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Comportamento em Aristóteles
Aristóteles diz coisas sobre a qualidade moral das ações humanas o bastante
para extrairmos dele uma teoria do comportamento, apesar do próprio filósofo
não haver apresentado suas idéias sob essa forma.
. E revela: "Em palavras, o acordo quanto a este ponto é quase geral; tanto a
maioria dos homens quanto as pessoas mais qualificadas dizem que este bem
supremo é a felicidade, e consideram que viver bem e ir bem (ser bem sucedido)
eqüivale a ser feliz" (Et. a Nic., Cp. I, 4, 1095 a; o parênteses é nosso).
O que será, então, para essas pessoas mais qualificadas, viver bem ou "ir
bem"? Diz Aristóteles, dos indivíduos mais qualificados, que estes "parecem
perseguir as honrarias com vistas ao reconhecimento de seus méritos; ao
menos eles procuram ser honrados por pessoas de discernimento, e entre
aquelas que os conhecem, e com fundamento em sua própria excelência (Et. a
Nic., Cp. I, 5, 1096 a). E mais adiante: "Na realidade, são nossas atividades
conformes à excelência que nos levam à felicidade, e as atividades contrárias
nos levam à situação oposta" (idem, 10, 1100 a/b).
Passemos ao De Anima, Livros I, II e III. Este é um tratado referente às funções
da alma. Para Aristóteles, a alma mais simples é própria dos vegetais. Ela é
fundamentalmente "vegetativa", no sentido de que suas funções principais são a
nutritiva e a reprodutiva. Mas é nos animais dotados de movimento que estas
funções se traduzem em comportamentos.
Os animais têm na alma faculdades outras além daquelas próprias da alma
vegetativa, pois se movimentam e buscam objetos que desejam, ou fogem do
que lhes assusta. Possuem almas sensitivas que somam funções da alma
vegetativa às funções que lhes são próprias, como animais, e que não existem
nos vegetais. Entre as ocupações que se vinculam à alma sensitiva dos animais
está a busca do prazer. Mas, a alma humana é a mais completa de todas, e
assim sendo, além das funções que encontramos nas almas dos vegetais e dos
animais, tem mais uma outra, que é a função da racionalidade, de modo que o
seu comportamento mais próprio e mais excelente seria aquele governado por
essa última e mais alta função. Porém, diz Aristóteles, incisivamente: "A
humanidade em massa se assemelha totalmente aos escravos, preferindo uma
vida comparável à dos animais".
É quando ele diz: "Seja como for, não devemos duvidar de que haja na alma um
elemento além da razão (o elemento irracional), resistindo e opondo-se a ela" (a
razão)..."Mas mesmo este elemento (que se opõe à razão) parece participar da
razão, como dissemos; de qualquer forma, nas pessoas dotadas de continência
ele obedece à razão, e presumivelmente ele é ainda mais obediente nas
pessoas moderadas e valorosas, pois nestas ele fala, em todos os casos, em
uníssono com a razão" (Et. a Nic., 1, 13, 1102, b).
Temos portanto uma nova categoria de comportamentos, quando a razão não
fornece nenhum outro objetivo além daqueles objetos de prazer, porém se aplica
em que sejam conseguidos de modo prudente, eficaz e seguro, e sobretudo leva
ao seu acúmulo. Depois de Aristóteles viria a escola epicurista que, justamente,
aplica a razão na busca do prazer. Comportamentos desse grupo seriam
Comportamentos apetitivos-racionais.
Assim, Aristóteles dividiu o elemento irracional em dois, vegetativo (que aqui
chamamos "apetitivo impulsivo") e apetitivo (que chamamos "apetitivo racional"),
um puramente impulsivo e o outro associado à razão. Porém, Aristóteles
ressalta que a razão não se limita a esta ação intelectual de governo do apetite,
mas é capaz de articular o pensamento moral.
