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ANEXO II

GUIA PARA ELABORAÇÃO DE ESTUDO TÉCNICO PRELIMINAR

Este guia é para orientação de como deve ser elaborado e o que deve conter no
Estudo Técnico Preliminar.

1. INTRODUÇÃO
1.1. Justificativa da necessidade de contratação
O Setor Demandante apresentará a necessidade e a justificativa para seu
atendimento. As informações deverão ser importadas da “Formalização da Demanda”.
1.2. Instrumentos de planejamento
Indicar o alinhamento da contratação com o Plano Anual de Contratações e, se
existir, com o Planejamento Estratégico do Órgão ou da Entidade. As informações
deverão ser importadas da “Formalização da Demanda”.
1.3. Resultados pretendidos do atendimento da demanda
Apresentar a demanda do Setor Demandante, conforme o que constar no
documento “Formalização da Demanda”.
Descrever a demanda a ser atendida, com o melhor detalhamento disponível e
declarar quais são os resultados pretendidos com a implementação da contratação.
Exemplos:

 Solicitação: aquisição de registro documental.


Necessidade: recursos físicos ou eletrônicos que permitirão o acesso ao registro
documental.
Resultado Esperado: registro documental disponível.

 Solicitação: aquisição de ar condicionado.


Necessidade: adequação da temperatura do ambiente de trabalho por meios
mecânicos ou estruturais.
Resultado Esperado: ambiente de trabalho climatizado.

 Solicitação: contratação de serviço de pintura de parede.


Necessidade: pintura de parede.
Resultado Esperado: parede pintada.

 Solicitação: aquisição de impressoras.


Necessidade: imprimir documentos.
Resultado Esperado: documentos impressos.

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2. ANÁLISE DO CENÁRIO
A Análise de Cenário visa avaliar o contexto, atores e variáveis que o órgão
encontrará no mercado e correlacioná-las para auxiliar a tomada de decisão quanto à
melhor solução a ser contratada.
Os tópicos previstos neste guia trazem os elementos essenciais a serem avaliados em
qualquer tipo de contratação, mas nada impede que seja feita uma avaliação completa
considerando as dimensões política, econômica, social, tecnológica, institucional-legal e
ambiental. É importante priorizar as questões que terão impacto relevante para o escopo
do ETP, evitando o desperdício de tempo e esforço em estudos desnecessários.
2.1. Levantamento das soluções de mercado
Relacionar as soluções de mercado (formas de suprimento) que são capazes de
alcançar os resultados pretendidos.
Devem ser relacionadas as possíveis soluções com execução indireta do objeto (por
exemplo, contratação do serviço de outsourcing de impressão) e as possíveis soluções
com execução direta do objeto (por exemplo, aquisição de impressoras).
Salienta-se que esta etapa é diretamente afetada pelo nível de desenvolvimento dos
mercados e pela capacidade do órgão de gerenciar as atividades correlatas ao objeto a
ser contratado. Por exemplo, é fato que a contratação do serviço de outsourcing de
impressão reduz a quantidade de processos necessários para se obter o resultado
pretendido (trabalhos impressos), dentre os quais: aquisição de impressora, aquisição de
papel, reposição de toners, manutenção das máquinas, etc.
No entanto, é necessário contrapor essa vantagem contra os preços praticados pelo
mercado de outsourcing, para que não haja perda de eficiência na gestão dos recursos
públicos.
Além disso, mesmo que o mercado pratique bons preços, pode ser que a
contratação junto ao órgão seja demasiado arriscada para o fornecedor em decorrência
das características das atividades do órgão, como por exemplo: a necessidade de
contratar pessoas no interior do território do estado, aluguel de equipamentos com alto
risco de ocorrência de sinistros, localizações de difícil acesso, deseconomias de escala,
dentre outros riscos.
Duas fontes de consulta apresentam-se efetivas para buscar as melhores soluções:
avaliação comparativa (benchmarking) e consulta ao mercado, que deverão ser
detalhadas nos tópicos seguintes.
2.2. Avaliação comparativa (Benchmarking)
2.2.1. Contratações similares feitas pelo próprio Órgão/Entidade
Registrar as contratações similares realizadas pelo próprio órgão/Entidade nos
últimos anos e suas características.
2.2.2. Contratações similares feitas por outros órgãos e entidades
Considerar diferentes fontes, podendo ser analisadas contratações similares

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feitas por outros órgãos/entidades municipais, estaduais e federais ou por empresas
privadas, com o objetivo de identificar a existência de novas metodologias, tecnologias
ou inovações que melhor atendam às necessidades.
Analisar os Termos de Referência ou Projetos Básicos licitados por outros
órgãos é uma fonte segura a ser utilizada nestas buscas. Assim, fontes como o SIGA e
Painel de Preços devem ser utilizadas nestes momentos.
2.2.3. Consulta ao mercado
Utilizar as listas das empresas contratadas nos demais órgãos ou, quando se
tratar de objetos ou mercados regulados por órgãos, conselhos ou legislação, visar o
questionamento das formas de suprimento possíveis.
Na internet é possível obter diversos artigos acadêmicos ou profissionais com
exemplos de modelos mais eficientes e modernos do mercado, assim como as revistas e
sites especializados que deverão ser consultados.
2.3. Institucional e Legal
Para esta dimensão, é importante descrever e analisar todas as condições e
restrições institucionais e legais que podem afetar o processo de contratação e os futuros
contratos. Por exemplo, no âmbito do mercado de seguros, é essencial conhecer e
apresentar as determinações da Superintendência de Seguros Privados - SUSEP. Já no
mercado de óleos combustíveis, é necessário conhecer e apresentar as resoluções da
Agência Nacional do Petróleo - ANP. Para contratos que envolverem mão de obra, é
importante conhecer as normas trabalhistas gerais e específicas.
Com o intuito de destacar as questões jurídicas mais relevantes, devem ser listados
os normativos, acórdãos e entendimentos que disciplinam o serviço ou o material a ser
contratado para cada possível solução. Por exemplo:
 Manutenção de Elevadores – Lei Municipal do Rio de Janeiro 2.743/99, em
especial art. 45 §§1 e 2;
 Serviços de combate a incêndio – Lei Federal 13.425/17;
 Serviços de dedetização e controle de vetores – Lei Estadual 7.806/17;
 Limpeza de cisternas – Lei Estadual nº 1.893/91;
Possíveis fontes para essa busca são os órgãos de controle, conselhos de classe,
páginas eletrônicas de sindicatos, dentre outros. Estes normativos deverão fazer parte
das justificativas, em especial, dos antecedentes da necessidade no documento de Termo
de Referência.
2.4. Estimativa de quantidades das possíveis soluções
Quantificar cada uma das possíveis soluções - como exemplos, a aquisição de
impressora e a contratação de outsourcing de impressão - ajustando a quantidade
constante da “Formalização da Demanda” a cada solução identificada e ao histórico das
contratações ou consumos anteriores, quando necessário.
Recomenda-se incluir as memórias de cálculo e os documentos que lhe dão suporte.

