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RENDA FIXA

Como utilizá-la para aumentar


meu patrimônio
RENDA FIXA - COMO UTILIZÁ-LA PARA AUMENTAR MEU PATRIMÔNIO

POR QUE LER ESTE MATERIAL?

A renda fixa é uma parte importante da carteira de qualquer investidor, independente do seu grau
de tolerância a risco. Para os mais conservadores, a renda fixa é um refúgio, já que oferece uma
série de opções de risco mais baixo, além da possibilidade de se saber exatamente quanto você
vai ganhar no futuro, sem surpresas.
Para os mais arrojados, a renda fixa também precisa estar presente. No mínimo, para equilibrar a
parcela da carteira mais exposta a risco. Entretanto, engana-se quem acha que a renda fixa não
oferece opções mais arriscadas. Para além dos CDBs e das LCIs, estão as debêntures, que são
um tipo de investimento de renda fixa e risco alto, possibilitando, consequentemente, uma rentabi-
lidade mais atrativa.
Neste e-book, você vai conhecer melhor a renda fixa. Vamos lá?

RENDA FIXA X RENDA VARIÁVEL

No mundo existem pelo menos dois tipos de pessoas, as controladoras e as sossegadas. As con-
troladoras planejam todos os seus passos e gostam sempre de se antecipar em relação ao que está
por vir. As sossegadas deixam a vida as levar e preferem lidar com as dores e as delícias da vida à
medida que elas aparecem. Há pontos positivos e negativos em ambos os perfis. Qual é o seu?
Eu sei que o papo aqui é a comparação entre renda fixa e variável, mas, com o exemplo acima,
mesmo sem perceber, você já entendeu a diferença. A renda fixa é o tipo de investimento em que
você recebe no vencimento do investimento exatamente o que você esperava no dia em que apli-
cou. Sem surpresas, nem frustrações. Já, a renda variável é uma caixinha de surpresas. Você só
vai saber se e o quanto ganhou ou perdeu na data de vencimento. O risco é mais alto.
Em geral, os investimentos em renda fixa oferecem risco mais baixo. Mas é importante lembrar
que há exceções, como os investimentos em crédito privado. Vamos falar sobre isso mais para
frente. Por enquanto, é importante você entender alguns conceitos importantes para entender os
investimentos em renda fixa.
RENTABILIDADE DA RENDA FIXA

Os títulos de renda fixa podem apresentar três tipos de rentabilidade. Confira:

Prefixada
Nos títulos de renda fixa prefixada, você já sabe exatamente quanto vai ganhar no dia em
que for resgatar seu investimento. Sem surpresas, nem frustrações. Um exemplo são os
CDBs que pagam uma taxa de juros fixa, de 5% ao ano, por exemplo.

Pós-fixada
Já, nos títulos de renda fixa pós-fixados, o investidor conhece de antemão apenas o indexa-
dor que definirá o valor que ganhará no futuro, mas não sabe qual será a taxa de juro efetiva
obtida no vencimento do investimento. Um exemplo é o Tesouro Selic, um título público que
paga a taxa básica de juro acumulada no período do investimento.

Na hora de investir, o investidor sabe apenas que o rendimento do título vai acompanhar a
taxa Selic (indexador), mas não sabe ainda quanto a taxa Selic vai oscilar até a data de ven-
cimento do papel. Isso vai depender das oscilações futuras do mercado.

Híbrida
O terceiro tipo de título de renda fixa é o híbrido, que possui uma parte prefixada e outra
pós-fixada. Um exemplo é o Tesouro IPCA+, um título público que paga uma taxa de juro
fixa mais uma outra parte indexada ao IPCA. Uma rentabilidade possível nesse investimento
é IPCA + 4%.

FORMAS DE REMUNERAÇÃO

As formas de remuneração dos títulos de renda fixa também são variadas. Confira:

% do CDI
Há títulos de renda fixa que pagam um percentual do CDI. Um exemplo são LCIs que pa-
guem 105% do CDI.

