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Sequência

didática
A música e a dança de roda
Nesta sequência, será abordada a temática da dança de roda. Será proposto aos
alunos refletirem sobre a dança de roda como diversidade e criação artística a partir de
culturas, na promoção do respeito e da convivência nas comunidades. Propõe-se o estudo
sobre a ciranda na dança e a investigação artística de coreografias circulares e suas
sonoridades.

A BNCC na sala de aula


 Dança
Contextos e práticas
Elementos da linguagem
Objetos de conhecimento
 Música
Contextos e práticas
Elementos da linguagem
1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções
artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos indígenas, das
comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos
tempos e espaços, para reconhecer a arte como um fenômeno cultural,
histórico, social e sensível a diferentes contextos e dialogar com as
diversidades.
2. Compreender as relações entre as linguagens da Arte e suas práticas
Competências específicas integradas, inclusive aquelas possibilitadas pelo uso das novas tecnologias de
informação e comunicação, pelo cinema e pelo audiovisual, nas condições
particulares de produção, na prática de cada linguagem e nas suas
articulações.
3. Pesquisar e conhecer distintas matrizes estéticas e culturais – especialmente
aquelas manifestas na arte e nas culturas que constituem a identidade
brasileira –, sua tradição e manifestações contemporâneas, reelaborando-as
nas criações em Arte.
Habilidades  Dança
(EF69AR09) Pesquisar e analisar diferentes formas de expressão,
representação e encenação da dança, reconhecendo e apreciando

Mat er ia l d is po ni bi li za do em li ce nç a ab er ta do ti po C reat iv e Co mmons – Atr ib ui çã o não c om er ci al


( CC B Y N C – 4. 0 I nt er nat ion al ). P er mi ti da a c ri aç ão de o br a d er iv ad a c om fin s não co me rc ia is ,
d es de que s eja atr ib uí do cr éd it o au tor al e as c ri aç õe s se jam l ic en ci ad as sob os me sm os pa râ me tr os .
Arte – 7º ano – 3º bimestre – Plano de desenvolvimento – 1ª sequência didática

composições de dança de artistas e grupos brasileiros e estrangeiros de


diferentes épocas.
(EF69AR10) Explorar elementos constitutivos do movimento cotidiano e do
movimento dançado, abordando, criticamente, o desenvolvimento das formas
da dança em sua história tradicional e contemporânea.
(EF69AR11) Experimentar e analisar os fatores de movimento (tempo, peso,
fluência e espaço) como elementos que, combinados, geram as ações
corporais e o movimento dançado.
 Música
(EF69AR16) Analisar criticamente, por meio da apreciação musical, usos e
funções da música em seus contextos de produção e circulação, relacionando
as práticas musicais às diferentes dimensões da vida social, cultural, política,
histórica, econômica, estética e ética.
(EF69AR18) Reconhecer e apreciar o papel de músicos e grupos de música
brasileiros e estrangeiros que contribuíram para o desenvolvimento de formas e
gêneros musicais.
(EF69AR20) Explorar e analisar elementos constitutivos da música (altura,
intensidade, timbre, melodia, ritmo etc.), por meio de recursos tecnológicos
(games e plataformas digitais), jogos, canções e práticas diversas de
composição/criação, execução e apreciação musicais.
Conhecer e explorar a ciranda como manifestação cultural.
Objetivos de aprendizagem Compreender e relacionar a música e a dança por meio do tema cirandas.
Conhecer canções e coreografias das cirandas.
Relação entre música e dança por meio das manifestações culturais populares,
em especial a ciranda
Conteúdos
Arte e História: a roda na dança
A coreografia da ciranda

Materiais e recursos
 Projetor de imagem.
 Aparelho reprodutor de som.

Desenvolvimento
 Quantidade de aulas: 3 aulas.

Aula 1
Para iniciar a aula, organizar os alunos sentados em semicírculo. Em seguida, explicar
sobre o tema da aula – música e dança de roda – e passar algumas informações sobre o

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surgimento da dança de roda.