Vimos acima que para Aristóteles, são nossas atividades conformes à
excelência que nos levam à felicidade. Consequentemente, destas duas
categorias diferentes de ação da razão, aquela que dirige o comportamento
apetitivo e pode conduzi-lo inteligentemente para o prazer intelectual, e aquela
que pode modera-lo com vistas a um outro nível de valores, os valores morais -,
resultam duas formas de excelência racional: a excelência intelectual e a
excelência moral. É exatamente o que o filósofo diz logo adiante: "A excelência
também se diferencia em duas espécies, de acordo com esta subdivisão, pois
dizemos que certas formas de excelência são intelectuais e outras são morais (a
sabedoria, inteligência e o discernimento, por exemplo, são formas de
excelência intelectual, e a liberalidade e a moderação, por exemplo, são formas
de excelência moral)" (Et. a Nic., idem, 1103a). São o que chamaríamos
comportamentos meta-apetivos.
EXEMPLOS:
A combinação em categorias, classes e modalidades dos vários tipos de
comportamento dedutíveis da exposição contida no Livro I da Ética a Nicômaco,
de Aristóteles, nos dá 2 grupos, 3 categorias, cada uma com a respectiva classe
transacional ou objetiva, totalizando 6 classes, e cada uma dessas classes com
sua modalidade ativa e passiva, em um total de 12 modalidades, como abaixo:
Exemplos:
A - Grupo de comportamentos instintivos
I - Categoria dos apetitivos impulsivos
1. Modalidade dos apetitivos impulsivos, objetivos, ativos. Toda essa classe
de comportamentos objetivos tem seu motivo fundado em sensações, e visa
objetos físicos causadores de prazer, de modo desregrado: busca e posse direta
de objetos da sensualidade na satisfação de necessidades vitais, incluído o
objeto sexual. Busca indiscriminada de objetos substitutos dos alvos naturais de
prazer, fumar, beber bebidas alcóolicas, usar drogas, etc.
2. Modalidade dos apetitivos impulsivos, objetivos, passivos: aceitação,
troca ou compra de carícias, entregar-se ao sono ou ao descanso
3. Modalidade dos apetitivos impulsivos transacionais, ativos. Os
comportamentos irracionais da classe transacional são fundados em
sentimentos do indivíduo em relação a si mesmo ou aos outros: ações ditadas
por orgulho, vaidade; defesa de exclusividade e propriedade, exercício
desregrado do poder, submeter ou derrotar o outro; sadismo; castigo, vitória,
vingança, assassinato, roubo e furto, afeição e gratidão naturais.
São palavras de Maquiavel que em certas circunstâncias as ações levadas a
efeito impulsivamente, têm mais probabilidades de resultarem em ganho que as
ações racionalmente preparadas: "Estou convencido de que é melhor ser
impetuoso do que circunspeto, porque a sorte é mulher e, para dominá-la, é
preciso bater-lhe e contrariá-la. E é geralmente reconhecido que ela se deixa
dominar mais por estes do que por aqueles que procedem friamente. A sorte,
como mulher, é sempre amiga dos jovens porque são menos circunspectos,
mais ferozes e com maior audácia a dominam" (Maquiavel, ed. 1948, p.131-
132).
4. Modalidade dos apetitivos impulsivos, transacionais, passivos: receber
ajuda, socorro; renúncia, fuga. Ser sustentado, valer-se da sedução, conceder-
se o ócio; viver sem compromissos, ser servido.
B - Grupo de comportamentos racionais
II - Categoria dos apetitivos racionais
5. Modalidade dos apetitivos racionais, objetivos, ativos. Comportamentos
influenciados pela razão, no sentido de eficiência em relação aos seus objetivos.
Motivo fundado em sensações, visa objetos de prazer, porém de modo
comedido, a bem do próprio prazer. São comportamentos segundo a máxima do
epicurismo: comer e beber balanceadamente, observar regimes alimentares,
selecionar e degustar, etc.
6. Modalidade dos apetitivos racionais, objetivos, passivos: música,
concertos, televisão, leituras, massagens, etc.
7. Modalidade dos apetitivos racionais, transacionais, ativos: atividades
astuciosas, disfarces, maquiavelismo, aplicação esmerada na destruição do
inimigo, estratégia de guerra, articulação criadora ou destruidora. Racismo;
esforço por um prêmio; derrotar o outro de modo astucioso; jogos e competições
esportivas.