CDI + Spread
Há outros títulos de renda fixa que pagam o CDI mais um spread, normalmente aplicado
para compensar o maior risco do papel. Um exemplo são debêntures que paguem o CDI +
0,5%.

Índices de preços
Os índices de preços também podem ser a referência da remuneração de alguns títulos de
renda fixa. Um exemplo é o Tesouro IPCA+.
TRIBUTAÇÃO

Dentro dos investimentos de renda fixa, há duas tributações existentes: o Imposto de Renda (IR)
e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A cobrança do IR é realizada conforme a tabela
abaixo, que favorece as pessoas que mantêm o investimento por mais tempo, cobrando um im-
posto menor:

Alíquota do imposto Tempo do investimento


22,5% Até 180 dias corridos
20% Entre 181 e 360 dias corridos
17,5% Entre 361 e 720 dias corridos
15% Após 720 dias corridos

Já, a cobrança do IOF, segue a tabela abaixo, que também favorece quem mantém o investimento
por mais tempo:

Tempo do investimento Alíquota do imposto Tempo do investimento Alíquota do imposto


1 96% 16 46%
2 93% 17 43%
3 90% 18 40%
4 86% 19 36%
5 83% 20 33%
6 80% 21 30%
7 76% 22 26%
8 73% 23 23%
9 70% 24 20%
10 66% 25 16%
11 63% 26 13%
12 60% 27 10%
13 56% 28 6%
14 53% 29 3%
15 50% 30 0%
TIPOS DE RISCO

Muitas pessoas confundem o fato de o risco dos investimentos em renda fixa ser menor do que a
renda variável com a falsa ideia de ausência de risco na renda fixa. Há, sim, risco. Confira os três
tipos principais:

Risco de crédito
Quando uma empresa emite hoje um título de dívida e o vende para um investidor com a
promessa de devolver no futuro o dinheiro emprestado acrescido de juros, existe o risco de
essa empresa ter algum imprevisto que a impeça de honrar essa sua obrigação. É o risco
de crédito.
Por isso, é muito comum ver títulos de renda fixa privada que, além da taxa de juro combina-
da, pagam um prêmio de risco adicional, o spread de crédito. Em teoria, os títulos de renda
fixa emitidos pelo governo são mais seguros. Logo, os emissores privados pagam um prê-
mio maior para que os investidores prefiram comprar títulos privados, em vez de públicos.

Risco de mercado
Quando um investidor compra um título de renda fixa que acompanha um indicador, como
a taxa Selic ou o IPCA, por exemplo, ele fica naturalmente refém do risco de mercado. Do
dia em que o investimento foi feito até sua data de vencimento, o cenário macroeconômico
pode mudar bastante, assim como as políticas monetária e fiscal do país.
Dessa forma, quanto mais longo o prazo de vencimento do título, maior tende a ser o risco
das oscilações naturais do mercado. Nesse contexto, os juros pagos por esses títulos aos
investidores costuma ser maior, para que eles topem correr esse risco.

Risco de liquidez
Quando você faz um investimento, precisa sempre ter em vista a possibilidade de precisar
usar esse dinheiro para uma emergência antes da data de vencimento. É importante lem-
brar que há alguns títulos de renda fixa que não permitem o resgate antecipado, ou seja, o
dinheiro fica preso até o fim do investimento.
Há outros, entretanto, que, apesar de permitirem a venda antecipada no mercado secundá-
rio, não livram o investidor do risco de não haver uma outra pessoa querendo comprar o seu
título, nem de não querer pagar pagar o preço desejado. Nesse caso, o investidor fica refém
das condições do mercado no momento em que precisar vender seu investimento para con-
seguir dinheiro.
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