No período Neolítico, após 18000 a.C., com o desenvolvimento das técnicas de


agricultura e pecuária, os grupos humanos, antes nômades, começaram a se fixar em
regiões com terras férteis. Esses grupos passaram a depender de boas colheitas e das
caça para se alimentar, e os ritos religiosos e as crenças passaram a ser “fórmulas”
mágicas, que eles acreditavam ajudar no aumento da produção.

Nesse contexto, surgiu a dança circular, ou elíptica, fechada, que foi a primeira
organização rítmica. Homens e mulheres se uniam em um círculo fechado, que simbolizava
a união do grupo, visto como uma maneira de controlar a natureza e suprir as próprias
necessidades. Acreditava-se que essa formação, aliada aos movimentos rítmicos
constantes da roda fechada (porém ainda sem darem as mãos), exorcizava os males e era
uma forma de agradecimento ao universo pelas boas colheitas e pela caça abundante.
Com o tempo, a roda fechou-se completamente, com os participantes dando-se as mãos,
aumentando, assim, a energia coletiva. Com o passar do tempo, uma pessoa da roda
começou a realizar movimentos no centro. Surgiu o conceito xamanístico e a dança
adquiriu caráter ritualístico. Alguns estudiosos acreditam que isso foi o “embrião” do que
viria a ser o bailarino solista.

Após passar essas informações, conversar com os alunos sobre canções populares
que eles conhecem, ensinadas por seus amigos e/ou familiares. Registrar na lousa os
nomes das canções, identificando as mais conhecidas e quais delas são cirandas. Trata-se
de uma atividade coletiva sobre as canções transmitidas por oralidade, que pertencem ao
cancioneiro popular, sem autores conhecidos, com o objetivo de discutir a transmissão oral,
presente em diferentes culturas. Selecionar algumas das canções mais conhecidas e
cantar com os alunos.

Para a próxima aula, pedir aos alunos que se organizem em grupos. Cada grupo
deverá pesquisar e assistir a vídeos com passos de ciranda em danças populares de
diferentes estados do Brasil e de alguns outros países; por exemplo, as brasileiras ciranda
pernambucana, ciranda caracol e ciranda com maracatu; o grego sitarki; o mexicano
sapateo; e a russa troika. Solicitar que tragam os registros da pesquisa para a aula seguinte,
inclusive os endereços dos sites visitados e dos vídeos assistidos.

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Arte – 7º ano – 3º bimestre – Plano de desenvolvimento – 1ª sequência didática

Aula 2
Para iniciar a aula, resgatar a organização dos alunos em grupos, de acordo com a
organização estabelecida na aula 1 para a pesquisa. Retomar os temas abordados na aula
anterior com os alunos e pedir que relatem oralmente o que lembram da discussão. Para
esta etapa do trabalho, estipular 5 minutos.

Em seguida, pedir que cada grupo apresente aos demais os registros da pesquisa
sobre passos de ciranda em danças populares, expondo, além das informações, suas
impressões. Apresentar à turma alguns dos vídeos indicados pelos grupos.

A seguir, identificar com os alunos movimentos do cotidiano (andar, saltar, pular,


correr, agachar, subir e descer escadas, entre outros) encontrados nos movimentos das
danças apresentadas nos vídeos. O objetivo é fazer com que os alunos percebam o
movimento consciente na dança comparando-os com os movimentos cotidianos.

