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Imagens da escravidão

o outro do outro
(séculos 16 ao 19)

LIUA MORITZ SCHWARCZ


2017

Nós somos o outro do outro.


JOSE SARAMAGO

O Brasil, como é sabido, foi o útimo país do ocidente a abolir a


escravidão mercantil' Só
o fez em maio de 1888, depois dos Estados Unidos
(1863) e de Cuba (1885),
pressão interna e externa. Também foi a nação que mais recebeu africanos, após
muita
estima-se que
por aqui tenham desembarcado cerca de 45% das
do continente africano.? Além do pessoas que saíram compulsoriamente
mais, o sistema de cativeiro se espalhou
do pais, de norte a sul, e ocupou todos os pelo território
espaços reservados ao trabalho. O jesuita Andre
João Antonil (1649-1716) chamou os
escravizados de "as mãos e os pés do pais, e nao
havia exagero na
expressão do religioso. Eles labutavam nas ruas da cidade, dentro das
casas, noscampos, interior das casas-grandes, nas
no
minas, na pecuária, no charque
plantações de arroz e de algodão, nas
nas

todos os serviços plantations de cana-de-açúcar e de cae e em


que envolvessem a labuta dura, constante e
Apenas longevidade do sistema já daria conta cotidiana.
a
de explicar o "excesso de
Iconograha sobre a escravidão existente nos
outros elementos acervos brasileiros. Mas há ainaa
que se somam a esse. Local exótico e ricana
dOS
portugueses, que ficaria independente tropical, a colónia anu
om
1822, ainda contava
um
imperador de origem portuguesa comoapenas em
chefe de estado, toi ima
inhnidade de viajantes,
ilustradores, naturalistas ou meros curiosos

636
HISTÓRIAS AEna
ente, imagens idílicas e
s idílic pacíficas do local. Este não poderia
aradoxalm um territóriotão somente aprazível. Se a ser
caracte
todavlda, o regime de trabalho vigente, que upunhanatureza
como

odavia, se
a
posse de prestava,
r eden h poderia ser considerado violento e cruel.
um
a s e re d e n

ais, como os Colonizadores portugueses nåo contavam coma


Sim,

h o m e mp o r e
os
colonizador.
como
mais,
do
Além zar pinturas de gênero, de paisagem ou até mesmo históricas.
tradiçá
realizar ao tema e às peças religiosas,' as obras sobre o
ndo-se
sobretudo
Brasil foram
nente assinadas por artistas viajantes (ainda mais estrangeiros, uma vez
dedic
am nem permaneciam por muito tempo nessa américa portuguesa).
ào
comoh o l a n d
con franceses, ingleses, italianos, espanhóis, muitas vezes apenas de
colôn. e depois Império.
assagem
pela
parte desta iconografia foi feita, portanto, por brancos europeus, que guar-
nerspectiva claramente colonial. Este era, assim, um olhar de "fora"; do
aram u m aperspectiva

sobre o
outro': viajantes europeus que se deparavam com um local exótico
outro habitado por africanos escravizados. Ademais,
e tropical majoritariamente
p o r q u et r o p i c a l .e

or
traziamna mala
mala de viagem as concepções e modelos em que haviam sido socializa-
filosoficamente, nos seus países de origem.
dos.artistica e
destacavamo pitorescodas paisa-
Prova dissoéo fato de certasimagens-que
repetirem-se, imosamente, nos mais diferentes domínios coloniais
genscoloniais
caso do Brasil, mas também de Cuba, Jamaica, Haiti e sul
do eixo afro-atlântico. No com verdadei-
certas cenas, de tão reiteradas, mais se pareciam
dos Estados Unidos,
visuais. Em primeiro lugar, guardavam uma lógica
semelhante, pois
ras convenções
tomavam parte de um gênero
literário conhecido na época como "viagens pitorescas".
desses locais de natureza abundante
Nele, se destacava o lado "pinturesco aprazível
e

