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O 11 DE SETEMBRO E A HEGEMONIA AMERICANA GLOBAL

Por Ed Rippy
A IDEOLOGIA DA HEGEMONIA GLOBAL BENEVOLENTE: "SOMENTE NÓS
PODEMOS SALVAR O MUNDO DELE MESMO"
Em seu livro, "O Grande Tabuleiro de Xadrez", o ex-conselheiro de Segurança Nacional
dos Estados Unidos, Zbigniew Brzezinski, cita o cientista político de Havard, Samuel P.
Huntington: "Um mundo sem a primazia dos Estados Unidos será um mundo com mais
violência e desordem e menos democracia e crescimento econômico do que um mundo
onde os Estados Unidos continuem a ter mais influência do que qualquer outro país na
formação das questões globais." (1) Brzezinski ainda é uma personalidade influente; é
professor de Política Externa, na John Hopkins U. e ensinou na Columbia U. e em Harvard.
Ele é conselheiro residente do Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais e é curador
da Comissão Trilateral (2). Para esta afirmação de Huntington, ele acrescenta: "A única
alternativa real para a liderança americana (referindo-se aos Estados Unidos) no futuro
previsível é a anarquia internacioanl." (3) E classifica os requisitos básicos para essa
"liderança". "Para colocar em uma terminologia que retroceda ao período mais brutal dos
antigos impérios, os três grandes imperativos da geoestratégia imperial são: impedir o
conluio e manter a dependência de segurança dos vassalos (isto é, assegurar que eles
precisem da proteção dos Estados Unidos), manter os tributários satisfeitos e protegidos  e
impedir os bárbaros de chegarem juntos."(4)
A Eurásia - (de um modo geral) todo o leste da Alemanha até o norte do oceano Pacífico - é
a chave do mundo: "O poder que dominar a Eurásia controlará duas das três regiões mais
avançadas e economicamente produtivas do mundo ... Cerca de 75% da população mundial
vivem na Eurásia e a maior parte da riqueza mundial também está lá, tanto na superfície
como no seu subsolo. A Eurásia conta com 60% do PNB e cerca de 3/4 da reservas
mundiais de energias conhecidas." (5) Portanto, conclui ele, "A tarefa mais imediata é
assegurar que nenhum estado ou combinação de estados conquistem a capacidade de
expulsar os Estados Unidos da Eurásia ou até de diminuir de forma significativa seu
decisivo papel de árbitro." (6) Na Eurásia, a região mais volátil e "central" é a Ásia Central,
centrada em torno do mar Cáspio: "Uma outra incerteza maior surge no grande espaço
geográfico fluido da Eurásia central, maximizada pela vulnerabilidade potencial do eixo
turco-iraniano ... Esta imensa região, dilacerada por ódios impetuosos e cercada por 
vizinhos que se rivalizam em poder,provavelmente será um campo de batalha
importante ..." (7). A página de rosto traz um mapa com a área que Brzezinski considera
"volátil" envolta em um círculo; o Afeganistão está quase no meio.
Porém, este "papel decisivo de árbitro" exige políticas, gastos e sacrifícios que o público
americano não está querendo fazer sob circunstâncias comuns: "A América é muito
democrática internamente para ser autocrática externamente. Isto limita o uso do poder da
América, principalmente sua capacidade para a intimidação militar. Nunca antes uma
democracia populista alcançou a supremacia internacional. No entanto, a busca do poder
não é um objetivo que comande a paixão popular, exceto em condições de uma súbita
ameaça ou desafio para o sentimento público de bem-estar doméstico. A abnegação
econômica, ou seja, os gastos com a defesa (note-se o uso que Brzezinski faz do eufemismo
"defesa", quando, na verdade ele quer dizer "hegemonia") e o sacrifício humano (mortes
mesmo entre soldados profissionais) exigidos no esforço são imcompatíveis com os
instintos democráticos. A Democracia é inimiga da mobilização imperial." (8)
Pode-se inferir que, na visão de Brzezinski, para os Estados Unidos salvarem o mundo da
"anarquia internacional", a democracia terá que ser, ou pelo menos precisa ser, "uma súbita
ameaça ou desafio para o sentimento público de bem-estar doméstico." Ele dá um exemplo:
"A opinião pública, em sua grande maioria, apoiou o envolvimento da América na II
Guerra Mundial por causa do choque produzido pelo ataque japonês a Pearl Harbor." (9)
Como vimos em documento anterior, o governo dos Estados Unidos provocou e permitiu
aquele ataque, assim como vários outros em toda a sua história. (10)
Brzezinski não é o único a ver o domínio militar global americano como um imperativo:
segundo Stevem Mufson, do Washington Post, o Presidente Bush, em março de 2001,
"mergulhou por inteiro" no livro de Robert Kaplan, Eastward to Tartary, que define a
região do Cáspio como "um domínio assombrado pelo espectro de conflitos sobre os
oleodutos caspianos" e por outras tensões. Bush convidou Kaplan para um encontro na
Casa Branca e por quase uma hora os dois conversaram. A conselheira de segurança,
Condoleezza Rice e outros altos funcionários também participaram da reunião. Depois do
encontro, Kaplan deu sua opinião sobre a visão que Bush tem do mundo: "O mundo é um
lugar mau, cheio de pessoas más que podem nos fazer mal e, por isso, o mais importante
compromisso moral da América é preservar o seu poder." O próprio Kaplan, em artigo
escrito antes do 11 de setembro, previu "que a legislação internacional desempenhará um
papel cada vez menor nos conflitos porque as guerras serão cada vez mais não
convencionais e não declaradas." "Enfrentar adversários que não se preocupam com as
perdas civis", argumentou ele, "nossos valores morais ... representam a nossa pior
vulnerabilidade." (11)
Outras personalidades manifestaram opiniões semelhantes: em 1980, por exemplo, Richard
Nixon escreveu: "Não venceremos (a luta contra os soviéticos) a menos que
compreendamos a natureza e os usos do poder ... Temos que recuperar o momento
geopolítico, ordenando e usando nossos recursos na tradição de uma grande potência." (12)
A oposição ideológica ao comunismo ou mesmo a qualquer coisa que pudesse acomodar o
comunismo de há muito era uma força poderosa na política dos Estados Unidos, tão forte
que até os presidentes se curvaram diante dela. Segundo Daniel Ellsberg, autor do
renomado "Pentagon Papers", em 1963, o presidente Kennedy disse, "Em 1965 (depois da
próxima eleição), serei condenado por toda parte como um apaziguador de comunistas (por
ter saído do Vietnam). No entanto, não ligo. Se eu tentasse sair agora teríamos um outro
pânico vermelho macartista (Joe McCarthy) em nossas mãos, mas posso fazer isso depois
de ser reeleito." (13)
Outros presidentes sentiram a mesma pressão: "Da mesma forma que Kennedy, e Johnson
antes dele, Richard Nixon acredita que só se reelegerá para um segundo mandato se ocupar
Saigon no primeiro." (14) Desde a queda da União Soviética, o comunismo perdeu sua
utilidade como uma ameaça para ser substituída pelos "estados canalhas" e pelo terrorismo
internacional. Um exemplo de ameaça necessária para manter o apoio aos gastos militares
para a Guerra Fria é Saddam Hussein, conforme sugerido pelo presidente Bush (pai) ao
Conselho de Segurança Nacional.(15)
Em resumo, elementos poderosos do governo americano há muito tempo consideram
fundamental que os Estados Unidos dominem o mundo militarmente e, para se protegerem
das ameaças à segurança do país, defendem a aceitação pública dos custos econômico,
social e humano desta dominação.