Em seus célebres conselhos aos governantes, Maquiavel ressalta que, apesar
de que seja louvável a um príncipe viver com integridade, contudo, os príncipes
que souberam, pela astúcia, transtornar a cabeça dos homens, chegaram a
muito melhor resultado administrativo que o obtido pelos príncipes que foram
leais. Diz, no capítulo XVIII:
"Deveis saber, portanto, que existem duas formas de se combater: uma, pelas
leis, outra, pela força. A primeira é própria do homem; a segunda, dos animais.
Como, porém, muitas vezes, a primeira não seja suficiente, é preciso recorrer à
segunda. Ao príncipe toma-se necessário, porém, saber empregar
convenientemente o animal e o homem. Isto foi ensinado à socapa aos
príncipes, pelos antigos escritores, que relatam o que aconteceu com Aquiles e
outros príncipes antigos, entregues aos cuidados do centauro Quiron, que os
educou. É que isso (ter um preceptor metade animal e metade homem) significa
que o príncipe sabe empregar uma e outra natureza".
...
"Sendo, portanto, um príncipe obrigado a bem servir-se da natureza da besta,
deve dela tirar as qualidades da raposa e do leão"
...
"Precisa, pois, ser raposa para conhecer os laços e leão para aterrorizar os
lobos".
...
"Mas é necessário disfarçar muito bem esta qualidade e ser bom simulador e
dissimulador. E tão simples são os homens, e obedecem tanto às necessidades
presentes, que aquele que engana, sempre encontrará quem se deixe enganar".
..."por exemplo: de um lado, parecer a ser efetivamente piedoso, fiel, humano,
integro, religioso, e de outro, ter o ânimo de, sendo obrigado pelas
circunstâncias a não o ser, tornar-se o contrário".
...
"Todos vêem o que tu pareces, mas poucos, o que és realmente, e estes poucos
não têm a audácia de contrariar a opinião dos que têm por si a majestade do
Estado" (Maquiavel, ed. 1948, p.94-97).
Atributo inato do homem, que gera características próprias e individuais em níveis diferentes
em cada pessoa, a motivação é um conjunto de fatores psicológicos que impulsiona os seres
humanos a agirem de determinada maneira na conquista de objetivos e realização de ideais.
Manifestando-se em qualquer situação da vida, seja no campo pessoal, profissional ou
espiritual, ela é estimulada de acordo com as prioridades internas de cada um e depende desse
conteúdo particular, durando enquanto a necessidade interior não for suprida.
No âmbito profissional, essa força está relacionada às necessidades de trabalho, de
reconhecimento, de crescimento e valorização das habilidades voltadas para a empresa, o que,
quando concretizadas, proporciona uma sensação de satisfação e segurança nos indivíduos.
Para o psicólogo Abraham Maslow (1908-1970), "os indivíduos
apresentam uma hierarquia de necessidades básicas que precisam
ser satisfeitas e que se dividem em fisiológicas, segurança, aceitação
social, auto-estima e auto-realização". Segundo Maslow, "essas
necessidades estão ligadas entre si numa escala de valores
ascendente que, quando satisfeitas, surtem no indivíduo uma grande
sensação de bem estar".
Mas por que é necessário estar motivado? Segundo teóricos
motivacionais, o homem que vive em sociedade precisa e depende
de outras pessoas para sobreviver, o que gera nele um conjunto de
necessidades. Ou seja, quanto mais motivado estiver o grupo de
convívio, planejando caminhos e traçando metas para o
desenvolvimento próprio ou da empresa, mais motivadas ficarão as
pessoas que trabalham diretamente com esse grupo. Motivação chama motivação.
A realização de uma atividade na qual o Profissional gosta é um dos caminhos para esse
sucesso interior. Há muito, acreditava-se que trabalho e felicidade eram coisas incompatíveis.
Hoje, especialistas no assunto afirmam que quando as pessoas fazem as atividades que gostam
elas são mais felizes e trabalham mais motivadas, o que resulta em autoconhecimento, melhoria
da qualidade de vida e dos serviços e aumento da produtividade.
