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Sebenta

Instituto das artes e da imagem ensino artístico especializado

Ano
Letivo 2022 / 2023

Curso: Técnico/a de Serviço e Comunicação Digital

Disciplina: Psicologia Ano: 10º

Conteúdos abrangidos ◦ Freud e a Psicanálise

Professor: Filipa Pinto


N.º de páginas: 2 Data: Novembro 22
Finalidade da sebenta: Consolidação de Aprendizagens

Sigmund Freud
A Psicanálise
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Sigmund Freud (1856-1839), médico austríaco nascido na Morávia é o fundador da Psicanálise.
Esta corrente revolucionará a Psicologia propondo um novo olhar sobre o homem. Se Wundt,
Pavlov e Watson consideraram a consciência e o comportamento como objetos maiores da
Psicologia, Freud propõe uma descida ao domínio do inconsciente. Segundo Freud é lá,
essencialmente, que se encontram, ocultas, muitas das causas do nosso comportamento. A
afirmação da existência da dimensão inconsciente e da sexualidade infantil obrigam a redefinir
o ser humano: nele coabitam a razão e a irracionalidade, o consciente e o inconsciente. O que
Freud se propõe é compreender esta dimensão inconsciente e para isso precisa de um novo
método, o método psicanalítico…

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A Morávia fica na actual Republica Checa. Freud emigra ainda criança para Viena e vem a morrer no
exílio, em Londres, onde se refugiara dos nazis.
Concebido em Mod:
06/10/2017 CEF /CP 54
alterado
03/09/2018
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O sofá freudiano
Como as restantes correntes, a psicanálise propõe um objeto – o Inconsciente – e um método –
este designado de psicanalítico. Freud propõe ainda uma analogia entre a estrutura psíquica
humana e o icebergue, como a seguir se pode ver:

Por que comparou Freud a mente humana a um iceberg?


Num icebergue, a parte oculta sob a água é a maior – esta corresponde ao Inconsciente. A parte
acima da água é mais pequena e visível – o Consciente.
Entre as duas, Freud crê existir uma outra área, intermédia, que designa de
Pré-Consciente.

Freud procurou uma explicação à forma de operar do inconsciente, propondo uma estrutura
particular. No primeiro tópico de sua teoria ele estava preocupado em estudar o que levava à
formação dos sintomas psicossomáticos (principalmente a histeria, por isso apenas os conceitos
de inconsciente, pré-consciente e consciente eram suficiente).

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Charcot2 e uma paciente histérica

Quando sua preocupação se virou para a forma como se dava o processo da repressão, passou a
adoptar os conceitos de id, ego e superego.

 O id representa os processos primitivos do pensamento e constitui, segundo Freud, o


reservatório das pulsões, dessa forma toda energia envolvida na atividade humana seria
advinda do id. Inicialmente, considerou que todas essas pulsões seriam ou de origem
sexual, ou que atuariam no sentido de auto-preservação. Posteriormente, introduziu o
conceito das pulsões de morte, que atuariam no sentido contrário ao das pulsões de
agregação e preservação da vida. O id é responsável pelas demandas mais primitivas e
perversas.
 O ego, permanece entre ambos, alternando nossas necessidades primitivas e nossas
crenças éticas e morais. É a instância na que se inclui a consciência. Um eu saudável
proporciona a habilidade para adaptar-se à realidade e interagir com o mundo exterior
de uma maneira que seja cómoda para o id e o superego.
 O superego, a parte que se contrapõe ao id, representa os pensamentos morais e éticos
internalizados.

Freud estava especialmente interessado na dinâmica destas três partes da mente. Argumentou
que essa relação é influenciada por fatores ou energias inatas, que chamou de pulsões.
Descreveu duas pulsões antagónicas: Eros, uma pulsão sexual com tendência à preservação da
vida, e Tanatos, a pulsão da morte, que levaria à segregação de tudo o que é vivo, à destruição.
Ambas as pulsões não agem de forma isolada, estão sempre trabalhando em conjunto. Como no
exemplo de se alimentar, embora haja pulsão de vida presente, afinal a finalidade de se
alimentar é a manutenção da vida, existe também a pulsão de morte presente, pois é necessário
que se destrua o alimento antes de ingeri-lo, e aí está presente um elemento agressivo, de
segregação.

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Freud foi aluno de Jean-Martin Charcot, um célebre neurologista, que utilizava a hipnose no tratamento
da histeria.
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O Método Psicanalítico
Com o objetivo de conhecer o inconsciente Freud estabelece um conjunto de procedimentos que
nos podem fornecer informações sobre o inconsciente do paciente, responsável pelos seus
distúrbios.
 Hipnose – Induzir o paciente, através de uma sugestão intensa, num estado semelhante
ao sono mas no qual é possível estabelecer a comunicação com o hipnotizador e ser
sugestionado, podendo assim revelar memórias ocultas ou ser condicionado para
determinada ação ou comportamento.

 Associação livre de ideias – Consiste em permitir ao paciente expressar livremente e


sem preocupações lógicas os seus sentimentos e pensamentos. O pressuposto é de que o
discurso espontâneo revela dados inconscientes que permitem perceber o estado
psíquico do paciente. O sofá freudiano tornou-se assim famoso: deitado sobre ele, o
paciente falava livremente sobre as suas vivências e pensamentos; Freud, fora do
alcance visual deste, ouvia e anotava, procurando compreender o conteúdo
inconsciente.

 Interpretação dos sonhos – Os sonhos apresentam imagens figurativas de


recalcamentos, ansiedades e medos, que depois de interpretados vão permitir ao
psicanalista confirmar os resultados das suas investigações sobre problemas de
comportamento apresentados pelo paciente. É o meio de exploração mais seguro dos
processos psíquicos pelo que acaba por abandonar a técnica da hipnose.

 Atos falhados – fenómenos ligados a lapsos de linguagem, de escrita, esquecimentos


momentâneos de palavras. São acidentes de carácter insignificante e de curta duração. A
sua descrição permite ao psicanalista perceber conteúdos inconscientes (desejos, medos,
pulsões).

 Transferência – transferência inconsciente para a figura do psicanalista de sentimentos


de ternura ou de hostilidade (transferência positiva ou negativa) atualizando situações
reprimidas e esquecidas para que o psicanalista possa detetar as razões do conflito
inconsciente. É um processo de catarse, descarga psíquica, restabelecendo a relação
entre a emoção e o objeto que inicialmente a despertou.

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