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Economia e pensamento crítico

24/01/2023 04:00
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Ari de Oliveira Zenha
Economista

“Andam desarticulados os tempos.”


Shakespeare (“Hamlet”)

A análise econômica implica procura dos conhecimentos determinados das forças materiais
de produção, suas estruturas em, suas interações históricas e sociais dentro das
vinculações produtivas estabelecidas numa realidade determinada, ou seja, dentro de uma
estrutura de produção histórica e socialmente.

A realidade econômica brasileira, pelo menos nos últimos 30 anos, vem apresentando
características que vinculam a uma forma de pensamento capitalista conservadora
neoliberal que tem predomínio entre nós como filosofia do pensamento, como também está
estritamente vinculada e integrada com uma determinada situação econômica e política no
mundo globalizado.

O neoliberalismo como concepção do mundo capitalista envolve e se relaciona com a


realidade nos das forças materiais produtivas, como também abarca todo o espectro social,
político e ideológico da sociedade civil.

no interior desses falsos limites apregoados pelo neoliberalismo, desta sua empobrecida
objetividade social, conservadora e reacionária, que surge como alternativa real de
mudança, em toda a consciência, com sua profundidade, com sua amplitude e com um
projeto alternativo real, estabelecido por uma noo transformadora que a consciência crítica
se coloca como imperativo desta empobrecida racionalidade neoliberal.

A práxis transformadora da realidade ao entender a vida em toda a sua plenitude


humanística, histórica, colocando o homem como sujeito construtor social de sua existência,
na qual “o modo de produção da vida material condiciona o desenvolvimento da vida social,
política e intelectual em geral”(Marx, Karl), adquire determinadas alterações na sua estrutura
produtiva como na sua superestrutura.

Nos tempos de hoje, a economia convencional adquiriu e tem adquirido um aparato técnico
instrumental (cálculos matematizados, programas computacionais econométricos altamente
sofisticados) que possibilita a esta economia criar cenários e modelos econômicos que
"teórica" e “cientificamente” proporcionam aos “analistas” e “gestores econômicos" condies
de "decisões" e “entendimentos” de possíveis acontecimentos nos panoramas
macroeconômicos. Este pseudocientificismo e esta tentativa de transformar a ciência
econômica em uma ciência exata, na qual os acontecimentos e as relações econômicas e
sociais são passíveis de conhecimento e análise prévia e de ingerência eficaz quando se
aplicam as soluções corretas para os problemas econômicos, vem de encontro nos da
necessidade de um capitalismo regulado como retoma a teoria econômica neoclássica
marginalista.

Essa retomada marginalista no plena e absoluta, a ela está anexado um pseudo liberalismo
keynesiano em decadência pelos arautos da economia convencional, que no af de preservar
e contornar as crises cíclicas do capital utiliza todo o aparato teórico desses pensamentos
econômicos – como exemplo, temos o mercado como único regulador da atividade
econômica e dos preos; usa, também, como metodologia, o neopositivismo.

Cabe ao pensamento crítico transformador desmistificar todos esses mecanismos


levantados e colocar a economia política em evidência, realizando um debate sem trégua
com a economia convencional, ampliando e clareando com propostas alternativas e viáveis
no sentido de se concretizar através das forças sociais comprometidas com a transformação
social argumentos e proposições que serão assumidos por estas.

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