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Índice

INTRODUÇÃO...............................................................................................................................2
4.1 CLIENTES................................................................................................................................3
4.1.1 Crédito em conta corrente...................................................................................................3
4.1.2 Clientes-Titulos a receber...................................................................................................3
OPERAÇÕES COM LETRAS........................................................................................................4
Letras a receber............................................................................................................................4
Saque............................................................................................................................................5
Endosso........................................................................................................................................5
Desconto Bancário.......................................................................................................................6
Cobrança da Letra............................................................................................................................7
Cobrança Directa..........................................................................................................................7
Cobrança Bancária.......................................................................................................................8
Protesto............................................................................................................................................8
Protesto da letra em carteira.........................................................................................................8
Protesto da letra na posse do Banco.............................................................................................9
A Reforma.....................................................................................................................................10
Reforma Total ou Integral......................................................................................................11
Reforma parcial..........................................................................................................................12
Crédito em Moeda estrangeira.......................................................................................................13
Diferenças de Câmbio Favoráveis.............................................................................................13
Diferenças de câmbio desfavoráveis..........................................................................................14
4.1.3 Clientes de cobrança duvidosa..............................................................................................15
4.1.4 Adiantamentos de Clientes................................................................................................16
4.2 ESTUDO DA CONTA FORNECEDORES............................................................................17
4.2.1 Fornecedores conta corrente.............................................................................................17
4.2.2 Fornecedores- Títulos a pagar...........................................................................................17
OPERAÇÕES COM LETRAS......................................................................................................18
LETRA A PAGAR........................................................................................................................18
O Aceite.....................................................................................................................................18
Reforma do Aceite.........................................................................................................................19

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Reforma total ou Integral...........................................................................................................19
Reforma Parcial..........................................................................................................................20
Débitos em moedas estrangeiras....................................................................................................22
Diferença de câmbio......................................................................................................................22
Diferenças de câmbio favoráveis...............................................................................................22
Diferenças de câmbio desfavoráveis..........................................................................................23
4.2.9 Adiantamentos a fornecedores..............................................................................................24
CONCLUSÃO...............................................................................................................................26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................................27

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INTRODUÇÃO
No presente trabalho onde nos foi incumbido o tema ‟ Contas a Receber, a Pagar e Operações
com Terceiros”, abordaremos especificamente as contas 4.1 Clientes e 4.2 Fornecedores.
Estas duas contas, compreendem operações de compras e vendas efectuadas com terceiros
(fornecedores e clientes respectivamente). As dívidas dos clientes podem ser representadas por
títulos quando as vendas efectuadas pela empresa forem a prazo e tituladas através do saque, que
constitui um título de crédito que constitui uma ordem de pagamento numa determinada data
designada vencimento, e essas dívidas são registadas na conta clientes títulos a receber. Quando
as dívidas dos clientes não são representadas por títulos de crédito, elas serão registadas na conta
clientes conta corrente. As dívidas aos fornecedores que resultam de vendas a prazo podem ser
titulados através do Aceite que constitui uma declaração de responsabilidade de pagamento
assinada pelo sacado (a empresa), e estas dívidas são registadas na conta fornecedores títulos a
pagar, e as dívidas que não estejam tituladas são registas na conta fornecedores conta corrente.
Durante o desenvolvimento do trabalho abordar-se-á de forma minuciosa os diversos aspectos
relacionados com as contas Fornecedores e Clientes.

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4.1 CLIENTES
A conta 4.1-Clientes compreende as vendas a prazo decorrentes de vendas de bens ou serviços
da actividade normal da empresa, ou seja, contas a receber compreende todos os valores que uma
determinada empresa tem a receber dos seus clientes, quando uma empresa vende bens ou
serviços ela pode dar ao cliente a opcão de pagamentos a prazo.
O saldo desta conta é, em regra, devedor, podendo no entanto haver alguns saldos credores, que
no balanço devem figurar na massa patrimonial dividas a terceiros-curto prazo.

4.1.1 Crédito em conta corrente

Na conta 4.1.1- Clientes c/c registam-se todas as dívidas de clientes que não se encontrem
representadas por títulos de crédito.
Esta conta deve desdobrar-se em subcontas, tantas quanto os clientes da empresa, constituindo
esse conjunto de subcontas o ficheiro de clientes.
Esta conta clientes é:
Debitada pelas Creditada pelos
 Facturas Emitidas;  Pagamentos de Clientes;
 Nota de Débito;  Saques de letras;
 Anulação de saques.  Notas de Crédito;
 Devoluções;
 Créditos e cobrança duvidosa.