O ambiente em que vivemos interfere na motivação, pois é através dele que se torna possível
satisfazer grandes necessidades. Porém é importante compreender que, o desenvolvimento de
atitudes positivas, a melhora da auto-estima, autoconhecimento, controle de sentimentos e
emoções, o cuidado com o corpo, o desenvolvimento de relacionamentos motivadores, assumir
responsabilidades, procurar solucionar problemas, definir prioridades, planejar, atingir metas e
objetivos, aceitar desafios, ter iniciativa, ser otimista e estar aberto a mudanças, são grandes
passos para uma vida motivada e valorizada que, segundo especialistas, pode ser a chave do
sucesso
Nessa linha, os dirigentes deveriam procurar mecanismos para tornar o ambiente de trabalho em
algo produtivo, alegre e agradável. Somente assim as empresas serão capazes de concorrer
positivamente para a motivação e satisfação dos seus empregados.
(...) O Trabalho era visto como o contrário do lazer, e este como a atividade liberatória da
autoridade e da concepção do dever. O lazer autêntico envolve autonomia do indivíduo sobre o
tempo a ele dedicado. Por outro lado, o trabalho restringe a autonomia e significa conformidade
com necessidades primárias de sobrevivência e luta contra o ambiente no qual o homem vive.
(MOTTA, 2000:187)
Sabedores dessa disputa entre necessidades primárias (trabalho) e prazer (lazer), os dirigentes
devem se empenhar em produzir um ambiente organizacional propício para o desabrochar de
atividades prazerosas. Não se trata de tornar as empresas em grandes salões de festas, e sim,
formalmente, de deixar fluir boas relações individuais entre os empregados e suas tarefas, com
total anuência. Deste modo, gradativamente, ocorrerá a diminuição do gap entre motivação e
satisfação em relação à obrigatoriedade de se realizarem tarefas (trabalho). Cada empregado
poderá, com o tempo, tornar-se fiel ao "cumprimento" de atividades que, no mesmo momento,
garantem seu sustento (necessidades primárias) e somam prazer nesta difícil equação a ser
equilibrada.
Não há sensação pior no trabalho do que perceber que toda vez que realizamos algo "diferente"
do esperado, podemos estar infringindo alguma coisa e, como tal, desagradando aos princípios e
valores da empresa. Executar uma atividade de maneira diferente, não significa,
necessariamente, realizá-la de maneira errada. É uma dificuldade recorrente dos "gestores
modernos" conseguirem conceber que existem outras formas e muitas vezes mais eficientes de
se realizar determinado grupo de atividades.
É uma miopia antiga e ferrenha que prima por mecanismos de controles complexos e
repressores e não pela visualização dos resultados concretos e aferição de metas. Estes,
indubitavelmente, demonstram de maneira inabalável a eficiência conquistada. Na grande
maioria dos setores econômicos, o modo como realizamos determinado trabalho não é tão
relevante, quando comparamos com os resultados advindos deste trabalho. Medir os resultados
e deixar os trabalhadores livres para criar, desenvolver novos métodos e facetas é um dos
segredos do incremento da motivação no dia-a-dia.
Assim, por tudo isso, é justo pensarmos que a visão comum acerca do trabalho é de algo nada
agradável. Quando falamos em motivação, precisamos entrar nas fronteiras da relação individual
com o trabalho. A motivação, sem dúvida, vem de dentro, todavia, sem estímulos lícitos,
constantes e formais das organizações, todo o ímpeto e desejo dos empregados poderá ser
desperdiçado e, com o tempo, aniquilar o compromisso dos mesmos com a organização.
Empregados motivados e valorizados pelas suas empresas atraem outros bons e motivados
profissionais, são infinitamente mais comprometidos com os resultados e com a organização,
buscam, constantemente, melhores qualificações, são proativos e, acima de tudo, querem o
melhor para a empresa, pois sabem que o melhor da empresa será o melhor para o futuro deles.