O Sistema Financeiro Nacional (STN) é formado por três principais grupos: os agentes superavitá-
rios, os agentes deficitários e os intermediadores financeiros, que conectam essas duas pontas.
Os agentes superavitários são aqueles cujo dinheiro sobra no fim do mês e está disponível para
investimento, enquanto os agentes deficitários são aqueles que não têm dinheiro suficiente para
cobrir as despesas do mês e precisam recorrer a empréstimos.
Entre esses dois grupos, estão os intermediadores financeiros. Na prática, eles pegam o dinheiro
que sobra dos agentes superavitários e emprestam para os deficitários. Logicamente, isso tem
um custo. Os deficitários precisam pagar juros pelos seus empréstimos. Esses juros são usados
para remunerar o intermediador e também o agente superavitário, que está na outra ponta fazen-
do um investimento.
Do lado do agente deficitário, existem várias modalidades de empréstimo: crédito pessoal, crédito
consignado, financiamento imobiliário, cheque especial e rotativo do cartão de crédito são alguns
exemplos. Do lado do agente superavitário, existem diversas modalidades de investimento, como
os títulos privados (CRI, CRA, LCI, LCA, CDB e debêntures) e públicos (Tesouro Direto).
Entre os intermediários financeiros, estão as corretoras e distribuidoras de investimentos, além
dos próprios bancos, que ocupam os dois lados da moeda: emprestar dinheiro e ofertar investi-
mentos.

CADERNETA DE POUPANÇA

Longe de ser um investimento, a caderneta de poupança ainda é a aplicação mais usada no Bra-
sil. Trata-se de uma questão cultural: sobrou dinheiro? É mais fácil migrá-lo da conta corrente, uti-
lizada no dia a dia, para a conta poupança do mesmo banco, em vez de ter que buscar uma outra
instituição especializada em investimentos e escolher onde investir.
Essa comodidade tem um custo, entretanto. Atualmente, os juros da poupança estão abaixo da
inflação e isso significa que quem mantém o dinheiro lá está vendo seu dinheiro perder valor. Na
prática, o dinheiro que a pessoa tem guardado hoje não será mais suficiente para comprar no futu-
ro a mesma quantidade de coisas que é possível agora.
Além da comodidade, existe um outro benefício que costuma manter as pessoas na poupança: o
fato de que não há cobrança de IR sobre os rendimentos da caderneta. Outra vantagem é o fato
de o dinheiro estar sempre a mão, em caso de necessidade. A poupança, em regra, não oferece
risco de liquidez.
Ainda assim, na hora de colocar na balança vantagens e desvantagens de deixar o dinheiro na
poupança, a conta não costuma fechar, ainda mais no atual cenário de juros extremamente bai-
xos. Atualmente, a poupança tem rendido 70% da taxa Selic. Para efeito de comparação, ao inves-
tir no Tesouro Selic, um título público de liquidez diária, o investidor recebe 100% da Selic.
Vale destacar que a regra da poupança mudou há menos de dez anos. Essa regra de remuneração
de 70% da Selic vale para todas as aplicações realizadas a partir de 04/05/2012. As aplicações
anteriores a essa data, seguem a regra antiga da poupança, que pagava 6,17% ao ano mais Taxa
Referencial (TR). Se você possui aplicações que ainda se enquadram nessa regra antiga, talvez
valha mais a pena manter o dinheiro lá.
Se não for o seu caso, certamente é mais vantajoso financeiramente buscar as outras opções de
investimento no mercado, oferecidas principalmente pelas corretoras de valores. Um dos cami-
nhos mais comuns de quem quer sair da poupança é começar a investir no Tesouro Selic.

BENCHMARKS E RATING

O mercado de renda fixa é tomado por referências importantes que te ajudam a tomar melhores
decisões de investimento. Vamos falar agora sobre os principais indicadores desse mercado, que
servem como benchmark, ou referência, para o desempenho das aplicações e também sobre o
rating, que é uma forma de mensurar o risco de crédito desses investimentos.

