.2 Comparações esdrúxulas
Por favor, com o intuito de evitar vergonha alheia, parem de
comparar fetos e bebês com apêndices, montes de células e
parasitas intestinais.
Nenhum apêndice um dia olhará você nos olhos e pedirá colo,
abraço ou beijo.
Monte de células é uma cutícula que você arranca quando corta a
unha.
Parasitas intestinais, como lombrigas, por exemplo, nã o têm
placenta e cordã o umbilical.
4.7 Barbarismo cerebral
Uma das formas mais estú pidas de argumentar que já vi: “Você é
contra o abortamento? Nã o aborte!” Como se, ficando cada um na
sua, nã o houvesse problema.
Logo, “Você é contra a tortura? Nã o torture!” (Que os outros que
torturem);
“Você é contra o estupro? Nã o estupre!” (Que outros o façam);
“Você é contra mutilaçã o genital? Entã o, nã o se mutile!”
Contudo, há uma grande diferença: nenhuma das açõ es anteriores
destruirá de maneira irremediá vel e integral a vida humana como o
faz o abortamento.
4.9 Ouvi dizer
“Eu acho que nã o dá para falar que o feto é humano.” (Fonte
bibliográ fica: eu acho que li na internet e acho que é científico.)
5. Restrição ao aborto no caso do Chile
Os desesperados pela legalizaçã o do assassinato de fetos e bebês
pregam como profetas, ou necromantes. Preveem em suas bolas de
cristal que a legalizaçã o salvará muitas vidas maternas (ao custo de
milhõ es de vidas fetais e infantis, é verdade, mas a vida de um vale
mais que a de outros na cabeça desse povo maluco).
Os necromantes visioná rios também gritam por aí que restringir o
acesso ao aborto legalizado obrigará as mulheres a buscar
assistência indevida.
Os fatos mostram outra coisa.
No Chile, onde houve uma forte restriçã o ao aborto desde 1989,
aconteceu uma reduçã o progressiva na mortalidade materna
relacionada ao aborto ilegal. Isso mesmo! Restringir o aborto cursou
com a diminuiçã o da mortalidade! [61]
Estudos realizados ali mostram que o aborto inseguro está ligado ao
ambiente de medo e coerçã o, em que a mã e, incerta do futuro, nã o
encontra apoio na sociedade. O Chile resolveu mudar o cená rio e
iniciou programas de orientaçã o ao planejamento familiar e
elevaçã o dos níveis educacionais das mulheres, além de intensificar
programas de apoio à s jovens e inexperientes mã es que se
encontram em risco de apelar ao abortamento clandestino.
Realmente é mais fá cil enfiar um aspirador, desmembrar e matar
logo em vez de realizar uma intervençã o cultural e um programa de
apoio cordial. Obviamente, uma coisa nã o se torna boa por ser mais
fá cil.
Se nossa sociedade nã o conseguir se destacar no oferecimento de
apoio verdadeiro à s mã es e suas famílias, o destaque de dará entã o
por se tornar uma exterminadora eficaz de seres humanos
indesejá veis. Nó s já vimos esse filme antes, certo?
Você quer salvar vidas maternas? Apele para a educaçã o, nã o para o
extermínio de fetos e bebês.
6.1 Considerações preliminares
Julgo importante definir alguns termos que utilizo e explicitar as
premissas e conclusõ es de minhas primeiras observaçõ es [62] para
auxiliar o leitor no seguimento do raciocínio exposto. Também
desejo, com isso, deixar bem claro os argumentos e fatos que
considero importantes a ponto de serem contestados.
Devo ressaltar primeiro que se fala aqui do abortamento de fetos até
de 12 semanas, embora os defensores do abortamento voluntá rio
(doravante chamados abortistas) muitas vezes defendam o ato até o
momento do parto, e alguns ainda mais radicais defendam o
homicídio infantil por qualquer razã o, desde que seja advinda do
desejo materno de eliminar a prole.
Nã o trato aqui do abortamento em situaçõ es trá gicas como estupro,
risco de morte materna ou deformaçõ es gravíssimas; temas estes
que merecem uma discussã o à parte e que extrapolam as
possibilidades da presente exposiçã o.
Portanto, chamo abortistas todos os favorá veis à liberaçã o do
abortamento conforme o desejo da mã e. E chamo aborteiros os
médicos e demais técnicos que se prontificam a executar o ato do
abortamento ou a indicar fá rmacos abortivos.
Por fim, o texto é uma resposta a um artigo publicado no portal
Academia Médica, por uma advogada. [63]
6.3 Rotulação odiosa
A erística é a arte de apelar para truques psicoló gicos em uma
discussã o ou debate, configurando ato inadequado. A advogada, em
seu texto, comete alguns desvios erísticos que demonstrarei antes
de prosseguir. Segundo ela:
Hoje, em meio a tantos fatos trá gicos que acometeram nossa semana,
trago um sopro de esperança para os defensores das liberdades
individuais, para as “mentes abertas”. Digo mente aberta, nã o porque
acho que todos devem ser favorá veis ao aborto, mas porque
normalmente as mentes abertas nã o impõ em seus pontos de vista de
maneira autoritá ria a uma coletividade. Apenas respeitam. [68]
Ela consegue, em um breve pará grafo, utilizar diversas vezes o
recurso conhecido como rotulaçã o odiosa. [69] Lendo seu texto é
possível perceber que, para a autora, quem nã o concorda com a
iluminada perspectiva de exterminar vidas humanas tem a mente
fechada, desrespeita as liberdades individuais e impõ e sua vontade
de forma autoritá ria à coletividade. Sã o apenas os desrespeitadores
obtusos.
Creio que algo parecido pode ser dito a respeito de abortistas e
aborteiros. Nã o compreender que a vida humana tem valor é de um
obscurecimento da consciência digno de espanto. É um tipo de grave
cegueira existencial e moral em relaçã o à manifestaçã o de valores.
Mais que desrespeitar liberdades individuais, os abortistas
desrespeitam a existência de milhõ es de seres humanos, pequenas e
indefesas vítimas assassinadas dia apó s dia. Alguém pensa em uma
imposiçã o mais autoritá ria que a perspectiva que visa ao extermínio
de milhõ es de vidas humanas? É uma imposiçã o autoritá ria a uma
enorme coletividade assassinada.
A autora apela ao voluntarismo seletivo, acusando os discordantes
de ter a mente fechada. Creio que o apelo à existência do ser vivo é
muito mais concreto e objetivo que o triunfo das vontades. Se, para
ela, opor-se à vontade humana desejosa de exterminar uma vida
humana é autoritarismo tacanho, o que impede entã o o exercício da
vontade humana em atos menos definitivos como o estupro e a
tortura?
Recuso a rotulaçã o indevidamente imposta a um dos lados do
debate. Ou, se devo aceitá -la, demonstro que ao abortista cabe ainda
mais a rotulaçã o odiosa feita.
Apêndice
[1]
Lembremo-nos de Emmanuel Lévinas e da concepçã o de “alteridade” como
responsabilidade de cada homem pelo “outro” ( O humanismo do outro homem
. Petró polis: Vozes, 2009, 3. ed.).
[2]
Cf. PENROSE , Roger. A mente nova do rei . Trad. Waltensir Dutra. Rio de
Janeiro: Campus, 1991, p. 417-96.
[3]
TEIXEIRA , Joã o de Fernandes. Filosofia do cérebro . Sã o Paulo: Paulus, 2012,
p. 35-6.