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2.5. Estimativa de preços das possíveis soluções
Calcular e apresentar os preços para cada uma das possíveis soluções identificadas,
registrando o método adotado para estimativa de preços. Recomenda-se incluir as
memórias de cálculo da estimativa, os documentos que lhe dão suporte e, sempre que
possível, as planilhas de custos.
Ressalta-se que a estimativa de preços no ETP destina-se apenas à comparação
entre as possíveis soluções e não requer o mesmo formalismo da pesquisa de preços
prevista no Decreto Estadual 46.642/19, art. 20.
2.6. Audiência Pública
Em situações específicas ou nos casos de complexidade técnica do objeto, poderá
ser realizada audiência pública para coleta de contribuições, a fim de definir a solução
mais adequada visando preservar a relação custo-efetividade.
Assim sendo, neste tópico do Estudo Técnico Preliminar, a Comissão de
Planejamento deverá registrar dois aspectos:
 Se existe a necessidade de realizar audiência pública; e
 Existindo a necessidade, em que etapa do planejamento da contratação será
adequada a audiência pública.
Ressalta-se que a audiência pública ora apresenta-se como obrigação legal, ora
como faculdade para a escolha da solução adequada.
Quando da obrigatoriedade legal, deve-se observar o art. 39 da Lei Federal
8.666/93, transcrita abaixo:
“Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um conjunto de
licitações simultâneas ou sucessivas for superior a 100 (cem) vezes o limite previsto no
art. 23, inciso I, alínea "c" desta Lei, o processo licitatório será iniciado,
obrigatoriamente, com uma audiência pública concedida pela autoridade responsável
com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis da data prevista para a publicação
do edital, e divulgada, com a antecedência mínima de 10 (dez) dias úteis de sua
realização, pelos mesmos meios previstos para a publicidade da licitação, à qual terão
acesso e direito a todas as informações pertinentes e a se manifestar todos os
interessados.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-se licitações simultâneas
aquelas com objetos similares e com realização prevista para intervalos não superiores
a trinta dias e licitações sucessivas aquelas em que, também com objetos similares, o
edital subseqüente tenha uma data anterior a cento e vinte dias após o término do
contrato resultante da licitação antecedente.”
Deve-se atentar para dois pontos relevantes dessa obrigação:
1. Atentar para atualização dos valores do art. 23 da lei Federal 8.666/93, prevista
no art. 120 da supramencionada lei.
2. Verificar a necessidade da audiência nos casos de renovação contratual (Art.
57, II e IV).

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Quando facultativa, o princípio a ser seguido é o da busca pela solução mais
adequada, sendo possível a realização deste evento para diversos fins, como
identificação de novas formas de suprimento (soluções), ratificação de modelos
contratuais, dentre outros.
Recomenda-se que seja observado o Enunciado nº 35 da Procuradoria Geral do
Estado, ou aquele que venha a substituí-lo.
2.7. Análise das possíveis soluções
Realizar uma análise comparativa entre as soluções identificadas, discriminando as
vantagens, desvantagens, riscos, oportunidades e o custo total (incluindo as atividades
que ficarem a cargo do órgão/entidade, a depender da solução), visando equacionar o
custo-efetividade de cada uma delas.
Ressalta-se que deve fazer parte da análise o conceito de ciclo de vida do produto
juntamente com o grau de desenvolvimento do mercado ao qual o órgão está inserido,
visando a não paralização do serviço público, pois não adianta adquirir a melhor solução
do mercado se não houver, por exemplo, suporte para manutenção, reposição de peças
sobressalentes ou capacidade de operação do equipamento por parte dos servidores do
órgão/entidade.
Existem técnicas de avaliação de cenários que são comumente utilizadas e que,
embora não seja obrigatória a sua utilização, podem ser consultadas para apoiar as
análises, tais como:
 Análise SWOT;
 Análise PESTLE;
 Análise das Cinco Forças de Porter; ou
 Matriz de Kraljic.
2.8. Análise da possibilidade de parcelamento do Objeto
O parcelamento é a regra devendo a licitação ser realizada por item, sempre que o
objeto for divisível, desde que se verifique não haver prejuízo para o conjunto da
solução ou perda de economia de escala, visando propiciar a ampla participação de
licitantes, que embora não disponham de capacidade para execução da totalidade do
objeto, possam fazê-lo com relação a itens ou unidades autônomas.
Deve-se definir e documentar o método para avaliar se o objeto é divisível, levando
em consideração o mercado fornecedor, podendo ser parcelado caso a contratação
nesses moldes assegure, concomitantemente:
 Ser técnica e economicamente viável;
 Que não haverá perda de escala; e
 Que haverá melhor aproveitamento do mercado e ampliação da competitividade.
Salienta-se que o parcelamento, previsto no art. 23 §1º da Lei nº 8.666/1993, não se
confunde com o fracionamento de despesa, prática ilegal prevista no art. 23, §5º, que,