PRINCIPAIS INDICADORES

Já falamos anteriormente sobre os títulos de renda fixa pós-fixada, que seguem indicadores. Co-
nheça agora os quatro principais indicadores usados como referência para os investimentos em
renda fixa:

CDI
Diariamente, os bancos emprestam dinheiro entre si para seguir uma regra do Banco Cen-
tral que os impede de fechar o dia no vermelho. Esses empréstimos realizados de um ban-
co para o outro são chamados Certificados de Depósito Interbancário (CDI). Os juros cobra-
dos nesses empréstimos são chamados de taxa CDI ou apenas CDI.
O valor do CDI varia todos os dias, mas sempre acompanha de perto a taxa Selic, que é a
taxa básica de juro brasileira. Vamos falar sobre ela a seguir. Por enquanto, o que você pre-
cisa saber é que o volume desses empréstimos diários realizados entre os bancos é muito
alto. Logo, os juros cobrados nesses empréstimos, o CDI, servem como referência para os
juros praticados em todo o mercado, incluindo o dos investimentos em renda fixa.

Selic
A Selic é a taxa de juro mais famosa do Brasil. Uma vez a cada 45 dias, um grupo de espe-
cialistas do Banco Central se reúne em um comitê (o Copom) para definir uma meta para
a taxa Selic. Você já deve ter lido alguma notícia sobre isso, porque quando a taxa Selic é
divulgada, ela vira a estrela de todos os jornais.
O Copom usa a taxa Selic como um instrumento de política monetária. Quando ele quer es-
timular a circulação de dinheiro no mercado, e consequentemente a aceleração da atividade
econômica, ele aumenta essa taxa. Quando quer diminuir a circulação de dinheiro no mer-
cado, e consequentemente controlar a inflação, ele reduz essa taxa.
Vale destacar que a Selic é uma meta, uma referência que o Banco Central dá para o mer-
cado. Ao contrário do CDI, que muda todos os dias, a Selic é mais estável e demora, no
mínimo 45 dias, para ser alterada. É muito comum também que seja mantida no mesmo pa-
tamar da reunião anterior, caso o Banco Central esteja satisfeito com a meta determinada
para os juros praticados no país.

IPCA
O Índice de Preços para o Consumidor Amplo (IPCA) é o índice oficial que mede a variação
dos preços no Brasil. Todos os meses o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
mede os preços de uma lista de nove categorias de produtos e serviços, com o objetivo de
refletir os hábitos de consumo de 90% das pessoas que vivem em 16 cidades de diversas
parte do país.
Por meio do Conselho Monetário Nacional (CMN), o governo define uma meta anual para o
IPCA para o ano atual e para os três anos seguintes. Com base nessa meta, o Banco Central
toma as decisões de aumentar ou reduzir a taxa básica de juro brasileira, a Selic.
Quanto maiores os juros, mais caro fica o crédito e o consumo tende a cair, reduzindo os
preços e, consequentemente, a inflação. Quanto menores os juros, mais barato fica o crédi-
to e o consumo tende a aumentar, elevando os preços e, consequentemente, a inflação

IGP-M
O Índice Geral de Preços (IGP-M) é popularmente conhecido pelo índice de reajuste do alu-
guel. Enquanto o IPCA é mais focado na inflação no varejo, o IGP-M considera também os
preços da indústria, do agronegócio e da construção civil. É medido mensalmente pela Fun-
dação Getúlio Vargas (FGV).
O IGP-M é composto pela média aritmética de três outros índices: o IPA (Índice de Preços
ao Produtor Amplo), o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) e o INCC (Índice Nacional de
Custo da Construção).

RATING

Quando compra qualquer título de renda fixa, você já sabe que assume um risco de crédito. A
questão é: dá para ter uma ideia desse risco de antemão e usar esse dado como critério para es-
colher (ou não) investir num determinado título?
Dá sim. Graças ao trabalho das agências de classificação de risco, que emitem notas de crédito
para as empresas que emitem títulos de renda fixa. Essas notas de crédito são conhecidas no
mercado como ratings, formados por letras e organizados numa escala que vai de ‘AAA’ (nota
mais alta) a ‘D’ (nota mais baixa).
Quanto maior o risco de crédito (ou seja, maior a chance de a empresa dar o calote nos seus in-
vestidores), menor é o rating. E vice-versa. Nessa mesma lógica, quanto menor o rating, maior
tende a ser o prêmio pago pela empresa para que o investidor tope assumir o risco mais alto de
calote que a compra daquele título significa.
Na hora de comprar um título de renda fixa, é fundamental atentar para o rating de crédito da em-
presa emissora. A boa notícia é que um rating alto não cai absurdamente de um dia para o outro.
A redução é gradativa e, portanto, é possível que o investidor se prepare para isso e tome deci-
sões para se proteger antes de um calote efetivo acontecer.