[4]
MILGRAM , Stanley. “Behavioral Study of Obedience”. Journal of Abnormal
and Social Psychology . 67 (4) (1963): 371-8. doi:10.1037/h0040525.
[5]
Cf. BAUMAN , Zygmund. Modernidade e Holocausto . Trad. Marcus Penchel.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998, p. 89. A RENDT , Hannah. Eichmann em
Jerusalém : um relato sobre a banalidade do mal. Trad. José Rubens Siqueira.
Sã o Paulo: Companhia das Letras, 1999.
[6]
RUSHDOONY , Rousas John. Esquizofrenia intelectual . Trad. Fabrício Tavares
de Moraes. Brasília: Monergismo, 2016, p. 22.
[7]
Para uma visã o geral dessa espécie de ideias estapafú rdias: SINGER , Peter.
Ética prática . Trad. Jefferson Luiz Camargo. Sã o Paulo: Martins Fontes, 1998;
Libertação animal . Trad. Marly Winckler. Porto Alegre: Lugano, 2004; SINGER ,
Peter, M ASON , Jim. A ética da alimentação . Trad. Cristina Yamagami. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2007.
[8]
STENDHAL [ Henri-Marie Beyle]. O vermelho e o negro . Trad. Maria Cristina
F. da Silva. Sã o Paulo: Nova Cultural, 1995, p. 147.
[9]
Pecar e perdoar . Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2014, p. 43.
[10]
A ironia da liberdade de expressão . Trad. Gustavo Binenbojm e Caio Má rio
da Silva Pereira Neto. Rio de Janeiro: Renovar, 2005, p. 48.
[11]
Do sentimento trágico da vida . Trad. Eduardo Brandã o. Sã o Paulo: Martins
Fontes, 1996, p. 44.
[12]
Lisboa: Livros Horizonte, 1997, 4. ed., p. 12.
[13]
Sobre a verdade . Trad. Denise Bottmann. Sã o Paulo: Companhia das
Letras, 2007, p. 69-70.
[14]
Op. cit. , p. 52.
[15]
La impunidad en Argentina (entre linchamiento, Derecho Penal del
enemigo y Derecho Penal realista. In: MARTINI , Siro M. A. de. En defensa del
Derecho Penal . Buenos Aires: Educa, 2008, p. 24.
[16]
Um conto de duas cidades . Trad. Sandra Luzia Couto. Sã o Paulo: Nova
Cultural, 1996, p. 288.
[17]
O homem medíocre . Trad. Lycurgo de Castro Santos. Campinas: Edicamp,
2002, p. 71.
[18]
Escute, Zé-Ninguém . Trad. Waldéa Barcellos. Sã o Paulo: Martins Fontes,
2007, 2. ed., p. 11. O “Zé-Ninguém” de Reich é aquele que “quanto menos
entender alguma coisa, mais firme é sua crença nela. E, quanto melhor
entende uma ideia, menos acreditará nela”.
[19]
Mais especificamente sobre tal aspecto: Cf. MILGRAM , Stanley. Obedience to
Authorithy . New York: Harper & Row, 1974, p. 47.
[20]
“Effects of group pressure on the modification and distortion of
judgments”. In H. Guetzkow (ed.), Groups, leadership and men . Pittsburgh, PA:
Carnegie Press (1951), p. 177-190.
[21]
Cf. SCRUTON , Roger. Pensadores da nova esquerda . Trad. Felipe Garrafiel
Pimentel. Sã o Paulo: É Realizaçõ es, 2014, p. 129.
[22]
Pascal. Maquiavel pedagogo . Trad. Alexandre Mü ller Ribeiro. Campinas:
Vide Editorial, 2013, p. 23. O autor também menciona o “conformismo” grupal
como forte elemento de influência sobre o psiquismo, mencionando a
experiência de Asch e acrescentando a experiência de Muzafer Sherif. Esta
consiste em colocar uma pessoa sozinha em uma sala escura, solicitando-lhe a
descriçã o dos movimentos de um ponto de luz. O ponto de luz está imó vel,
mas o sujeito, sem mais referências, logo acaba tendo falsas percepçõ es de
movimentos irregulares do ponto de luz (“efeito autocinético”). Esse efeito
ilusó rio tende a se agravar quando a experiência é feita com grupos que
afirmam o movimento inexistente ( Op. cit. , p. 19-20).
[23]
Op. cit. , p. 24. Grifos no original.
[24]
Petró polis: Vozes, 1966, p. 6.
[25]
Op. cit. , p. 6. Cf. Existence et Signification . Louvain: Nauwelaerts, 1958,
p. 143-67.
[26]
RANGEL , Alexandre. As mais belas parábolas de todos os tempos . Volume
III. Petró polis: Vozes, 2015, p. 194-5.
[27]
Totalidade e a ordem implicada . Trad. Teodoro Lorent. Sã o Paulo: Madras,
2008, p. 17.
[28]
Op. cit. , p. 19.
[29]
Dante reserva aos indiferentes o eterno suplício e o desprezo até mesmo
do senhor dos infernos: “Essa sorte miseranda têm as almas tristíssimas
daqueles que vivem sem infâ mia, mas sem méritos. Estã o misturados à quela
hoste vil dos anjos que nã o se rebelaram nem foram fiéis a Deus, mas que
pensaram apenas em si mesmos. Foram expulsos do céu onde nã o cabem, e as
profundezas do inferno os nã o recebem, já que alguma gló ria lhes trariam”.
ALIGHIERI , Dante. A divina comédia . Trad. Cordélia Dias D’Aguiar. Rio de
Janeiro: Ediouro, 1989, p. 12.
[30]
Ele descreve a “dialética erística” como “a arte de disputar, mais
precisamente a arte de disputar de maneira tal que se fique com a razão ,
portanto per faz et nefas (com meios lícitos e ilícitos)”. A arte de ter razão .
Trad. Alexandre Krug; Eduardo Brandã o. Sã o Paulo: Martins Fontes, 2001,
p. 3. Grifos no original.
[31]
Luz sobre a Idade Média . Trad. Antó nio Miguel de Almeida Gonçalves.
Lisboa: Europa-América, 1997, p. 11.
[32]
Eduardo Luiz Santos Cabette é delegado de Polícia, mestre em Direito
Social, pó s-graduado em Direito Penal e Criminologia, professor de Direito
Penal, Processo Penal, Criminologia e Legislaçã o Penal e Processual Penal
Especial na graduaçã o e na pó s-graduaçã o do Centro Universitá rio Salesiano
de Sã o Paulo (Unisal) e membro do grupo de pesquisa de ética e direitos
fundamentais do programa de mestrado do Unisal.
[33]
Mitologia grega . Vozes, Petró polis, 1990, vol. I, 6. ed., p. 227-8.
[34]
Elpídio Fonseca é tradutor e, inspirado pelos Seminá rios Paulistas de
Filosofia e pelo Curso Online de Filosofia do professor Olavo de Carvalho, de
quem é aluno desde 1998, desenvolve, desde 2007, um intenso trabalho de
traduçã o de obras de Eric Voegelin e acerca deste, além de procurar difundir
no Brasil o conhecimento de obras filosó ficas, políticas e memorialística de
autores romenos ligados à Escola de Pă ltiniş, fundada pelo filó sofo Constantin
Noica.
[35]
Artigo baseado no relató rio do Family Research Council, January 2016.
