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A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é caracterizada pela obstrução

parcialmente reversível das vias aéreas, com consequente limitação ao fluxo aéreo e
dispnéia1. Essa limitação é frequentemente progressiva e associada à resposta
inflamatória anormal dos pulmões a gases ou partículas tóxicas, causada primariamente
pelo tabagismo2. A DPOC tem sido descrita como uma doença com consequências
sistêmicas, como a perda progressiva do condicionamento físico e da força muscular
periférica que resulta em uma espécie de círculo vicioso ou espiral negativo, que gera
importantes limitações funcionais em pacientes portadores de DPOC1,3. Esses fatores
são responsáveis pelo desenvolvimento de dispnéia e intolerância aos esforços,
comprometendo as atividades de vida diária com prejuízo na qualidade de vida4.
A DPOC afeta também os músculos respiratórios, especialmente o diafragma,
tornando-se retificado, o que diminui a zona de aposição e, consequentemente, restringe
sua excursão. Além disso, a hiperinsuflação pulmonar prejudica a função muscular, pois
coloca os músculos respiratórios em desvantagem mecânica, causando fraqueza e
recrutamento da musculatura acessória da inspiração5. A fraqueza muscular respiratória
quando severa pode conduzir a hipercapnia e fracasso respiratório, sendo por isso
importante que se quantifique essa força muscular6.
Conforme relatado por Neder et.al 7, a força dos músculos respiratórios pode ser
diretamente mensurada usando as pressões estáticas inspiratória e expiratória máxima,
caracterizando, respectivamente, a PImáx e a PEmáx. As mensurações de PImáx
consegue refletir a força do diafragma, ao passo que a PEmáx reflete a força dos
músculos abdominais e intercostais. Essas medidas contribuem no diagnóstico e
prognóstico de algumas desordens neuromusculares e pulmonares.
A avaliação das pressões respiratórias máximas podem ser medidas por meio do
manovacuômetro, instrumento clássico para avaliar a força dos músculos respiratórios 8.
Trata-se um método simples, prático, preciso e não invasivo na avaliação da força dos
músculos respiratórios9, assim como para avaliar a resposta ao treinamento muscular
respiratório1.
Diferentes programas de reabilitação pulmonar têm sido propostos nos últimos
anos. Observa-se que a fisioterapia tem um papel de suma importância no
acompanhamento de pacientes portadores de DPOC e, para isso, conta com várias
estratégias para reduzir o trabalho ventilatório, melhorar a ventilação e diminuir a
sensação de dispnéia10.
O treinamento muscular respiratório surge como alternativa na assistência ao
paciente com DPOC a fim de melhorar a força e resistência muscular e romper com o
ciclo vicioso que gera limitações funcionais, e que também pode causar o isolamento
social, ansiedade, depressão e dependência11.

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