CIA E WALL STREET
Há uma forte conexão entre altos funcionários da CIA e Wall Street: Clark Clifford, que
escreveu o Ato de Segurança Nacional de 1947 (que criou a CIA), era um banqueiro de
Wall Street e advogado e presidente do First American Bancshares, que estabeleceu os
primeiros laços com o Bank of Credit and Commerce International (conhecido
oficiosamente como o  "Bank of Crooks and Criminals International" por causa da grande
quantidade de lavagem de dinheiro). Os irmãos Dulles, que deram a Clifford o projeto
básico da CIA e serviram como secretário de estado e diretor da CIA, eram parceiros na
Sullivan and Cromwell, o escritório de advocacia mais poderoso de Wall Street. O ex-
diretor da CIA, Bill Casey, foi presidente da Securities and Exchange Commission. Dave
Doherty, vice-presidente da bolsa de Nova York, tinha sido anteriormente conselheiro geral
da CIA. O diretor-executivo da CIA, A.B. Krongard, foi presidente do A.B.Brown
(incorporado ao Deutsche Bank). George Bush, pai, ex-diretor da CIA, é consultor do
Carlyle Group, uma companhia holding que é a décima primeira maior fornecedora militar
para os Estados Unidos. John Deutch, um outro ex-diretor da CIA, faz parte do Conselho
do Citigroup, e Nora Slatkin, diretora executiva da CIA, ocupa um elevado cargo no
Citigroup. (16) Considerando essas ligações, não é de surpreender que onde a CIA aparece,
muitas vezes encontramos bancos e armas americanos e corporações multinacionais.
Há uma relação simbiótica entre os poderes econômico e militar: toma dinheiro para manter
as forças militares e toma muitos efetivos militares para o controle dos recursos e
mercados. Conforme Brzezinsky coloca: "O dinamismo econômico da América fornece a
pré-condição necessária para o exercício da primazia global... Mais importante, a América
manteve e até ampliou sua dianteira na exploração dos últimos avanços científicos, com
objetivos militares." (17) Pesquisa e desenvolvimento militares são muito caros, portanto,
manter os centros financeiros americanos bem lubrificados é um aspecto da "segurança
nacional".
A primazia econômica dos Estados Unidos não se limita apenas aos mercados legais: a
fonte de notícias mais importante para os diplomatas, "Le Monde Diplomatique", encontrou
serviços de inteligência americanos, bancos e outras corporações multinacionais no topo de
uma enorme rede global do crime organizado e de lavagem de dinheiro... "um sistema
coerente intimamente ligado à expansão do capitalismo moderno". O "Diplô" (como o
jornal é carinhosamente conhecido por seus leitores) cita cartéis, negócios confidenciais e
especulação, uma cortina de balanços fraudulentos, desvio de fundos públicos, espionagem,
chantagem e traição, em meio a uma série de outras práticas piores. Porém, nada disto
aconteceu sem a vontade dos governos em "manter as normas restritivas a um mínimo
possível, no sentido de abolir ou atropelar tais normas, paralisar os inquéritos ... e reduzir
ou conceder anistia a qualquer das penalidades". Em troca, os negócios financiam as
campanhas eleitorais dos partidos "promovendo as personalidades mais promissoras" e
sendo elas "seguidas e observadas de perto pelos exércitos de lobistas que são encontrados
perto de toda autoridade competente". Contando apenas os negócios de um componente
transnacional, o "Diplô" diz que "os totais do produto bruto proveniente do   mundo do
crime" superam a US$ 1 trilhão por ano, quase 20% do comércio mundial."
Os modernos larápios "saem em busca dos mais elevados lucros: fundos hedge, que
inflacionam a bolha da especulação financeira, mercados emergentes, propriedades, novas
tecnologias." Chamando os Estados Unidos de "parceiro número 1 do crime financeiro
internacional", o "Diplo" diz que "os serviços secretos do aparato do mais poderoso
estado ... deslocaram-se para a guerra econômica."(18) Tendo em vista as íntimas ligações
entre a CIA e Wall Street que vimos acima, certamente que está bem condizente com a
missão.
AGENTES: ARÁBIA SAUDITA, PAQUISTÃO
Os Estados Unidos fazem um pesado uso de agentes em sua política de poder internacional.
Isto confere várias vantagens: faz baixar os gastos diretos, dificulta que as pessoas saibam o
que está sendo feito e, principalmente, mantém o Congresso americano e o público no
escuro - importante, uma vez que muitas de suas atividades são ilegais ou inaceitáveis (o
comércio de drogas vem imediatamente à cabeça) (19). Além do mais, os agentes podem
recrutar outros que, intencionalmente, não ajudariam os Estados Unidos.
Como agentes estamos mais preocupados com o 11 de setembro, e com a guerra afegã estão
os sauditas, o serviço secreto paquistanês (ISI) e o Talebã. Osama bin Laden também figura
na conspiração.
Em 1945, o presidente Roosevelt teve um encontro reservado com o rei Ibn Saud. Eles
decidiram que os Estados Unidos teriam acesso privilegiado ao petróleo saudita e, em troca,
a família Saud teria garantido o trono.(20) Os sauditas repassaram as contribuições dos
Estados Unidos aos mujahidin quando eles estavam combatendo os soviéticos, deram
US$26 milhões para o ISI, com o objetivo de ajudar a estabelecer um governo amigo no
Afeganistão em 1989 (21) e investiram no primeiro campo de treinamento de Osama bin
Laden, no Paquistão (em colaboração com a CIA).(22) A CIA tinha criado o ISI e, junto
com o exército paquistanês, organizou a guerra oculta contra os soviéticos e o florescente
comércio da heroína. (23)
Em 1986, a CIA começou a ajudar os serviços de inteligência do Paquistão (ISI) a recrutar
muçulmanos fundamentalistas em todo o mundo para se juntarem aos mujahidin. Osama
bin Laden foi um dos jovens recrutas, um grande prêmio porque sua família era muito rica
e ligada à família real saudita (24). Bin Laden arrebanhou  jovens do Oriente Médio e os
mandou para o consulado americano em Jedá (Arábia Saudita), que concedeu a eles vistos
ilegais para os Estados Unidos (Michael Springman, funcionário encarregado da concessão
de vistos naquele tempo, protestou alto e bom som e, como recompensa, perdeu o emprego.
Mais tarde, ele descobriu que os muçulmanos tinham ido para os Estados Unidos para
treinamento em operações militares ocultas, antes da ida para o Afeganistão).
Aparentemente, esta situação continuou: quinze dos sequestradores do 11 de setembro
supostamente conseguiram visto naquele mesmo consulado.(25) Labevière define bin
Laden como "um dos mais importantes agentes, encarregado de recrutar voluntários árabes
para a grande cruzada contra os invasores comunistas." (26) Devido a esta notoriedade
crescente, bin Laden perdeu a cidadania saudita em 1994, e sua família o deserdou mas,
comenta-se que ele mantém secretamente contato próximo com a inteligência saudita,
assim como com sua família. (27)
Há um relato, no mínimo contraditório, que diz que, segundo um extenso dossiê fornecido
por seus amigos, bin Laden jamais conseguiu qualquer verba da CIA e "nunca manteve
qualquer contato com funcionários americanos". (28) A primeira afirmação parece ser
verdadeira, uma vez que a Arábia Saudita provê a CIA de dinheiro, mas a outra contraria
várias outras fontes e é difícil de acreditar.
