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Sequência

didática
trilhas sonoras e imagens
Nesta sequência, será abordada a temática da música integrada ao cinema,
conceituando especificamente as trilhas sonoras.

A BNCC na sala de aula


 Artes Visuais
Materialidades
Processo de criação
 Música
Objetos de conhecimento
Contextos e práticas
 Artes Integradas
Contextos e práticas
Arte e tecnologia
1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções
artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos indígenas, das
comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos
tempos e espaços, para reconhecer a arte como um fenômeno cultural,
histórico, social e sensível a diferentes contextos e dialogar com as
diversidades.
Competências específicas
2. Compreender as relações entre as linguagens da Arte e suas práticas
integradas, inclusive aquelas possibilitadas pelo uso das novas tecnologias de
informação e comunicação, pelo cinema e pelo audiovisual, nas condições
particulares de produção, na prática de cada linguagem e nas suas
articulações.
5. Mobilizar recursos tecnológicos como formas de registro, pesquisa e criação
artística.
Habilidades  Artes Visuais
(EF69AR05) Experimentar e analisar diferentes formas de expressão artística
(desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem,
instalação, vídeo, fotografia, performance etc.).
(EF69AR06) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em
temas ou interesses artísticos, de modo individual, coletivo e colaborativo,

Mat er ia l d is po ni bi li za do em li ce nç a ab er ta do ti po C reat iv e Co mmons – Atr ib ui çã o não c om er ci al


( CC B Y N C – 4. 0 I nt er nat ion al ). P er mi ti da a c ri aç ão de o br a d er iv ad a c om fin s não co me rc ia is ,
d es de que s eja atr ib uí do cr éd it o au tor al e as c ri aç õe s se jam l ic en ci ad as sob os me sm os pa râ me tr os .
Arte – 7º ano – 4º bimestre – Plano de desenvolvimento – 4ª sequência didática

fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos


e digitais.
 Música
(EF69AR16) Analisar criticamente, por meio da apreciação musical, usos e
funções da música em seus contextos de produção e circulação, relacionando
as práticas musicais às diferentes dimensões da vida social, cultural, política,
histórica, econômica, estética e ética.
 Artes Integradas
(EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida
social, cultural, política, histórica, econômica, estética e ética.
(EF69AR35) Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digitais
para acessar, apreciar, produzir, registrar e compartilhar práticas e repertórios
artísticos, de modo reflexivo, ético e responsável.
Conhecer o cinema mudo e a impacto da música no cinema.
Objetivos de aprendizagem
Compreender o conceito e a produção de trilhas sonoras.
O som e a imagem nas telas: o cinema mudo e o cinema sonoro
Conteúdos
Trilhas sonoras de filmes

Materiais e recursos
 Aparelho de reprodução de vídeo ou computador com acesso à internet.
 Aparelho de reprodução de som ou computador com acesso à internet.
 Uma folha de papel-cartão ou um pedaço de cartolina branca.
 Régua.
 Compasso ou tampa com 15 cm a 20 cm de diâmetro.
 Lápis preto e canetas hidrocor de várias cores.
 Furador.
 Tesoura.
 Rolo de barbante ou elástico.

Desenvolvimento
 Quantidade de aulas: 2 aulas.

Aula 1
Para iniciar a aula, organizar os alunos sentados em semicírculo e comentar que o
tema da aula será música e cinema. Explicar o conceito de trilha sonora, um conjunto de

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( CC B Y N C – 4. 0 I nt er nat ion al ). P er mi ti da a c ri aç ão de o br a d er iv ad a c om fin s não co me rc ia is ,
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músicas utilizado em um filme e que está relacionado à imagem. Esclarecer que o


compositor de uma trilha sonora geralmente compõe fragmentos melódicos que
constituirão o tema da música, pensando nos personagens ou na história do filme, ou
mesmo para uma determinada cena: toda vez que o diretor do filme quer enfatizar o
personagem ou a cena, a melodia é tocada, caracterizando a trilha sonora do filme. Trata-se
de associar música e imagem visual, intensificando as cenas e os personagens para os
espectadores. Esse conceito foi sendo desenvolvido ao longo da história do cinema.
Durante o período do cinema mudo, havia músicos tocando ao vivo nas salas de exibição
para acompanhar as cenas mais emocionantes e os personagens. No cinema falado, a
trilha sonora adquiriu mais e mais destaque, e, atualmente, é fundamental e
comercialmente explorada.

No ano de 1907, as salas de cinema já existiam no Rio de Janeiro, e ali eram exibidos
filmes mudos estrangeiros. No ano de 1908, foram feitos os primeiros filmes nacionais, que
mostravam trechos de operetas e de óperas, como O Guarani, de José de Alencar. Sendo
um musical que se passava em um filme mudo, os cantores ficavam atrás da tela e
cantavam as canções durante a apresentação do filme ao público. Passado algum tempo,
surgiram filmes com pequenas histórias e cenas cômicas, dramas, alguns com temas
históricos, sobre o carnaval, e até mesmo policiais.

Em 1913, foi produzido na cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul um curta-


metragem mudo que ainda se encontra no acervo da cinemateca, chamado Os óculos do
vovô (Direção: Francisco Santos. Brasil, 12 min), considerado o mais antigo filme de ficção
brasileiro. Trata-se da história de um menino que pinta as lentes dos óculos do avô, que, ao
acordar, pensa que está cego, situação esta que dá origem a cenas cômicas.

O fundador do primeiro circuito de salas de exibição no Brasil foi Francisco Serrador.