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em regra, visa a fuga da licitação, podendo também configurar direcionamento de
contratação, como também a fuga da modalidade mais complexas e rigorosas.
Atentar, quando do parcelamento, para a necessidade de se utilizar a modalidade de
licitação de acordo com a totalidade da demanda prevista e não somente de cada
parcela.
2.9. Análise da possibilidade de licitação exclusiva e de cota reserva para micro e
pequenas empresas
Analisar a possibilidade de licitação exclusiva e de cota reserva para micro e
pequenas empresas, justificando a conclusão.
O inciso I do art. 48 da Lei Complementar nº 123/2006 estabelece que o
processo licitatório deve ser destinado exclusivamente à participação de microempresas
e empresas de pequeno porte quando o valor dos itens de contratação for de até R$
80.000,00.
O inciso III do art. 48 da Lei Complementar nº 123/2006 estabelece que, em
certames para aquisição de bens de natureza divisível, deve ser destinada cota de até
25% (vinte e cinco por cento) do objeto para a contratação de microempresas e
empresas de pequeno porte.
Contudo, o art. 49 da mesma lei estabelece as situações em que o disposto nos
artigos 47 e 48 não se aplica:
- quando não houver um mínimo de 3 (três) fornecedores competitivos
enquadrados como microempresas ou empresas de pequeno porte sediados local ou
regionalmente e capazes de cumprir as exigências estabelecidas no instrumento
convocatório;
- quando o tratamento diferenciado e simplificado para as microempresas e
empresas de pequeno porte não for vantajoso para a administração pública ou
representar prejuízo ao conjunto ou complexo do objeto a ser contratado;
- quando a licitação for dispensável ou inexigível, nos termos dos arts. 24 e 25
da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, excetuando-se as dispensas tratadas pelos
incisos I e II do art. 24 da mesma Lei, nas quais a compra deverá ser feita
preferencialmente de microempresas e empresas de pequeno porte, aplicando-se o
disposto no inciso I do art. 48.
Recomenda-se que seja observado o Enunciado nº 33 da Procuradoria Geral do
Estado, ou aquele que venha a substituí-lo.
2.10. Conclusão da análise de cenário
Descrever a solução que melhor atenda às necessidades do Setor Demandante e
produza os resultados pretendidos.
Demonstrar, com base no levantamento de mercado, que a decisão da Comissão
é a que mais se aproxima dos requisitos definidos e que mais promove a competição,
levando-se em conta os aspectos de economicidade, eficácia, eficiência e padronização,
bem como práticas de mercado e disponibilidade de recursos do órgão/entidade.

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É interessante apresentar um quadro comparativo destacando as vantagens e
desvantagens da solução escolhida.
Declarar, também, os benefícios diretos e indiretos que o órgão ou entidade
almeja com a contratação, em termos de economicidade, eficácia, eficiência, de melhor
aproveitamento dos recursos humanos, materiais e financeiros disponíveis, inclusive
com respeito a impactos ambientais positivos (por exemplo, diminuição do consumo do
papel ou energia elétrica), bem como, se for o caso, de melhoria da qualidade de
produtos ou serviços oferecidos à sociedade.

3. SOLUÇÃO

A solução não define somente critérios da forma de suprimento escolhida, mas


também de como essa irá se integrar com a estrutura do órgão, inclusive com a previsão
das adequações necessárias para a contratação para a produção dos efeitos desejados.
3.1. Definição sucinta do Objeto
É a indicação, em termos genéricos, do serviço ou do material necessário para
atender a demanda, com o emprego de um dos seguintes termos: serviço ou aquisição.
a) Serviço
Toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a
Administração, tais como: demolição, conserto, instalação, montagem, operação,
conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens,
publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais.
Exemplo: Serviço de manutenção predial.
Quando o serviço for uma locação de bens, faz-se necessário incluir a descrição
genérica do que se pretende locar.
Exemplo: Serviço de locação de mobiliário.
b) Aquisição
Toda aquisição onerosa de bens para fornecimento de uma só vez ou
parceladamente.
Exemplo: Aquisição de papel A4.
Obs: Aquisição de licenças de software, mesmo que de forma definitiva, são
enquadradas como serviços.
3.2. Identificação dos itens, quantidades e unidades.
É a indicação precisa dos itens constantes do Catálogo de Materiais e Serviços do
SIGA, com suas descrições detalhadas, quantidades e unidades de fornecimento.
Código Unidade de
ID Descrição Quantidade
do item fornecimento