Depois da derrota dos soviéticos, aos avanços militares do Talebã, seguiram-se visitas
regulares de funcionários de alto nível do Departamento de Estado americano.(29) Quando
o Talebã foi ampliando seu espaço e ficou vulnerável, alguns desses mesmos funcionários
conseguiram um cessar-fogo e um embargo de armas - mas o Paquistão continuou
fornecendo armas ao Talebã, que continuou a ocupar a maior parte do Afeganistão. Este
fornecimento de armas foi feito às claras e se os funcionários americanos quisessem
interromper o fornecimento por certo que teriam feito. Segundo Dana Rohrabacher, ex-
membro do Comitê de Relações Internacionais, "esta administração (Clinton) é responsável
pelo Talebã." (30)
O Talebã, em aliança com as máfias locais da droga e do transporte, administrava as rotas
do contrabando, que tinham sido divididas entre os senhores da guerra rivais. Eles
impuseram uma taxa uniforme e (relativamente) baixa e o contrabando de todos os tipos
explodiu.(31) Uma vez que os bancos e os mercados de ações são altamente dependentes
do dinheiro do crime, (32) é provável que a CIA protegesse o contrabando, principalmente
porque a organização tinha criado o negócio da droga. Na verdade, as redes terroristas estão
mancomunadas com o crime organizado de todo o tipo e os terroristas islâmicos não são
exceção. Se os governos locais interceptam seu caminho, os terroristas usam suas redes
criminosas para transportar armas e atacá-los: por exemplo, as redes de roubo de carros
forneceram os meios de transporte de armas na Argélia para o Grupo Armado Islâmico de
lá. E os lucros da atividade criminosa, quando lavados, engordam os negócios legítimos de
seus amigos.(33)
A Casa Branca continuou a obstruir as investigações sobre os terroristas sauditas: o FBI
suspeitava que a WAMY (Assembléia Mundial da Juventude Muçulmana), com sede na
Virgínia, e administrada por um parente de Osama bin Laden, financiava o terrorismo.
Porém, a Casa Branca ordenou que os agentes "abandonassem" suas investigações.(34)
John O'Niell, ex-chefe do setor de contraterrorismo do FBI, enfrentou essa obstrução de
suas investigações sobre a al-Qaeda e, em protesto, pediu demissão. Ele se tornou chefe de
segurança do WTC e morreu no atentado de 11 de setembro.(35)
Apesar dos ataques às forças americanas em Nairobi, Dar es Salam, Khobar e Aden, os
Estados Unidos continuaram a proteger os terroristas islâmicos porque eles são muito úteis
para a geopolítica dos Estados Unidos (sendo o "islamismo" a ideologia fundamentalista
proveniente do Alcorão, que transcende - e rejeita - o estado secular). Essess islâmicos
estão prontos a fazer o trabalho desde que alguém financie suas atividades. Conforme diz o
jornalista suiço Richard Labevière, através deles os Estados Unidos "geram uma nova zona
de instabilidade política" na Ásia Central, que torna necessárias, primeiro a "presença" e,
em seguida, a "arbitragem" dos Estados Unidos. Os estados asiáticos centrais "têm pouca
chance" de se tornarem "futuros exportadores de produtos com valor agregado elevado" -
isto é, competidores. Portanto, o islamismo é "solúvel no capitalismo", "um antídoto às
tentações nacionalistas" e "uma muralha contra a ameaça sempre presente de um retorno do
socialismo."(36)
 Depois da queda da União Soviética, os vários senhores da guerra da aliança anti-soviética
começaram a competir pelo poder e o Departamento de Estado americano ficou inquieto
com os extremistas islâmicos que estavam ganhando. Porém a CIA e os sauditas não
queriam abandonar as "vantagens de uma colaboração tão lucrativa". Em 1991, bin Laden,
a CIA e os serviços secretos sauditas realizaram uma série de reuniões; sobre o que
exatamente eles concordaram permanece um segredo, no entanto a CIA estava determinada
a manter sua influência no Afeganistão, "o caminho vital para a Ásia Central, onde as
grandes companhias de petróleo estavam preparando o eldorado da energia para o próximo
milênio". Os sauditas também queriam preservar a aliança bin Laden-Hekmatyar-Paquistão
"a todo custo". Os islâmicos são do ramo sunita do Islam, assim como os sauditas e,
portanto, uma aliado contra o Irã, que é majoritariamente xiíta.(37) De fato, o jornal francês
Le Figaro contou que um funcionário da CIA havia visitado bin Laden em julho de 2001,
quando ele estava se submetendo a um tratamento em um hospital americano de Dubai
(38). No dia seguinte, a CIA desmentiu a notícia mas o Figaro manteve sua história (39).
Este apoio continuado da CIA criou uma grande tensão com o FBI: por exemplo, Ramzi
Youssef, o principal acusado pelo atentado ao WTC, em 1993, foi recrutado pela CIA, no
Paquistão (40). Retornaremos à questão da obstrução das investigações do FBI sobre a al-
Qaeda, mais abaixo.
Contudo, muitos islâmicos e outros árabes nutrem um profundo ódio aos Estados Unidos e
às suas políticas, portanto, qualquer colaboração mútua precisa ser muito bem escondida e
restrita a poucas pessoas. Muitos dentro da CIA podem se alarmar com o monstro que eles
ajudaram a criar, mas a dependência dos bancos americanos e dos mercados de ações que o
dinheiro sujo gera (41) torna difícil romper o círculo. E a Arábia Saudita (juntamente com o
Paquistão e a CIA), o parceiro original na construção dos "árabes afegãos", também tem um
pedaço considerável do caixa internalizado nos Estados Unidos: "supõe-se que algo em
torno de 2/3 de US$1 trilhão que os árabes mantém fora (isto é, US$667 bilhões) estejam
investidos nos Estados Unidos ou depositados em bancos americanos." (42) Embora esses
números refiram-se a todos os árabes, e não só aos sauditas, no entanto estes últimos
certamente representam a parcela maior.
Um outro benefício que os soldados de bin Laden conferem ao governo dos Estados Unidos
é a sua capacidade de influenciar na sucessão dos governos do Oriente Médio: por
exemplo, a saúde do atual rei saudita esta debilitada e o príncipe herdeiro Abdullah está
governando o país em seu lugar. A sucessão é incerta (43) e Abdullah de alguma forma
afastou-se dos Estados Unidos e voltou-se um pouco para o Irã, Síria e Iraque. Os Estados
Unidos prefeririam um outro príncipe, Sultan, no trono saudita - e "vários observadores
qualificados estimam" que 3.000 soldados de bin Laden estão no norte do Iêmen - na
fronteira saudita, onde podem interferir para ver se o próximo rei saudita possui valores
semalhantes aos do atual rei.(44)
PETRÓLEO, AFEGANISTÃO E PODER RUSSO
A Rússia, através de seus oleodutos, controla a maior parte do petróleo na região do Cáspio
(45) e, desde a queda da União Soviética, os Estados Unidos vêm querendo manter a Rússia
afastada do controle sobre as repúblicas asiáticas centrais. (46) Os oleodutos e as linhas
férreas para os mares Mediterrâneo e da Arábia são necessários para ligar as economias da
Ásia Central ao ocidente (e, coincidentemente, enriquecer os negócios ocidentais) e evitar
que elas permaneçam sob o domínio da Rússia.(47) Além do mais, a importância militar do
petróleo (48) significa que a presença americana nos campos petrolíferos do Cáspio
reforçaria o poderio militar dos Estados Unidos na região. De acordo com o vice-presidente
da Unocal, John J. Maresca, o melhor caminho de um oleoduto para o mar da Arábia passa
pelo Afeganistão.(49) Desde meados de 1990, tanto a Unocal (americana) como a Bridas
(argentina) vêm negociando com o Talebã   a construção de um oleoduto com essa
característica (50). Porém, as conversações não deram resultado e Maresca relatou no
Congresso que o Afeganistão precisava de um governo que, diferente do Talebã, fosse
reconhecido internacionalmente, a fim de que a Unocal pudesse construir o oleoduto.(51)
Dois analistas da RAND Co., um deles ex-funcionário das administrações Reagan e Bush
(pai), também escreveram que "o Afeganistão poderia vir a ser um corredor valioso para a
energia (asiática central), assim como para o acesso aos mercados da Ásia Central".(52)
Dois dias depois de os Estados Unidos começarem a bombardear o Afeganistão, a
embaixadora americana no Paquistão visitou o ministro do petróleo paquistanês, que disse a
ela que, agora, o oleoduto parecia ser possível "tendo em vista os recentes progressos
geopolíticos na região". A embaixadora disse ao ministro que os Estados Unidos tinham
levantado uma série de sanções contra o Paquistão e esperavam que os "investidores