CDB

Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) são títulos de crédito privado emitidos por bancos.
Na prática, quando um investidor compra um CDB, ele está emprestando dinheiro para o banco
fazer empréstimos para outras pessoas ou instituições.
Os CDBs podem pagar taxas de juros prefixada ou pós-fixadas, mas, normalmente, essas taxas
ficam abaixo do CDI. Se um banco pega dinheiro emprestado de um investidor para reemprestá-lo
para um segundo banco, ele precisa cobrar juros maiores desse segundo banco do que paga para
o investidor. Caso contrário, a operação não será vantajosa para ele.
Você já sabe que os bancos cobram o valor do CDI nas operações diárias que fazem entre si. Por-
tanto, o valor dos juros que o primeiro banco vai pagar no empréstimo que faz do investidor preci-
sa ser menor do que o valor do CDI. A diferença entre os juros que o banco paga para o investidor
e cobra na hora de emprestar dinheiro é chamada spread bancário.
A maioria dos CDBs têm liquidez diária e, portanto, podem ser resgatados a qualquer momento.
Estão sujeitos à cobrança de IR e IOF e oferecem ao investidor a proteção do Fundo Garantidor de
Crédito (FGC).

FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITO

O FGC é uma organização privada que reúne mais de 200 instituições financeiras. Juntas, elas
contribuem mensalmente com um percentual dos depósitos que recebem para a formação de um
fundo de proteção a investidores menores. Mas como funciona essa proteção?
Uma pessoa que tenha até R$ 250 mil em investimentos registrados no seu CPF em uma deter-
minada instituição financeira, recebe esse valor de volta integralmente caso a instituição quebre.
Quem paga o prejuízo é o FGC. O limite de R$ 250 mil vale por conglomerado financeiro (é muito
comum que um mesmo grupo financeiro tenha um banco e uma corretora, por exemplo. Nesse
caso, se o investidor tiver dinheiro tanto no banco, quanto na corretora, o valor máximo que pode-
rá receber do FGC é de R$ 250 mil e não R$ 500 mil).
Agora, se o investidor tiver R$ 250 mil em um conglomerado, R$ 250 mil em outro e ambos que-
brarem, recebe os R$ 500 mil de volta do FGC. O único limite para essa situação é o recebimento
máximo de R$ 1 milhão a cada quatro anos (caso um mesmo investidor tenha dinheiro em dife-
rentes conglomerados e todos eles quebrem dentro de um mesmo período de quatro anos, o limi-
te máximo que ele pode receber do FGC nesse período é de R$ 1 milhão).
LCA

As Letras de Crédito Agrícola (LCAs) são títulos de crédito privado emitidos por bancos. Na prá-
tica, quando um investidor compra uma LCA, ele está emprestando dinheiro para o banco fazer
empréstimos para empresas que atuam no agronegócio, como produtores rurais e cooperativas
agrícolas.
A maioria das LCAs não tem liquidez diária e, portanto, só podem ser resgatadas no vencimento.
Dessa forma, são consideradas boas opções para investimento de médio e longo prazo. São isen-
tas da cobrança de IR e IOF quando compradas por investidores pessoa física e oferecem prote-
ção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

LCI
As Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) são títulos de crédito privado emitidos por bancos. Na prá-
tica, quando um investidor compra uma LCI, ele está emprestando dinheiro para o banco fazer
financiamentos imobiliários, garantidos por hipotecas ou alienação fiduciária de imóvel.
A maioria das LCIs não tem liquidez diária e, portanto, só podem ser resgatadas no vencimento.
Dessa forma, são consideradas boas opções para investimento de médio e longo prazo. São isen-
tas da cobrança de IR e IOF quando compradas por investidores pessoa física e oferecem prote-
ção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