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3.3. Informações complementares
Caso se verifique que as descrições dos itens no Catálogo de Materiais e Serviços
do SIGA estejam insuficientes e que possam resultar em aquisições equivocadas ou de
qualidade inferior ao desejado/necessário, deverão ser fornecidas, ao setor de
Catalogação, informações complementares para melhor adequação da descrição do
objeto pretendido.
As informações complementares devem atender aos seguintes requisitos:
- complementar as informações do Catálogo de Materiais e Serviços do
SIGA, mas nunca alterá-las;
- ser tecnicamente justificáveis;
- não indicar direcionamento a qualquer fornecedor;
- quando for necessária a indicação de marca, ser apresentadas justificativas
técnicas para tanto.
Somente essas informações poderão ser incluídas no campo “Complemento do
item” no SIGA.
Na hipótese de o Catálogo do SIGA não conter o item que se pretende adquirir ou
contratar, é necessário solicitar pelo sistema, a inclusão do mesmo.
3.4. Definição da natureza do Bem/Serviço
Estabelecer a classificação da natureza do bem/serviço quanto a ser:
a) Bem ou serviço comum ou singular
Os bens e serviços considerados comuns são aqueles cujos padrões de desempenho
e de qualidade possam ser objetivamente definidos pelo ato convocatório, por meio de
especificações usuais do mercado, independentemente de sua complexidade.
Atentar para o fato que, caso não sejam enquadrados como comuns, a modalidade
pregão não poderá ser adotada, fazendo-se necessária justificativa da não adoção, de
acordo com o Decreto Estadual 31.863/02, art. 3º e sua alteração pelo Decreto Estadual
41.533/08.
É pacífico o entendimento de que esta modalidade não pode ser utilizada para a
licitação de obras de engenharia, bem como para locações imobiliárias e alienações em
geral. No entanto, é permitida para serviços de engenharia (Acórdãos 592/2016 e
1.540/2014 do Tribunal de Contas da União).
b) Serviço prestado de forma contínua ou prestado de forma não contínua (por
escopo)
Os serviços prestados de forma contínua são aqueles que, pela sua essencialidade,
visam a atender à necessidade pública de forma permanente e contínua, por mais de um
exercício financeiro, assegurando a integridade do patrimônio público e o
funcionamento das atividades do órgão ou entidade, de modo que sua interrupção possa
comprometer a prestação de um serviço público ou o cumprimento da missão
institucional. Exemplos: serviços de limpeza predial; manutenção de elevadores, link de
internet;

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Já os serviços considerados não continuados ou contratados por escopo são aqueles
que impõem aos contratados o dever de realizar a prestação de um serviço específico em
um período predeterminado, podendo ser prorrogado, desde que justificadamente, pelo
prazo necessário à conclusão do objeto, quando observadas as hipóteses previstas no §
1º do art. 57 da Lei nº 8.666, de 1993.
Nos serviços contratados por escopo, tem-se como fato gerador da finalização do
contrato o cumprimento das obrigações assumidas. Neste contexto, caso o contratado
realize a entrega da obra, do bem ou do objeto contratado antes do prazo contratual o
mesmo poderá ser considerado finalizado.
c) Serviço com ou sem disponibilização de funcionários da contratada de
forma prolongada ou contínua.
Os serviços continuados podem ser com ou sem disponibilização de pessoal da
contratada de forma prolongada ou contínua.
O fato de o serviço ser continuado não exige que sua execução ocorra todos os dias
ou meses de forma periódica ou programada, visto que a obrigação pode ser
disponibilidade para a execução do objeto como, por exemplo, ambulâncias, aquisição
de passagens, buffet, seguros, limpeza de cisternas, dedetizações, dentre outros.
Contudo, quando os empregados da contratada são alocados para trabalhar
continuamente nas dependências do órgão e a execução dos serviços segue uma rotina
específica estabelecida e supervisionada pelo órgão, configura-se a disponibilização de
pessoal da contratada de forma prolongada ou contínua. Como exemplos, citam-se os
contratos de limpeza, vigilância, recepção.

4. DESENHO DA CONTRATAÇÃO
4.1. Regime de Contratação
No caso de licitação ser a forma de licitação adequada, conforme item anterior,
indicar o regime de contratação adequado, considerando a legislação, o objeto e o
mercado, justificando a escolha.
Atualmente, existem dois regimes de contratação:
- Lei nº 8.666/1993, que instituiu as normas para licitações e contratos da
Administração Pública; e
- Lei nº 12.462/2011, que instituiu o Regime Diferenciado de Contratações Públicas
– RDC.
Cabe ressaltar que o RDC poderá ser utilizado nas seguintes situações:
- Ações integrantes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC);
- Obras e serviços de engenharia no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS;
- Obras e serviços de engenharia para construção, ampliação e reforma e
administração de estabelecimentos penais e de unidades de atendimento socioeducativo;
- Ações no âmbito da segurança pública;

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- Obras e serviços de engenharia, relacionadas a melhorias na mobilidade urbana ou
ampliação de infraestrutura logística;
- Ações em órgãos e entidades dedicados à ciência, à tecnologia e à inovação.
4.2. Regime de Execução
Identificar o regime de execução a ser adotado, justificando a escolha.
Conforme estabelecido no art. 6º da Lei 8.666/1993, existem os seguintes regimes
de execução:
- empreitada por preço global: quando se contrata a execução da obra ou do serviço
por preço certo e total;
- empreitada por preço unitário: quando se contrata a execução da obra ou do
serviço por preço certo de unidades determinadas;
- tarefa: quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço certo,
com ou sem fornecimento de materiais;
- empreitada integral: quando se contrata um empreendimento em sua integralidade,
compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira
responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contratante em condições de entrada
em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições
de segurança estrutural e operacional e com as características adequadas às finalidades
para que foi contratada.
Cabe destacar algumas vantagens e desvantagens da empreitada por preço global e
da empreitada por preço unitário elencadas no Acórdão TCU nº 1.977/2013 – Plenário:

EMPREITADA POR PREÇO UNITÁRIO


VANTAGENS DESVANTAGENS
Pagamento apenas pelos serviços Exige rigor nas medições dos serviços;
efetivamente executados; Maior custo da Administração para
Apresenta menor risco para o acompanhamento do serviço;
contratado, na medida em que ele não Favorece o jogo de planilha;
assume risco quanto aos quantitativos de Pode favorecer aditivos, para inclusão
serviços; e de novos serviços ou alteração dos
O serviço pode ser licitado com um quantitativos dos serviços contratuais;
Projeto Básico ou Termo de Referência O preço final do contrato é incerto, pois
com grau de detalhamento inferior ao é baseado em estimativa de quantitativos
exigido para uma empreitada por preço que podem variar durante a execução da
global ou integral. obra;
Exige que as partes renegociem preços
unitários quando ocorrem alterações
relevantes dos quantitativos contratados;
e
Não incentiva o cumprimento de prazos,
pois o contratado recebe por tudo o que
fez, mesmo atrasado.