Apesar de existirem produções em diversas capitais do país (como Curitiba e Belo
Horizonte), São Paulo e Rio de Janeiro dominavam o mercado cinematográfico. O sucesso
de público chamou a atenção de investidores internacionais, que começaram a investir no
Brasil, e os filmes estrangeiros ocuparam mais espaço nas salas de exibição que as
produções nacionais. No ano de 1929, foi produzido o primeiro longa-metragem sonoro do
Brasil, uma comédia chamada Acabaram-se os otários (Direção: Luiz de Barros. Brasil),
com a dupla de artistas Genésio Arruda e Tom Bill. O filme conta a história de uma dupla do

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interior e um colono italiano que chegam a São Paulo e caem em um conto do vigário,
perdendo suas economias.

No ano de 1941, foi fundada no Rio de Janeiro uma produtora independente de


cinema chamada Atlântida, que se tornou o estúdio mais importante da cinematografia
brasileira. Nesse estúdio foram produzidas as chanchadas, um gênero cinematográfico
popular, com temas geralmente humorísticos sobre o cotidiano, além das comédias e dos
musicais com temas carnavalescos e populares. Em 1949, em São Paulo, foi inaugurada a
Companhia Cinematográfica Vera Cruz, que produziu filmes importantes, como o famoso O
cangaceiro (Direção: Lima Barreto. Brasil, 1953, 1h45min). Selecionar trechos de alguns
filmes brasileiros antigos para exibir aos alunos. O objetivo é fazer com que o aluno vivencie
uma experiência estética visual assistindo a filmes e também conheça a cinematografia
nacional. Consultar o site da Cinemateca Brasileira, que possui um dos maiores acervos da
América Latina, em: <http://www.cinemateca.gov.br/> (acesso em: 29 out. 2018).

Exibir também alguns trechos de filmes de Charles Chaplin ou um que não seja longo,
mas que tenha apenas trilha sonora. Há vários deles, produzidos entre 1914 e 1919,
disponíveis para visualização on-line em <https://archive.org/details/silent_films?&sort=-
downloads&page=2> (acesso em: 30 out. 2018).

Após a exibição, perguntar aos alunos do que mais gostaram nos trechos de filmes a
que assistiram e por quê. Questionar sobre as trilhas sonoras a que ouviram durante a
exibição: que relação conseguem estabelecer entre as músicas e as imagens visualizadas;
que tipo de música foi usado para uma cena triste e para uma cena alegre, por exemplo;
entre outras questões.

Para finalizar, pedir aos alunos que providenciem para a próxima aula o material para
confeccionar um taumatrópio (uma folha de papel-cartão ou um pedaço de cartolina
branca; régua; compasso ou tampa com 15 cm a 20 cm de diâmetro; lápis; caneta hidrocor
de várias cores; furador; tesoura; e rolo de barbante ou elástico).

Aula 2
Iniciar a aula dizendo aos alunos que eles vão confeccionar um brinquedo óptico
chamado taumatrópio. O taumatrópio foi um dos antecessores do cinema. Cada aluno
confeccionará um taumatrópio. Pedir a eles que se organizem em grupos. Explicar que o

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taumatrópio foi criado em 1824 pelo físico britânico Peter Mark Roget (1779-1869) e
consiste de um círculo de papel-cartão ou cartolina com dois desenhos, um em cada face, e
dois suportes (cordinhas, elásticos ou varetas), que servem para provocar o giro do círculo
de papel. Orientar os alunos na confecção: fazer um círculo no papel-cartão ou na cartolina,
usando um compasso ou uma tampa; fazer a marcação do círculo com o lápis; recortar o
círculo com uma tesoura e fazer dois furos, opostos e alinhados com o centro do círculo.
Ao terminar, o aluno vai desenhar em um lado uma figura e, no outro, uma figura que
complemente a primeira; por exemplo uma gaiola e um passarinho, um menino chutando e
uma bola, uma chaminé e fumaça, um vaso e uma flor. Recomendar que escolham figuras
simples e que se complementem no movimento. Orientar os alunos que amarrem, de cada
lado do círculo, nos furos que fizeram, dois pedaços de barbante de uns 15 cm cada ou
elástico.

Feito isso, pedir aos alunos que segurem as cordinhas de cada lado com as mãos e
façam o círculo girar em sentido vertical. Esse movimento criará a ilusão de que as
imagens se combinam, com base na teoria da persistência das imagens no processo de
percepção da retina. Organizar uma apresentação dos taumatrópios com trilha sonora. O
movimento dos taumatrópios deve ter relação com a trilha sonora feita pelo grupo.

Para trabalhar dúvidas


Selecionar cenas de filmes de gêneros diferentes (drama, comédia, aventura, épico,
romance, infantil) e de diversas origens (brasileiro, estadunidense, italiano, chinês, indiano e
nigeriano, por exemplo), e promover a exibição e a audição para comparação entre gêneros,
trilhas e estilos musicais.

Ampliação
Providenciar as letras das músicas O pato, A casa e Aquarela, todas de Vinicius de
Moraes e Toquinho, e distribuir aos alunos. Depois, promover a audição coletiva das
músicas. Feito isso, organizar os alunos em grupos. Cada grupo escolherá uma das
canções, que servirá de trilha sonora para realizar uma apresentação de aproximadamente
2 minutos de duração, feita com imagens em taumatrópios. O objetivo é relacionar o tema
da música escolhida e as imagens, realizando o processo inverso utilizado no cinema,
quando a trilha sonora é composta das imagens.

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