menos os conflitos ou tensões que


faziam igualmente
e diversa da europeia, e muito
escravizados amotinando-se, formando quilombose
parte do cotidiano, com os não raro,
coletivas ou individuais." Em segundo,
participando fugas
de e insurreições
outras colôniasespanholas
Viajantes que passavam pelo Brasil também alcançavam
local o outro.
de um para
nglesas e francesas, e simplesmente "traduziam" tópicas ordeira,
aparecia forma
de
pacote" entrava também a escravidão, que
E nesse
as tamosas
Sem qualquer rastro de violência.
As cenas de transporte-
ra, do sol e da vista geral
escravizadoras protegidos
u e levavam escravizadores e Brasil, como outras em colonias
Puenas cortinas- ficaram famosas não só no com cachim
de negros e negras
mesmo se pode dizer das imagens os
hbos4 O das cenas agricolas
em que

icr longos, roupas esfarrapadas


nas extremidades; escravizadas

proporcional;
das
V1Zados aparecem dispostos de forma estética
e certo
descomunais.
O
vendendo quitutes nas ruas; dos homens carregando cargas r e t r o a l i m e n t a v a m ,
comose
que determinadas e e se

não convenções visuais circulavam cais". Não


tropicais.
Nao por
por
existissem singularidades nessas paisagens
"eternamente
fotografias
mais
tarde,

ncidència,
eram geralparte dessas óleos, litografias
gravuras,
e,
calmos e
"pitorescos
por

n em
em enaltecedoras. Estes seriam locais
plácidos,
defini Pintados clientela europelde
para bem agradar a
e
apepindjuo9 3 pepileineu e
eIpu! e ouuoo
ouoo
TISEIg ou 3yuss;a
-npoida e a ouejd d ou '3Juswrens
oueouJe un 'a juaujens1 ep
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opeI[duuoo PIOOIPd essau soyuasap
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nIuyap a e sa
auioJuo 'o]uejaiug euioj, 'saAeN
8e eu ueAeiou anb 'Pjadoina ejaquaIp ens
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1Luad sodioo uoo soojupa sojdoi) so uoo apa ejstyie op
soueo;uJe opdeu
op wey noqussap 'pLAPA apsOA[Neduoo *1e sojueyjLiq 'so1
sojus1p Wsq saieanj ua ,sopez;AeIosa eoFugpese eojuoqi e joy 'steu
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einbieiatu wapio e{n 'eijouoid
eIuQJo» eun nojeijai eLue1ße ayje e uequ
'e[oIenbe eo.uDI e ojunu anb sied un 'stodap
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PIIsna eu oujy nas naajosa1 anb oss. Iod 103
'sasanan^uod sop
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pIAEg Snoj-sanboef ogu 3s-nonuooua
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opsa uua se.injuid sep ajsau o -
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opueuaje as opu 'oeplAei>sa ep opo1ad o
sapepoyipadsa eIed
803Ied syeu auqos jens.a apepiaA, ap jaded o I;uduns
ogdnpoid ens anb qe>0[ ou
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Sou sonjo|Iseiq so;Io10u s.euiof a sejstaaI 'sOJAI|
epejua JoIeu ap sa1ojujd stop sop sojdusxa so uoo seuade
OpLABISa e souanbiH
aNUeinp epeoyeid euetpno eipugjo;a ep sonstaaI JeNAD aLAJP 1OYjPu
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ody assa Iod opIAp opes1au wn Jepe13e eis ogdusu/ e anb ojstLA
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uIV saqdezi[a[p seAou, weiu3AjOAuasap »s 'P[ Jod oininj ou onb 13A3id
SEL
'sopejost a
sonbutßuoj ou0» S[eoo[ sassa Jeju>saide vaeoidu souaiio01 SIPLu
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(iseig o ouoo eruojoo eunu 1ejsa ered sagzeI o sOA[jalq0 soLudoid
l s uo
Jenb epes wEae^e11a1 anb apepeal e eajapepiaa,, eJjoueu op Iznpoidai
p Oguu/ e uequy oeu soinno sojuej a (7v81-S8LT) ueyeio eLIeN (PE81-9621)
equey ÁJuaH (SL8T-¬6LI) 13pug sewoyi. (8S81-708) sepuaðny zuON
uYOl '(881-89Z1) 121q»g 31spdeg-uea[ '(0891-Z191) 1s08 sueay ouoo sejspay
soyuesap sDInADJu6
0ugIse DuJoj Dun 9 oppIaD1sa D o p u o n
o b s t a n t e ,
essas
afora
afora e s
poucas exceções, os africanos e
Não
guir passivament. o que a estrutu africanas de
em apenas segu