Disponível em: http://downloads.frc.org/EF/EF15F70.pdf
[36]
“Planned Parenthood, 2014-2015 Annual Report”, Planned Parenthood
Federation of America. Disponível em:
https://www.plannedparenthood.org/files/2114/5089/0863/2014-
2015_PPFA_Annual_Report_.pdf
[37]
“Induced Abortion in the United States”, Guttmacher Institute, July 2014.
Disponível em: http://www.guttmacher.org/pubs/fb_induced_abortion.html;
“Planned Parenthood, Care. No matter what, 2011-2012 Annual Report”,
Planned Parenthood Federation of America. Disponível em:
http://www.plannedparenthood.org/files/4913/9620/1413/
PPFA_AR_2012_121812_vF.pdf
[38]
“Planned Parenthood, Care. No matter what, Annual Report 2011-2012”,
Planned Parenthood Federation of America. Disponível em:
http://www.plannedparenthood.org/files/4912/9620/1413/
PPFA_AR_2012_121812_vF.pdf ; “Planned
Parenthood, Care. No matter what, Annual Report 2012-2013”, Planned
Parenthood Federation of
America. Disponível em:
http://www.plannedparenthood.org/files/7413/9620/1089/
ARFY13_111213_vF_rev3_ISSUU.pdf ;
“Planned Parenthood, Our Health. Our Decisions. Our Moment, Annual Report
2013-2014”, Planned
Parenthood Federation of America, accessed January 5, 2016. Disponível em:
http://www.plannedparenthood.org/files/6714/1996/2641/20132014_Ann
ual_Report_FINAL_WEB_VERSION.pdf ; “Planned Parenthood, 2014-2015
Annual Report”, Planned Parenthood Federation of America. Disponível em:
https://www.plannedparenthood.org/files/2114/5089/0863/2014-
2015_PPFA_Annual_Report_.pdf ; Susan Wills, Esq. “New Studies Show All
Emergency Contraceptives Can Cause Early Abortion”, Charlotte Lozier
Institute, January 1, 2014. Disponível em:
https://www.lozierinstitute.org/emergencycontraceptives/ .
[39]
“Planned Parenthood, 2011-2012 Annual Report”, p. 2-3; “Breast Health
Initiative”, Planned Parenthood. Disponível em:
http://www.plannedparenthood.org/about-us/newsroom/breast-
healthinitiative ; “Planned Parenthood and Mammograms”, Fact Check,
October 18, 2012. Disponível em:
http://www.factcheck.org/2012/10/planned-parenthood-and-
mammograms/ ; “Cecile Richards Lied About Mammograms, Finally Comes
Clean”, Breitbart. Disponível em: http://www.breitbart.com/big-
government/2015/09/30/cecile-richards-lied-mammograms-finallycomes-
clean/ .
[40]
“Planned Parenthood, 2011-2012 Annual Report”, p. 5.
[41]
Abby Johnson, “Planned Parenthood Business Model All About Abortion”,
LifeNews.com, April 5, 2011, acessado em 24/7/2015:
http://www.lifenews.com/2011/04/05/abby-johnson-planned-
parenthoodbusiness-model-all-about-abortion/ ; Planned Parenthood, 2014-
2015 Annual Report”, p. 30.
[42]
“Exposed: Former Planned Parenthood Director Says It Has Abortion
Quotas”, LifeNews.com. Disponível em:
http://www.lifenews.com/2014/04/16/exposed-former-planned-
parenthood-directorsays-it-has-abortion-quotas.
[43]
Planned Parenthood, 2014-2015 Annual Report”, p. 34.
[44]
Planned Parenthood, 2014-2015 Annual Report”, p. 32-3.
[45]
“Investigative Footage”, The Center for Medical Progress. Disponível em:
http://centerformedicalprogress.org/cmp/investigative-footage ; Abby
Ohlheiser, “Congressional, state investigations into Planned Parenthood
underway after undercover video goes viral”, The Washington Post, July 15,
2015. Disponível em:
http://www.washingtonpost.com/news/acts-of-faith/wp/2015/07/15/cong
ressional-stateinvestigations-into-planned-parenthood-underway-after-
undercover-video-goes-viral.
[46]
“Exposing Planned Parenthood’s Cover-up of Child Sex Trafficking”, Live
Action. Disponível em: http://liveaction.org/traffick.
[47]
“Planned Parenthood“, The Sunlight Foundation, Influence Explorer.
Disponível em: http://influenceexplorer.com/organization/planned-
parenthood/a3bf2b2a33a84534a706a2d04c52de95
[48]
“Map Guide”, Protecting Black Life. Disponível em:
http://www.protectingblacklife.org/pp_targets/
[49]
Susan A. Cohen, “Abortion and Women of Color: The Bigger Picture”,
Guttmacher Policy Review 11, (Summer 2008): 3. Disponível em:
http://www.guttmacher.org/pubs/gpr/11/3/gpr110302.html
[50]
The Planned Parenthood Racism Project, Live Action. Disponível em:
http://liveaction.org/theplanned-parenthood-racism-project.
[51]
VANHATALO , S; VAN NIEUWENHUIZEN , O. “Fetal Pain?”, Brain & Development ,
22, 2000, p. 145-150.
[52]
SADLER , Thomas W. Langman’s Medical Embriology , Baltimore: Lippincott
Williams and Wilkins, 2009, 11th ed., caps. 5-6.
[53]
BRUSSEAU , R. “Developmental Perspectives: Is the Fetus Conscious?”,
International Anesthesiology Clinics , 46 (3), 2008, p. 11-23; MYERS , LB; BULICH
, LA. “Fetal endoscopic surgery: indications and anaesthetic management”.
Best Practice & Research Clinical Anaesthesiology, 18 (2), 2004, p. 231-58;
BLACKBURN . Maternal, Fetal, and Neonatal Physiology.
[54]
GRECO , C; KHOJASTEH , S. “Pediatric, Infant and Fetal Pain”. In: Case Studies
in Pain Management . KAYE , Alan David; SHAH , Rinoo V. Cambridge:
Cambridge University Press, 2014, p. 379.
[55]
“Doctors on Fetal Pain”. Disponível em:
http://www.doctorsonfetalpain.com/fetal-pain-the-evidence/4-
documentation/ ; GRECO , C; KHOJASTEH , S. Op. cit.
[56]
Campinas, SP: Vide Editorial, 2016.
[57]
Rodericus Constantinus Grammaticus, o antiestudante ou: o homem do
mim (11/2/2007). Disponível em: http://archive.is/ukHfU.
[58]
Sã o Paulo: Record, 2002.
[59]
A fórmula para enlouquecer o mundo : cartas de um terrá queo ao planeta
Brasil. Campinas, SP: Vide Editorial, 2014, vol. III, p. 437.
[60]
SOCIEDADE BRASILEIRA DE SALVAMENTO AQUÁ TICO-SOBRASA . Afogamentos. O
que está acontecendo? Boletim Brasil 2015. Dr. David Szpilman. Disponível
em:
http://www.sobrasa.org/new_sobrasa/arquivos/baixar/AFOGAMENTOS_Bol
etim_Brasil_2015.pdf.
