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Este trabalho caracteriza-se como um estudo de caso, realizado em uma fábrica de utensílios
domésticos situada no município de Juazeiro do Norte-CE, onde foi elaborada a Análise
Ergonômica do Trabalho (AET) no posto de pintura eletrostática de panelas de alumínio.
2 Referencial teórico
Os revestimentos de superfície por pintura vêm sendo utilizados há milhares de anos, com um
aumento gradual de seu consumo. Apenas a partir do final do século 19 iniciou - se
efetivamente uma indústria de pintura, surgida através da necessidade de proteção de
máquinas e equipamentos que foram se desenvolvendo com o início da revolução industrial.
Já as tintas em pó surgiram nos Estados Unidos no final da década de 1950. Eram produtos
relativamente simples, constituídos por misturas seca de resina epóxi sólida, pigmentos
(cargas) e endurecedores. O desenvolvimento da pistola eletrostática de efeito corona se deu
no início da década de 1960 e foi uma das razões do grande e rápido desenvolvimento das
tintas em pó. (WEG, 2018).
Segundo Burgess (1995), durante os últimos dez anos, a aplicação de revestimento em pó tem
crescido significativamente. O sistema é simples. Uma camada de pó incorporando todos os
componentes da tinta é colocada sobre a peça de trabalho. Esta é,então, processada através de
um forno que derrete o pó, convertendo-o em uma camada de tinta contínua. Os sistemas de
pó mais comuns usam epoxi, epoxi-poliéster, poliuretano e vários esmaltes.
Conforme Wisner (1987), a Ergonomia pode ser definida como o conjunto de conhecimentos
científicos relativos ao homem e necessários à concepção de instrumentos, máquinas e
dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficácia. A
Associação Internacional de Ergonomia adotou a seguinte definição:
Na etapa inicial, para a fundamentação teórica foi utilizada uma pesquisa bibliográfica
centrada em autores que tratam da fabricação de utensílios domésticos de alumínio, do
processo de a pintura eletrostática e acerca das questões voltadas a ergonomia. Em seguida, na
etapa da pesquisa de campo, foi feita uma coleta de dados, que se deu a partir de visitas
técnicas e com permissão para registros fotográficos, filmagens, entrevistas e medição de
parâmetros ambientais por meio de instrumentação apropriada.
4 Resultados e discussão
Fonte: os autores.
Logo após serem lixadas, as panelas seguem para o setor de Polimento, no qual é responsável
por dar brilho à parte externa da peça. A seguir as panelas passam por um processo de pintura
eletrostática e ganham cores, e para que haja a fixação total da tinta, as peças sofrem a cura
em um forno com temperatura de 1200ºC.
Fonte: os autores.
Após serem pintadas, as panelas são encaminhadas para o setor de montagem, onde irão ser
rebitadas, com o propósito de prepará-las para receberem cabos, alças e baquelites que são
parafusados posteriormente as mesmas. E após serem rebitadas e montadas, as panelas são
embaladas, nesse mesmo setor e enviadas para o setor de expedição, encerrando, dessa forma,
o processo produtivo.
O operárionão realiza o transporte, nem levantamento dos materiais de um setor para outro.
Um operário, de outro setor, é que fica responsável de levar as panelas que vão ser pintadas
para o local da pintura, de forma manual, com o auxílio de um carrinho de pallet.
Fonte: os autores.
Esses pallets de armazenagem estão espalhados entre as cabines de pintura, facilitando, assim,
que os operários peguem as panelas e realizem seu trabalho sem muito deslocamento e perca
de tempo. Após serem pintadas nas cabines, essas panelas são colocadas no forno, que fica
localizado no meio do setor, onde passam em média 7 minutos. E após saírem do forno, essas
panelas são armazenadas no final do galpão, também em pallets, para depois serem
transportadas pra o setor seguinte.
Para realização da atividade nesse setor são usadas cabines, onde a tinta em pó é aplicada às
panelas pelos operários, e o forno. Essas cabines, 10 no total, estão dispostas em volta do
forno em forma de “U”. São utilizadaspistolas de pintura, que estão fixas em cada cabine, e
EPIs: máscaras, fones, luvas e óculos industriais.
Os operários que trabalham no setor de pintura eletrostática contam com uma área de 300 m²,
coberta por um telhado de alumínio, intercalado por telhas translúcidas, que servem para gerar
uma a iluminação ao local, já que, esse setor não possui lâmpadas. Além das telhas
translúcidas, o galpão conta também com janela na parte superior. A iluminação avaliada no
ambiente apontou uma iluminância com valor de 746 lux, e está dentro do que estabelece as
recomendações de iluminação para pinturas (imersão, pulverização, remoção de camadas
antigas, lixamento, pintura e acabamento) na NBR-5413.
O nível de ruído medido no setor foi de 89.4 dB(A), proveniente dos outros setores de
produção, devido ao uso das máquinas. O ruído se propaga e chega a esse setor ainda muito
elevado e ultrapassa o aceitável para efeitos de conforto, porém, foi observado que os
operários utilizam protetores auriculares.
O ambiente possui operando em seu interior estufas utilizadas para acumular e manter o calor
em seu interior e promover a cura da pintura eletrostática a pó depositada é obtida pelo
processo de polimerização, formando um filme rígido. Devido ao forno a temperatura medida
foi de 36°C
Fonte: os autores.
Ainda em relação à temperatura do ambiente, foi observado que o setor não conta com
nenhum tipo de ventilação, nem elétrica, nem natural, e apesar da existência de janelas na
parte superior do galpão, a velocidade do ar encontrada foi de 0 m/s, demonstrando que não
há circulação de ar.
5 Considerações finais
Em relação ao fato do trabalho, no setor, ser feito todo em pé, é proposto que a empresa
disponibilize uma cadeira para o operário no seu posto de trabalho, como obriga o item 17.3.5
da NR-17. Além disso, algumas recomendações podem ser feitas aos operários com o
objetivo de propor um maior conforto, evitando dores, como:
REFERÊNCIAS