critivos, os desenhos do francês de Debret


escravocrata prescreve.
alguma
n s a m e n t ed e s c r

ensaeentando
hiente.endas foi igualmente criado numa
um mundo ordeiro e
maneira"acalmam"
hierarquia definida.
família de
toAnicas, ele também deixou artistas do reino da Baviera.
A p o s
a sg u e r r a s

q
de
de naturalista e
u a l i d a d
temporariamente
pintor desenhista, a missão doseu país, e
e
r

integrou,
H
na
einrich von Langsdort Aorff (1774-1852). Ficou no Brasil apenas três baräo Georg
anos, mas
imagem que os brasileiros
oje faz parte
da
preservam
produziu
ada imagem que "guardaram da escravidão. desse contexto de
um
doséculo 19,
Senzalas,
rasas-grandes, cenas do tráico descrições de navios capoei-
e
festas,
r a sf e s t a .

de Rugendas espécie de relato


uma negreiros
"mais
da obra cientifico" e assim
preten-
isento. Por suposto não era, e chamam atenção os olhares que o naturalista
a m e

cer.Esses são pequenos detalhes que revelam um mundo de associa


deixa transparecer. i
S

mescravizador ou seu feitor, numa cena menos central, deitam olha-


ões.
soes

direção às escravizadas. De outra parte, percebem-se expressões de


em
resgulosos
escárniode
e dezrevolta da parte dos escrav1Zados, que só pretensamente deixam de
pres-
tar atenção ao que ocorre. E fácil notar, pois, a partir dos detalhes, como não escapou
ao bávaro a natureza opulenta do Brasil, também a violncia que explodia EScapou
por toda
mesmo nas situaçoes mais cotidianas.
parte, e atë
Não DOucas vezes a tensão parece estar presente em muitas das pranchas de
Rupendas, e esse é o caso da imagem que se refere a escravizados recém-chegados,
norisso "novos". É fácil reparar comoo escravizador olha com lascívia para a
escravizada que traz os seios bem å mostra e parece Ihe negara atenção. A filha ou

flho, ao lado dela, dá sinais de preocupação e contrariedade,


assim como os très
escravizados representados na cena. Aquele mais à esquerda e ao fundo mira o chào,
cativo à direita,
masseus olhos revelam uma atitude irada. O mesmo ocorre como contra-
que claramente evita observar a situação, a despeito igualmente de estar
em
riado. Por fim, o africano mais próximo da porta mostra-se apenas preocupado
da senzala. Essa é quase
chupar a sua cana, como que alheio ao que se passa dentro
cotidianamente, na alcova
una nistoria em
quadrinhos sobre a violência praticada,
com o escravizador branco violentando as
mulheres, sobretudo aquelas
avista,
novas, e recém-chegadas, que mais lhe agradavam.
esses artistas e também
seus
obje
E r
convenções das quais participavam
as
de pintor da corte, oouro,
e
iv aportava no Brasil para conseguir um posto
has
naturalista desenhador- ajuda, assim, desmistincarapc
a
a r como
que evidenciamin
objetividade" das
resses ou mesmo
gravu então produzidas,
asgravuras
medida
daarte Michael
na
em se