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EMPREITADA POR PREÇO GLOBAL
VANTAGENS DESVANTAGENS
Simplicidade nas medições (medições Como o contratado assume os riscos
por etapa concluída); associados aos quantitativos de serviços,
Menor custo para a Administração o valor global da proposta tende a ser
Pública na fiscalização do serviço; superior, se comparado com o regime de
Valor final do contrato é, em princípio, preços unitários;
fixo; Tendência de haver maior percentual de
Restringe os pleitos do contratado e a riscos e imprevistos para o contratado; e
assinatura de aditivos; A licitação e contratação exigem
Dificulta o jogo de planilha; e Projeto Básico/Termo de Referência com
Incentiva o cumprimento de prazo, pois elevado grau de detalhamento dos
o contratado só recebe quando conclui serviços (art. 47 da Lei nº 8.666/1993).
uma etapa.
4.3. Forma de execução
Com base nas informações apresentadas/prestadas pelo Setor Requisitante e após a
análise dos normativos que disciplinam o serviço/material a ser contratado, deverá ser
delineada a forma de execução do objeto.
Neste ponto, devem ser destacados os pontos que serão observados na contratação,
incluindo a indicação de prazos de entrega, níveis mínimos de qualidade, a
disponibilidade de materiais e outras variáveis consideradas relevantes.
Apresentar os prazos: entrega, de execução, de atendimento de chamados, etc.
Também, apresentar os locais com endereço e setor ou servidor responsável e demais
condicionantes da entrega.
Definir, neste campo, horários, datas, restrições para execução de serviços ou
entrega de produtos, assim como o agendamento se necessário e possíveis formatos de
entrega.
Informar, por exemplo, se a entrega será integral, parcelada, fracionada, etc.
quantidade especifica ou conforme necessidade. Informar ainda o endereço, o horário,
entre outros.
Deverão ser observados os prazos médios do mercado para se obter uma melhor
adequação à realidade e evitar custos desnecessários para o contrato público.

4.4. Informações contratuais


4.4.1. Duração do contrato
a) ____ meses; e
b) Justificativa: avaliar a duração inicial do contrato de prestação de serviços de
natureza continuada, que poderá, excepcionalmente, ser superior a 12 meses, e justificar
a decisão.
De acordo com o art. 57 da Lei 8.666/1993, a duração dos contratos está restrita
à vigência dos respectivos créditos orçamentários, existindo algumas exceções.

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Para a aquisição de material, o contrato poderá ter duração superior a doze (12)
meses quando referir-se a projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas
estabelecidas no Plano Plurianual, limitada à vigência deste.
Para a contratação de serviço, o contrato poderá ter duração superior a doze (12)
meses quando referir-se a:
- projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no
Plano Plurianual, limitada à vigência deste (Art. 57, I da lei federal 8.666/93);
- prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a
sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de
preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta (60) meses
(Art. 57, II da lei federal 8.666/93);
- aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática, podendo a
duração estender-se pelo prazo de até quarenta e oito (48) meses após o início da
vigência do contrato (Art. 57, IV da lei federal 8.666/93);
- nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20
da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, que dispõe sobre incentivos à inovação e à
pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo.
4.4.2. Reajustamento de preços
Conforme estabelecido na Instrução Normativa nº 5, de 26 de maio de 2017,
expedida pelo Secretário de Gestão do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e
Gestão, existem duas formas de reajustamento de preços:
- reajuste de preços em sentido estrito, com a aplicação de índices específicos ou
setoriais; ou
- reajuste de preços em sentido amplo, pela demonstração analítica da variação
dos componentes dos custos.
O reajuste de preços consiste na aplicação de índice de correção monetária
previsto no contrato, que deverá retratar a variação efetiva do custo de produção,
admitida a adoção de índices específicos ou setoriais. É admitido nos contratos de prazo
de duração igual ou superior a um ano, desde que não haja regime de dedicação
exclusiva de mão de obra.
A repactuação de preços deverá ser utilizada nas contratações de serviços
continuados com regime de dedicação exclusiva de mão de obra, desde que seja
observado o interregno mínimo de um ano das datas dos orçamentos aos quais a
proposta se referir, assim entendido o acordo, convenção ou dissídio coletivo de
trabalho, vigente à época da apresentação da proposta de licitação.
A supramencionada Instrução Normativa também estabelece:
“§ 1º A repactuação para fazer face à elevação dos custos da
contratação, respeitada a anualidade disposta no caput, e que vier a ocorrer
durante a vigência do contrato, é direito do contratado e não poderá alterar o
equilíbrio econômico e financeiro dos contratos, conforme estabelece o inciso