CRA

Os Certificados de Recebíveis Agrícolas (CRAs) são títulos de crédito privado emitidos por securi-
tizadoras. Na prática, quando um investidor compra um CRA, está emprestando indiretamente
dinheiro para empresas que atuam no agronegócio.
Esse empréstimo é indireto porque o dinheiro do investidor vai para as securitizadoras, que são
contratadas pelas empresas agrícolas para antecipar o dinheiro que elas vão receber dos seus
clientes no futuro. Em geral, o rendimento pago pelo CRA aos investidores é maior do que o da
LCA, já que a operação por trás do CRA é mais complexa e envolve maior risco.
A maioria dos CRAs não tem liquidez diária e, portanto, só podem ser resgatados no vencimento.
Dessa forma, são considerados boas opções para investimento de médio e longo prazo. São isen-
tos da cobrança de IR e IOF quando compradas por investidores pessoa física, mas não oferecem
proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
CRI

Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) são títulos de crédito privado emitidos por se-
curitizadoras. Na prática, quando um investidor compra um CRI, está emprestando indiretamente
dinheiro para construtoras ou incorporadoras realizarem novos projetos imobiliários, como condo-
mínios de casas ou apartamentos.
Esse empréstimo é indireto porque o dinheiro do investidor vai para as securitizadoras, que são
contratadas pelas construtoras quando a obra é concluída. O recebimento de todas as parcelas
de todos os financiamentos contratados pelas pessoas que compraram os imóveis da construto-
ra são transferidas para a securitizadora, que paga a construtora à vista para que ela tenha caixa
para continuar executando novos projetos.
A maioria dos CRIs não tem liquidez diária e, portanto, só podem ser resgatados no vencimento.
Dessa forma, são considerados boas opções para investimento de médio e longo prazo. São isen-
tos da cobrança de IR e IOF quando comprados por investidores pessoa física, mas não oferecem
proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

LC

Letra de Câmbio (LC), apesar de não possuir relação com o investimento em moedas, é utilizada
pela instituição financeira como forma de captação de recursos financeiros para empréstimos às
pessoas físicas ou jurídicas que firmaram algum contrato de financiamento.
As LC não são emitidas por bancos, sendo geradas por instituições financeiras que trabalham,
em geral, com crédito consignado ou pessoal. O termo câmbio vem da forma de cobrança destes
créditos, que podem ser via ação cambial. A rentabilidade deste tipo de investimento costuma ser
mais
expressiva que os demais ativos de renda fixa.
O investidor deve informar à corretora ou banco que oferece esse título qual prazo e taxa deseja
obter no período de aplicação, em função da distribuição destes ativos ser realizada por diversas
instituições financeiras. Sendo assim, o investidor poderá considerar qual se adequa mais à sua
necessidade e ao seu perfil.

Vantagens
• É coberta pelo FGC;
• É indicada para diversificação na carteira de investimentos daqueles que priorizam se-
gurança e rentabilidade.

Desvantagens
• Geralmente possui prazos mais extensos de aplicação;
DEBÊNTURES

As debêntures são títulos de crédito privado emitidos por empresas. Na prática, quando um inves-
tidor compra uma debênture, está emprestando dinheiro para uma empresa financiar suas opera-
ções. Sua rentabilidade está geralmente atrelada a indicadores, como CDI ou IPCA, acrescida de
de um percentual fixo (spread).
As debêntures têm liquidez diária no mercado secundário e, portanto, podem ser vendidas anteci-
padamente pelo investidor antes do vencimento, caso ele encontre compradores interessados e
tope receber o preço de mercado. Em regra geral, entretanto, o resgate acontece no vencimento e,
por isso, são consideradas boas opções para investimento de médio e longo prazo.

Há dois tipos de debêntures:

• Simples: remuneram o debenturista com um crédito a ser pago com correção monetária e juros;
• Conversíveis em ações: além da possibilidade de remunerar o debenturista com o crédito
pago com correção monetária e juros, oferecem a alternativa de transformar esse crédito
em ações da empresa emissora.