historiador
, c o n f o r m e define
o
"padrões de intenção politica de
e com

Baxandall((1933-2008).° Estamos diante, pois, de de uma


verdadeira

domínio"
diante povos
imagens,que
c justificava, no
no limite,
de
limite, aaprópria "necessidade
a
"natureza,
sempre
com costumes
eOstumesco Havia um
abismo entre
Considerados tão distintos. incógnita.
tdenizai.
edenizada, e s nisSobre
quais o futuro eraainda uma
es
Ov9
:sonuiw soonod ua
-auoid
op ou opeotjdnp un
osd 'o112uuo)
jvusof naDaIede opunu
IU sjed ou ap apeiuqu e
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(4/RT-+08I) Oiquuszap ap 87 ua pla *SeOYPiaojoj odtigaian8ep op epeßayp ep o1
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Oxopeied ono py souu oe 'ejou
'apepijensa ep estuyjod ap outp
ejopepiaA eun niniisuoo as anb
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AISIAU! O opuoyoJBoj10
e
wapio (eoq) ernaasse 'uisse '3 Eatyseo anb
OLudoid nas 'oseo assaN ojuaunijsut op oyay a ojso
'O A;JE oueo;uJe op ogbezireinjeu
o
-JAeIDsa ep ojnopjadsa, ep apepuejduaxaea .oep
'epuje 'pjsa Iy ope[oLAas Odi0 o;udoid ou lapod op 1esnmo
IeNuIjop ap eoIPpIP, 3Senb a eDIINUTs PWIOJ PUn pisa Iy
°0]xaJuOD no usðuo '3uou
was 'einy eusau eunu
ojLIOsu[ 'o2un[ opnI, oq[eqen ap oueipnoo un e
epeie sep
-LAs ap enId ep oedeisuouap e npxa ogu o1ßou odioo
op ogbjauad e ja1qea ap
(0E-0Z8T vOUII) DLLa] uauoo ap o1qpy o uugi anb sos8zu sou vsn 2s anb vaospN usðeu
PN OB.JSeD op ogdeasuousp e uaquej seu ojpq op ogbeexa e enpuj anb 'oosa
-0d ap ojppou un Jeju>saidai e opuessed 'seprnqiujs1p a sep1puaa ueio suzaeut
SeSsa ]uaueoyepia Tejuauepunj jpded un aqnoo apeP!Jensta e *ojojuod o 1oqueu
uapioe JOdx3 ap seoyus9j seJtopepiaA WeIejope onb sapepajpos sessaN
os
epnbreiay e equFuew as sew 'eniisuoo s
ogu ejoueu anb ap opuensou 'eoyuene-oije EJOdse1p essou weapjeLA upquei ono
0Juouipayuos ap sewioj ue13 ojujuopa opueu ap ojoqurs ouos oouon o apod
Se *3]0Nup op
ap 3IpuI OuoI oquLunojad o 'sod0osad sou seßad a soypues 'sauaii0
oSt OzS3pueji ap seieosen a[o1Juoo apa uapio ap suesesusu uesejnaip eyeia
OUL0)
Ouoo! e uoo ojuníejund a EAelßta anb opunu u n upquej eID SSO 13nbjenb
ewjsts o assus[xa apuo eo|
Uojejued ap oppou o 3 opplAe1>$3 ep Pun ensta
ojppoi, p 19dsa
u q eLe]sn[e as anb Tens[a ogrped apa [ejuojo 3\JPd uezej saj sopoI
ojxajuo» u n ap
OgoeuasaIdaI euapeprua1ad eAeque3 anb eu no
seJnaeið sessa "pNPuef
SOpeyjouasSe a sopeznbrei»s sopunu wequndu0 ou
u ||seig ss0 Oduue OU 3JuDu
wa 'o»N oJOJ o
'sopeq1eg wa 'enßnuy jensu>s
u 'opps3a-waq opes» ap onbajou
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sopez[aeios3 O 'OSonosnu
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3iduos ouequn
ueDnue 1opez.AeIDs3 nas ap sije
sodyoauojs), unuipungip a *inbieoiY op
e:,sopIIoj0) osst 1od
O46U o 'PI[Ppuejinb el8au soSsa o u u s o u
sO;IpuJd Jejuosaudau
weJel;A
sojdu»xa ejei>oAEIs3
3uIduo
oEDEIISUOwap ap siens[a
uojejuejd ap Pun ap 'qLue) op
op
n sopejsg sop ns
|ISEIg op no sop!un qeioð PULIOJ
wpquej jpajssodg e se-opuejdepe
Se-PIoosse soJuaiajip
'sojxajuod
weaeyues
eJed sepiznpod sejanb
wesa suaaeui sessq sopeuea
p 'saiojne
eyjouas Jod anb
sagbeuasa se sa]ueu ens
"zan
uejjadas anb us vodo eunIN
no
opu
sagdenys weAejdoo ousaui o eys.xa
ojauo
PLIOJNE ap
2AE[nOIIS SeJqo Sess o
parteda
p
3
.
em estúdio, padronizados em formato
carte-de-visite
d u a i s e r a m p r o d u z