4.1.2 Clientes-Titulos a receber


Na conta 4.1.2 Clientes -Títulos a receber inclui as dívidas de clientes representadas por títulos
ainda não vencidos, ou seja, quando a venda é feita a prazo e titulada através do saque de uma
letra sobre o cliente, estamos em presença de uma conta designada.

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1. OPERAÇÕES COM LETRAS
1.1. Letras a receber
Quando os débitos estão representados por títulos de crédito, designam-se titulados, caso
contrário consideram-se não titulados.
A letra é um título de crédito pelo qual a pessoa que o emite (sacador) dá ordem a outra pessoa
(sacado) para lhe pagar a si, ou à sua ordem (outra pessoa), uma determinada importância em
dívida (valor nominal da letra), numa determinada data (vencimento).
Há assim, no momento da emissão da letra, dois intervenientes a considerar:
 O sacador - é a pessoa que emite e adquire os direitos consignados na letra;
 O sacado - é a pessoa que fica com a obrigação de pagar a letra na data do seu
vencimento.
A letra, para produzir efeitos plenos deve conter os seguintes elementos essenciais:
 A palavra “letra” escrita no próprio título;
 O mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada;
 O nome da entidade que deve pagar;
 O nome da entidade a quem ou à ordem de quem deve ser paga;
 Indicação da letra e que é sacada;
 Assinatura de quem passa a letra (sacador).
Os requisitos não essenciais são:
 Época de pagamento;
 Lugar de pagamento;
 Lugar onde a letra foi emitida.
Para uma maior garantia de pagamento da letra é normalmente prestado o aval, que corresponde
a uma garantia de pagamento dada por terceiro, ou mesmo um signatário da letra a favor de um
dos intervenientes. Quando não é mencionado o interveniente a favor do qual se dá o aval,
considera-se como sendo dado ao sacador. Dador do aval designa-se avalista e é responsável da
mesma maneira que a pessoa por ele afiançada.
A letra, á semelhança de outros títulos de crédito, está sujeita a um conjunto de operações que
são: Saque, Endosso, Desconto, Reforma, Recâmbio e Protesto.

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2. Saque
É a ordem de pagamento, isto é, corresponde a emissão da letra (sacar uma letra), ou seja,
ordenar a alguém (sacado) o pagamento de uma certa quantia na data de vencimento. Sendo
assim, o saque é efectuado pelo sacador.

Emissão da letra ou saque


Descrição Conta a debitar Conta a creditar
Emissão ou saque da letra 4.1 Clientes 4.1 Clientes
4.1.2 Clientes – Títulos a 4.1.1 Clientes - C/C
receber

Ex1: A TDM tem um crédito sobre a Mcel, no valor de 600,00 e procedeu ao saque n º 42 pelo
respectivo valor em 30/03/2000.
A TDM fará o seguinte registo contabilístico:
Operação Conta a debitar Conta a creditar Valor
Emissão do saque no 4.1.2 4.1.1 600,00
42

3. Endosso
Consiste na transmissão da letra a outrem pelo tomador ou portador. Apenas podem ser
transmitidas, por endosso, as letras que contenham a cláusula á ordem, isto é, quando forem
títulos a ordem. A entidade que transmite a letra por endosso designa-se endossante, a pessoa
que recebe o endosso, endossado.
Para se efectivar o endosso basta inscrever no verso da letra a expressão “pague-se ao Fulano de
tal (nome do beneficiário) ou á sua ordem”, seguida da assinatura do endossante.

Ex2:Suponhamos que a TDM transmite a letra a VODACOM para o pagamento de uma dívida a
este fornecedor.
Registo contabilístico:
Operação Conta a debitar Conta a creditar Valor

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Endosso do saque no 42 4.1.1 4.1.2 600,00

4. Desconto Bancário
A operação de desconto da letra consiste no recebimento antecipado (antes da data do
vencimento) do valor líquido de desconto (valor nominal menos encargos de descontos).
Para se efectuar o desconto, a empresa deve endossar a letra ao banco e preencher uma proposta
de desconto. Posteriormente receberá um aviso de lançamento comunicando o valor registado em
conta e os encargos de descontos.
Os encargos suportados pelo desconto de letras são:
 Juros (prémio de desconto): incide sobre o valor nominal da letra e são calculados com
base no período compreendido entre a data de desconto e a data de vencimento da letra.
Os juros são determinados recorrendo a fórmula:
l .n . t
J=
36500
Onde:
J- é o juro;
L- é o valor nominal da letra;
n- é o no de dias que falta para o vencimento + 2 dias;
t- é a taxa de desconto.
 Comissão da cobrança: que representa uma percentagem sobre o valor nominal da letra
de acordo com limites.
 Portes: são despesas devidas por comunicação (gastos postais, telefónicos, fax e email).
 Imposto de selo: é uma percentagem que incide sobre o somatório dos encargos.
Encargos bancários = Juro+ comissão de cobrança+ impostos de selos + portes

