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Pós-Graduação - Especialização em Design de Interiores

Teoria das cores e composição


Aula 1

Prof. Me. Guilherme Gasques Rodrigues


PERCEPÇÃO AMBIENTAL

Elemento COR

PSICOLÓGICA FÍSICA
(mística, simbólica) (harmônica, paleta
de cores)

Reflexo na
Arquitetura e Design
AMBIENTE – ESTÍMULOS – RECEPTORES - SENTIDOS
AMBIENTE

Bombardeio de estímulos

Seleção do que chama


atenção (receptores)

Percepção (imagem) Consciência


(pensamento/sentimento)

Comportamento
RECEPTORES

Seleção do que chama


atenção (receptores)

Experiência passada

Estado emocional e motivacional

Atitudes e preconceitos

Expectativas sobre o futuro


RECEPTORES

Consciência
(pensamento/sentimento)

Emoção

Razão

Memória e intuição

Imaginação além dos sentidos


REALIDADE E PERCEPÇÃO

As percepções decorrentes das sensações vão


além das simples reações aos estímulos externos,
pois são acrescidas de outros estímulos internos,
que intervêm e conduzem o comportamento.
A percepção e a realidade!
EXEMPLO DA CRIANÇA: corpo e mente - integral

Aprendizado sem linguagem. Este é feito com seu corpo a


fim de aprender a relacionar-se com o meio físico.

EDUCAÇÃO OCIDENTAL –
(aquisição quantitativa pela visão)

Nesta linha de adaptação, o


corpo deixou de participar no
sistema de aprendizagem.
Filtros e Condicionantes

Os estímulos do ambiente
que chegam até o homem
• Sensorial encontram barreiras, como a
FILTROS • Fisiológico faixa etária, sexo, diferenças
• Cultural culturais.

O homem age em
• Ideias função dos significados
CONDICIONANTES • Símbolos que imprime à
• Mitos realidade.
Outra condicionante: Lateralidade do cérebro

LADO ESQUERDO LADO DIREITO

• Processos • Passivo;
racionais; • Reconhece rostos,
• Verbaliza; formas, música;
• Pensa Lógico; • Movimenta-se,
• Mão direita precisa; veste;
• Classifica, analisa; • Trabalha de modo
• Realista. global e intuitivo;
• Romântico.

Seria desejável que houvesse um desenvolvimento harmônico das duas


lateralidades, completando a compreensão da realidade.

Dessa forma poderíamos evitar erros na interpretação dos fatos e


compreenderíamos melhor o comportamento dos outros e respeitaríamos
mais seus sentimentos.
Elementos objetivos e subjetivos – processo criativo!
PROCESSOS
• Programa – inventário, pesquisa – síntese PROCESSOS ELEMENTOS
• Desenvolvimento do programa
• Anteprojeto / Projeto de execução
• Detalhamento / Memoriais
• Construção / Pós-ocupação
Elementos: Objetivo - técnico
• Controle ambiental / temperatura DESIGNER
• Acústica / cor / Aeração / textura / Luz
• Forma e função / Significado
• Materiais e métodos
• Estrutura/elétrica/hidraulica Elementos: Subjetivo
• Sentido perceptivo, espacial,
Elementos: Não-objetivo (tarefa) proxêmico, linguagem, abdução,
• Necessidades básicas (bem-estar, sentido do prazer.
emocional, físico, social)
• Contexto (cultural, social, histórico) DESIGNER
• Paisagem (natural, cultural) • Analisar, conceber, julgar,
• Normativa (legislação) perceber, sintetizar, pensar.
Percepção Ambiental e o contexto atual

Sentidos
negligenciados

Talvez devido à Os sentidos foram A ciência excluiu


poluição sonora, reduzidos aos 5 as propriedades
visual, do ar, à comuns, com psicológicas e
sujeira. predomínio da pouco mudou
visão. nos últimos 400
anos.

