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ANSIEDADE, COVID E DADOS ESTATÍSTICO: ATUALIDADE

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 9,3% dos brasileiros sofrem de


transtorno de ansiedade; e 5,8%, de depressão. Portanto, essa doença está se
tornando cada vez mais comum entre os brasileiros.

Pandemia do coronavírus pode agravar estresse e levar a quadros


de transtornos de ansiedade.

Antes mesmo do surgimento do coronavírus, o Brasil já era o país mais ansioso do


mundo: segundo a Organização Mundial da Saúde, 9,3% dos brasileiros têm algum
transtorno de ansiedade, que inclui, além do Transtorno de Ansiedade Generalizada
(TAG), as Fobias, o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), o Estresse Pós-
Traumático e os Ataques de Pânico. Com a pandemia, os casos de ansiedade
aumentaram em 80%, de acordo com levantamento da Universidade do Estado do
Rio de Janeiro (UERJ).

“A pandemia pode agravar os quadros de quem já tem transtorno de ansiedade e


até mesmo quem já estava com o quadro estabilizado pode voltar a manifestar,
porque a situação da pandemia traz muita ansiedade, seja pela incerteza, pelo
medo de adoecer ou que alguém próximo adoeça e até pela situação econômica e
política do país. Isso tudo é propício para que a ansiedade se manifeste”, avalia a
professora do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina da UFMG,
Cíntia Fuzikawa.

Por isso, o professor do Departamento de Fisiologia e Biofísica e pesquisador do


Núcleo de Neurociências da UFMG, Bruno Rezende de Souza, detalha os fatores
de como a pandemia nos afetou:
De acordo com o pesquisador, a combinação desses fatores impacta diretamente
na nossa saúde.
“Isso tudo em conjunto vai aumentar nosso peso; diminuir o sistema imunológico;
alterar o sistema gastro-intestinal; vai fazer com que a gente tenha queima de
energia forte, preparando a gente para um estresse, e nos deixando sempre
cansados; pode destruir os neurônios do hipocampo, que pode levar a depressão”,
enumera.
Ansiedade é assunto mais buscado por brasileiros na pandemia

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil tem o maior índice de


pessoas com transtorno de ansiedade no mundo. A percepção desse quadro entre
as pessoas está cada vez maior e a busca por esse tema no país lidera o ranking
das pesquisas, de acordo com o "Report Anual da Saúde Mental dos Brasileiros",
relatório com dados retirados da plataforma Psicologia Viva, empresa de saúde
mental, do Grupo Conexa, em parceria com a Eurofarma.

Entre junho de 2020 e julho de 2021, foram avaliados mais de 84 mil registros
distintos de pacientes,associados a aproximadamente 925 mil agendamentos de
teleconsultas psicológicas.

Os temas mais buscados na plataforma foram ansiedade (20,1%), depressão


(6,5%), desenvolvimento pessoal (4,93%), psicologia clínica (3,27%) e saúde mental
(2,59%).

De acordo com o relatório, as mulheres agendaram mais consultas na plataforma


durante o período analisado. Entre os que optaram em informar o gênero (62,5%),
73,8% dos pacientes são do sexo feminino e 26,2% são do sexo masculino.

Esses números refletem uma informação de conhecimento popular, de que a


mulher, historicamente, busca se cuidar mais.

"Ao notar que algo não está bem, seja relacionado à sua saúde física ou mesmo
emocional, elas já procuram ajuda, ao contrário dos homens, que acabam relutando
mais em buscar um apoio profissional", diz Luciene Bandeira, psicóloga e
cofundadora da Psicologia Viva.

Crianças, jovens e idosos

Os jovens adultos são os que mais procuram por assistência psicológica on-line. Os
da faixa etária entre 21 e 40 anos representam cerca de 40% dos agendamentos de
teleconsultas no período, entre os que reportaram a idade.

Sobre os temas mais buscados na plataforma por essa faixa de idade, a ansiedade
ocupa o primeiro lugar, com 21,3% das pesquisas. Tanto homens quanto mulheres
de 15 a 30 anos têm como segundo principal tema de busca o desenvolvimento
pessoal, com 6,2% das buscas. Já dos 31 aos 45 anos, o segundo lugar é ocupado
pelo tema depressão (6,0%).
"Uma possível explicação para o desenvolvimento pessoal ser foco das buscas dos
jovens talvez seja o ingresso no mercado de trabalho e as questões psicológicas
que isso envolve. Já dos 31 ao 45, é preocupante avaliar que a depressão ocupa
este lugar, o que pode sugerir uma relação com a síndrome de burnout (relacionada
ao estresse gerado pelo trabalho excessivo), problemas financeiros ou de
relacionamento", explica Luciene.

Pais de crianças e adolescentes também se mostram preocupados com a saúde


mental de seus filhos, buscando aconselhamento para esse público. Os meninos de
0 a 16 anos agendaram mais atendimentos psicológicos, equivalendo a 5,5% do
total de agendamentos por pessoas do sexo masculino no período, em comparação
com as meninas na mesma faixa etária (2,7% dos agendamentos por pessoas do
sexo feminino).