Os registos contabilísticos a fazer após a recepção de aviso de lançamento variam de acordo com
o método utilizado. O método mais usual é o seguinte:
Descrição Conta a debitar Conta a creditar

Líquido produto de desconto 1.2.1


Encargos 6.9.1.5

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Valor da letra 4.2.1

Ex3:A TDM apresentou uma proposta de desconto do saque 42 em 30.03.2000 no banco BCI.
As taxas a utilizar são as seguintes:
Taxa de juro-12%
Comissão de cobrança 4%
Imposto de selo 7%
Porte-2,00
Resolução:
600∗12∗92
J= = 18,14
36500
Comissão de Cobrança = 600*0,004=2,40
Imposto de Selo = (18,14+2,40) *0,007=1,43
Portes = 2,00
Encargos bancários = 18,14+2,40+1,43+2,00= 23,97
Valor Líquido = 576,03

Lançamentos:
Operação Conta a debitar Conta a creditar Valor
Valor Líquido 1.2.1 57,03
Encargos de descontos 6.9.1.5 23,97
Saque no 42 4.1.2 600,00

5. Cobrança da Letra
5.1. Cobrança Directa
Consiste em o sacador cobrar directamente (pessoalmente) a letra ao sacado.
Ex4: Se a TDM ficar com a letra em carteira até a data do vencimento e nesta data a letra não for
paga, o registo contabilístico que corresponde a este facto será:
Operação Débito Crédito Valor
Cobrança da letra no 1.1 4.1.2 600,00
42

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5.2. Cobrança Bancária
Consiste em sacador enviar aletra para o banco para que este possa fazer a cobrança da letra, ou
seja, a cobrança efectuada atraves do banco e nesta operação de cobrança o banco recebe uma
comissão.
Ex5 : Suponha que a TDM enviara a letra ao banco Bci para cobrança. No exemplo apresentado
o banco faz dois registos:
10- Enviou de letra para cobrança:
Operação Debito Credito Valor
Envio de letra 4.1-Cliente 4.1-Clientes 600.00Mt
acobrança 4.1.3-Clintes conta a 4.1.2-Clientes titulos
cobrança a receber

20- Cobrança bancaria:


Operação Débito Crédito Valor
Valor depositado 1.2.1 576.03 Mt
Encargos de descontos 6.9.8.1 23.97 Mt
Saque 42 4.1.3 600.Mt

6. Protesto
Se na data de vencimento o sacado (aceitante apartir do momento que assina aletra) não efectuar
o seu pagamento, o portador da mesma podera prosteta-la nos dois dias seguintes á a quele em
que a letra é pagavel.
Na data de vencimento da letra a mesma pode encontrar se em carteira ou na posse de banco.

6.1. Protesto da letra em carteira


Neste caso o protesto dá origem a dois registos um pela anulação do saque, outro pela
dispesa do protesto, que são debitadas directamente ao cliente.

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Ex6: No exemplo apresentado, se a Mcel não pagar a letra no seu vencimento, a TDM procederá
ao protesto da mesma. Suponhamos que as despesas com o protesto somaram 50,00 sendo paga
pelo sacador e debitadas ao cliente
Operação Debito Credito Valor
Anulação do saque no 4.1.1 4.1.2 600,00
42
Despesas de protesto 4.1.1 1.1 50,00

6.2. Protesto da letra na posse do Banco


Neste caso poderão surgir duas situações diferentes, consoante a letra se encontre no Banco para
cobrança ou tiver sido descontada.
Analisemos cada caso por si:
A letra encontra-se a cobrança no Banco
Perante uma situação destas o banco:
1. Ou devolve a letra enviando juntamente uma nota de débito com as despesas de recâmbio
(suponhamos no exemplo que vimos analisando que as mesmas somaram 2,00).
Contabilisticamente teremos:
Operação Débito Crédito Valor
Valor do saque no 42 4.1.1 4.1.3 600,00 MT
Despesas de 4.1.1 1.2.1 2,00 MT
Recâmbio

2. Ou envia, ele próprio, a letra para o protesto, remetendo da forma forma ao portador da
letra uma nota de débito, com as despesas de protesto e recâmbio (suponhamos que os
encargos de recâmbio e de protesto somaram 52,00).
Contabilisticamente teremos:
Operação Débito Crédito Valor
Valor do saque no 42 4.1.1 4.1.3 600,00
Despesas de 4.1.1 1.2.1 52,00
Recâmbio e protesto