americanos pudessem aproveitar (eles mesmos) as oportunidades" (53). A Unocal pode
voltar a se associar, porém os relatos diferem: um oleoduto de gás natural do
Turquemenistão, passando pelo Afeganistão até o porto marítimo do Paquistão ganhou a
aprovação dos governos envolvidos e o ministro de Minas e Indústrias afegão disse à
Reuters que a Unocal seria a companhia principal no consórcio. No entanto, a Unocal nega
qualquer interesse.(54) Várias fontes relatam que Hamid Karzai, chefe do governo interino
do Afeganistão, já trabalhou como consultor para a Unocal,(55) mas a companhia também
nega isto. (56)
O ÓPIO NA ÁSIA CENTRAL
A CIA tem uma longa história de proteção ao comércio da droga em vários continentes (57)
e, em 1989, o Afeganistão produzia mais de 60% da heroína do mundo. (58) O dinheiro das
drogas (e de outros crimes) sustenta vários bancos, negócios e os mercados de ações
internacionais: o montante da lavagem do dinheiro proveniente da droga equivale a algo em
torno de 8% a 10% de todo o comércio mundial. (59) Os bancos americanos manipulam
dezenas de bilhões de dólares por dia, oriundos dos bancos correspondentes estrangeiros,
que lavam o dinheiro do crime. (60) E as principais corporações comerciais dos Estados
Unidos se beneficiam de uma saída nas leis bancárias que facilitam para elas a lavagem de
dinheiro com baixo risco de ser detectada (61) (mas, apesar de tudo, várias delas foram
apanhadas nessa atividade, induzindo a reuniões de alto nível com funcionários do
Departamento de Justiça dos Estados Unidos).(62)
Em 2000, o Talebã eliminou as fazendas de papoulas nas áreas controladas por eles,
provocando uma queda de cerca de 95% da colheita no Afeganistão. (63) Contudo, isto teve
pouco efeito na redução do fluxo de heroína por causa da existência de grandes estoques de
ópio; na verdade, alguns sustentam que a proibição teria sido imposta para impedir a queda
do preço devido à super-oferta.(64) Uma outra possibilidade é que o Talebã esperava
ganhar o reconhecimento internacional ao acabar com a plantação de papoulas. (65) Ainda
que a proibição do cultivo não produzisse impacto imediato sobre os fluxos de caixa
relacionados à droga, no entanto, se ela continuasse até que os estoques diminuíssem,
fatalmente teria tido. Porém, quando os Estados Unidos começaram a bombardear o país, os
fazendeiros retomaram a plantação de papoulas e desde a remoção do Talebã a colheita do
ópio afegão cresceu de novo. (66) Apesar das promessas de combate às drogas, o novo
governo do Afeganistão manteve afastada do encargo sua agência de controle de drogas
(67) e os Estados Unidos liberaram o Afeganistão (assim como o Haiti) das sanções pela
produção de drogas.(68) Além do mais, o Usbequistão, na fronteira norte do Afeganistão e
também sob forte influência americana, "está mergulhada em um mar de papoulas." (69)
PREPARATIVOS DOS ESTADOS UNIDOS PARA A GUERRA,  ADVERTÊNCIAS
DE ATAQUE DOS ESTADOS UNIDOS NÃO TIVERAM A DEVIDA  ATENÇÃO
Os Boinas Verdes e as tropas regulares do exército americano, desde 1996, estavam no
Usbesquistão para treinar e estabelecer laços com o exército usbeque em, desde l995, de 30
a 40 oficiais usbeques partiram para os Estados Unidos para treinamento militar. Pelo
menos, alguns desses ajudaram aos soldados americanos a se estabelecerem no Usbequistão
para a atual ocupação. Alguns soldados até se casaram com mulheres usbeques. (70) Os
Rangers americanos também treinaram soldados especiais no Kirguistão. (71) Em um
encontro oficioso, realizado em Berlim, em julho de 2001, ex-funcionários americanos
contaram a um ex-funcionário paquistanês que os Estados Unidos estavam planejando
atacar o Afeganistão em meados de outubro. Documentos ingleses confirmam que os
serviços de inteligência paquistaneses retransmitiram a ameaça ao Talebã.(72) Alguns dias
antes de 11 de setembro, os conselheiros de segurança nacional do governo Bush
apresentaram a ele um plano de guerra contra a al-Qaeda, inclusive com ataques ao
Afeganistão e outros elementos da guerra atual.(73) No início de setembro de 2001,
dezenas de milhares de soldados americanos e aliados, inclusive dois porta-aviões com
grupos de combate, desembocaram no Egito e no mar da Arábia - ao sul do Afeganistão -
para exercícios (74) (é claro que, tais "planos contingenciais" e exercícios não significam
que um país esteja planejando ir à guerra, mas significam que ele pretende estar preparado
para uma eventual guerra).
Em 1997, o julgamento de um dos autores do primeiro atentado ao WTC revelou um plano
de sequestro de aviões civis para serem lançados sobre alvos civis. Em outubro de 2000, o
Pentágono realizou exercícios com o objetivo de se preparar para o choque de um avião
sequestrado. Em julho de 2001, a inteligência alemã advertiu a CIA de que terroristas do
Oriente Médio estavam "planejando sequestrar um avião comercial" para "atacar
importantes símbolos das culturas israelense e americana". Ainda em julho de 2001,
agentes do FBI escreveram um memorando descrevendo os homens do Oriente Médio que
estavam tomando lições de pilotagem e citavam, especificamente, Osama bin Laden e as
ligações com o terrorismo. Também no verão de 2001, a inteligência jordaniana interceptou
uma comunicação que afirmava que um importante atentado usando um avião estava sendo
planejado para os Estados Unidos. Os jordanianos retransmitiram o aviso para os Estados
Unidos, através de dois canais separados, para terem certeza de que a mensagem chegaria.
Também a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos interceptou conversas entre
um ajudante de Osama bin Laden e Mohammed Atta (o suposto sequestrador princiapal),
mas não dividiu a informação com qualquer outra agência. A inteligência russa advertiu a
CIA de que 25 pilotos terroristas tinham sido treinados para voar em aviões sequestrados.
E, na cúpula do G 8, em Gênova, funcionários egípcios e italianos advertiram que o
presidente Bush poderia ser atacado com aviões sequestrados carregados de explosivos.
Embora os funcionários americanos tenham considerado esses avisos "inconsistentes", as
forças de segurança italianas fecharam o espaço aéreo local e empregaram armas anti-
aéreas.(75)
Em julho de 2001, o procurador geral dos Estados Unidos deixou de voar em vôos
comerciais devido a uma indefinida "avaliação de ameaça" feita pelo FBI. (76) Em agosto
de 2001, o FBI prendeu um militante islâmico que estava tomando lições de pilotagem e
que tinha manuais técnicos de avião do tipo Boeing. Apesar da confirmação de fontes
francesas de que ele era um membro chave da rede de bin Laden, o FBI não o submeteu a
interrogatório especial (ver a acusação do agente Rowley, abaixo). Naquele mesmo mês, o
presidente russo Vladimir Putin, ordenou que seu serviço de inteligência avisasse
Washington "nos termos mais fortes possíveis" de ataques iminentes sobre aeroportos e
prédios governamentais. (77) Também, um tenente do Serviço de Inteligência Naval dos
Estados Unidos, em uma prisão canadense, tentou avisar aos Estados Unidos sobre ataques
terroristas nas próximas semanas e passou uma mensagem lacrada aos seus carcereiros
onde listava o WTC e o Pentágono como prováveis alvos. (78) Este tenente também tinha
conseguido um memorando russo que especificava um ataque terrorista ao WTC, ao
Pentágono e à usina nuclear de Three Mile Island, na Pensilvânia - o estado onde o quarto
avião sequestrado se chocou. Ele contou o fato às autoridades canadenses pelo menos um
mês antes dos atentados e elas notificaram as autoridades americanas.(79)
O presidente Bush recebeu um resumo da inteligência que dizia que bin Laden poderia estar
planejando sequestrar um avião, mas a Casa Branca diz que não tinha idéia de que o avião
poderia ser usado como arma.(80) Durante a semana de 9 de setembro, um irananiano fez
diversas chamadas telefônicas para a polícia americana, avisando sobre um ataque iminente
ao WTC (mas ele foi considerado mentalmente instável).(81) Também no início de
setembro, alguém ligou para um talk show nas Ilhas Cayman diversas vezes, advertindo
sobre a iminência de um ataque aos Estados Unidos por bin Laden. Uma vez que as ilhas
Cayman estão entre as líderes em lavagem de dinheiro, e que os terroristas lavam uma
grande quantidade de dinheiro, seria razoável que os serviços de contraterror prestassem
mais atenção a esses programas.