Apesar de oferecerem também um maior risco de crédito em relação aos demais títulos de cré-
dito privado, as debêntures não são protegidas pelo FGC e, por isso, é importante atentar para o
rating da empresa que está emitindo o papel. Por outro lado, justamente por apresentarem um
maior risco, as debêntures costumam oferecer rentabilidades mais altas para atrair o investidor.
Estão sujeitos à cobrança de IR e IOF. É importante destacar, entretanto, que existe uma modalida-
de de debênture que é isenta de IR: as debêntures incentivadas.

DEBÊNTURES INCENTIVADAS

Empresas que estão captando recursos para projetos de infraestrutura, como aeroportos, rodo-
vias e portos, recebem um benefício fiscal do governo que possibilita que elas emitam debêntures
incentivadas, em que não há cobrança de IR e IOF. Essa opção costuma ser mais atrativa para o
investidor.
TÍTULOS PÚBLICOS

Além de todas as opções de crédito privado apresentadas até agora, existe um outro tipo de in-
vestimento em renda fixa bastante comum: os títulos públicos. A diferença é que, em vez de em-
prestar dinheiro para bancos ou empresas financiarem suas operações, o investidor que compra
títulos públicos está emprestando dinheiro para o governo financiar a dívida pública ou os gastos
públicos, com saúde e educação por exemplo.
Todos os títulos públicos têm liquidez diária no mercado secundário e, portanto, podem ser ven-
didos antecipadamente pelo investidor antes do vencimento, caso ele tope receber o preço de
mercado, que pode ser mais ou menos vantajoso do que aquele combinado para o vencimento do
papel. Há cobrança de IR e IOF e não há proteção do FGC. Entretanto, considerando que é o pró-
prio governo que garante o investimento em títulos públicos, eles são considerados uma opção
bastante segura.

TIPOS DE TÍTULOS PÚBLICOS

Há três tipos principais de títulos públicos oferecidos pelo governo dentro do programa Tesouro
Direto, direcionado especialmente para investidores pessoa física. Confira:

Tesouro Prefixado:
Nesses títulos, você já sabe na hora da compra qual será a taxa de juros que receberá no
vencimento. Sem surpresas, pode se planejar para um retorno futuro garantido. Um exem-
plo é o Tesouro Prefixado 2023, com rentabilidade anual de 5,40%.
São indicados para o médio e longo prazo, já que o resgate antecipado está sujeito ao risco
de liquidez. Ou seja, para vender o título antes do vencimento, o investidor precisará topar
o preço praticado no mercado secundário naquele momento, que pode ser mais ou menos
vantajoso do que o combinado para o vencimento do título.

Tesouro Selic
Esse título é pós-fixado, já que sua rentabilidade está vinculada a um indicador (taxa Se-
lic). Um exemplo é o Tesouro Selic 2025, com rentabilidade anual de Selic + 0,2209%. Essa
segunda parte não é um elemento prefixado, mas sim um spread, da mesma forma que
vemos eventualmente nas debêntures. No caso do Tesouro Selic, é o governo quem está
pagando esse prêmio para tornar o título mais atrativo para os investidores.
É bastante indicado para investimentos de curto-prazo, principalmente para quem quer co-
meçar sua reserva de emergência. Como há muitas pessoas comprando e vendendo títulos
do Tesouro Selic todos os dias, a liquidez desse papel é alta, tornando o investidor menos
refém das oscilações de preço do mercado secundário.
Tesouro IPCA+
São títulos híbridos, cuja remuneração é parte prefixada e parte pós-fixada (vinculada ao
IPCA como indicador). Um exemplo é o Tesouro IPCA+ 2026, com rentabilidade anual de
IPCA + 3,03%.
São indicados para o médio e longo prazo, já que o resgate antecipado está sujeito ao risco
de liquidez. Ou seja, para vender o título antes do vencimento, o investidor precisará topar
o preço praticado no mercado secundário naquele momento, que pode ser mais ou menos
vantajoso do que o combinado para o vencimento do título.