Não investir nas pessoas e nas suas satisfações com o trabalho é o pior investimento que uma
empresa pode realizar.
A motivação, portanto, não é obra única e exclusiva da automotivação do indivíduo que, por si
só, possui inúmeros pensamentos conflitantes para lidar e resolver, mas, sobretudo, a motivação
precisa ser constantemente estimulada pelas empresas. Existem inúmeras formas de uma
organização estimular a satisfação com o trabalho, resta saber, se essa busca pela motivação e
satisfação é realmente desejada por toda a cultura da empresa. São valores que precisam estar
absorvidos por toda organização, uma vez que atos isolados não surtirão efeito positivo, muito
pelo contrário.
Em verdade, é uma decisão dificílima abrir mão do foco puramente financeiro (lucros) em prol da
realização de investimentos nas pessoas, o que, no longo prazo, e somente no longo prazo,
poderá trazer maiores lucros.
Quantos empresários estão dispostos a deixar de lucrar hoje para lucrarem mais amanhã?
Bibliografia:
Motta, Paulo Roberto. Gestão Contemporânea: A Ciência e a Arte de Ser Dirigente.
Rio de Janeiro: 11a edição. Record, 2000.
Vontade e motivação
1 - Motivação e necessidades
Motivação pode-se entender como o conjunto dos meus motivos, quer dizer, de
tudo aquilo que, a partir do meu interior, me move a fazer (e a pensar e a decidir).
Pode expressar também a ajuda que me presta outra pessoa para reconhecer os
meus motivos dominantes, a ter outros mais elevados, a rectificar motivos torcidos
(não rectos ou correctos), a ordená-los ou hierarquizá-los.
Os valores são especificações do bem. Por isso, devo perguntar-me: que considero
valioso? É-o realmente?
Somos seres que damos e nos damos, mas também temos necessidades. É muito
conhecida a teoria sobre a motivação desenvolvida por Abraham Maslow, centrada
nas necessidades.
O homem é um ser indigente - afirma Maslow. - Mal uma das suas necessidades é
satisfeita, aparece outra no seu lugar. Este processo é interminável. Dura desde o
nascimento até à morte
2 Motivação e valores
Este esquema das intenções das motivações é muito interessante, porque não se
centra tanto_ no que o ser humano sente como no que a pessoa quer. Destaca as
intenções do sujeito, os fins que se propõe. Está muito relacionada, portanto, com
vontade humana.
Além disso, podemos avaliar a motivação de uma pessoa para uma acção,
considerando a proporção em que entram cada uma destas motivações. Por sua
vez, ajudanos a descobrir os valores preferentes ou prioritários de cada pessoa.
A descoberta de valores corresponde aos imateriais, aos do espírito, aos que fazem
referência à verdade (valores intelectuais), ao bem (valores morais) e à beleza
(valores estéticos). São três tipos de valores estreitamente relacionados entre si,
porque verdade, bem e beleza são os termos inseparáveis de um trinómio. (Se
alguém tentasse separá-los, encontrar-se-ia com uma verdade má e feia, com um
bem feio e falso, com uma beleza falsa e má).
Como descobrir estes valores? Cada qual deve tomar a iniciativa de os procurar
porque lhe são muito importantes: são os elementos que aperfeiçoam o próprio
ser; mediante eles, um indivíduo pode acabar por ser, chegar a ser aquilo que é:
pessoa ser mais e melhor pessoa.
Há algum âmbito onde a descoberta de valores seja menos difícil ou mais provável?
Em primeiro lugar, o âmbito vital da família. Se os pais optaram por certos valores
e se comprometeram com eles, cada filho que vem ao mundo não tem de
desenvolver a tarefa hercúlea e problemática de tratar de descobrir por que valores
vale a pena arriscar a vida (ibidem).
Nem sempre acontece assim. Optar por certos valores significa escolher, entre os
melhores, aqueles que mais convenham, numa família concreta com as suas
circunstâncias actuais, para o desenvolvimento pessoal de cada membro e para a
melhoria familiar. Logicamente, serão prioritários os valores humanos mais
cultivados por ambos os cônjuges.
