CONTEXTUALIZAÇÃO

- Sabes onde surgiu a poesia trovadoresca ? Indica em que século.

A Poesia trovadoresca é característica da língua portuguesa nos séculos – sec.
XII a XIV.
- Como caracterizas a sociedade nessa altura ?
Nessa altura, a população portuguesa era cerca de um milhão, cuja estrutura
social estava divida em tês classes: clero, nobreza e povo;
Apenas o clero, parte da nobreza e alguma burguesia tinham condições de
acesso à educação.
A Religião era tida como a principal fonte de conhecimento, que moldava o
comportamento humano, pois era o centro do homem (medieval).
- O que entendes por português arcaico ?
O português arcaico . Quando se redigem textos em portugues.
- Poesia trovadoresca é composta por que tipo de cantigas? Caracteriza-
as.
Poesia trovadoresca: cantigas de amigo, cantiga de amor, cantiga de escárnio
e mal dizer. Reunidos em cancioneiros
Cantiga de amigo: verdade mais importante e original da produção lírica. Dar
voz à mulher; tema: lamentação da mulher pela ausência do amigo (do
amado); ambiente: romaria; Eu” poético: jovem do mundo rural que expressa
os seus sentimentos pelo amado.
Cantiga de amor: a mulher amada idealizada, posição de vassalo ao serviço da
senora, amor não correspondido; por ela pertencer a um estirpe social
diferente; amor cortes (atitudes que nobres deviam adotar na presença de
damas da corte)
Cantiga de escárnio e maldizer: composições de caracter satarico, criticas a
alguém de forma direta ou indireta; aspetos da vida da corte e boemia; normas
instituídas;
- O que é um paralelismo ?
Paralelismo é o distintivo destas cantigas. perfeito ou puro quando o segundo
verso da primeira estrofe se repete com o primeiro verso da terceira estrofe, o 2
verso da segunda estrofe com o primeiro verso da quarta e assim
sucessivamente;
- E cancioneiro ?
Cancioneiro: manuscritos dessas cantigas;
Ai flores, ai flores do verde pino

– Ai flores, ai flores do verde pino,

se sabedes novas do meu amigo!
           Ai Deus, e u é?

Ai flores, ai flores do verde ramo,

se sabedes novas do meu amado!
           Ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amigo,

aquel que mentiu do que pôs comigo!
           Ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amado,

aquel que mentiu do que mi á jurado!
           Ai Deus, e u é?

– Vós me preguntades polo voss'amigo,

e eu bem vos digo que é san'vivo.
           Ai Deus, e u é?

Vós me preguntades polo voss'amado,

e eu bem vos digo que é viv'e sano.
           Ai Deus, e u é?

E eu bem vos digo que é san'e vivo

e seera vosc'ant'o prazo saído.
           Ai Deus, e u é?

E eu bem vos digo que é viv'e sano

e seera vosc'ant'o prazo passado.
           Ai Deus, e u é?
Primeira Parte
O sujeito poético interpela a natureza na procura do “amigo” que demora a
chegar.
Palavra “amigo” com o sentido de amado, namorado.
Temática: desencontro amoroso.
O amigo é mentiroso porque mentiu, não cumprindo o combinado.

Refrão
Recurso típico da poesia popular, associado à memorização, à transmissão
oral e ao canto.
Sugere também a existência de um coro.
Evidencia o desespero do “eu” poético.

Paralelismo
O último verso de cada copla é o primeiro verso da copla correspondente no
par seguinte.

Segunda parte
Resposta da natureza: o amigo está vivo e de boa saúde.
Personificação da Natureza no diálogo com a donzela.
Alteração da caracterização inicial do amado: deixa de ser considerado
mentiroso, pois cumprirá o prazo.
Incerteza quanto ao paradeiro e estado de saúde do amado.
Refrão: neste segundo momento deixa transparecer curiosidade e expectativa.

1. sabedes: (dizei-me se) sabeis;

2. novas: novidades; notícias;

3. e u é: e onde está;

4. mentiu do que pôs: mentiu sobre o que combinou;

5. polo: pelo;

6. san’ : são; bem de saúde;

7. vosc’ : convosco;

8. ant’ : antes de;

9. saído: terminado; passado.

Exercícios em aula:
TPC:

Ondas do mar de Vigo

Ondas do mar de Vigo,

1
se vistes meu amigo?
     E ai Deus, se verra2 cedo!
 
Ondas do mar levado3,
se vistes meu amado?
     E ai Deus, se verra cedo!
 
Se vistes meu amigo,
o por que4 eu sospiro!
     E ai Deus, se verra cedo!
 
Se vistes meu amado,
por que ei gram coidado5?
     E ai Deus, se verra cedo!