e s t r a n g e i r o s
como
"colecção de typos de pretos" conforme
indidos
idnra
paraestraio de 1865. Os cartes-de-visite Tetratando
retratando n
os
eanún
anún-
oraldiversas profissoes eram comercializadosnpelo escraviza-
próprio Christiano Júnior,
dia ou por intermédio da casa Leuzinger, a mais
diretamen em seu
d o se m

levadas para a Europa como famosa


da coleção foram
sfotos aa os
riosidade da clientela do Velho Mundo"lembranças
acerca desses
asil", s a t a nsformando em um "outro" do "outro"; um:mundo coloni-
l b c a i sq u e .
diverso do europeu.
o b r i g a t o r i a m e n t e

z a d o
enxergar
outros etalhes importantes nessas fotografias. Em
possível.
Mas é vidente o constrangimento«das pessoas submetidas a tais situa-
fica evide
imeiro
lugar,
ea talvez seja uma grande especificidade da fotografia quando compa-
ira; nela, porvezes,a atitude dos "modelos".escapa ao comando forte do
radaà p i n t u r a
que não tira seu chapéu e, além disso, encara a câmera;
escravizado
rafo. Unm
e não baixa o olhar, e assim desafia o profissional; um "modelo" que
um negro que
poucas vezes negros e negras burlavam
e contrai a face. Enfim, nao
os braços
Cruza
determinadas pelo proñnssional a partir de suas reações inesperadas.
convenções
as maneiras de se portar que revelam outro tipo de
iestão jogos
estãojogos
de corpo, expressoes,
de
Ai do estereótipo passividade e da da exoticidade.
escrava: a negação
agéncia
talvez, por não fazerem parte do repertório
também outros detalhes que,

revelam tormas de identidade que mais se pare-
da fotograñna,
do profissional
partilhadas. Escarificações nos rostos ou nos
internamente
cem com linguagens no Caribe,
cativas estäo presentes nas fotos feitas no Brasil,
dorsos de cativos
e

do Sul, mais ao sul dos Estados Unidos. Esses registros fisicos, que
e
na América
atenção dos viajantes fotógrafos, desenhadores e dos eram, na
tanto chamaram a
revelavam origens diversas, e essas muitas
Africas
verdade, marcas de nação, que
afro-atlântica.
que fizeram parte da diáspora mais lembram
Os panos da costa," que na legenda de alguns profissionais
não säo quais-
detalhes, também compôem registros de pertença. Quais sejam,
delimitavam formas de identidade
e
quer panos ou tecidos, uma vez que
de sociabilidade.
de escravizados
Mas ha ainda outra maneira de observar algumas "agências
deixadas por esses prohssionais.
aientar aos detalhes, através das poucas frestas fazer surgir um muno
ue

Quando ampliadas, algumas dessas fotografias permitem Nas fotos


dos fotógrafos."
mperceptíveis e diferentes da intenção primeira
contexto de trabalho dos escravizados agrícolas,
por exemplo, pretendla-
n e eñciencia a
modo geral, exaltara ordem presente naquelas empresas aartif
arun-
trbbalho mais largueza,
nota-se não só
executado. No entanto, vendo forma
com sim trica