Esses valores, vividos pelos pais. com naturalidade e com graça, com bom humor,
sabendo sorrir habitualmente, serão atractivos para os filhos e contagiosos. A
família, sob esta perspectiva, aparece-nos como um museu vivo de valores. E não
porque os pais pendurem os valores nas paredes, como se se tratasse de um
quadro que, passivamente, se deve admirar. Os valores familiares constituem, pelo
contrário, um dado irrefutável, quase com cunho testemunhal, que vai unido ao
comportamento diário dos pais (ibidem, p. 76). E também estarão presentes estes
valores na conduta dos filhos, quando os pais, além de os viverem e de os
fomentarem, promovem e mantêm vigentes algumas normas e costumes familiares
que mostram a presença viva destes valores preferenciais.
Isto será tanto menos difícil para os pais quanto mais cedo façam da sua família
um museu vivo de valores, quando os filhos são ainda muito pequenos.
Oliveros Otero
O poder da liderança para a liberdade
Armando Correa de Siqueira Neto
selfpsicologia@mogi.com.br
Psicólogo na Indústria e Comércio de Biscoitos Festiva em São Paulo. Desenvolve
trabalhos e palestras com Psicologia Preventiva e eventos educacionais.
2003
LIDERANÇA E NEGOCIAÇÃO
Eraldo Meireles
Consultor do Instituto MVC
Quando se fala em Liderança, uma das primeiras e mais importantes atribuições do líder, logo
ressaltada, é sua capacidade de negociar.
As mudanças no mundo e nas empresas leva-nos à constatação de que encontramo-nos em um
momento de transição de um tempo que está acabando e de outro que começa. Estruturas
hierarquizadas são substituídas pelas matriciais, as relações formais cedem lugar às informais,
os vínculos burocráticos perdem sentido diante dos vínculos empreendedores, já tem pouco
valor o "manda quem pode, obedece quem tem juízo" , quando todos sabem que é necessário
"fazer o que é preciso". As informações centralizadas, até então um símbolo do poder, perdem
lugar para as informações pulverizadas, quando todos são envolvidos nos processos de
comunicação dentro das empresas. Cada um cuidando de seu pedaço, em busca dos resultados
de sua unidade, perde importância diante dos resultados maiores da Empresa. A revolução
provocada pela internet está fazendo diminuir sensivelmente as vendas em local físico, em favor
das vendas cada vez mais significativas em "local virtual". Enfim, os antigos modelos mentais,
responsáveis por comportamentos e atitudes que já não funcionam, têm que ceder espaço a
novos modelos mais eficazes.
Todas estas mudanças batem de frente com necessidades e valores enraizados, com um "status
quo" estabelecido e, principalmente, com o principal agente de todas as mudanças: o ser
humano. E este não muda como mudam as peças, as máquinas ou seus componentes.
Conhecer ou mesmo treinar habilidades não basta para que o ser humano se disponha a mudar;
o processo de convencimento é árduo e muitas vezes desgastante. Nesta hora revelam-se os
verdadeiros líderes. E, quando falamos de líderes, não estamos nos referindo apenas àqueles
que exercem funções gerenciais , de chefia ou que detêm algum poder formal nas estruturas
hierárquicas. Referimo-nos a todos que precisam obter resultados com/e por intermédio de
outras pessoas, independentemente de sua posição, cargo ou contexto em que esteja atuando.
A estes principalmente não pode faltar o grande atributo da liderança: saber negociar!
Segundo os consagrados autores Kouzes e Posner a "Liderança é um conjunto de práticas
observáveis que podem ser aprendidas". Em seu livro Desafios da Liderança eles citam as 5
práticas: 1. Desafiar o Processo; 2. Inspirar uma Visão Compartilhada; 3.Capacitar os Outros
para Agir; 4.Modelar o Caminho; 5.Encorajar o Coração.
Ora, nenhuma dessas práticas pode ser imposta. Se não, vejamos alguns exemplos.