[61]
KOCH E (2014) Epidemiología del aborto y su prevenció n en Chile
[Epidemiology of abortion and its prevention in Chile]. Rev Chil Obstet Ginecol
7(5):351-360. Disponível em:
http://www.revistasochog.cl/files/pdf/EDITORIAL50-e0.pdf . KOCH E, THORP
J, BRAVO M, GATICA S, ROMERO CX, AGUILERA H, AHLERS I (2012) Women's
education level, maternal health facilities, abortion legislation and maternal
deaths: a natural experiment in Chile from 1957 to 2007. PLoS ONE
7(5):e36613. DOI:10.1371/journal.pone.0036613. Disponível em:
http://www.plosone.org/article/info%3Adoi
%2F10.1371%2Fjournal.pone.0036613 .
[62]
Artigo “Breves notas: no fundo a questã o é sobre quem podemos matar”.
Disponível em: https://academiamedica.com.br/no-fundo-questao-e-sobre-
quem-podemos-matar/ .
[63]
A autora do artigo citado é advogada, mestranda pela Universidade de Sã o
Paulo e pesquisadora no Centro de Estudos e Pesquisas em Direito Sanitá rio.
Disponível em: https://academiamedica.com.br/autonomia-da-mulher-
frente-ao-aborto/ .
[64]
Como se pode verificar na pesquisa interessante do instituto Datafolha de
fevereiro de 2016: a maior parte da populaçã o é contrá ria ao aborto mesmo
em casos de microcefalia confirmada no pré-natal. Entre a populaçã o de baixa
renda, 63% dos entrevistados sã o contra o aborto. Entre os de alta renda, 38%
sã o contra o aborto. Em pessoas de todos os níveis de escolaridade, a rejeiçã o
ao aborto nesses casos dramá ticos segue com a maioria. DATAFOLHA INSTITUTO
DE PESQUISA . Opiniã o sobre o vírus zika. PO813843. 24 e 25/02/2016.
Disponível em:
http://media.folha.uol.com.br/datafolha/2016/02/29/zika.pdf .
[65]
Algumas referências bá sicas para os realmente curiosos: C ARLSON , B. M.
Embriologia humana e biologia do desenvolvimento (Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1996); MOORE , K. L. Embriologia básica (Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2000, 6. ed.); MOORE , K. L. Embriologia clínica (Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2008, 8. ed.); GRIFFITHS , A. J. F. Introdução à genética (Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008, 9. ed.); PASTERNAK, J. J. Uma introdução à
genética molecular humana: mecanismo das doenças hereditárias (Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2007, 2. ed.); THOMPSON, M. K. Thompson &
Thompson genética médica (Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008, 7. ed.).
Até mesmo os pensadores abortistas de renome internacional compreendem
o estatuto humano do feto e do embriã o. Peter Singer afirmou: “Neste sentido
(determinado cientificamente pelo exame da natureza dos cromossomos nas
células dos organismos vivos), nã o há dú vida de que desde o primeiro
momento da existência o embriã o concebido de esperma e ó vulos humanos é
ser humano” ( Writings on an Ethical Life . New York: Eco Press, 2000, p. 127).
[66]
Dizer que nã o podemos acessar a esfera moral da realidade, ou que esta é
subjetiva no sentido de acusar irrealidade dos valores, é uma postura
filosó fica, jamais científica. Abordagens filosó ficas de grande qualidade, como
as de Xavier Zubiri e Alfonso Ló pez Quintá s tratam bem da temá tica dos
valores e de sua realidade.
[67]
Para uma aná lise detalhada, ampla e há bil dos argumentos contra e a
favor do abortamento, recomendo a seguinte obra: K ACZOR , Christopher. A
ética do aborto: direito das mulheres, vida humana e a questão da justiça (Sã o
Paulo, SP: Loyola, 2014).
[68]
ROTHBARTH , Renata. Disponível em:
https://academiamedica.com.br/autonomia-da-mulher-frente-ao-aborto/
[69]
SCHOPENHAUER , Arthur. Como vencer um debate sem precisar ter razão: em
38 estratagemas (dialética erística). Introduçã o, notas e comentá rios: Olavo de
Carvalho. Rio de janeiro: Topbooks, 2003, p. 174.
[70]
ROTHBARTH , Renata. Op. cit .
[71]
ROTHBARTH . Op. cit .
[72]
Lições preliminares de Direito : adaptado ao Novo Có digo Civil-Lei nº
10.406, de 10-1-2002. Sã o Paulo: Saraiva, 2009.
[73]
Recomendo o artigo publicado pelo jurista, delegado de polícia e professor
universitá rio Eduardo Luiz Santos Cabette, que possui muito mais
conhecimento jurídico e propriedade para tratar desse assunto que eu, e
fornece uma aná lise muito justa e completa em apêndice desta coletâ nea.
[74]
FANTI , Bruna. “Sentença que absolve ato em até 12 semanas de gravidez
divide especialistas”. O Dia . Disponível em: http://odia.ig.com.br/rio-de-
janeiro/2016-12-01/decisao-do-stf-sobre-aborto-em-caxias-provoca-
polemica.html ; “Encontrado o corpo da jovem Jandira Cruz que buscou aborto
clandestino”. Bom Dia RJ . Disponível em: https://www.youtube.com/watch?
v=Z2T40ky2x7Y.
[75]
O horrível mercado de peças humanas pode ser conferido no site do The
Center for Medical Progress. Disponível em:
http://www.centerformedicalprogress.org.
[76]
Trato com mais detalhes acerca do sangrento e lucrativo negó cio da
Planned Parenthood no capítulo 1 desta coletâ nea, “ Má quina de fazer
dinheiro”.
[77]
Mais sobre o Instituto Guttmacher e os laços com a Planned Parenthood
podem ser encontrados em portais de informaçã o do pró prio Instituto e em
dezenas de locais pela internet: Guttmacher Institute. Partnerships &
Collaborations. Disponível em:
https://www.guttmacher.org/about/partnerships-collaborations ;
Guttmacher Institute. “Frequently Asked Questions”. Disponível em:
https://www.guttmacher.org/guttmacher-institute-faq#5 ; BOMBERGER , Ryan.
You’ve Been Guttmacher’d: Planned Parenthood’s Baby. Disponível em:
http://www.lifenews.com/2011/09/06/youve-been-guttmacherd-planned-
parenthoods-baby/ ; NOVIELLI , Carole. “How ‘independent’ is Guttmacher
from Planned Parenthood?”. Disponível em: http://liveactionnews.org/how-
independent-is-guttmacher-from-planned-parenthood.
[78]
ROTHBARTH . Op. cit .
[79]
Sã o Paulo: Companhia das Letras, 2007.
[80]
Convençã o Americana sobre Direitos Humanos. Disponível em:
https://www.cidh.oas.org/basicos/portugues/c.convencao_americana.htm.
[81]
ROTHBARTH. Op. cit .
[82]
No. 70-18. Argued: December 13, 1971. Decided: January 22, 1973.
Disponível em: http://caselaw.findlaw.com/us-supreme-court/410/113.html
[83]
C ONGRESS . G OV . All Bill Information (Except Text) for H.R.3134-Defund
Planned Parenthood Act of 2015. Disponível em:
https://www.congress.gov/bill/114th-congress/house-bill/3134/all-info.
[84]
ROTHBARTH . Op. cit.
[85]
R IZZO , Joseph F. “Embriology, Anatomy, and Physiology of the Afferent
Visual Pathway.” In: M ILLER , Neil R.; N EWMAN , Nancy J. Walsh & Hoyt’s
Clinical Neuro-Ophthalmology . 3 vols. Baltimore: Lippincott Williams &
Wilkins, 2005, 6. ed., p. 3-82.