cialidadedda
calidade
com os e negras
composição-
dispostos de
e "orga- negros da imagem
Pard parecer verdade e o feitoragindo c o m o produtor da c o n t r a r i e d a d e à
vo
Zando os modelos" mo um mundo de reações que
-,
tevolta, passando emonstração
do mais puro
constrangimento.
"sem querer; nos cantos
Ainda, os escravizados eram apreendidos quase
nas fotografias. Lá estão eles
das calçadas, nas ruas. nas esquinas, representadas
estar. Por fim, em todos os locais onde evici.
onde. pretensamente, nào deveriam stia
o sistema escravocrata, tornaram-se lamosas as assim chamadas séries de fotos de
"maes pretas". De tão frequentes, elas também viraram convenção; uma forma de
retratar uma "boa e maternal escravidão". Porem, e mais uma vez, olhadas de perto
tais imagens revelam um mundo de tensões e contradiçoes. As roupas empresta-
das, o cuidado para que as crianças näo se mexessem-e assim não estragassem
o trabalho do fotógrafo-a expressão tensa de quem esta sendo observada pelo
profissional, e também pelo patrão que encomendou a toto, são apenas alguns dos
tantos constrangimentos enfrentados por essas escravizadas. Não é o caso de deci
dir se existia afeto ou violência nessas relações; o mais certo é que há de ter existido
afeto e violéncia. Quem sabe essas fotos das måes negras, que carregam geralmente
escravizadores brancos, resumam um mundo de contradições que fazem parte
desse universo que a escravidão criou. Mais uma vez, o anonimato revela muito da
politica de visibilidade e de invisibilidade presente nessas imagens: sobre os peque.
nos escravizadores e escravizadoras conhecemos muito, já com relação às escraviza-
das pouco se sabe (ou se permite saber).
O fato é que, nas fotografias, por vezes os "modelos negros "davam-se a ver",
mas em outros casos "se faziam ver agenciando e municiando como podiam suas
próprias imagens. Se o fotógrafo ou o escravizador pretendiam controlar totalmente a
cena que então criavam, no tinham como impedir que um mundo de tensões escapu-
lise pelos detalhes desses registros de cativos e cativas. Mauricio Lissovsky escreveu
que as fotografas são como fantasmas, condensamo tempo de forma a jamais estarem
totalmente no passado ou no presente; estäo entre os vivos e os mortos." Usando as
oportunidades abertas pelas lentes dos fotógrafos e o espaço entre o clique e a captura
da imagem, escravizados e escravizadas tinham oportunidade (mesmo que diminuta)
de expressar sua contrariedade diante desse tipo de circunstància. Presas ao passado
como se fossem fantasmas, essas imagens nunca foram tão contemporáneas.

Imagens da abolição como exemplos de conciliação

Só a partir do final dos anos 1850 começariama aparecer imagens ligadas ao


abolicionismo. Mesmo assim, e como a imensa maioria desse tipo de iconograna
continuava a ser realizada por europeus e brancos, o conjunto é também muito
autorreferido. Destacam-se, nesse sentido, as imagens em que os negros aparecem
apenas denotando gratidão, como se a liberdade fosse um "prêmio", não um direo

eumaconquista. No conjunto dessas imagens sobre a abolição, destaca-se um


atitude comum: a ausência de
reação e protagonismo por parte dos alroaes
es. Correntes sendo partidas e escravizados ajoelhados e com as mãos voltadas os
icia
ceus mostrando gratidão compõem um tipo de iconografia que destaca a agënci
ativa que tivamente tiveram os escra-
articipação
liberdade.
dospoliticosbrancos sua
de
e m prol
uma le de
rede viajantes abolicionistas
artistas
cravizadas f o r m o u - s e

induziam a
indica,
i n d i c a ,
i
mesmos
ementos visuais, os quais
tudo

alhavam sempre con


os escravizadas, dos escravizados e
que vitimização.
Ao a
ante
unívoca:
recebida. Um bom
e xemplo
en desse tipo de
dádiva
devido pela François-Auguste Biard (1798-1882).2
mensage o encontrado n a o b r a ede
estreia o c o r r e u no
coreconhe
o n c e p ç ã op o d es
ancês de origem. Sua
como oficial da corte do pintor
Pintor, desenhista
1824,23 e
em
1838 ele já atuava
a queda da monarquia,
em

que ocupou ate


1773-1850), função
em
ocasião e
sacudiram: a Europa nessa
Paris
is-Phillippe( 1 7 7 3 - 1 8 5

Salon d e
os que
m o v i m e n t o s .

os
1848. Conheceu,porta portanto, do monarca.

ceu, na
deposição
de gênero histórico,
s u a s pinturas
ultaram
c a u s a de
result.

conhecido por s obras críticas


cos24 ee por conta de
França,
s u as
que,
na
tor ficaria exóticos
The
de Biard com a tela
a lugares
eregistros de viagens
p e l o ss e u sr e g i s t r o s

cativeiro
e n t r a no repertório
de escravos (escravos na
ravidão. A
denúncia do
denúnci
[O tráfico de e s c r a v o s
the West
Coast Africa) of
Salon de Paris já
em 1835. Na
jescra ( S l a v e s . on
apresentadano
(circa 1833),25
Irade
Slave "bazar exótico", por
África)]
da África)]
com um
este
osta
oeste escravizados
mais se parece
presentes na
tela.26
mercado de e aos
costumes