CUPOM SEMESTRAL

Os títulos do Tesouro IPCA+ oferecem a possibilidade de pagamento de juros semestrais. Nesse


caso, duas vezes por ano, o investidor recebe os juros proporcionais ao período de investimento.
O valor total investido só é resgatado na data de vencimento do título.

MARCAÇÃO A MERCADO (MtM)

Apesar de os títulos públicos serem ativos de renda fixa, isso não significa que seu valor não oscila-
rá ao longo do tempo. Caso um investidor compre um título público híbrido, como o Tesouro IPCA+
(NTN-B), por exemplo, se ele vender o papel antes do vencimento, pode ser que receba uma renta-
bilidade maior ou menor do que a contratada na ocasião do investimento. Caso deseje obter exata-
mente a rentabilidade contratada, o investidor deve permanecer com o título até o vencimento.
O conceito de marcação a mercado (MaM ou MtM, em inglês, mark-to-market) é essencial para
entendermos essa oscilação no preço dos títulos públicos. Marcação a mercado é a atualização
diária no preço de um título ao seu valor de mercado, para que o valor de um título, ou de uma car-
teira de títulos, reflita quanto o investidor efetivamente receberia caso os papéis fossem vendidos
naquela data.
A marcação a mercado é obrigatória no Brasil por determinação do Banco Central. O objetivo é
dar ao investidor maior transparência com relação à evolução do preço de seus títulos.

ETF DE RENDA FIXA

ETF- Exchange Traded Fund é um fundo de investimento que pode ser negociado como uma ação
na bolsa de valores. Na prática, as cotas de um ETF podem ser compradas ou vendidas da mes-
ma forma que as ações de empresas, essa facilidade de operacionalização ajuda nas possibilida-
des de escolha do investidor.
O ETF é um pacote composto por vários ativos que buscam acompanhar um índice de referência
(benchmarking), como o IBOVESPA por exemplo. Como índice de referência do ETF, admite-se
qualquer índice de renda fixa reconhecido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O fundo ETF de Renda Fixa tem a sua carteira composta por títulos públicos ou privados.
AAAA-ETFCCL1
AAAA = 04 letras maiúsculas que representam o nome do emissor
ETF= 03 letras maiúsculas que representam a natureza do título
Código de negociação
CC = 02 letras maiúsculas e/ou 02 números que representam emissão e série
da emissão
L1 = representa a modalidade de liquidação (líquida em D+1)
Cotação Reais por cota, com 02 casas decimais
Liquidação Física e Financeira
Prazo de liquidação D+1, a partir da data de negociação
Mercado A vista
Fonte: B3

O Índice de Mercado ANBIMA- IMA, é referência para os investimentos em renda fixa. É uma for-
ma do investidor de avaliar e comparar as opções de produto no mercado.
O IMA é formado por uma carteira de títulos públicos semelhante à que compõe a dívida pública
interna brasileira. Isso significa que o indicador apresenta os mesmos papéis, na mesma propor-
ção, da dívida. Ele é chamado de IMA-Geral.
Para conseguir retratar a variedade de títulos existentes, são calculados diferentes indicadores.
Eles reúnem ativos de características semelhantes e são chamados de subíndices. Como por
exemplo:

• IMA-Geral ex-C: segue a lógica do IMA-Geral, ou seja, formado por todos os títulos que
compõem a dívida pública, excluindo os papéis indexados ao IGP-M (as antigas NTN-C -
Notas do Tesouro Nacional – Série C ou Tesouro IGPM+ com Juros Semestrais). 
• IMA-C (esse índice será descontinuado em 02/04/2021): formado por títulos públicos
indexados à inflação medida pelo IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado). Atualmen-
te, não há mais emissão deste papel (NTN-Cs – Notas do Tesouro Nacional – Série C ou
Tesouro IGPM+ com juros semestrais), mas há estoque em mercado até 2031, quando
vence o título de maior prazo

Fonte: ANBIMA

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