Como impor às pessoas uma "uma busca de oportunidades desafiantes ou a assunção de
riscos" sem que eles estejam dispostas a isto? Como fazê-las colaborar ou compartilhar
informações, se elas não estiverem convencidas do valor destes comportamentos? Dar o
Exemplo, Reconhecer as Contribuições e até Comemorar as Pequenas Vitórias são
comportamentos ativos que exigem pré-disposição e convencimento íntimo. Não podem ser
impostos, mas podem e devem ser negociados!
Usando suas habilidades pessoais, aliadas às boas técnicas de negociação, os verdadeiros
líderes são capazes de se transformar em "agentes de resultados" tão necessários nestes
tempos de mudança cada vez mais rápidas e que exigem inteligência
Liderança e Poder
Sempre se compreendeu liderança através da posse e do exercício de poder, no
enfoque do autor compreende-se poder como a capacidade de influenciar
pessoas. Pensando que o ato de liderança contribui para uma função de grupo,
e esta contribuição envolve a manifestação do comportamento de outras
pessoas, o poder para exercer o ato de liderança esta baseado na aceitação ou
permissão que o grupo da para que tal aconteça. Pensado a respeito da relação
de poder com o ato de liderança, pode-se dizer que a importância da posse de
poder para a liderança efetiva esta na sustentação, se um líder tem um traço de
personalidade específico, mas não tem poder social adequado (apoio de outras
autoridades) a liderança não atinge índices tão altos.
Liderança e determinantes de iniciativa por um
membro de grupo
1. Consciência da necessite da função
2. Sentir-se capaz de realizá-la
3. Grau de interdependência do grupo ( aumenta a responsabilidade)
4. Sentimentos de valor e aceitação do grupo
5. Confiança em suas opiniões
6. Necessidade de realização
7. Sede de Poder (neste caso o indivíduo esta atuando em prol de sua
necessidade e no do grupo)
Liderança e poder
A liderança ou o ato que atende a função do grupo terá mais eficiência quanto
maior seu apoio em uma base de poder (capacidade de influenciar pessoas). A
utilização inadequada tende a reduzi-lo.
Bases de poder:
1. recompensa (ganho)- provoca menor resistência e maior atração
2. coerção (desobediência/castigo) - das bases de poder é a que provoca maior
resistência
3. especialista (avaliação-conhecimento)
4. referência (identificação)
5. legítimo (valores aceitos pelo grupo)
LIDERANÇA
Introdução
A arte de saber delegar é cada vez mais uma necessidade dentro de uma organização,
nomeadamente no que se refere à sua gestão. Apesar da liderança ser uma
característica muito apreciada e exigida pelos agentes empregadores, ela está de certo
modo relacionada com a delegação. Eu penso, aliás, que, saber delegar contribui de
alguma forma para a liderança. O que é delegar? O que é liderar? São algumas
questões cuja resposta é múltipla e para a qual eu espero contribuir com este trabalho.
A liderança e a delegação situam-se em determinados pontos da gestão de uma
organização, tal como mostra a figura seguinte:
Que é Liderar?
O conceito de liderança tem vindo a evoluir ao longo dos tempos. Nos anos 20 o
sociólogo Max Weber identificava líderes burocrático detentores de patrimônio e
carismáticos. Nos anos 40 houve um forte desenvolvimento nestes estudos com o
apoio do exército do EUA que os utilizaram na seleção dos seus oficiais e nos anos 50
muitos outros estudos surgiram nas ciências comportamentais, levando a abordagem
da liderança para outros âmbitos e outros grupos.
“atividade de gestão que através da comunicação e motivação do pessoal, leva este a
realizar as atividades necessárias para atingir os objetivos da empresa."
Os Líderes
Devem ter: · Visão e valores · Integridade · Vontade de assumir riscos
Devem ser: · Agentes de descentralização · Agentes de mudança
A liderança como um teste:
- resposta adequada nas situações de crise.
- desempenhar o papel de líder quando tudo está bem é fácil, pior é quando começa o
"tiroteio", onde aí é que se vê até que ponto os líderes são bons.
- necessário ter visão e valores bem enraizados e consistentes, para que as pessoas
ganhem confiança em si.