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A letra tinha sido descontada no Banco
Perante esta situação, o banco:
1. Ou devolve a letra cobrando as despesas de recâmbio (suponhamos que as mesmas
somaram 2,00).
Contabilisticamente teremos:
Operação Débito Crédito Valor
Devolução do saque 4.1.1 1.2.1 602,00
no 42
2. Ou envia, ele próprio a letra para o protesto cobrando os encargos de recâmbio e protesto
(suponhamos que somaram 52,00).
Contabilisticamente teremos:
Operação Débito Crédito Valor
Devolução do saque 4.1.1 1.2.1 652,00
no 42 e despesas

7. A Reforma
A reforma consite na substituição de uma letra antes do seu vencimento, por outra ou outras, com
vencimento posterior. Esta operação, muito frequente, deve-se ao facto do aceitante não liquidar,
no todo ou em parte, o valor nominal da letra na data de vencimento.
As duas situações que podem ocorrer numa reforma são:
 O aceitante paga uma parte do valor nominal da letra atingida, aceitando uma nova letra:
letra parcial;
 O aceitante substitui a letra atingida, na sua totalidade, por uma nova, não pagando
qualquer quantia: reforma total.

7.1. Reforma Total ou Integral


A reforma diz-se total quando o sacado não efectua qualquer pagamento na data de vencimento,
e a letra vencida é substituída por uma outra ou outras com vencimento posterior.
A nova letra poderá ser do mesmo montante da letra vencida, caso as despesas da reforma e o
custo da nova letra ou letras sejam pagos á parte, ou de montante superior, caso a nova letra as
inclua.

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Analisemos estas duas situações:
Ex7: Suponhamos que a Mcel solicita a TDM a reforma total do saque n o 42, sendo os juros e
encargos com a reforma de 20,00.
Os juros e encargos são incluídos na nova letra
Contabilisticamente teremos:
- Pela anulação do saque no 42.

Operação Débito Crédito Valor


Anulação do saque 4.1.1 4.1.2 600,00
no42

- Pelos juros e encargos a incluir a nova letra (saque no 42)


Operação Débito Crédito Valor
Juros e encargos (NT 4.1.1 7.8.1.9 20,00
de Débito p/cliente)

- Pela emissão do saque no 42


Operação Débito Crédito Valor
Emissão do saque no 4.1.2 4.1.1 620,00
43

Os juros e encargos são pagos á parte


Contabilisticamente teremos:
- Pela anulação do saque no 42
Operação Débito Crédito Valor
Anulação do saque no 4.1.1 4.1.2 600,00
42

- Pelo recebimento dos juros e restantes encargos


Operação Débito Crédito Valor
Recibo relativo aos juros e encargos 1.1 7.8.1.9 20,00

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- Pela emissão do saque n⁰ 43
Operação Débito Crédito Valor
Emissão de saque no 43 4.1.2 4.1.1 600,00

7.2. Reforma parcial


Mas nem sempre há reforma total. A reforma diz-se Parcial quando a letra vencida for substuída
por uma ou mais cujo montante total é inferior ao da letra vencida. Suponhamos que o saque n⁰
42 era reformado, pagando Frank&Atanazio, Lda. 300,00 na data de vencimento, aceitando nova
letra (saque n⁰ 43) pelo restante. Como no caso anterior, a nova letra poderá ou não incluir juros
e restantes encargos de reforma.

A) A nova letra inclui juros e encargos no valor de 10,00 Contabilisticamente teremos:


- Anulação do saque n⁰ 42
Operação Débito Crédito Valor
Anulação de saque no 42 4.1.1 4.1.2 600,00

- Pelo recebimento parcial.


Operação Débito Crédito Valor
Recibo de cliente 1.1 4.1.1 300,00

- Pelos juros e encargos e encargos debitados ao cliente.


Operação Débito Crédito Valor

Juros e encargos (NT 4.1.1 7.8.1.9 310,00


de Débito p/cliente)

A. Os juros e restantes encargos são recebidos á parte:


- Pela anulação do saque no 42

Operação Débito Crédito Valor

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Anulação do saque no 4.1.1 4.1.2 600,00
42
- Pelo recebimento de parte da dívida e dos juros e encargos
Operação Débito Crédito Valor
Parte da dívida 1.1 4.1.1 300,00
Juros e encargos 1.1 7.8.1.9 10

- Pela emissão do Saque no 43


Operação Débito Crédito Valor
Emissão do saque no 4.1.2 4.1.1 300,00
43

8. Crédito em Moeda estrangeira


As empresas que vendem bens e prestam serviços tanto para o mercado interno como para o
mercado externo, expressam as suas vendas em moeda estrangeira, que está sujeita a flutuações
de câmbio verificadas. Estas podem apresentar um rendimento para a empresa (diferenças de
câmbio favoráveis) como também um gasto (diferenças de câmbio desfavoráveis).
As exportações estão isentas de IVA, de acordo com o CIVA.