A formação cultural ocidental, interpreta a realidade objetiva de


modo material e fragmentado, a nosso ver, teria de atuar
holisticamente, pensando no sujeito psicológico integral.
Visão como sentido sensorial

Visão ocupa 87%


das atividades entre
os 5 sentidos

EM GERAL: ASSIM:
• Não vemos detalhes, • A aparência das coisas é
• Vemos o conjunto dos objetos determinada pela relação entre
em um espaço; elas.
• Vemos as formas e silhuetas. • A visão prefere a aparência
externa, é parte de sua natureza.
Sentido espacial!

A matéria prima do arquiteto é o espaço interno do


edifício. São os espaços perceptivos e vivenciais.
(Bruno Zevi)

Pode-se dizer:
• Projetamos no positivo, • O vazio é pleno de vida!
construímos no positivo, mas
vivemos no espaço negativo. • Naturalmente necessitamos
de um espaço pessoal...este
• Arquitetura é vivenciar o espaço! é o sentido proxêmico!
Sentido Proxêmico

É natural ao homem a territorialidade. E a utilização desse espaço


influencia seu relacionamento com os outros.

Ex.: no caso dos


• Elevadores
• Metrôs
• Ônibus
Imobilidade e abstração

O espaço vital do EU tem por limite a bolha pessoal. Fronteira invisível!

É influenciada: Personalidade; Estado de espírito; Sexo; Idade; Normas sociais;


Regras culturais
COR E PERCEPÇÃO
COR VISÃO PERCEPÇÃO REAÇÃO

Após experimentarmos a cor, é todo o resto de nós


que determina o significado que lhe emprestamos.

Mas as cores nos estimulam por provocar uma associação


ou atuam em algum aspecto do nosso corpo ou cérebro?

Não podemos negar:

A COR modela acidental ou intencionalmente nossa PERCEPÇÃO!


Teorias da cor
• Aristóteles (384-322a.c)
• As cores são propriedades dos objetos como o material e peso.
• Leonardo da Vinci (1452-1519)
• A cor é propriedade da luz
• Experimentos com prismas - difração (decomposição da luz solar)
• Isaac Newton (1642-1727) - Vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta
• A luz é feita de partículas
• Christiaan Huygens (1629-1695)
• A luz existe em ondas
• James Clerk Maxwell (1831-1879)
• A luz é de natureza eletromagnética e se propagava em onda
• Heinrich Hertz (1857-1894)
• Descobriu as ondas de rádio
• Wilhelm Rontgen (1845-1923)
• Descobriu os raio X
A teoria tricomática
• Thomas Young (1773-1829)
• Físico e médico britânico, definiu
diferentes comprimentos de onda
e frequência.
• Defendia que a retina vibrava de
forma diferente conforme o
estímulo luminoso
• Receptores compostos de
partículas
• Hermann von Helmholtz (1821-1894)
• Físico e médico alemão,
aprimorou a teoria de Young sobre
os 3 tipos de receptores.
• Expandiu a teoria
• Vermelho, verde e azul
• estímulos dos cones
• Edwald Hering (1834-1918)
• Estudou a impressão subjetiva
da cor
• Amarelo como cor elementar
MISTURAS
MISTURAS
MISTURAS
Ilusão de ótica
Ilusão de ótica
Ilusão de ótica
Ilusão de ótica
Ilusão de ótica
Ilusão de ótica
Ilusão de ótica
A cor partitiva
Georges-Pierre Seurat. Uma Tarde de Domingo. Óleo sobre tela. 260cmx350cm, 1884-1886
Georges-Pierre Seurat. Um banho em Asnières. Óleo sobre tela. 201cmx300cm, 1884.
Georges-Pierre Seurat. O Circo. Óleo sobre tela. 185cmx152cm, 1890-1891.
Van Gough. A noite estrelada. Óleo sobre tela. 73,7cm x 91,2cm, 1889.
James R. Eads. Fever dreams.
James R. Eads. Wherever you go, there you are.
• Cores combinadas • Observar os efeitos
podem gerar diversas que as cores
reações. produzem entre si é
o ponto de partida
• cor vibrante
para entender a
• cor luminosa relatividade da cor

• o quadrado vermelho quase se


funde com o fundo magenta.

• o quadrado vermelho perde


intensidade de valor.

• o vermelho sobre o ciano brilha,


mas o quadrado diminui em
comparação ao preto?