É importante destacar que pessoas acima dos 80 anos, que geralmente não têm
familiaridade com as novas tecnologias, representam 0,35% do total,
aproximadamente dois mil agendamentos de consultas psicológicas on-line, o que
não deixa de ser um número expressivo.

Entre os temas mais buscados por homens e mulheres acima dos 60 anos está
"acompanhamento psicológico de idosos" (22% mulheres e 18% homens), seguido
de ansiedade e depressão.

"É interessante notar que este público está em busca de ajuda através da
tecnologia, pois é uma fase da vida em que muitos já perderam membros
importantes da família, sentem os impactos da idade, ou podem se sentir sozinhos",
conclui Luciene..

EXPERIMENTO
Mutação genética reduz medo e ansiedade e aumenta a interação
social

Pesquisadores finlandeses usaram tecnologia de manipulação de genes para remover o


gene P4HTM do genoma de camundongos e descobriram mudança inesperada no
comportamento dos animais.

Pesquisadores finlandeses da Universidade da Finlândia Oriental e da Universidade de


Oulu, na Finlândia, descobriram um novo tipo de mutação genética que reduz o medo e
a ansiedade e aumenta a interação social. Os pesquisadores empregaram a tecnologia
de manipulação de genes para remover o gene P4HTM do genoma de camundongos e
descobriram uma mudança inesperada no comportamento dos animais. Camundongos
sem o gene P4HTM demonstraram uma coragem impressionante em comparação com
camundongos congênitos do tipo selvagem com um gene P4HTM funcional. Os
resultados foram publicados na revista científica Neuropharmacology.

As pesquisas avaliaram os camundongos com uma grande bateria de testes

comportamentais que incluiu um novo tipo de teste para a reação de pânico. Os

camundongos foram colocados em uma caixa hermética que foi primeiro preenchida

com ar ambiente e, em seguida, com 10% de dióxido de carbono. Uma concentração

elevada de dióxido de carbono induz uma reação inata de congelamento que se

assemelha à sensação de sufocação em pacientes que sofrem ataques de pânico.

Camundongos sem o gene P4HTM apresentaram substancialmente menos reações ao

congelamento do que os ratos do grupo controle em resposta à exposição ao dióxido de

carbono. Nos testes de interação social, os camundongos sem o P4HTM fizeram

claramente mais contato com outros animais do que os camundongos do grupo controle.

Além disso, testes comportamentais rotineiramente usados para triagem de ansiolíticos

e antidepressivos revelaram redução de medo, ansiedade e desamparo em

camundongos sem o gene P4HTM. O estudo também encontrou uma conexão entre a
anatomia do cérebro e o fenótipo comportamental: a expressão do gene P4HTM foi

especialmente alta na amígdala, que desempenha um papel fundamental no controle

das reações emocionais, incluindo medo e ansiedade.

O gene P4HTM é responsável pela transcrição da proteína P4HTM. Esta proteína

pertence à família das prolil-4-hidroxilases que desempenham um papel fundamental na

adaptação celular a uma súbita falta de oxigênio. No entanto, a proteína P4HTM difere

de outras prolil-4-hidroxilases em sua estrutura e localização incomum (retículo

endoplasmático). O papel fisiológico da proteína P4HTM permanece obscuro apesar de

anos de pesquisa intensiva, mas presume-se que ela tenha outros efeitos na biologia

celular, além da adaptação a níveis variados de oxigênio. As pesquisas também

testaram a inativação de três outras prolil-4-hidroxilases em linhas de camundongos

separadas. Estes animais não mostraram comportamento anormal nos testes acima

mencionados.

“Nossas descobertas são realmente interessantes, mas com base em um recente

estudo internacional, sabemos que a deficiência do gene P4HTM resulta em graves

defeitos de desenvolvimento em humanos”, disse o professor Dr. Heikki Tanila, da

Universidade da Finlândia Oriental, que continua: “No entanto, à luz do conhecimento

atual, não podemos dizer se esses efeitos prejudiciais decorrem do desenvolvimento

embrionário ou se eles também apareceriam se a função da proteína P4HTM fosse

inibida na idade adulta.

Bibliografia
FACULDADE DE MEDICINA UFMG EM SETEMBRO DE 2020 Disponível em :
https://www.medicina.ufmg.br/por-que-estamos-ansiosos/#:~:text=Os%20transtornos%20de
%20ansiedade%20s%C3%A3o,o%20que%20a%20situa%C3%A7%C3%A3o%20pede.
Acesso em 29/10/2022

PSICOLOGIA VIVA BEM FEVEREIRO DE 2022 Disponível em :


https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2022/02/26/pesquisa-ansiedade-e-assunto-mais-
buscado-por-brasileiros-na-pandemia.htm. Acesso em 29/10/2022

PSICOLOGIA VIVA MAIS EM MAIO DE 2019 Disponível em :


https://psicologiavivamais.com.br/transtorno-de-ansiedade/excesso-de-futuro-como-lidar-com-o-
transtorno-de-ansiedade/ Acesso em 29/10/2022

UNIVERSIDADE DE OULU EM MAIO DE 2022 Disponível em :


https://www.oulu.fi/university/news/gene-mutation-reduces-fear-and-anxiety
Acesso em 29/10/2022

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