[86]
Uma rá pida introduçã o à s características fetais, em linguagem bem
acessível e contendo informaçõ es científicas amplamente fundamentadas em
bibliografia adequada, pode ser encontrada em B ELLIENI , Carlo. Se não é um
ser humano... O feto: um novo membro da família . Sã o Paulo: Loyola, 2008.
[87]
HABEAS CORPUS 124.306. Rio de Janeiro. Disponível em:
https://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/HC124306LRB.
pdf.
[88]
A BORT 73. Ancient Abortion History . A look at the methods and perceived
morality of abortion in the ancient world. Disponível em:
http://abort73.com/abortion_facts/ancient_abortion_history.
[89]
P AVÃ O , Gabriela; C ASTRO , Nadyenka. Casal confessa tortura de menino
em rituais de magia negra, diz delegada. G1. Disponível em:
http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2016/02/casal-confessa-
tortura-de-menino-em-rituais-de-magia-negra-diz-delegada.html ; MARQUES,
Eliete. Criança de 5 anos é morta em suposto ritual satâ nico em RO, diz polícia.
G1 . Disponível em:
http://g1.globo.com/ro/rondonia/noticia/2014/04/crianca-de-5-anos-e-
morta-em-suposto-ritual-satanico-em-ro-diz-policia.html.
[90]
ANGOTTI NETO , Hélio. “Bioética e guerra cultural III: o escotoma negativo
abstrativo”. Disponível em:
http://www.midiasemmascara.org/artigos/cultura/15261-2014-06-13-20-
43-29.html.
[91]
ROTHBARTH . Op. cit .
[92]
Ibid .
[93]
Duas situaçõ es complexas e que também devem ser avaliadas
individualmente, e nã o de forma geral.
[94]
“Reliable estimates of abortion incidence in the developing world are
scarce and additional research in this area is needed to improve our ability to
monitor and more accurately estimate trends in this region”. SEDGH , Gilda;
BEARAK , Jonathan; SINGH , Susheela et al . “Abortion Incidence Between 1990
and 2014: Global, Regional, and Sub-regional Levels and Trends”. Lancet , vol.
388, 2016, p. 258-67.
[95]
S INGH , Susheela; R EMEZ , Lisa; T ARTAGLIONE , Alyssa. “Methodologies for
Estimating Abortion Incidence and Abortion-Related Morbidity: A Review”.
New York: Guttmacher Institute, 2010: 71-98. Disponível em:
https://www.guttmacher.org/sites/default/files/pdfs/pubs/compilations/
IUSSP/abortion-methodologies.pdf.
[96]
Recomendo aos leitores que investiguem por si mesmos as ligaçõ es entre
o Guttmacher Institute e a Planned Parenthood. Uma rá pida busca na internet
será reveladora, até mesmo se feita no pró prio portal do Alan Guttmacher
Institute . Alguns dados extras seguem abaixo. Prová vel exagero de dados ao
lidar com estatísticas do aborto:
http://www.discoverthenetworks.org/Articles/Getting%20Desperate%20at
%20Guttmacher.html.
Relatos de que verbas federais podem promover o aborto:
http://www.discoverthenetworks.org/Articles/Howard%20Deans
%20Abortion%20Contortions.html.
A antiga tendência do instituto de publicar na Lancet incluindo dados e
estimativas controversas:
http://www.discoverthenetworks.org/Articles/Too%20Much%20of%20a
%20Bad%20Thing%20Can.html.
Uma crítica à manipulaçã o de dados que os pró prios autores do artigo citado
mencionam com parte da metodologia da pesquisa:
http://www.catholicnewsagency.com/news/
proabortion_guttmacher_institute_produces_bogus_abortion_statistics.
Ligaçõ es com a Bill and Melinda Gates Foundation , uma organizaçã o
promotora de uma agenda política bem especifica:
http://www.discoverthenetworks.org/viewSubCategory.asp?id=1741.
[97]
Como se pode ver nos relató rios do Center for Disease Control. Disponível
em: https://en.wikipedia.org/wiki/Abortion_statistics_in_the_United_States.
[98]
Conforme dados do Ministerio di Sanidad, disponíveis em:
https://es.wikipedia.org/wiki/Aborto_en_Espa%C3%B1a.
[99]
Sugiro aos interessados a procura de informaçõ es precisas em um dos
vá rios sites disponíveis sobre o assunto. Disponível em:
http://data.worldbank.org/indicator/SP.DYN.CBRT.IN?
end=2014&locations=US&start=1960.
[100]
SCHOPENHAUER . Op. cit. , p. 163-72.
[101]
Confira o nú mero: abra o site www.datasus.gov.br , clique em
INFORMAÇÕ ES DE SAÚ DE , depois clique em estatísticas vitais-mortalidade e
nascidos vivos, depois clique novamente em ó bitos maternos-desde 1996 e
selecione abaixo deste item a opçã o B RASIL POR REGIÃ O E UNIDADE DA FEDERAÇÃ O
. No quadro maior que se abre selecione os seguintes campos: Em Linha,
selecione: CATEGORIA CID 10 (CID, Código Internacional de Doenças ); Em
Coluna, selecione: TIPO CAUSA OBSTÉ TRICA ; Em Período, selecione: 2002 (depois
2003 e 2004); Em Seleçõ es disponíveis, selecione: GRUPO CID 10 → GRAVIDEZ QUE
TERMINA EM ABORTO .
[102]
ROTHBARTH . Op. cit .
[103]
Diversas pesquisas nos ú ltimos anos demonstram a ampla rejeiçã o da
sociedade brasileira ao abortamento. Um exemplo relativamente recente é a
pesquisa feita pelo Instituto Paraná Pesquisas, revelando o índice de rejeiçã o
do aborto de 78% entre as mulheres. Disponível em:
http://www.semprefamilia.com.br/wp-content/uploads/2016/12/ParanaPe
squisas-relatoriocompleto-11dez2016.pdf
[104]
ROTHBARTH . Op. cit .
[105]
ARENDT , Hannah. Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade
do mal . Trad. José Rubens Siqueira. Sã o Paulo: Companhia das Letras, 1999.
[106]
KOCH , E. “Epidemiología del aborto y su prevenció n en Chile”. Rev Chil
Obstet Ginecol. vol. 7(5), 2014. Disponível em:
http://www.revistasochog.cl/files/pdf/EDITORIAL50-e0.pdf ; KOCH , E; THORP
, J; BRAVO , M; et al. “Women's Education Level, Maternal Health Facilities,
Abortion Legislation and Maternal Deaths: a Natural Experiment in Chile from
1957 to 2007”. Disponível em:
http://www.plosone.org/article/info%3Adoi
%2F10.1371%2Fjournal.pone.0036613.
[107]
“Freedom, Democracy, Peace; Power, Democide, and War”. Disponível
em: https://www.hawaii.edu/powerkills.
[108]
ROTHBARTH . Op. cit .
[109]
HAIDT , Jonathan. The Righteous Mind: Why Good People are Divided by
Politics and Religion . New York: Pantheon Books, 2012.
[110]
WIKER , Benjamin. Darwinismo Moral: como nos tornamos hedonistas . São
Paulo: Paulus, 2011.