- Um líder não pode ficar circunscrito ao seu gabinete, deve-se deslocar pelo seio da
organização tentando mostrar sempre um ar simpático.
Edward de Bono desenha a liderança do seguinte modo:
(mostrar o desenho do líder)
O líder toma a iniciativa, emerge com uma idéia que é seguida pelos outros, um
pouco talvez por conhecer mais sobre o campo em debate específico. Os outros
seguem-no vigorosamente. Deve ter classe e carisma, conseguir-se libertar das
dificuldades. Possivelmente dominou o encontro desde o início e apenas esperava a
oportunidade certa para avançar e defender a sua idéia.
TEORIAS SOBRE LIDERANÇA
Warren Bennis
"um bom gestor faz as coisas bem, enquanto um bom líder faz as coisas certas"
John Adair
"as capacidades de liderança podem ser adquiridas através do treino"
John Kotter
"as capacidades de liderança são inatas, embora todas as pessoas devam ser
encorajadas a ser líderes"
TIPOS DE LIDERANÇA
No quadro 1 podemos verificar os tipos opostos de liderança: a liderança autoritária e
a liderança participativa, podendo no entanto haver líderes intermédios. Assim com
uma liderança autoritária (mais à esquerda) o líder normalmente toma as decisões e
anuncia-as, enquanto que numa liderança participativa existe uma maior
independência e liberdade de ação pessoal, em que este tem mais responsabilidades
nas tomadas de decisão e mais conhecimento para enfrentar os problemas. Nos pontos
intermédios, por ex., o gestor pode começar por tentar "vender" as suas decisões, etc.
Quadro 1
O quadro 2 (comportamento do líder) mostra a seqüência das formas e estilos de
liderança mais adequadas na evolução do pessoal - Teoria Situacional da Liderança.
A liderança tem de ser dinâmica , variando conforme a maturidade (de
responsabilidades) dos empregados e a sua experiência. Normalmente ao início dos
empregados numa organização o comportamento por parte do líder mais adequado
deve ser - Telling, em que estes têm de ser instruídos nas suas tarefas. Segue-se uma
fase em que se deve dar mais apoio para que estes continuem encorajados nas suas
tarefas - Selling. Quando os empregados começam a procurar novas
responsabilidades, pois crescem na capacidade e motivação, o estilo de liderança será
- Participating. O estilo Delegating será indicado quando se têm empregados mais
confiantes, auto-direcionados e experientes, pois necessitam menos apoio e
encorajamento.
Quadro2
A ARTE DA DELEGAÇÃO
Imagine que é gerente de um hotel e que, naturalmente, querendo manter o seu hotel
bem limpo, resolveu usar do porteiro para algumas dessas tarefas. Se disser ao
porteiro: "-Descarrega o lixo às 3ªs e 5ªs feiras", de certeza que ele o descarregará
nesses dias, mas se disser antes: "-Descarrega o lixo conforme seja necessário", ele se
for responsável, vai verificando a necessidade de o descarregar em qualquer dia,
conforme a necessidade (até lhe podemos ensinar algo sobre gestão de tempo), mas é
ele quem decide.
BIBLIOGRAFIA
Bono, Edward de - "Atlas of Management Thinking"; Pinguin Books
Hellriegel/Slocum - "Management"; Addison-Wesley, 1993, pág. 10-13 e
459-461
McNeil A. - "Ser Líder Empresarial"; Edições CETOP, 1988, pág. 52-55
Naisbitt J., Aburdene P. - "Reinventar a Empresa"; Editorial Presença,
1990, pág. 96-100
Stoner James A. F. - "Administração"; Prentice-Hall, 1985, pág.260-364
"O Domínio da Gestão", Diário Econômico, 1996; Suplementos 14, 15 e
18
"Executive Digest", Dezembro 1996; pág. 100-101
"Executive Digest", Março 1997; pág. 74-76
"Executive Digest", Manual de Gestão - Conceitos de A a Z
"Executive Digest", 50 Conceitos de A a Z
Gerard M. Blair - "The Art of Delegation", "Presentation Skills for
Emergent Managers", "What makes a great manager