8.1. Diferenças de Câmbio Favoráveis


Constatam-se diferenças de câmbio favoráveis quando a liquidação da dívida pelo cliente é feita
a um câmbio superior aquele pelo qual foi registada a factura.

Os registos contabilísticos a fazer são:


-Venda de mercadorias
Operação Débito Crédito
Valor da venda ao câmbio do 4.1.1 7.1.1
dia

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- Recebimento da Dívida
Operação Débito Crédito
Valor da venda ao câmbio do 1.2.1 4.1.1
dia do recebimento

- Registo da diferença de Câmbio


Operação Débito Crédito
Diferença de câmbio 1.3.1 7.8.4.1
favorável

8.2. Diferenças de câmbio desfavoráveis


Quando a cobrança da factura é feita a um câmbio inferior aquele pelo qual foram registadas a
débito de clientes, essa diferença representa um custo para a empresa.

Os registos contabilísticos a fazer são:


-Venda de mercadorias
Operação Débito Crédito
Valor da venda ao câmbio do 4.1.1 7.1.1
dia

- Recebimento da Dívida
Operação Débito Crédito
Valor da venda ao câmbio do 1.2.1 4.1.1
dia do recebimento

- Registo da diferença de Câmbio


Operação Débito Crédito
Diferença de câmbio 6.9.4.1 4.1.1

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desfavorável

Ex8: Cobrança da factura no 67 no valor de 60.000 rands enviada ao Tsotsi, de Soweto, ao


câmbio de 1,45. A factura estava registada ao câmbio de 1,50 (nota de lançamento no 20).
Pretende-se:
Registo no diário geral da venda, cobrança da factura e diferença de câmbio.

Resolução:
Operação Débito Crédito Valor
Valor da venda, 4.1.1 7.1.1 90.000,00
factura no 67

Operação Débito Crédito Valor


Cobrança da factura 1.2.1 4.1.1 87.000,00
no 67

Operação Débito Crédito Valor


Diferença de Câmbio 6.9.4.1 4.1.1 3.000,00
desfavorável

4.1.3 Clientes de cobrança duvidosa


Com o decorrer da sua actividade e com base na análise do comportamento de cada cliente face
ao pagamento das suas dividas, a empresa poderá separa-los entre os que oferençam ou não boas
garantias de solvibilidades. As dívidas dos clientes tornam-se de cobrança duvidosa, quando:
 As entidades devedoras suspenderem os pagamentos;
 O montante em dívida der lugar a litígio;
 As entidades devedoras se mostrarem em situação económica difícil.

Na empresa vendedora, o valor destes créditos deverá ser transferido da subconta Clientes c/c
para a subconta de Clientes de cobrança duvidosa.
Operação Débito Crédito

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Crédito de cobrança duvidosa 4.1.8 4.1.1

O lançamento da transferência não afecta de forma directa os resultados da empresa, uma vez
que se efectua entre duas subcontas pertencentes à mesma conta do activo. Tal lançamento
fornece, no entanto, informações úteis à administração da empresa em relação à sua política de
crédito. O tratamento contabilístico desta conta será feito, com desenvolvimento adequado, no
capítulo das provisões-Provisões para cobranças duvidosas.

4.1.4 Adiantamentos de Clientes


Por vezes, no acto da encomenda das mercadorias, o fornecedor exige que lhe seja paga
antecipadamente uma percentagem do valor daquela. No final do exercício económico, e para
efeitos de balanço, a empresa deve distinguir os clientes que apresentam saldo credor dos que
têm saldo devedor. O saldo dos primeiros é evidenciado na rúbrica Dívida a terceiros-curto prazo
(passivo). Os registos a efectuar pelos adiantamentos de clientes dependem de, no momento de
adiantamento, os preços se encontrarem ou não fixados (como veremos mais adiante).
Por agora, o seu movimento é o seguinte:
i. Pela entrega adiantada do cliente
Operação Débito Crédito
Adiantamento 1.1 4.1.9

ii. Pela emissão da factura, além do lançamento relativo à venda


Operação Débito Crédito
Anulação do Adiantamento 4.1.9 4.1.1

O saldo da conta 411 Clientes c/c dá-nos a situação do cliente para com a empresa. Sendo
devedor significa que o adiantamento cobriu apenas uma parte da venda; sendo nulo, aqueles
dois valores coincidiram; sendo credor o adiantamento foi superior ao valor de venda.