[111]
Há excelentes obras para o desenvolvimento das habilidades em julgar
trabalhos. Recomendo as seguintes leituras bá sicas para os interessados em
manipular artigos científicos de forma minimamente adequada: HULLEY ,
Stephen B; CUMMINGS , Steven R; BROWNER , Warren S. et al. Delineando a
pesquisa clínica . Porto Alegre: ARTMED, 2015, 4. ed. F LETCHER , Robert H; F
LETCHER , Suzanne W. Epidemiologia clínica: elementos essenciais . Porto
Alegre: ARTMED, 2006, 4. ed. G UYATT , Gordon; R ENNIE , Drummond; M EADE ,
Maureen O.; C OOK , Deborah J. Diretrizes para a utilização da literatura
médica: manual para prática clínica da medicina baseada em evidências . Porto
Alegre: ARTMED, 2011, 2. ed.
[112]
Acusaçã o de ingenuidade alheia ao utilizar dados oficiais do governo
enquanto ela mesma utiliza dados tendenciosos e inflados com
fundamentaçã o original em dados oficiais do governo!
[113]
Citaçã o inadequada de artigo científico sem a crítica adequada, ou a
relativizaçã o científica do conhecimento exibido.
[114]
“Nã o sou contra o aborto, sou a favor da autonomia da mulher”, por
exemplo. Este e outros chavõ es foram desenvolvidos por militantes aborteiros
e abortistas com o intuito específico de afrouxar a legislaçã o protetora da vida
humana e facilitar o trabalho das clínicas aborteiras. Sugiro a leitura da obra
de quem foi considerado o “rei do aborto”, Bernard Nathanson.
[115]
C_E_N_S_O_R_E_D: video “Dear Future Mom”. Disponível em:
http://www.huffingtonpost.com/entry/c-e-n-s-o-r-e-d-video-dear-future-
mom_us_582f8e6fe4b0d28e55214ef6.
[116]
DEAR FUTURE MOM | March 21 - World Down Syndrome Day. Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=Ju-q4OnBtNU.
[117]
Sã o Paulo: Paulus, 2011, 456p.
[118]
As duas Guerras Mundiais e as revoluçõ es foram gestadas pela
decadência cultural, como mostram muito bem Eric Voegelin ( Hitler e os
alemães . Sã o Paulo: É Realizaçõ es, 2008) e Modris Eksteins ( Rites of Spring:
The Great War and The Birth of the Modern Age . Boston: Mariner Books,
2000).
[119]
Milgram, Stanley. “Behavioral Study of Obedience”. Journal of Abnormal
and Social Psychology . 67 (4) (1963): 371-8. doi:10.1037/h0040525.
[120]
“Effects of group pressure on the modification and distortion of
judgments”. In: G UETZKOW , H. (org.), Groups, leadership and men . Pittsburgh:
Carnegie Press, 1951, p. 177-90.
[121]
Uma breve introduçã o à s características fetais, em linguagem bem
acessível e contendo informaçõ es científicas amplamente fundamentadas em
bibliografia adequada, pode ser encontrada em B ELLIENI , Carlo. Se não é um
ser humano ... O feto: um novo membro da família . Sã o Paulo: Loyola, 2008.
[122]
C ARLSON , Bruce M. Embriologia humana e biologia do desenvolvimento
(Rio de Janeiro: Elsevier Editora, 2014, 5. ed., 520p.)
[123]
B OURGUET , Vincent. O ser em gestação: reflexões bioéticas sobre o embrião
humano (São Paulo: Loyola, 2002, p. 26).
[124]
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=NbXC30Zea18 &
feature=youtu.be .
[125]
A Educação Superior e o resgate intelectual: o Relatório de Yale de 1828 .
Campinas, SP: Vide Editorial, 2016, p. 58.
[126]
Ibid ., p. 102.
[127]
Ibid ., p. 161-2.
[128]
O fato de os brasileiros, em geral, entenderem a palavra “elite” ligada ao
dinheiro só reforça nossa degeneraçã o cultural e moral.
[129]
Disponível em: https://jornalivre.com/2016/12/26/professor-de-
direita-da-ufpe-tem-sua-sala-destruida-por-terroristas-de-extrema-esquerda.
[130]
Trad. Nestor Silveira chaves. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999, 14. ed., p. 111-
33.
[131]
Segundo tratado sobe o governo . Trad. Alex Marins. Sã o Paulo: Martin
Claret, 2002, p. 106-8.
[132]
M ONTESQUIEU [Charles de Secondat]. O Espírito das leis . Trad. Cristina
Murachco. Sã o Paulo: Martins Fontes, 1996, 2. ed., p. 168.
[133]
A “Escola de Frankfurt surge com a fundaçã o por Felix Weil, em 3 de
fevereiro de 1923, do “Instituto para Pesquisa Social”.
[134]
C OUTINHO , Joã o Pereira. As ideias conservadoras . Sã o Paulo: Três
Estrelas, 2014, p. 57-8.
[135]
Conceito grego que descreve a mentalidade cheia de presunçã o,
arrogâ ncia, confiança excessiva ou orgulho exagerado ao ponto de homens se
julgarem deuses.
[136]
Disponível em www.jusbrasil.com.br , acesso em 13/12/2016.
[137]
Op. cit .
[138]
Op. cit .
[139]
Reboul esclarece que o “argumento de autoridade justifica uma afirmaçã o
baseando-se no valor de seu autor”. É claro que esse tipo de argumentaçã o
nã o pode nem deve ser desprezada ou descartada, mas sim o seu uso
indevido. Trocar o conteú do pela fonte. Isso é que deslegitima o argumento de
autoridade. R EBOUL , Olivier. Introdução à retórica . Trad. Ivone Castilho
Benedetti. Sã o Paulo: Martins Fontes, 2004, 2. ed., p. 177.
[140]
George Orwell, em sua obra 1984, molda a expressã o “novilíngua” para
descrever uma técnica de linguagem capaz de encurtar o pensamento e mudar
o significado real das coisas. Do texto literá rio: “Nã o vês que todo o objetivo da
Novilíngua é estreitar a gama do pensamento? No fim, tornaremos a crimidéia
literalmente impossível, porque nã o haverá palavras para expressá -la. Todos
os conceitos necessá rios serã o expressos exatamente por uma palavra, de
sentido rigidamente definido, e cada significado subsidiá rio eliminado,
esquecido”. Acrescente-se que “crimidéia” também é um neologismo
orwelliano e se refere a toda espécie de crime de pensamento e expressã o
numa distopia totalitá ria ao extremo ( 1984. Trad. Wilson Velloso. Sã o Paulo:
Companhia Editora Nacional, 2005, 29. ed., p. 54).
[141]
C ABETTE , Eduardo Luiz Santos. Aborto legal e direito de não ser pai: uma
abordagem à luz do princípio da igualdade nas trevas da consciência (Porto
Alegre: Núria Fabris, 2014).
[142]
A tentação da inocência . Trad. Ana Maria Scherer. Rio de Janeiro: Rocco,
1997, p. 16.
[143]
The Abolition of Man . London: Collins, 1978, p. 40. Ediçã o brasileira: A
abolição do homem (Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2017, 128p.
[144]
O direito do homem a rejeitar a paternidade de filho nascido contra a sua
vontade : A igualdade na decisão de procriar . Coimbra: Coimbra Editora, 2013,
p. 7.
[145]
Sã o constataçõ es constantes da pró pria obra de Ribeiro, mediante densa
pesquisa jurisprudencial nas respectivas cortes. R IBEIRO , Jorge Martins , Op.
cit ., p. 253-4, 265.
[146]
FISS , Owen M. A ironia da liberdade de expressão . Trad. Gustavo
Binenbojm e Caio Má rio da Silva Pereira Neto. Rio de Janeiro: Renovar, 2005,
p. 33-65.