Laban acreditava que com a estrutura do corpo podemos normalmente


alcançar todos os pontos de nossa kinesfera. Via os exercícios de
direções como uma forma de obter consciência do corpo ao
movimentá-lo nas várias direções. Assim, os exercícios de direções
podem servir para nosso desejo de harmonizar nosso sentido do
espaço. Com a proposta de ganhar proficiência e habilidade em
produzir respostas harmônicas na vida e na dança, Laban encorajava a
prática das sequências espaciais ou escalas que ligam a um
determinado conjunto de direções com uma certa harmonia ou ordem
lógica. As dinâmicas são representadas dentro de um cubo e as
escalas, que são sequências de movimentos propostas por Laban, são
representadas dentro do icosaedro.
A análise do movimento criada por Laban era baseada no movimento
de pessoas comuns.
Certo de que o movimento humano é sempre constituído dos mesmos
elementos, seja na arte, no trabalho, na vida cotidiana, empreendeu um
estudo exaustivo sobre estes elementos constitutivos e suas
utilizações, dando ênfase tanto à parte fisiológica, quanto à parte
psíquica que levam o homem a se movimentar.
GUIMARAES, Beatrice Hotz. Um sistema gráfico para modelagem de animações em Labanotation. Dissertação
(Mestrado) – Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, 2002. p. 17. Disponível

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Arte – 7º ano – 3º bimestre – Plano de desenvolvimento – 1ª sequência didática

em: <http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/284179>. Acesso em: 18 out. 2018.

Aula 3
As cantigas de roda têm grande valor educativo, pois favorecem diversos aspectos do
desenvolvimento infantil, facilitando a interação e a inclusão social, a coordenação
visomotora, a percepção visual, o raciocínio lógico e a linguagem oral. Além dessas
premissas, a roda cantada faz parte do universo cultural popular, que deve ser preservado e
mantido com referência social das comunidades. A valorização das rodas cantadas
difundidas na comunidade próxima à escola é importante recurso para que a criança e o
jovem desenvolvam a autoestima e se identifiquem com a própria realidade, além de
interagir com o meio ambiente.

Dando continuidade ao tema das cirandas, organizar os alunos em roda e promover a


audição de cirandas rearranjadas por Heitor Villa-Lobos (1887-1959). Contar aos alunos que
Villa-Lobos foi um grande maestro e compositor brasileiro, e que suas obras apresentam
nuanças da cultura regional brasileira, com elementos de canções populares e indígenas.
Durante a audição, ajudar os alunos a perceber as sonoridades e as linhas melódicas das
cirandas populares e como Villa-Lobos compôs novas construções harmônicas sobre a
base rítmica. O objetivo é conhecer as diversas obras de Villa-Lobos que se baseiam nas
cirandas infantis, destacando o estilo e a melodia. Na internet, é possível encontrar as
cirandas com os arranjos de Villa-Lobos para piano, e uma opção é o trabalho da pianista
brasileira Sônia Rubinsky (1957-).

Para trabalhar dúvidas


Cada aluno possui um tempo e uma maneira de compreender ou assimilar o ritmo e
os movimentos, por isso alguns alunos podem apresentar dificuldade com relação a
atividades de dança. Propor que eles auxiliem uns aos outros para que haja integração e
compartilhamento nas ações. Durante as atividades que envolvam movimentos corporais,
propor formações variadas, como roda simples de mãos dadas ou não, duas ou mais rodas
simultâneas, aos pares, com alunos em destaque dentro ou fora da roda, variando as
melodias. O objetivo é ampliar as possibilidades de movimentos coreográficos incentivando
a improvisação e a criatividade ao dançar, cantar e acompanhar melodias.

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Arte – 7º ano – 3º bimestre – Plano de desenvolvimento – 1ª sequência didática

Ampliação
Considerando a ciranda um exemplo de nossa cultura, propor aos alunos a seguinte
reflexão: “Você acha que as gerações futuras, quando estudarem ou apreciarem a arte de
nosso tempo, conseguirão imaginar como era a nossa cultura?”. Para facilitar, a reflexão
pode ser restrita a um tema ou a uma linguagem artística em específico, e a investigação
pode ser feita a partir das pistas deixadas na arte. Espera-se que os alunos consigam
identificar as pistas que marcam uma cultura no tempo, por exemplo, uma melodia, um
objeto, uma dança, uma letra de canção transmitida oralmente ou por outra mídia.

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