• o vermelho se "desbota". A
relação de luz altera a
percepção.

• vermelho mais vibrante, quente,


com bordas claramente
definidas
• Matiz é a gradação de cores (vermelho, verde,
azul, amarelo, etc.)
• Saturação é a intensidade de pureza da cor, em
uma escala de cinza
• Luminosidade da cor é alterada acrescentando
branco ou preto (no caso da cor pigmento)
CÍRCULOS CROMÁTICOS
CÍRCULOS CROMÁTICOS
CÍRCULOS CROMÁTICOS

Michel Eugène Chevreul (1786-1889) Moses Harris (1731-1785)


SISTEMAS CROMÁTICOS
• Henry Munsell (1858-1918)
• “árvore da cor”
SISTEMAS CROMÁTICOS
PSICOLOGIA DAS CORES
PSICOLOGIA DAS CORES

• Carl Jung (1875-1961)


• "as cores são língua materna do
subconsciente“
• Nomear às cores é uma maneira de manipular o
psicológico.
• Gothe(1749-1832)
• Discordava de Newton, pois abordava as
cores pela percepção humana e não pela
física, "efeitos sensuais e morais", "privação"
e "poder"

Goethe(1749-1832)
PSICOLOGIA DAS CORES
PSICOLOGIA DAS CORES
PSICOLOGIA DAS CORES
PSICOLOGIA DAS CORES
• O efeito das cores sobre os seres
humanos
• Luz vermelha: a pressão sanguínea
fica inconstante, aumenta a pulsação
e aumenta a sensação de aperto na
garganta.
• Luz amarela: forte e ensolarada, ela
não desperta componentes de calma
e prazer.
• Luz violeta: com efeitos calmantes e
relaxantes, esta luz é considerada
boa para a concentração.
• Luz verde: agradável e calmante.
(Mônica Queiroz - site:
http://acorsimplificada.com.br/)
Trabalho: Color Board
Diagrama de orientação:
• O cliente poderá ser: • Um ambiente
Identificação do um personagem de deve ser
1ª ETAPA:
perfil do cliente filme ou série; ou um proposto para o
artista de grupo, banda personagem.
ou carreira solo. Ex.: sala de
Definição da estar,
2ª ETAPA: • A paleta de cor deve
paleta de Cores dormitório,
estar inserida no color
cozinha, etc.
board e ser feita a tinta
(guache ou outras). • No color board
Montagem do pode-se usar
3ª ETAPA: • O color board será no
color board tecidos, recorte
tamanho de uma folha
de revistas,
A3.
impressões,
Link do vídeo de como fazer um color board: etc.
http://www.youtube.com/watch?v=UKRFLPGXneM
Esquemas para elaborar a paleta de cor
Questões para perfil

• Quais cores aparecem no • Quanto tempo ela passa


vestuário da pessoa? E em nesse ambiente?
sua casa ou trabalho? • Quais suas atividades
• A pessoa é ligada à neste ambiente?
natureza? É uma pessoa • Quais as características
diurna ou noturna? físicas deste ambiente?
(claro, escuro, pequeno,
• A pessoa é extrovertida ou grande...)
Introvertida?
• Qual emoção deve ser
estimulada, ou amenizada
nesta pessoa?....
Exemplos de color board
Exemplos de color board
Exemplos de color board
Referências
ARNHEIM, Rudolf. Arte e percepção visual: uma psicologia da visão criadora. São Paulo:
Nova Versão. Livraria Pioneira Editora, 1989.
BANKS, Adam; FRASER, Tom. O essencial da cor no design. São Paulo: Editora Senac,
2012.
DORFLES, Gillo. O Devir Das Artes. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
FARINA, Modesto. Psicodinâmica das cores em comunicação. São Paulo: Edgar Blucher,
1987.
GOETHE, J.W. Doutrina das cores. Tradução, apresentação e seleção, Marcus Giannotti. São
Paulo: Nova Alexandria, 1993.
PEDROSA, Israel. Da cor à cor inexistente. Rio de Janeiro: Léo Christiano Editora, 1995.
TISKI-FRANCKOWIAK, Irene. Homem, Comunicação e Cor. São Paulo: Cone Editora, 1991.

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