[147]
Op. cit ., p. 159.
[148]
Por que, afinal, matamos? Rio de Janeiro: 7 Letras, 2010, p. 91.
[149]
Eu e tu . Trad. Newton Aquiles Von Zuben. Sã o Paulo: Moraes, 1977, 2. ed.,
p. 9.
[150]
A BBAGNANO , Nicola. Dicionário de filosofia . Trad. Alfredo Bosi e Ivone
Castilho Benedetti. Sã o Paulo: Martins Fontes, 2003, p. 13.
[151]
Apud R EALE , Giovanni; A NTISERI , Dario. História da filosofia: filosofia
pagã antiga . Trad. Ivo Storniolo. Sã o Paulo: Paulus, 2003, vol. 1, p. 23.
[152]
C OMTE , Auguste. Curso de filosofia positiva. Discurso preliminar sobre o
conjunto do positivismo. Catecismo Positivista . Trad. José Arthur Giannotti e
Miguel Lemos. Sã o Paulo: Nova Cultural, 2005. Adota-se o marco do séc. XIX e
do positivismo como uma referência. No entanto, sabe-se que a histó ria nã o é
linear, nem circular ou redutível a qualquer metá fora geométrica. Ela é
descontínua e caó tica, feita de idas e vindas, progressos e retrocessos, nos
surpreendendo a cada instante.
[153]
O bode expiatório . Trad. Ivo Storniolo. Sã o Paulo: Paulus, 2004, p. 264.
[154]
Bioética: uma perspectiva cristã . Trad. Antivan Guimarã es Mendes, Lucy
Yamakami e Lena Aranha. Sã o Paulo: Vida Nova, 2009, 2. ed., p. 45-6. Cf. W
ILLIAMS , George H. “The sacred condominium”. In: N OONAN Jr., John T. (org.).
The Morality of Abortion: Legal and Historical Perspectives . Cambridg: Harvard
University Press, 1970, p. 169.
[155]
Cf. MARTINS , Ives Gandra. Jurista Ives Gandra fala sobre aborto e Estado
laico. Escolá stica da depressã o. Disponível em
www.facebook.com/escolasticadadepressao/vídeos , acesso em 15/12/2016.
[156]
Estado constitucional e neutralidade religiosa entre o teísmo e o (neo)
ateísmo . Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2013, p. 78.
[157]
Op. cit ., p. 20.
[158]
Apud G OLEMAN , Daniel. Inteligência emocional . Trad. Marcos Santarrita.
Rio de Janeiro: Objetiva, 1995, 8. ed., p. 118.
[159]
B auman, Zygmunt. Modernidade e holocausto . Trad. Marcos Penchel. Rio
de Janeiro: Jorge Zahar, 1998, p. 182. Na experiência de Milgram os
participantes eram instados a provocar choques elétricos em outra pessoa,
sempre aumentando a voltagem. Com a vítima em sua presença e até com
contato físico e visual, apenas 30% prosseguiram obedecendo os comandos de
choque até o fim da experiência. Quando se mantinha o contato visual, mas se
suprimia o físico (o choque era desferido apenas por um comando de
alavancas, nã o precisando o participante direcionar a mã o da vítima para o
dispositivo elétrico) a proporçã o de obediência subia para 40%. Quando as
vítimas eram ocultadas por uma parede, de maneira que apenas seus gritos
fossem ouvidos, a obediência subia para 62,5%. Finalmente, quando até o som
dos gritos era suprimido acusticamente a porcentagem subia ligeiramente
para 65%. Nada mais ó bvio de que esse processo é muito fá cil de ser induzido
em relaçã o ao produto da concepçã o (ovo, embriã o ou feto), oculto no á lveo
materno, sem voz, sem presença, sem rosto, sem açã o, sem nada, a nã o ser sua
inapelá vel humanidade.
[160]
R EALE , Giovanni; A NTISERI , Dario. Op. cit ., p. 193.
[161]
Na mitologia grega, o personagem Pigmaleã o molda uma está tua de
mulher, a qual, por graça da deusa Afrodite, se transforma em mulher de carne
e osso, com a qual Pigmaleã o se casa e tem uma filha.
[162]
SCHOPENHAUER , Artur. A arte de ter razão . Trad. Alexandre Krug e
Eduardo Brandã o. Sã o Paulo: Martins Fontes, 2002, 2. ed., p. 3.
[163]
M ACHADO . Op. cit ., p. 22.
[164]
Ibid ., p. 125.
[165]
Ibid ., p. 22.
[166]
Op. cit ., p. 54.
[167]
Op. cit. , p. 22.
[168]
T AVARES , André Ramos. Curso de Direito Constitucional . Sã o Paulo:
Saraiva, 2007, 5. ed., p. 561.
[169]
Para os gregos, a á gora era o local má ximo de expressã o na esfera pú blica.
[170]
Frise-se, porém, que a utilizaçã o do deus romano Jano (Janus em latim)
no texto se dá apenas por analogia, pois essa figura mitoló gica nã o
simbolizava a pessoa falsa, dissimulada, “de duas caras”. Ele deu origem ao
nome do mês de Janeiro e simbolizava a entrada e a saída; o início das coisas,
as transiçõ es, o passado e o futuro. Nã o obstante, o uso ilustrativo de sua
figura para designar os falsos e dissimulados é bastante comum.
[171]
MEYER-PFLUG , Samantha Ribeiro. Liberdade de expressão e discurso do
ódio . Sã o Paulo: RT, 2009, p. 78.
[172]
MACHADO . Op. cit ., p. 145.
[173]
Ibid ., p. 152.
[174]
“Jurista Ives Gandra fala sobre aborto e Estado laico”. Escolá stica da
depressã o. Disponível em:
www.facebook.com/escolasticadadepressao/vídeos , acesso em 15/12/2016.
[175]
El proceso de secularización en la protección penal de la liberdad de
consciência. Valladolid: Universidad de Valladolid, 2001, p. 247.
[176]
Os últimos dias da humanidade. Trad. Antô nio Sousa Ribeiro. Lisboa:
Antígona, 2003, p. 17.
[177]
MACHADO . Op. cit ., p. 24.
[178]
A alma conservadora . Trad. Miguel de Castro Henriques. Lisboa: Quetzal,
2010, p. 143-4.
[179]
A ética do aborto: direitos das mulheres, vida humana e a questão do aborto
. Trad. Antonio Jesus Maria de Abreu. São Paulo: Loyola, 2014, p. 14.
[180]
AIRES , Mathias. Reflexões sobre a vaidade dos homens . Sã o Paulo: Escala,
2005, p. 106, 115.
[181]
HAYEK , Friedrich A. La contrarrevolución de la ciência . Trad. Jesú s Gó mez
Ruiz.Madrid: Union Editorial, 2003, p. 93.
[182]
Tratado da argumentação: a nova retórica. Trad. Maria Ermantina Galvã o.
Sã o Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 133.
[183]
ALVES , Ricardo Barbosa. Eutanásia, bioética e vidas sucessivas . Sorocaba:
Brazilian Books, 2001, p. 418-9.
[184]
Constituição, criminalização e direito penal mínimo . São Paulo: RT, 2003,
p. 51.
[185]
H É RCULES , Hygino de Carvalho. Medicina legal: texto e atlas . Sã o Paulo:
Atheneu, 2008, p. 583.