De um modo geral, ao mesmo tempo foram movimentadas milhares opções de "venda"
(contra opções de "compra") da United Airlines, da American Airlines e de duas
companhias de seguro que tinham investido pesadamente no WTC (opções de venda pagam
muito bem se a ação em questão tem uma baixa significativa; as opções de compra fazem o
inverso). No que se refere a outras companhias aéreas não foi observado um grande número
de opções.(82) Esta é uma forma que os terroristas têm de fazer muito dinheiro com os seus
atentados e os serviços de inteligência observam muito de perto esse tipo de comércio como
forma de obter indícios de ataques iminentes.(83) Supõe-se que a Comissão de Câmbio e
Valores dos Estados Unidos esteja investigando essas transações mas não se manifestou a
respeito durante vários meses. Tendo em vista os vários avisos de que terroristas poderiam
sequestrar aviões comerciais e usar como armas e os exercícios realizados pelo Pentágono
usando exatamente aquele cenário, é estranho que a Casa Branca dissesse que não tinha a
menor relação com aquela possibilidade. De fato, quando os congressistas evacuaram o
Capitólio depois dos atentados, um membro do Comitê de Serviços Armados disse a um
correspondente do National Public Radio que "só recentemente o diretor da CIA advertiu
que poderia ser um atentado - um atentado iminente - sobre os Estados Unidos, desta
natureza."(84)
Convenientemente, o então chefe do ISI paquistanês estava em Washington, desde 4 de
setembro e permaneceu por lá até depois dos atentados. Ele se encontrou com vários
funcionários da inteligência americana e, na manhã do 11 de setembro, ele estava reunido
com o presidente dos Comitês de Inteligência do Senando e da Câmara. Depois dos
atentados, ele coordenou a colaboração do Paquistão com os Estados Unidos na guerra
contra o Afeganistão.
Mas antes disso, ele tinha estado ocupado: nas semanas que antecederam o 11 de setembro,
ele enviou, via rádio, um total de US$ 100.000 a Mohammed Atta, que tinha sido indicado
pelo FBI como o líder do grupo de sequestradores. O FBI sabia disto (embora não esteja
claro exatamente quando foi que eles descobriram) e o Paquistão substituiu o chefe do ISI
em uma "alteração de rotina" - mas relatos da imprensa indiana dizem que os Estados
Unidos estariam por trás dessa demissão.(85) Apesar de no mínimo chocante esta ligação
entre o Paquistão e os atentados do 11 de setembro, os Estados Unidos continuaram suas
relação calorosas com o Paquistão e o ISI e este escritor não encontrou qualquer relatório
de uma açao posterior dos Estados Unidos contra a "alteração" do chefe de inteligência.
SUPRESSÃO DAS INVESTIGAÇÕES DA AL-QAEDA
Além da ordem da Casa Branca de "abandonar" a investigação da WAMY e a obstrução
que o falecido John O'Niell relatou antes de sua morte no atentado de 11 de setembro,
existem inúmeros relatos sobre a supressão ativa de investigações, que poderiam ter
impedido os atentados ao WTC e ao Pentágono. David Shippers, procurador de
Washington, representa vários agentes do FBI em Oklahoma City e em outros lugares que
dizem que  foram impedidos de continuar nos casos contra homens do Oriente Médio
envolvidos no atentado à Oklahoma City e que tinham informações relacionadas a outros
atentados (inclusive alguns envolvendo aviões) - eles dizem que existem até videotape, que
não foram liberados, mostrando um homem do Oriente Médio fugindo do prédio Murrah,
juntamente com Timothy Mc Veigh. Eles também dizem que testemunhas confirmam isto.
(86)
A agente do FBI Coleen Rowley afirma que supervisores reescreveram uma autorização
que ela havia redigido para a apreensão do computador de Zacarias Moussaoui (membro da
al-Qaeda preso em Boston), que resultou na negativa da autorização. Ela também disse que
o FBI ignorou um memo de um agente de Phoenix que descrevia terroristas tomando lições
de pilotagem.(87) Em uma coletiva de imprensa,em maio de 2002, o agente do FBI, Robert
Wright, disse que seus chefes "impediram", "frustraram" e "obstruiram" suas investigações
sobre a al-Qaeda e outros grupos terroristas, e que eles o "intimidaram" com retaliação por
seus esforços. Wright disse que durante anos houve conflitos entre as agências de
inteligência e as de investigação crimonosa, tendo como resultado quase nenhuma  tentativa
de neutralizar terroristas conhecidos e suspeitos vivendo nos Estados Unidos. Uma das
razões citadas por Wright foi que esses terroristas lavavam grandes quantidades de
dinheiros através dos bancos americanos que eram ligados aos poderosos interesses dos
Estados Unidos (isto confirma a tese de Labevière).(88)

Recentemente, em março de 2002, houve um "considerável conflito dentro do governo


americano, entre os funcionários que querem fazer cumprir a lei que  corta o investimento
no terrorismo internacional e os funcionários diplomáticos e políticos, relutantes em
permitir investigações que poderiam minar o regime em poder na Arábia Saudita". Em abril
de 2002, o presidente Bush encontrou-se com o príncipe herdeiro saudita, Abdullah, e
estabeleceu (segundo palavras de Bush) "um forte laço pessoal" com ele. Jean-Charles
Brisard, um analista francês de inteligência, que junto com Guillaume Dasquie, é autor de 
"Ben Laden: La Verite Interdite" (Bin Laden, a Verdade Proibida), disse que, embora
"algumas tenham sido fechadas, a maior parte das chamadas instituições de caridade
(islâmicas) (que, segundo várias fontes, financiam o terrorismo) controladas pelas famílias
sauditas no norte da Virgínia [sic], e em outros lugares, ainda estão em funcionamento. Os
ativos de algumas dessas organizações foram congelados mas seus patrocinadores sauditas
não foram tocados e o trabalho mais importante ainda precisa ser feito."  De acordo com o
Democrats.com,  "o Departamento de Estado americano confirmou que houve contatos de
alto nível entre os Estados Unidos e o Talebã, antes da primavera e verão de  2001."(89)
PROCESSO AFIRMA QUE ESTADOS UNIDOS DELIBERADAMENTE
DEIXARAM ACONTECER OS ATENTADOS.