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XXI do art. 37 da Constituição da República Federativa do Brasil, sendo
assegurado ao prestador receber pagamento mantidas as condições efetivas da
proposta.
§ 2º A repactuação poderá ser dividida em tantas parcelas quanto
forem necessárias, em respeito ao princípio da anualidade do reajuste dos
preços da contratação, podendo ser realizada em momentos distintos para
discutir a variação de custos que tenham sua anualidade resultante em datas
diferenciadas, tais como os custos decorrentes da mão de obra e os custos
decorrentes dos insumos necessários à execução do serviço.
§ 3º Quando a contratação envolver mais de uma categoria
profissional, com datas-bases diferenciadas, a repactuação deverá ser dividida
em tantos quanto forem os Acordos, Convenções ou Dissídios Coletivos de
Trabalho das categorias envolvidas na contratação.
§ 4º A repactuação para reajuste do contrato em razão de novo Acordo,
Convenção ou Dissídio Coletivo de Trabalho deve repassar integralmente o
aumento de custos da mão de obra decorrente desses instrumentos.”
Recomenda-se que seja observado o Enunciado nº 14 da Procuradoria Geral do
Estado, ou aquele que venha a substituí-lo.
4.4.3. Garantia
Expor o percentual e valor da garantia contratual a ser apresentada na data de
assinatura do contrato em qualquer das modalidades previstas pela lei 8.666/93.
A garantia poderá ser dispensada, e o dispositivo suprimido, a critério e com
justificativa específica da Autoridade Competente (art. 56, caput da Lei nº 8.666/93).
Poderá ser adotado percentual de até 5% (cinco por cento), na forma do art. 56,
§2º da Lei nº 8.666/93, a critério e com justificativa específica da autoridade
competente, podendo chegar a 10%, conforme §3º do mesmo artigo.
A garantia prevista no artigo 31, III, é distinta da prevista no artigo 56, sendo
cabida para os casos de aquisições ou contratações complexas e de alto valor. Esta
garantia visa qualificar somente empresas com potencial para executar o objeto.
Definir as garantias contratuais, quando necessário, prevendo prazo para a
reposição das garantias em caso de execução sem rescisão contratual.
No caso de serviços com regime de dedicação exclusiva de mão de obra, avaliar
a inclusão de exigências de que a garantia possua previsão de cobertura para o
pagamento de encargos trabalhistas e previdenciários não quitados pela contratada.
Deve-se justificar a decisão.
4.4.4. Transferência de conhecimento, tecnologia e técnicas empregadas e
Transição Contratual.
Na contratação de serviços, principalmente nos serviços de natureza intelectual
ou de grande impacto operacional, poderá ser estabelecida, como obrigação da
contratada, a realização de transição contratual com transferência de conhecimento,
tecnologia e técnicas empregadas, sem perda de informações, podendo exigir, inclusive,

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a capacitação dos técnicos da contratante ou da nova empresa que continuará a
execução dos serviços.
Salienta-se que, em regra, esse tipo de obrigação onera de forma significativa o
contrato, devendo ser avaliada com cuidado pela administração, pois ficará vinculada a
sua efetividade após a vigência do contrato. Assim, cuidados como a vinculação de
servidores com termos de responsabilidade e prazos mínimos para saída (quarentenas)
são boas ferramentas para a manutenção da solução escolhida.
Também deve ser analisada a necessidade de transição entre contratos, onde,
pelo volume ou importância do objeto, a atual e a futura empresa deverão conviver para
manter a continuidade do serviço. Por exemplo: contrato de locação de impressoras ou
outsourcing de impressão com o envolvimento de muitas máquinas em diversas
localidades que impeçam a transição de empresas em um único momento; contrato de
guarda e organização de documentos com acervos extensos em que seja impossível a
transição de um galpão para outro em um único procedimento.
4.4.5. Critérios e práticas de sustentabilidade
Incluir, se possível, critérios e práticas de sustentabilidade que devam ser
veiculados como especificação técnica do objeto ou como obrigação da contratada.
Fontes para obtenção dessas informações:
 Decreto Estadual 43.629/12
 Catalogo SIGA – itens sustentáveis;
 A3P Governo Federal;
 NBRISO 14001- Sistemas de Gestão Ambiental
 OHSAS 18001:2000 (Occupational Health and Safety Assessment Series) –
Segurança e saúde no trabalho
 AS 8000 (Social Accountability International) – normas socialmente
responsáveis
 NBR 16001(ABNT) – sistema de gestão da responsabilidade social
 Selo Verde (FSC – Forest Stewardship Council) – madeira
 Classificação ENCE – eficiência energética
 Fundación Instituto de Desarrollo Regional
o http://www.fidr.org.ar/
 Projeto Prefeito Amigo da Criança (Fundação Abrinq)
o http://www.fundabrinq.org.br/projeto.php?id=18
 Núcleo de Estudos e Tecnologias em Gestão Pública (UFRGS)
o http://www.ufrgs.br/nutep/principal.php
 Idéias para ação municipal (Instituto Pólis)
o http://www.direitoacidade.org.br/publicacoes_interno.asp?codigo=54
 Programa de Gestão Pública e Cidadania (FGV)
o http://www.eaesp.fgvsp.br/Ceapginterna.aspx?PagId=ETKHMPRJ

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 Centro de Estudos em Sustentabilidade (FGV)
o http://www.gvces.com.br/
 Catalogo Sustentável
o http://www.catalogosustentavel.com.br/