[186]
GARCIA , Lenise. “Os incríveis nú meros do aborto no Brasil”. Disponível em
www.brasilsemaborto.wordpress.com , acesso em 11/8/2013.
[187]
Confira-se em fonte histó rica de qualidade: J OHNSON , Paul. Tiempos
Modernos . Trad. José María Aznar. Madrid: Homo Legens, 2007.
[188]
G ARCIA . Op. cit .
[189]
“Soció logo afirma que nú mero de homicídios no Brasil é elevadíssimo e
assustador”. Disponível em www1.pucminas.br, acesso em 11/8/2013.
[190]
Apud EHRLICH , Robert. As nove ideias mais malucas da ciência . Trad.
Valentim Rebouças e Marilza Ataliba. Sã o Paulo: Ediouro, 2002, p. 15.
[191]
Nos confins do direito . Trad. Maria Ermantina de Almeida Prado Galvã o.
Sã o Paulo: Martins Fontes, 2003, p. 343.
[192]
Ibid ., p. 346.
[193]
As obras acromá ticas de Aristó teles, levadas para Roma, foram ordenadas
e publicadas por Andrô nico de Rodes em meados do séc. I a.C. Entre elas
estavam os escritos de ló gica, conhecidos geralmente sob o nome de Organon
ou “Instrumentos de Investigaçã o” e Nicola Abbagnano esclarece que em
Tópicos , um de seus livros, Aristó teles tratou do “raciocínio dialético” e da
“arte da refutaçã o fundada em premissas prová veis” ( História da filosofia .
Lisboa: Presença, 1991, 5. ed., vol. 1, p. 198).
[194]
A “tó pica” de Marco Tú lio Cícero distingue-se pelo fato de, como disse
Manuel Atienza: “Tentar formular e aplicar um inventá rio de tó picos (quer
dizer, de lugares-comuns, de pontos de vista que têm aceitaçã o generalizada e
sã o aplicá veis seja universalmente, seja num determinado ramo do saber”. E
acrescentou: “Em Cícero [...] surge uma distinçã o que tem origem estoica [...]
entre a invençã o e a formaçã o do juízo” ( As razões do Direito : teorias da
argumentação jurídica . Sã o Paulo: Landy, 2002, p. 64).
[195]
Miguel Reale assinala que o direito romano é um dos exemplos histó ricos
invocados por Theodor Viehweg a favor de sua tese sobre o cará ter tó pico, ou
seja, problemá tico, em uma dialética do razoá vel em que Theodor Viehweg
assinalou a preferência por “esquemas e diretrizes de compreensã o do Direito
de cará ter problemá tico ou tó pico, ao invés de deduçõ es ló gicas e sistêmicas” (
Filosofia do Direito . Sã o Paulo: Saraiva, 1999, 19. ed., p. 635).
[196]
MORIN , Edgar; TERENA , Marcos. Saberes globais e saberes locais . Trad.
Paula Yone Stroh. Rio de Janeiro: Garamond, 2001, 3. ed., p. 40.
[197]
É o que nos ensina Bêrni: “Num jogo de soma zero o que um jogador
ganha é precisamente o que o outro perde”. BÊ RNI , Duilio de Á vila. Teoria dos
jogos . Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso, 2004, p. 17.
[198]
KOBS , Verô nica Daniel. Argumentação & retórica . Curitiba: IESDE Brasil,
2012, p. 65-6.
[199]
Neste sentido com acuidade: MARTINS , Ives Gandra. Jurista Ives Gandra
fala sobre aborto e Estado laico: “Escolá stica da depressã o”. Disponível em
www.facebook/escolasticadadepressao , acesso em 20/12/2016.
[200]
Conforme indica Sylvio Motta há consolidada posiçã o doutriná ria no
Brasil, concebendo os Tratados e Convençõ es internacionais sobre Direitos
Humanos como normas constitucionais. Neste sentido aponta alguns autores
de escol: Sylvia Steiner, Antonio Cançado Trindade, Flá via Piovesan, Valério
Mazzuoli, Ada Pellegrini Grinover entre outros. M OTTA , Sylvio. “A hierarquia
legal dos tratados internacionais”. Disponível em www.conjur.com.br , acesso
em 16.12.2016. Por seu turno, Luiz Flá vio Gomes entende que as normas de
tratados internacionais que versem sobre direitos humanos e que conflitem
com o ordenamento brasileiro, inclusive constitucional, de forma a beneficiar
o indivíduo, devem sobrepujar até a Constituição , sendo entã o, neste caso, de
cará ter supraconstitucional. Existem normas internacionais
supraconstitucionais? Disponível em www.cartaforense.com.br , acesso em
16.12.2016. Nã o obstante, “d e acordo com a jurisprudência do STF (RE
466.343-SP e HC 87.585-TO), no que diz respeito ao valor dos tratados
internacionais no direito interno é preciso fazer a seguinte distinçã o:
a) tratados internacionais que nã o cuidam dos direitos humanos (possuem
valor legal); b) tratados internacionais que cuidam de direitos humanos e que
foram aprovados sem o quorum qualificado do art. 5º, § 3º, da CF (possuem
valor supralegal) e c) tratado de direitos humanos que foram aprovados por
três quintos de cada casa legislativa, em dois turnos (possuem valor de
emenda constitucional, ou seja, valor constitucional )”. Op. cit.
[201]
Nã o é diverso o entendimento exposto pelo jurista Ives Gandra Martins já
mencionado antes no texto. M ARTINS , Ives Gandra, Op. cit.
[202]
P OTTER , Van Rensselaer. Bioética ponte para o futuro . Trad. Diego Carlos
Zanella. Sã o Paulo: Loyola, 2016, p. 27.
[203]
S ERRANO , Pablo Jiménez. Interpretação jurídica . Sã o Paulo: Desafio
Cultural, 2002, p. 25.
[204]
Hermenêutica e aplicação do direito . Rio de Janeiro: Forense, 1999,
18. ed., p. 128.
[205]
Totalidade e a ordem implicada . Trad. Teodoro Lorent. Sã o Paulo:
Madras, 2008, p. 12.
[206]
Entre quatro paredes . Trad. Alcione Araú jo e Pedro Hussak. Rio de
Janeiro: Civilizaçã o Brasileira, 2007, 3. ed.
[207]
Z AFFARONI , Eugenio Raú l; P IERANGELI , José Henrique. Manual de Direito
Penal Brasileiro . Sã o Paulo: RT, 2004, 5. ed., p. 437-8.
[208]
Direito Penal. Sã o Paulo: RT, 2007, Tomo I, p. 387-8.
[209]
O livro da vida . Trad. Magda Lopes. Sã o Paulo: Planeta, 2016, p. 71.
[210]
NITAHARA , Akemi. “Ministro Barroso diz que mulher nã o é ‘ú tero a serviço
da sociedade’”. Disponível em www.agenciabrasil.ebc.com.br , acesso em
20/12/2016.
[211]
F Á BIO , André Cabette. “O que é ‘pó s-verdade’, a palavra do ano segundo a
Universidade de Oxford”. Disponível em www.nexojornal.com.br , acesso em
20/12/2016.
[212]
NITAHARA , Akemi. “Ministro Barroso diz que mulher nã o é ‘ú tero a serviço
da sociedade’”. Disponível em www.agenciabrasil.ebc.com.br , acesso em
20/12/2016.
[213]
S ERRES , Michel. Hominescências . Trad. Edgard de Assis Carvalho e
Mariza Perassi Bosco. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.