Stanley Hilton, um advogado de São Farncisco e ex-auxiliar de Bob Dole, entrou com uma
ação judicial contra altos funcionários da administração Bush, em nome de 400 queixosos
(membros das famílias de 14 vítimas dos atentados de 11 de setembro).  Ele diz que o
governo se beneficiou da instalação de um governo fantoche ligado ao petróleo no
Afeganistão e que usou os atentados para consolidar o poder político internamente. Hilton
diz que suas informações são provenientes de contatos com o FBI, CIA, Agência de
Segurança Nacional e Serviço de Inteligência Naval. Uma das fontes contou a ele que bin
Laden morreu há "anos atrás" em decorrência de um tratamento de saúde, o que, se for
verdade, significa que deve haver um dublê ocupando seu lugar há anos.(90)
ERRO NAS IDENTIDADES DOS SEQUESTRADORES
Embora (talvez para livrar sua responsabilidade) o FBI tenha liberado uma lista de 19
pessoas que teriam supostamente sequestrado os aviões em 11 de setembro, há uma séria
dúvida de que eles saibam quem fez isto. Sete daqueles nomes estavam vivos em outras
partes do mundo e, pelo menos um outro, parece que morreu em alguma outra parte.(91)
Em abril de 2002, o diretor do FBI, Robert Mueller, admitiu que, embora os investigadores
tivessem sido capazes de rastrear os movimentos dos sequestradores acusados durante
meses antes dos atentados, eles  "não encontraram evidência de sua conspiração." As
declarações do FBI são fascinantes: um funcionário disse "Jamais se disse qualquer coisa
como 'Algo está sendo planejado nos Estados Unidos'" - apesar das múltiplas advertências
das fontes de inteligência interncionais citadas acima. Além do mais, parece que os
funcionários se esqueceram dos relatórios de que sete de seus alvos ainda estão vivos - e
nenhum repórter parece que questionou sobre isto!  Um funcionário do FBI (que preferiu o
anonimato)  disse que a falta de evidência mostra que os supostos terroristas "realmente
deram um pulo em sua capacidade de realizar uma operação sem todos os equipamentos
tradicionais"(92) - mas uma outra possibilidade é que eles simplesmente não fizeram isto.
E, aí, vem a pergunta: "Quem fez isto?" - e por que o FBI está ladrando tão alto para uma
árvore improdutiva? 
TREINAMENTO DE "SEQUESTRADORES" PELO EXÉRCITO AMERICANO
Cinco homens com seus nomes correspondendo aos dos supostos sequestradores foram
treinados nas bases militares americanas nos anos 90. O Pentágono disse que os nomes
eram simples coincidência, embora três dos homens tenham fornecido seu endereço como a
Naval Air Station, em Pensacola, Flórida. No entanto, o porta-voz não forneceu qualquer
detalhe biográfico dos supostos sequestradores que os diferenciassem dos homens que
tinham sido treinados nos Estados Unidos. Finalmente, sob intenso questionamento, o pota-
voz disse: "Não tenho autorização para contar a vocês quem (dentre os supostos
sequestradores) participou dessas escolas."(93)
A HISTÓRIA DAS PROVOCAÇÕES PREPARADAS PARA AS GUERRAS DOS
ESTADOS UNIDOS
Os Estados Unidos, e por certo não só nisto, têm uma longa história de provocar ou
inventar atentados aos seus interesses, soldados ou território para "justificar" a ação militar.
Pesquisas históricas demonstram que o Massacre de Boston (quando ainda não eram
Estados Unidos!) foi um ato de autodefesa; o atentado japonês a Pearl Harbor foi
deliberadamente provocado e permitido que ocorresse; agentes secretos da CIA atacaram o
Vietnã do Norte para provocar um ataque que "justificasse" o bombardeio americano
(embora o "incidente do Golfo de Tonkin jamais tenha acontecido de verdade); e os
Estados Unidos provocaram a invasão de Saddam Hussein e, em seguida, alegaram
falsamente que tropas iraquianas estavam se dirigindo em massa para a fronteira com a
Arábia Saudita com o objetivo de invadir o país. Além disso, a Equipe Conjunta de Chefes
planejou uma série de ataques militares e terroristas que serviriam para acusar Cuba e
"justificar" a guerra dos Estados Unidos contra o país e a Marinha planejou uma incursão à
Coréia do Norte para provocar um ataque que levasse à guerra no final dos anos 60.
Felizmente, esses planos não se concretizaram.(94)
O ANTRAX VEIO DOS LABORATÓRIOS DO GOVERNO DOS ESTADOS
UNIDOS; O FBI TEM UMA BOA IDÉIA DOS RESPONSÁVEIS.
O antrax que alguém enviou por intermédio dos correios dos Estados Unidos no ano
passado "originalmente veio do laboratório militar dos Estados Uniodos"(95) e Bárbara
Rosenberg, diretora da divisão de guerra biológica da Federação de Cientistas Americana,
diz que pelo menos cinco peritos apontaram um homem que melhor de encaixava ao perfil
do suspeito traçado pelo FBI - mas o FBI não o prendeu, possivelmente para protegê-lo de
outras agências que tinham "interesses pessoais em resguardar a verdade".  Rosenberg cita
um ex-diretor americano de bioarmas, como tendo dito: "Acho que uma grande quantidade
veio daí. Do ponto de vista médico ou biológico, tivemos agora cinco pessoas que
morreram mas colocamos em nosso orçamneto US$ 6 bilhões de dólares".(96)
PROBLEMAS NO MERCADO DE AÇÕES
Os mercados americanos apresentaram sinais de fraqueza no início de 2001; na verdade, em
março, Michael Ruppert previu que os Estados Unidos logo iriam à guerra para reforçá-los.
(97) E, em 9 setembro, ele emitiu um boletim urgente, advertindo que uma bolha
monstruosa de especulação de ações estava prestes a estourar - levando não só a uma
depressão global como a um "'reinado de terror' ou matança insensata". (98) E, no dia 10 de
setembro, um investidor de San Diego vendeu US$ 300.000 em ações, dizendo que o
mercado teria uma baixa de 3.000 pontos. Ele está sob investigação, juntamente com um
atual e um ex agentes do FBI (e dois outros) sob acusaçao de insider trading. O promotor
de justiça desconfia que ele sabia dos próximos atentados, mas, é possível que
simplesmente tivesse lido os mesmos sinais que outros leram.(99) Uma vez que as guerras
significam gordos contratos para as companhias de negócios militares, e os recursos que se
encontram sob controle dos Estados Unidos depois de o exército ter sido eliminado da
competição estão disponíveis para as grandes corporações multinacionais nos Estados
Unidos, a guerra é popular entre os especuladores da economia mundial para manter os
fluxos de caixa das corporações e assim evitar o desastre das ações - ou, pelo menos, adiar
o desastre por algum tempo, dando aos insiders a oportunidade de vender suas carteiras
antes que seu valor afunde de vez.
Ruppert previu a guerra na Colômbia, e embora o Afeganistão fosse o "palco central" desde
11 de setembro, a administração Bush foi aumentando a ajuda militar à Colômbia e
solicitando ao Congresso usar essa ajuda para o combate aos "terroristas" assim como o
comércio da droga (100). Além da cocaína, o petróleo também é um objetivo na Colômbia:
é o terceiro maior produtor da América Latina e vem aumentando sua produção (101). E os
Estados Unidos e seus aliados não devem deixar o Afeganistão tão cedo: "operações de
contra-revolução" na área "podem se estender para além do verão". Em maio de 2002, os
Estados Unidos anunciaram "um novo nível de cooperação com o Paquistão", e "as Forças
Especiais Americanas, que construíram as relações com os comandantes anti-Talebã
durante a primeira fase da guerra, foram orientadas a permanecer com aqueles líderes
porque eles tinham se tornado governadores provinciais e mantinham o controle". Impedir
que os senhores da guerra tribais lutem entre si exige "uma presença militar americana no
Afeganistão por um longo tempo".  Enquanto algumas tropas americanas estão deixando o
Afeganistão para "equilibrar seus compromissos militares em todo o mundo", um general
três estrelas foi censurado por substituir o general duas estrelas que era o comandante das
forças terrestres "por consolidar as crescentes forças de coalizão internacionais sob um
único comando."(102)

RESUMO
Várias pessoas influentes no governo dos Estados Unidos e no establishment da política
externa sustentam que os Estados Unidos precisam ser dominantes, militar e
economicamente, no mundo todo. Embora não falem de império claro e manifesto, no
entanto referem-se a uma "primazia" e a um "papel decisivo de árbitro". Alguns vêem isto
como uma "hegemonia benevolente" necessária para manter a ordem e o crescimento
econômico mundiais; outros percebem como uma defesa necessária contra um mundo
"repleto de pessoas más que podem nos causar danos." Esta "primazia" exige forças
militares enormes, grandes quantias de dinheiro e total falta de escrúpulos. Desde a queda
da União Soviética, os Estados Unidos vêm organizando forças militares móveis e vendas
de armas
estrangeiras. A Eurásia é a área estratégica chave neste jogo de poder global e a Ásia
Central é a chave para a Eurásia.