4.4.6. Possibilidade de subcontratação


Deverá ser definido se será possível a subcontratação:
 Se haverá ou não possibilidade de subcontratação de parte do objeto, e, em caso
afirmativo, identificar a parte que pode ser subcontratada; e
 Se haverá ou não obrigação de subcontratação de parte do objeto de ME ou EPP.
Em regra, a subcontratação deve ser expressa quando da sua possibilidade e suas
aplicações, devendo haver previsão no edital e no contrato, conforme art. 72 e art. 78,
inciso VI da Lei Federal 8666/93.
Neste contexto deverão ser especificados quais itens da execução poderão ser
subcontratados (por exemplo: logística de entrega, manutenção de equipamento
especifico dentro do contrato etc.).
4.4.7. Possibilidade de participação de Consórcio
Apresentar de forma clara e objetiva a permissão ou não de participação dos
consórcios no certame, visto que esta decisão é facultada ao administrador, conforme
art. 33 da Lei Federal 8666/93.
O consórcio é a associação de várias empresas com a finalidade de realizar, em
conjunto, uma operação financeira ou econômica.
O objetivo de admitir a participação de empresas reunidas em consórcio na licitação
é aumentar a competitividade, possibilitando que empresas que isoladamente não teriam
condições de disputar aquele certame, por falta de recursos financeiros, ou por restrição
na comprovação da capacidade técnica, ou por não deter todo o conhecimento
necessário às diversas atividades envolvidas na contratação, ou ainda por outra razão
nesse sentido, possam se associar com uma ou mais empresas na mesma situação, as
quais, em conjunto, consigam alcançar aquilo que necessário para a disputa da licitação
e a execução do contrato.
São variáveis que justificam ou não a possibilidade de participação de consórcio:
complexidade do objeto, abrangência dos serviços, valor final da contratação,
necessidade multidisciplinar do objeto não encontrado facilmente no mercado, fomento
do mercado, competitividade no certame.
Os artigos 278 e 279 da Lei n.º 6.404/76 regulam parte da organização dos
consórcios.
É interessante que a justificativa sobre a participação ou não de consórcios seja
embasada em dados, estudo de mercado, análise setorial e pesquisa do caso prático.
4.4.8. Possibilidade de participação de Cooperativa

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Apresentar de forma clara o motivo da participação ou não deste tipo de
sociedade, assim como as exigências para sua atuação.
Em regra, a participação de cooperativas é permitida conforma art. 3º, §1º, inciso
I da Lei Federal n.º 8666/93, contudo deverá ser observada a Orientação Administrativa
PGE n.º 08 que determina que “deve ser vedada a participação das cooperativas de
serviços nas licitações que visem à contratação de prestação de serviços de vigilância e
segurança (cf. Lei nº 7.102/1983 e alterações posteriores), bem como nas licitações
destinadas a selecionar contratado para prestar serviços em relação aos quais se presume
a subordinação dos trabalhadores que o exercem, tais como asseio, limpeza,
conservação, manutenção, copeiragem e operação de elevadores”.
Recomenda-se que seja observado o Enunciado nº 33 da Procuradoria Geral do
Estado, ou aquele que venha a substituí-lo.
4.4.9. Incidência do Programa de Integridade
Apresentar de forma clara e objetiva a necessidade de se exigir ou não Programa
de Integridade da empresa a ser contratada, conforme estabelecido na Lei Estadual n°
7.753/17.
Consta no art. 1° da Lei Estadual n° 7.753/17 (a qual dispõe sobre a instituição
do Programa de Integridade às pessoas jurídicas que contratarem com a Administração
do ERJ) que:
“Art. 1º - Fica estabelecida a exigência do Programa de Integridade às
empresas que celebrarem contrato, consórcio, convênio, concessão ou parceria
público-privado com a administração pública direta, indireta e fundacional do
Estado do Rio de Janeiro, cujos limites em valor sejam superiores ao da
modalidade de licitação por concorrência, sendo R$ 1.500.000,00 (um milhão e
quinhentos mil reais) para obras e serviços de engenharia e R$ 650.000,00
(seiscentos e cinqüenta mil reais) para compras e serviços, mesmo que na
forma de pregão eletrônico, e o prazo do contrato seja igual ou superior a 180
(cento e oitenta) dias.’’
Da leitura do dispositivo destacado, observa-se a necessidade de fazer constar
que somente será adotado o instituto quando a contratada, cumulativamente, atender os
requisitos (subsumindo a norma ao caso concreto) quais são:
 Celebração de contrato com a Administração Pública Direta, Indireta ou
Fundacional;
 Valores (contratuais) superiores ao da modalidade de licitação do tipo
Concorrência (sem discriminação de condições, termos ou natureza); e
 Prazo do contrato igual ou superior a 180 (cento e oitenta) dias.
Ainda na leitura do diploma legal, o § 2° do art. 1° (c/c o caput do art. 3) é
cristalino ao discursar que o instituto ‘’aplica-se [...] às sociedades empresárias e às
sociedades simples, personificadas ou não, independentemente da forma de organização
ou modelo societário adotado’’. Ou seja, a qualquer interessado que deseja contratar
com o ERJ.

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4.5. Seleção do fornecedor
4.5.1. Forma de seleção
Identificar a forma de selecionar o fornecedor (licitação, inexigibilidade,
dispensa), justificando a escolha.
4.5.2. Âmbito da licitação
Apresentar e justificar a escolha do âmbito da licitação.
A licitação internacional é cabível nas seguintes hipóteses:
 Aquisição de bens e serviços que não são produzidos no País ou que não
sejam produzidos em quantidade ou qualidade suficientes;
 Aumento da competição para a obtenção de condições de contratação mais
favoráveis; e
 Obtenção de novas tecnologias indisponíveis no País.
Com a finalidade de demonstrar a escolha do âmbito e, se for o caso, o regime
jurídico que será aplicado, o estudo técnico deverá contemplar, entre outros:
 Análise comparativa entre os mercados doméstico e internacional,
evidenciando aspectos tais como quantitativos disponibilizados, preços praticados e
qualidade apresentada;
 Vantagens esperadas com utilização da nova tecnologia, se for o caso;
 Características do mercado do objeto, tais como prazos, formas de pagamento
e outras condições de negociação mais usualmente praticadas nas contratações da
espécie;
 Indicação dos países e praças em que se projete, por sua relevância na
produção ou comercialização do objeto, a atração dos maiores números de potenciais
interessados qualificados a participar da licitação e, quando possível, a indicação dos
principais fornecedores potenciais; e
 Análise de viabilidade da licitação internacional visto os altos custos
envolvidos para que empresas estrangeiras possam entregar seus documentos e
realizarem as obrigações contratuais.
4.5.3. Qualificação Técnica
Devem ser especificados o perfil e os requisitos técnicos do profissional e da
empresa que executará o objeto.
Definir os critérios que serão considerados relevantes para comprovar a
capacidade da empresa em arcar com as obrigações do futuro contrato e executá-lo de
forma a garantir o interesse público visado com a aquisição ou o serviço.
Este tema pode ser considerado uma restrição, mas tem como base os princípios
da indisponibilidade e da eficiência.
Atentar, que a Capacidade Técnica Operacional está voltada para a capacidade
da empresa, enquanto que a Capacidade Técnico-Profissional visa atestar o profissional

