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Avaliação geriátrica ampla

Código TUSS - 2.01.01.23-6 Avaliação geriátrica ampla – AGA

O termo “Avaliação Geriátrica Ampla (AGA)” começou a ser utilizado por Marjory Warren, no Reino
Unido, no final da década de trinta. A AGA é sempre multidimensional, freqüentemente interdiscipli-
nar e tem por objetivo determinar as fragilidades do idoso, principalmente com relação à sua capa-
cidade funcional, objetivando o planejamento do cuidado e o acompanhamento a longo-prazo. Ela
difere do exame clínico padrão por enfatizar a avaliação da capacidade funcional e da qualidade de
vida e por basear-se em escalas e testes quantitativos. Tal instrumento não é uma avaliação isolada
e sempre deve resultar em uma intervenção, seja ela de reabilitação, de aconselhamento ou indica-
ção de internação em hospital ou instituição de longa permanência.

A AGA é composta de vários instrumentos de avaliação, muitos já validados no Brasil, com farta
literatura científica que comprova, não somente sensibilidade e especificidade nestes rastreios, mas
principalmente redução do risco de desfechos indesejados na saúde global de uma pessoa idosa. O
laudo técnico elaborado pela Sociedade Brasileira de Geriatria deve ser preenchido pelo médico
geriatra.

Na AGA são avaliados os seguintes parâmetros:

1. Equilíbrio e mobilidade;
2. Função cognitiva;
3. Deficiências sensoriais;
4. Condições emocionais / presença de sintomas depressivos;
5. Disponibilidade e adequação de suporte familiar e social;
6. Condições ambientais;
7. Capacidade funcional - Atividades da Vida Diária (AVD) e Atividades Instrumentais da Vida Diária
(AIVD);
8. Estado e risco nutricionais.

A AGA é excludente à consulta médica e se trata de uma avaliação mais ampla e o seu resultado
deve sempre permitir que atitudes sejam tomadas com objetivo de reabilitar ou melhorar a qualida-
de de vida do paciente idoso.

Pacientes com suspeita de portadores de um dos cinco Is da geriatria são candidatos ao AGA:
• Iatrogenia
• Instabilidade postural
• Insuficiência Cerebral
• Imobilidade
• Incontinência Urinária ou Fecal

A partir de 02.01.2016 passa a haver cobertura para Avaliação Geriátrica Ampla


(AGA), desde que preenchidos os critérios descritos na diretriz clínica da RN 387:
1. Consulta de avaliação ampliada em geriatria
Substitui o Teste de Avaliação Geriátrica Global codificação TUSS 41401565, e vem com diretriz clíni-
ca para cobertura

Quando o procedimento consulta, corresponder a uma consulta de avaliação ampliada em geriatria


deverá atender os seguintes critérios:

1. Para pacientes acima de 60 anos, deverá ser realizado por médico geriatra e contemplar além da
avaliação clínica convencional, a aplicação da Avaliação Geriátrica Ampla (AGA), utilizando instru-
mento específico reconhecido pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), disponí-
bilizado no sítio eletrônico www.sbgg.org.br, sendo obrigatória a emissão de laudo em duas vias,
preenchido pelo menos um dos critérios abaixo:

a. Trinta dias após internações clínicas com duração igual ou superior a dez dias.
b. Trinta dias após cirurgia de médio ou grande porte, independente do tempo de internação.
c. Anualmente, em idosos com idade ≥ 60 anos, mesmo sem comorbidades, sendo que a
primeira servirá como referência para futuras avaliações (Avaliação de Referência).
d. Semestralmente, após os sessenta e cinco anos, quando houver declínio funcional instalado.
e. Semestralmente, após os setenta anos, independente de resultado de avaliações anteriores.
f. A qualquer momento, a partir de sessenta anos, quando da ocorrência de qualquer uma
das grandes síndromes geriátricas:

I. Insuficiência cognitiva;
II. Incontinência urinaria e/ou fecal;
III. Instabilidade postural e/historia de quedas;
IV. Imobilidade;
V. Iatrogenia.

g. A qualquer momento, a partir de sessenta anos, quando do diagnóstico de:

I. Incapacidade funcional;
II. Neoplasias malignas;
III. Insuficiência cardíaca ≥ CF II;
IV. Fragilidade psicossocial e/ou depressão.

Diretrizes para a realização de uma AGA:

a. A AGA deverá ser realizada por médicos especialistas com título em Geriatria pela SBGG/AMB;
b. Ter um caráter avaliativo multidimensional;
c. Necessita prover ao seu término, um perfil de resultados nos seus escores, que revelem não
somente uma listagem de doenças e problemas, mas seus impactos funcionais;
d. Permitir no seu laudo técnico final, apontar recursos de tratamentos que envolvam aspectos
farmacológicos, planos de cuidados, intervenções em reabilitação e a necessidade de recursos
comunitários.

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