Considerando que o povo americano, como um todo, não compartilha desta ideologia
"imperial" e não deseja pagar os elevados custos econômico, humano e social inerentes (e a
improvável cooperação de outros países), os proponentes da "hegemonia benevolente"
precisam de ameaças que "justifiquem" o controle político e poder militar necessários.
Vimos a "propaganda" dessas "ameaças" no pós-Guerra Fria manipulada pelas agências de
inteligência e militar dos Estados Unidos ("US Military Policy Since the Fall of the Soviet
Union" , do autor, trata dessa questão com mais detalhes). A explosão das compras de
armas americanas serviram para suplementar o poder do exército dos Estados Unidos com
o poder dos aliados, manter o establishment das armas americanas, reduzir a segurança no
mundo e criar ainda mais mercados de armas porque as nações vêem seus rivais tornarem-
se cada vez mais poderosos, e alimentar a corrente firme de ameaças na medida em que os
outrora aliados ou clientes tornaram-se estados "canalhas". Nos anos recentes, o terrorismo
internacional foi substituído por estados individuais como a "ameaça" principal.
Desde o Massacre de Boston, os Estados Unidos (ou as colônias) provocaram,
deliberadamente, ataques, inventaram agressões ou a combinação dos dois, para obter o
apoio da opinião pública para a guerra. Em Pearl Harbor, esta política conseguiu milhares
de mortos,inclusive civis ("How the US Has Gotten Into Wars", do autor, desce a fundo
nesta questão). E o Antrax, que matou cinco pessoas depois de 11 de setembro, veio dos
laboratórios do governo dos Estados Unidos.O principal suspeito ainda caminha livre e
solto enquanto os programas de bioarmas dos Estados Unidos ganharam US$6 bilhões de
dólares.
O poderio econômico e militar global que os Estados Unidos vêm buscando exige dois
elementos chave: o controle do fornecimento de petróleo e do crime internacional
(principalmente do comércio da droga). A necessidade de controlar os suprimentos de
petróleo levou a uma parceria secreta de longo prazo entre Estados Unidos e Arábia
Saudita, com o compromisso do primeiro apoiar uma monarquia conservadora que abraça a
corrente mais conservadora do Islam. A monarquia saudita é aliada à rede do "Islam
político" internacional que gerou grupos terroristas por todo o mundo. A Ásia Central é
uma outra região que contém as maiores reservas de petróleo as quais, as companhias
petrolíferas vêm querendo explorar há anos.
A dominação dos sistemas financeiros internacionais (principalmente como instrumentos
da lavagem de dinheiro) é fundamental nos domínios do crime e a porta giratória entre a
CIA e as mais importantes firmas de Wall Street posicionou a comunidade de inteligência
dos Estados Unidos no alto da monhtanha. A longa, estreita e amplamente oculta relação
entre o governo americano e a família real saudita assegurou acesso privilegiado dos
Estados Unidos aos maiores campos petrolíferos do golfo pérsico e o dinheiro saudita
reforçou os mercados financeiros americanos. A administração de décadas do comércio da
droga em todo o mundo pela CIA também foi responsável pela criação dos mercandos
financeiros dos Estados Unidos e criou a rede global de clientes criminosos, exércitos por
procuração e bancos sujos que dependem da proteção do governo. Os Estados Unidos e a
Arábia Saudita, juntamente com o Paquistão construíram os Mujahidin Islâmicos no
Afeganistão para destituir o governo socialista e enfraquecer a influência soviética na Ásia
Central. No processo, eles construíram o comércio da heroína, fazendo do Afeganistão a
fonte de cerca de 2/3 do fornecimento mundial ("Guns and Drugs: The CIA's Admissions",
do autor, trata dos negócios com a droga pela CIA e o seu "Where the Narcodollars Go"
explica a relação entre drogas, bancos e mercado de ações). Osama bin Laden foi figura
chave nesse arranjo. Depois que a União Soviética partiu, o eixo Estados Unidos-Arábia
Saudita-Paquistão conseguiu que o Talebã tomasse conta de quase todo o Afeganistão
(juntamente com o comércio de ópio).
Os grupos terroristas islâmicos, ainda que cada vez mais hostis aos Estados Unidos e seus
valores, não obstante fornecem serviços vitais ao estabelecimento da política externa
americana: eles são formidáveis guerreiros clandestinos, administram grande parte do
comércio da droga e das armas e outros empreendimentos criminosos, têm redes financeiras
espalhadas pelo mundo inteiro e atual como uma ameaça altamente visível para o Ocidente.
Contudo, enquanto os níveis superiores das comunidades de inteligência e financeira
possam manipular os islâmicos e infiltrá-los em seus níveis superiores, elas permanecem
relativamente a salvo e se aproveitam dos estragos feitos pelos terroristas em outros países
e até nos Estados Unidos. Enquanto os soldados rasos do FBI e os agentes do Departamento
de Estado estejam tentando "neutralizar"os terroristas, os altos funcionários da CIA, do
Departamento de Estado e do FBI continuam a protegê-los e às suas redes criminosas e
financeiras para benefício das principais corporações multinacionais e bancos americanos.
As corporações também usam os terroristas como guardas para proteger seus investimentos
nos locais distantes.
Durante anos, os Estados Unidos construiram laços militares e econômicos com as antigas
repúblicas soviéticas ao norte do Afeganistão, enquanto mantinha estreitas relações de
trabalho com a Arábia Saudita e o Paquistão e abrigavam terroristas islâmicos. No início de
1997, um terrorista islâmico acusado, deu seu testemunho sobre a existência de planos para
fazer colidir aviões sequestrados em alvos civis e, no final de 2000, o Pentágono ensaiou
sua resposta a um atentado dessa natureza. As forças de segurança protegeram a cúpula do
G 8, em Gênova contra pilotos suicidas, mas os funcionários americanos dizem que não
tinham idéia de que alguém estivesse planejando ataques com aviões. De junho até
setembro de 2001, as autoridades americanas receberam pelo menos nove advertências que
foram relatadas na imprensa aberta. Cinco desses avisos vieram de outras agências de
inteligência, três mencionavam aviões como armas e dois outros citavam vôos, um referia-
se a aeroportos ou prédios governamentais, três falavam do WTC e um do Pentágono. Além
disso, o procurador geral Ashcroft parou de usar as linhas comerciais devido a avaliação de
uma possível ameaça, o presidente foi informado sobre a possibilidade de um sequestro da
al-Qaeda, relatórios do FBI sobre conhecidos membros da al-Qaeda e lições de pilotagem
foram suprimidos e um fantástico volume de transações comerciais altamente suspeitas não
foram levados em conta. A advertência do Canadá, que mencionava tanto o WTC como o
Pentágono e a data corretamente especificada, foi informada por um oficial da Inteligência
Naval do Estados Unidos, que foi repudiado pelo Pentágono e os Estados Unidos tentaram
extraditar.