4.2 ESTUDO DA CONTA FORNECEDORES


A conta 4.2 Fornecedores regista as operações a prazo com vendedores de bens ou serviços que
se destinam a actividade normal da empresa.
O saldo desta conta em regra é credor, podendo pontualmente haver algum saldo devedor.

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4.2.1 Fornecedores conta corrente
Na conta 4.2.1-Fornecedores c/c registam-se as dívidas a fornecedores que não estejam
representadas por letras ou outros títulos a pagar.
A conta Fornecedores é:
Debitada pelos Creditada pelos
 Pagamentos;  Compras a prazo;
 Aceites de letras;  Notas de débitos;
 Notas de crédito;  Anulação de Aceites.
 Devoluções.

Á semelhança da conta 4.1.1- Clientes c/c, pensamos que todos os movimentos havidos com
fornecedores, devem passar pela corrente, como processo de ``historiar`` os movimentos
aquando da necessidade da análise das suas contas.

4.2.2 Fornecedores- Títulos a pagar


Compreende os créditos dos fornecedores que se encontrem representados por letras ou outros
títulos de crédito.

II. OPERAÇÕES COM LETRAS


1. LETRA A PAGAR
1.1. O Aceite
O aceite é dado pelo sacado e consiste na declaração da responsabilidade deste pelo pagamento
da letra na data do vencimento. Tal declaração de responsabilidade consite apenas na assinatura
do sacado na face da letra. Após ter aceite a letra o sacado passa a designar-se aceitante, sendo
responsável pelo pagamento daquela no vencimento.

Na escrita do aceitante, como é lógico, deve ser registada esta obrigação. As letras à vista não
são passiveis de aceite.

Registo contabilístico:

Continuando com o exemplo anterior do estudo das letras a receber.

Operação Débito Crédito Valor

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Aceite no 12 4.2.2 4.2.1 600,00

Tendo em conta o exemplo anterior, a Mcel é o aceitante e como tal terá que pagar o aceite n o 12
no dia do vencimento.

A. Pagamento da Letra

No dia do vencimento a Mcel procede o pagamento da letra, pelo que o registo contabilístico
será:

Operação Débito Crédito Valor


Pagamento do aceite 4.2.2 1.1/1.2.1 600,00
no 12

2. Reforma do Aceite
Quando o aceitante não paga a letra na data de vencimento, ele pode solicitar ao portador da
mesma a sua reforma. Esta também pode ser: total e parcial.

2.1. Reforma total ou Integral


Na reforma total ou integral, os juros e restantes encargos podem ser incluídos na nova letra.

Ex9: Os juros e encargos do aceite no12 somaram 20,00.

- Pela anulação do aceite no12

Operação Débito Crédito Valor


Anulação do aceite 4.2.2 4.2.1 600,00
no12

- Pelos juros e encargos a incluir na nova letra

Operação Débito Crédito Valor


Juros e encargos 6.9.1.9 4.2.1 20,00

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-Pela Emissão do aceite no13

Operação Débito Crédito Valor


Emissão do aceite 4.2.1 4.2.2 620,00
no13

Quando os juros e encargos são pagos por fora


Contabilisticamente teremos:

- Pela anulação do aceite no 12

Operação Débito Crédito Valor


Anulação do aceite 4.2.2 4.2.1 600,00
no12

-Pelos juros e encargos pagos por fora

Operação Débito Crédito Valor


Juros e encargos 6.9.1.9 1.1/1.2.1 20,00

-Pela Emissão do aceite no13

Operação Débito Crédito Valor


Emissão do aceite 4.2.1 4.2.2 600,00
no13

2.2. Reforma Parcial


Quando o aceiteante solicita a reforma da letra, efectuando um pagamento parcial e aceitando
uma nova letra.

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Ex10: A Mcel solicitou a reforma da letra no 42, efectuando um pagamento parcial de 300,00 e
aceitando uma nova letra no 50 pelo restante.