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autônomo ou do quadro da empresa, geralmente embasado em algum Conselho de
Classe.
Não utilizar somente os termos do artigo 30 da Lei Federal 8.666/93, pois são
genéricos e impedem a avaliação objetiva, assim sempre colocar em números limitando-
se a no máximo 50% do que esta sendo solicitado pela solução escolhida.
Recomenda-se que seja observado o Enunciado nº 39 da Procuradoria Geral do
Estado, ou aquele que venha a substituí-lo.
4.5.4. Qualificação Econômico-financeira
As minutas-padrão da PGE estabelecem os documentos que deverão ser
apresentados para a comprovação de qualificação econômico-financeira.
As referidas minutas também estabelecem que, dependendo da complexidade da
contratação, poderá ser exigida a apresentação de índices que demonstrem a saúde
financeira da empresa, o que deverá ser previamente justificada no processo
administrativo, conforme expressamente previsto no art. 31, § 5º da Lei n.º 8.666/93:
- Índice de Liquidez Geral;
- Índice de Liquidez Corrente;
- Índice de Endividamento
Contudo, o Acórdão nº 932/2013 – TCU - Plenário estabeleceu o seguinte:
“11. O fato de a lei não fixar o limite do índice a ser adotado não afasta a
responsabilidade do gestor por sua definição, que não pode ser aleatória, nem
depender de simples “palpite” do administrador público.”

Nesse sentido, cabe ressaltar que o estabelecimento de índices de qualificação


econômico-financeira não pode comprometer a competitividade do certame e assim
sendo, cada índice exigido deve ser justificado.
Deve-se atentar que cada mercado possui índices correlatos às suas atividades,
por exemplo, empresas que para executar suas atividades precisam de muitos
equipamentos ou custos iniciais altos terão índices bem diferentes de empresas de
serviços prioritariamente com mão de obra.
4.5.5. Amostra ou Protótipo
A exigência de amostras ou protótipos é uma faculdade ao administrador,
visando a boa execução contratual e, neste momento, deverá ser apresentada a
necessidade, considerando, em especial:
 Como e quando serão recebidas e analisadas;
 Avaliação sempre por critérios técnicos e objetivos, seja por equipe
própria do órgão ou por instituição externa;
 Se será considerada parte de alguma das entregas ou se ficará retida
(preferencialmente para avaliação posterior); e
 Que será exigida somente da melhor classificada

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Por fim, atentar para a não existência de procedimento padrão, e cada objeto
poderá ter uma regra específica para ser avaliada e recebida.

5. PROVIDÊNCIAS PARA ADEQUAÇÃO DO AMBIENTE


5.1. Contratações Correlatas e/ou Interdependentes
Relacionar contratações correlatas e/ou interdependentes com a que se pretende
realizar:
 Contratações correlatas são aquelas que guardam relação com o objeto
principal, mas que não precisam, necessariamente, ser adquiridas para a completa
prestação do objeto principal; e
 Contratações interdependentes são aquelas que precisam ser contratadas
juntamente com o objeto principal para sua completa prestação.
5.2. Capacitação de pessoal
Avaliar a necessidade de capacitação de pessoal de acordo com as
especificidades do objeto a ser contratado com os requisitos determinados pelos órgãos
vinculados ao objeto, como Conselhos ou Órgão Central Logístico do Estado.
5.3. Proposta de cronograma de atividades e seus responsáveis
Elaborar cronograma com todas as atividades necessárias à adequação do
ambiente (para que a contratação surta seus efeitos desejados) e com os setores
responsáveis por esses ajustes.
Data-limite Atividades Responsável

5.4. Servidores que participarão da fiscalização do contrato a ser celebrado


Os dados dos servidores que participarão da fiscalização do contrato devem ser
extraídos do Documento de Formalização da Demanda ou atualizados neste momento.

6. CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO QUANTO AO SIGILO


Escolher entre uma das duas opções:
“Nos termos da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, as informações contidas
nos presentes Estudos Preliminares DEVERÃO ESTAR DISPONÍVEIS para qualquer
interessado, pois não se caracterizam como sigilosas.”
“Nos termos do Art. 23 da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, as
informações contidas nos presentes Estudos Preliminares ASSUMEM CARÁTER
SIGILOSO e, portanto, deverão ter acesso restrito.”

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7. DECLARAÇÃO DA VIABILIDADE DA CONTRATAÇÃO
O presente estudo levantou os elementos essenciais que irão compor o Termo de
Referência e demonstrou ser viável a contratação demandada, condicionada à
implementação das providências discriminadas no item 5 do presente estudo, cabendo
ressaltar que os riscos envolvidos são administráveis e os custos previstos são
compatíveis e se caracterizam pela economicidade.

8. ASSINATURA DOS MEMBROS DA EQUIPE DE PLANEJAMENTO

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