Cerca de dois meses antes dos ataques, ex-diplomatas dos Estados Unidos apagaram uma
mensagem oficiosa de que os Estados Unidos atacariam o Afeganistão em meados de
outubro, dois dias antes de os planejadores dos ataques terminarem os "planos
contingenciais" de uma guerra contra a al-Qaeda e Afeganistão e dezenas de milhares de
soldados americanos e aliados (inclusive dois porta-aviöes) estavam convergindo para a
área em torno do Afeganistão para exercícios.
Desde a derrota do Talebã, as companhias de petróleo estão formalizando negócios para
oleodutos que atravessem o Afeganistão e o comércio de heroína está florescendo como
nunca antes (e os Estados Unidos isentaram o governo provisório afegão das penalidades
por não ter conseguido combater as drogas muito embora aquele governo tenha acabado
com sua agência de erradicação da droga).

Diante de tudo isto, algumas pessoas imaginam se não existem mais coisas além dos
atentados de 11 de setembro do que o governo dos Estados Unidos estão dizendo.
Referências:
1. Zbigniew Brzezinski, "The Grand Chessboard" (New York: Basic Books,1997) p.
31.
2. Johns Hopkins U., "Faculty Profile"
(http://www.sais-jhu.edu/faculty/profiles/brzezinski.html).
3. Brzezinsky, "The Grand Chessboard" p. 195.
4. ibid., p. 40.
5. ibid., p. 31.
6. ibid., p. 198.
7. ibid., p. 52.
8. ibid., pp. 35f.
9. ibid., pp. 24f.
10. Ed Rippy, "How the US Has Gotten Into Wars"
(http://www.indymedia.org/front.php3?article_id=182889&group=webcast); ver
também Robert B. Stinnett, "Day of Deceit" (New York: Simon e Schuster, 2000).
11. Steven Mufson, "The Way Bush Sees the World," The Washington Post, de
17/02/02
(http://washingtonpost.com/ac2/wp-dyn/A19626-2002Feb16).
12. Richard Nixon, "The Real War" (New York: Warner Books, Inc., 1980) pp. 2f.
13. Daniel Ellsberg, "Papers on the War" (New York: Simon and Schuster, 1972) p.
97.
14. ibid., p. 260.
15. Ramsey Clark, "The Fire This Time" (New York: Thunder's Mouth Press, 1992)
p. 23.
16. Guns and Butter: The Economy Watch, "The CIA's Wall Street Connections,"
entrevista com Michael Ruppert em 12/10/01 para a KPFA Radio (transcrição em
http://globalresearch.ca/articles/RUP111A.html).
17. Brzezinsky, "The Grand Chessboard" p. 23.
18. Christian de Brie, "Thick as Thieves," Le Monde Diplomatique
4/5/01(traduzido por Malcolm Greenwood)
(http://mondediplo.com/2000/04/05debrie).
19. Ed Rippy, "Guns and Drugs: The CIA's Admissions"
(http://www.indymedia.org/front.php3?article_id=165136&group=webcast).
20. Richard Labeviere, "Dollars For Terror." Traduzido por Martin De Mers NY:
Algora Publishing, 2000) p. 33; ver também Daniel Yergin, "The Prize" (New York:
Simon & Schuster, 1991) pp. 403f.
21. Ahmed Rashid, "Taliban" (New Haven: Yale University Press, 2001) pp.197f.
22. ibid., p. 132.
23. Alfred McCoy, "The Politics of Heroin" (New York: Lawrence Hill Books, 1991)
pp. 449ff.
24. Rashid, "Taliban" p. 129ff.
25. Greg Palast, "Has someone been sitting on the FBI?" Transcrito da BBC
Newsnight, 11/6/01 (http://globalresearch.ca/articles/BBC111A.html); ver também
entrevista com Michael Springman, para a
Canadian Broadcasting Corporation
1/19/01 (http://radio.cbc.ca/programs/dispatches/audio/020116_springman.rm).
26. Labeviere, "Dollars For Terror" p. 21.
27. Rashid, "Taliban" p. 133; see also Labeviere, "Dollars For Terror" p.
22, pp.107f.
28. Chris Blackhurst "Osama bin Laden: The truth about the world's most wanted
man," The Independent (UK) 9/16/01
(http://argument.independent.co.uk/commentators/story.jsp?story=94340).
29. House Committee on International Relations, "Russia: How Vladimir Putin Rose
to Power and What America Can Expect"
(http://frwebgate.access.gpo.gov/cgi-bin/getdoc.cgi?IPaddress=wais.access.gpo.go\
v&dbname=106_house_hearings&docid=f:69718.wais).
30. House Committee on International Relations hearing, 7/12/00
(http://www.house.gov/international_relations); ver também House of
Representatives, "Challenge Facing America" 9/17/01
(http://www.house.gov/rohrabacher/attack.html).
31. Rashid, "Taliban" pp. 190f.
32. Ed Rippy, Where the Narcodollars Go
(http://www.indymedia.org/front.php3?article_id=183902&group=webcast).
33. Labeviere, "Dollars For Terror" p. 133.
34. Palast, "Has Someone Been Sitting."
35. V. K. Shashikumar, "America's dirty Afghan secret: it's a war over
oil" (http://globalresearch.ca/articles/SHA111A.html); ver também Julio Godoy,
"US Taliban Policy Influenced by Oil"
(http://globalresearch.ca/articles/GOD111A.html).
36. Labeviere, "Dollars For Terror" p. 50.
37. ibid., pp. 104f.
38. Alexandra Richard, "La CIA aurait rencontre Ben Laden en juillet," Le Figaro
10/31/01 (http://www.globalresearch.ca/articles/RIC111A.html).
39. Alain Penel, "Ben Laden et la CIA: l'histoire rebondit a Dubai", Tribune de
Geneve 11/1/01
(http://www.tdg.ch/accueil/dossiers/titre_dossier/article/index.php?
Page_ID=5340&article_ID=2211).
40. Labeviere, "Dollars For Terror" pp. 220f.
41. "Senate Minority Staff of the Permanent Subcommittee on Investigations
Report on Correspondent Banking: A Gateway For Money Laundering" (2/5/01)
(http://www.senate.gov/~gov_affairs/020501_psi_minority_report.htm); ver também
Labeviére, "Dollars For Terror" p. 57; Judicial Watch, "News Conference with
Special Agent Robert Wright" 5/30/02 (Broadcast on
C-SPAN).
42. Riad al Khouri, "The Arab World in 2002," The Friedrich Ebert
Foundation (http://library.fes.de/pdf-files/stabsabteilung/01188.pdf).
43. Labevière, "Dollars For Terror" pp. 115f.; ver também Edward Pilkington,
"Like Dallas policed by the Taliban," The Guardian (UK) 7/2/02
(http://www.guardian.co.uk/g2/story/0,3604,747596,00.html).
44. Labeviere, "Dollars For Terror" p. 118.
45. Rashid, "Taliban" p. 144.
46. Brzezinsky, "The Grand Chessboard" pp. 51f.
47. ibid., p. 148.
48. Ed Rippy, "Guns, Drugs, and Oil: the Realpolitik of the Afghan War - part 2"
(http://www.indymedia.org/front.php3?article_id=122990&group=webcast).
49. John Maresca, testemunho diante do Comitê de Relações Internacionais da
Câmara, em 12/2/98
(www.house.gov/international_relations/105th/ap/wsap212982.htm).
50. Rashid, "Taliban" p. 6.
51. Testemunho de Maresca.
52. Zalmay Khalilzad and Daniel Byman, "Afghanistan: The Consolidation of a
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101. Yahoo Finance, "Colombia April Crude output 581,525 bpd, up yr/yr" 6/19/02
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Este artigo, o sétimo de uma série que teve seu começo em


http://sf.indymedia.org/news/2002/01/114339.php trata principalmente dos
atentados de 11 de setembro, embora examine, resumidamente, o contexto histórico
e ideológico. Foi postado no Islamic News and Information Network - ININ, em
18/07/2002.

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