1. A nova letra no 50 inclui juros e encargos no valor de 10,00. Os registos a efectuar são:

- Pela anulação do aceite no 42

Operação Débito Crédito Valor


Anulação do aceite no 42 4.2.2 4.2.1 600,00

- Pelo pagamento de parte do aceite no 42

Operação Débito Crédito Valor


Pagamento parcial do 4.2.1 1.1/1.2.1 300,00
aceite no 42

- Pelos juros e encargos a incluir na nova letra

Operação Débito Crédito Valor


Juros e encargos 6.9.1.9 4.2.1 10,00

-Pela Emissão do aceite no50

Operação Débito Crédito Valor


Emissão do aceite 4.2.1 4.2.2 310,00
no50

Quando os juros e encargos são pagos por fora


Contabilisticamente teremos:

- Pela anulação do aceite no 42

Operação Débito Crédito Valor

Contabilidade Financeira I Página 21


Anulação do aceite 4.2.2 4.2.1 600,00
no42
-Pelo pagamento de parte do aceite no 42

Operação Débito Crédito Valor


Pagamento parcial do 4.2.1 1.1/1.2.1 300,00
aceite no 42

-Pelos juros e encargos pagos por fora

Operação Débito Crédito Valor


Juros e encargos 6.9.1.9 1.1/1.2.1 10,00

-Pela Emissão do aceite no50

Operação Débito Crédito Valor


Emissão do aceite 4.2.1 4.2.2 300,00
no50

2. Débitos em moedas estrangeiras


Algumas empresas necessitam de recorrer à importação de bens para sastifazerem as suas
necessidades de produção e comercialização.

De acordo com o CIVA, algumas importações estão sujeitas a impostos:

3. Diferença de câmbio
Verificam-se diferenças de câmbio sempre que o câmbio, à data do pagamento, difere do registo
da factura.

3.1. Diferenças de câmbio favoráveis


Haverá lugar quando a liquidação da divida ao fornecedor for feita a um câmbio inferior ao do
registo da factura.

Contabilidade Financeira I Página 22


Os registos contabilisticos a fazer são:

- Na compra

Operação Débito Crédito


Valor da compra ao câmbio 2.1.1 4.2.1
do dia

-Pagamento do IVA no acto do desembaraço alfandegário

Operação Débito Crédito


Valor do IVA 4.4.3 1.1/1.2.1

-Pagamento

Operação Débito Crédito


Valor da compra ao câmbio 4.2.1 1.2.1
do dia de pagamento

- Diferenças de câmbio favorável

Operação Débito Crédito


Diferença de câmbio 4.2.1 7.8.4
favorável

3.2. Diferenças de câmbio desfavoráveis


Quando a liquidação da divida ao fornecedor é feita a um câmbio superior ao do registo da
factura, a empresa suporta um custo financeiro-diferença de câmbio desfavorável. Os registos
contabilisticos a fazer são idênticos aos da diferença de câmbio favorável, excepto o registo da
diferença de câmbio que deverá ser:

Operação Débito Crédito


Diferença de câmbio 6.9.4 4.2.1

Contabilidade Financeira I Página 23


desfavorável

Ex11: Em 02-01-n, Magaiça, Lda de Chibuto, adquiriu mercadorias, a 60 dias, a Madjonedjone,


de Kwasulo Natal (RSA), no valor de 2000 Rands ao câmbio de 235,00 factura nº 31. No acto do
desalfandegamento pagou IVA à taxa de 17% e direitos no valor de 50.000,00, via transferência
Westen Union ( Money Gram) através dos impressos preenchido no Banco Tal onde é cliente.
Passados 60 dias, liquidou a divida ao câmbio de 240,00 também via transferância bancária.
Tarefa a realizar:

Registo no diário geral:

1. A compra de mercadorias;
2. O pagamento do IVA ;
3. A liquidação da dívida;
4. A diferença de câmbio suportada.

Resolução:

Descrição Débito Crédito Valor


Compra, factura no 31 2.1.1 4.2.1 470.000,00
Pagamento do direito 2.1.1 1.2.1 50.000,00
Pagemento do IVA 4.4.3 1.2.1 88.400.000,00
Pagamento da factura 4.2.1 1.2.1 480.000,00
no 31
Diferença de câmbio 6.9.4.1 4.2.1 10.000,00
(1) IVA = ( 470.000,00 + 50.000,00) x 17% = 88.400,00

4.2.9 Adiantamentos a fornecedores


A conta 4.2.9-Adiantamentos a fornecedores regista as entregas feitas pela empresa por conta
de fornecimentos futuros.

Pela recepção da factura emitida pelo fornecedor correspondente aos bens transmitidos e serviços
prestados, as importâncias serão transferidas para a conta 4.2.1-Fornecedores c/c.

Contabilidade Financeira I Página 24


À semelhança do referido na conta adiantamentos de clientes, o valor do adiantamento deverá ser
anulado na sua totalidade, após a efectivação da operação para a qual foi efectuado.

A conta 4.2.9 é uma conta do activo, visto que apresenta um saldo devedor ou nulo. É debitada
pela entrega adiantada a fornecedores por conta de futuros fornecimentos e será creditada
aquando da facturação desses fornecimentos.

O seu movimento será:

- Pela entrega adiantada ao fornecedor

Operação Débito Crédito


Adiantamento 4.2.9 1.1/1.2.1

- Aquando do fornecimento ( recepção da factura), além do lançamento da compra, far-se-á:

Operação Débito Crédito


Anulação do adiantamento 4.2.1 4.2.9

Para efeitos de elaboração do balanço, as subcontas de fornecedores são incluídas no activo ou


passivo consoante o seu saldo seja devedor ou credor respectivamente.

EXERCÍCIO PRÁTICO

1. Registar no Diário geral da Empresa Litonova, Lda, as seguintes operações do mês de


Março de 2019:

Dia 1- Compra a crédito, a L. Pechira 150 unidades de Mercadoria M ao preço unitário de


420,00.

Dia 1 - Efectua um adiantamento a M. Sampaio para fornecimento de mercadoria K, no valor de


15.000,00, cujo preço ainda não está fixado.

Dia 6- Aceita uma letra (aceite 381 n) a L. Pechirra pelo débito relativo às mercadorias
adquiridas Dia 12- M. Sampaio fornece-lhe mercadorias por c/do adiantamento efectuado no
valor de 24.080,00 ( factura 206/n).

Contabilidade Financeira I Página 25


Dia 14-Devolve a R. Montes 4 unidades de mercadorias que lhe havia adquirido por
720,00/unidade, por se encontrarem defeituosas.

Dia 20-Reforma o aceite 603/n-1, no valor de 56.000,00, nas seguintes condições:

 Amortização de 25% do valor nominal, c/cheque s/Banco M;


 Aceite de nova letra a 90 d/d (aceite 39/n) pelo restante incluíndo os encargos de uma
possível negociação bancária;
 Nota de débito 26/n, do fornecedor no valor de 3.336,50. Liquida-se, nesta data, o
imposto do selo (227,00).

Resolução:

Data Descrição Débito Crédito Valor


01/03 Factura 4302L 2.1.1 4.2.1 63.000,00
01/03 Adiantamento a M. Sampaio 4.2.9 1.1 15.000,00
06/03 Aceite 381 4.2.1 4.2.2 63.000,00
-
12/03 S/ Factura 206 2.1.1 4.2.1 24.080,00
12/03 Anulação do Adiantamento 4.2.1 4.2.9 15.000,00
14/03 Devolução de 4 uni. de 4.2.1 2.1.7 2.880,00
mercadorias
20/03 Anulação do Aceite 603 4.2.2 4.2.1 56.000,00
20/0 Liquidação de 25% do aceite 4.2.1 1.2.1 14.000,00
3
20/0 Nota de débito 6.9.8.9 4.2.1 3.336,50
3
20/03 Aceite 39 4.2.1 4.2.2 45.336,50
20/0 Imposto de selo 6.8.2.3 1.1 227,00
3

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CONCLUSÃO
Contas a receber englobam todos os valores provenientes de vendas a prazo. Ela também inclui
as dívidas de clientes representadas por títulos ainda não vencidos, ou seja, quando a venda é
feita a prazo e titulada através do saque de uma letra sobre o cliente.

Operações com letras são títulos representavivos de uma dívida, e elas podem ser representados
em forma de saques, endoço, descontos bancários, cobrança de títulos e protestos. Para se
efectuar o desconto bancário, a empresa deve endossar a letra ao banco e preencher uma proposta
de desconto, posteriormente receberá um aviso de lançamento comunicando o valor registado em
conta e os encargos de descontos.

Letras a pagar são todos os valores a prazo que a empresa deve pagar aos seus fornecedores. O
aceite é dado pelo sacado e consiste na declaração da responsabilidade deste pelo pagamento da
letra na data do vencimento.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BENZINHO,Jorge, Técnicas de gestõo de empresas, Escolar aditora;

LOPES, Carlos Rosa; MALAQUIAS, Rui; OLIVEIRA, Daniel; PIRES, Joao Rui; CLARO, Bruno, Manual de
Contabilidade e Finanças para não financeiros, Escolar editoras.

FRANCK, Atanásio Artur, Manual de apoio de formação básica em contabilidade e fiscalidade para
magistrados- Módulo 3- Estudo das principais contas do SCE, Maputo.

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