ena. um dado a o s tipos examina-


cena, orientalista
tendo s e u s dentes
tratamento deitado ao chão,
cnta do escravizado marcado a ferro
um
e n c o n t r a - s e

mulherà esquerda traz o braço


Ao centro A
comprador.
mais acima n a pintura, é açoitado,
dos por um
possível escravizado,

tempo que
outro
aguardar resig-
ao
mesmo
amarrada ao pescoço, parece
quente, com a
corda denuncia
ja sozinha,
enquanto
um
terceiro,
em primeiro plano,
disposta cena est ão
morte. Uma criança pequena Os homens brancos
em
nado a filhos.
mantida também
e seus
entre as m es cativos,
separação imposta sobre os
a
demonstrando a força da coação escravizados.
todos armados, a venda dos
parecem negociar um pintor enga-
por quatro negros, que a ser
identificado c o m o
Biard passaria r e v o l u c i o n á r i o , a impressão
A partir desse momento, era
obstante, se o tema
abolicionista.2" Não da escravidão
Jado na causa c o m o final

deixam passar é sempre de conciliação, brancos. Esse


e mulheres
geral que as telas "presente" ofertado por
homens
avril 1848) [A
françaises (27 de
apresentada como u m
nCO dans les colonies
d e LAbolition l'esclavage
de
francesas (27 de
abril de 1848)) (1848). e
colônias
do da escravidão congraçamento
nas
o tom de
valor emblemático, aos
pintura, que ganhou sua
liberdade, erguendo
por mulhe-
evidente com os negros e as negras agradecendo c o n d e s c e n d e n t e de
homens e
céus os
grilhões sob o olhar das c o r r e n t e s
em-rompidos, rompimento
tes muito
e a eles contrastados. A
imagem do escravizadas
é
e x - e s c r a v i z a d o s
e
COmbinada a parte dos
c o m os
mDinada atitude respeitosa por
uma
grandes
convulsões e

exemplar. AiAi estav


emplar.
agem da abolição
ordeira, s e m O c e r t o é que
libertos
e s c r a v i z a d o r e s .

afro-

atela mostrando sinais de fidelidade a seus antigos


pelo
circuito
a
tela, obra
circulariam

reproduções
atlàntico que unia
urunia visualmente
u mee s m o detalhes
dela ou m da
sociedades
escravistas.* 28
Cque as diferentes
Outro pintor que difundiu pela diáspora africana as suas imagens abolicionis.

tas foi Harro-Harring (1798-1870). De origem dinamarquesa, ele viajou pelo mundo
fazendo pregações contra a escravidão. Didático, como se quisesse divulgar uma
desespero o dos negros com
lição, em u m a aquarelas o pintor contrasta denuncia
de suas
o
o "infame comércio"
comerciantes. Já em outra, Harring
pouco caso dos
como era então chamado o mercado de escravizados. Uma senhora cutuca a afri.
cana com seu guarda-chuva, testando a qualidade do "produto", enquanto, mais
examina uma outra moça que parece recuar
à esquerda, um provável comprador
da escravid o e com isso
diante do contato. O artista devolve, pois, estereótipos
Por outro lado, chama atenção a falta de reacão
divulga as atrocidades desse sistema. entendida como uma questão "branca"
dos africanos. Mais uma vez, a abolição era
foram majoritariamente
E fato que era, sim, que os escravizadores sempre
u m a vez
semelhante ao que apare
brancos. Mas, por vias inversas, destaca-se um processo
em geral negava aos escravizados
cia no discurso abolicionista internacional, que
da abolição. Mais uma vez vemos a
qualquer laivo de reação e mesmo de condução
afirmação de uma verdadeira política visual, que reproduz, recriae difunde modelos
modelo previa a fidelidade ea
deépoca. Diante do eminente final deste sistema,
o

continuidade, não a convulsão social.

Representando o "outro"

No conjunto das imagens de Auguste Stahl está presente outro tipo de política
visual: a produção do anonimato e da invisibilidade. Na imensa maioria das vezes,

não sabemos não nos é dado conhecer) a identidade desses "modelos"; eles
(ou
são (apenas) "escravos", desempenhando suas funções. Nas fotografias das amas,
conhece-se quase sempre o nome dos pequenos escravizadores brancos que, miúdos,
ombros para que a foto
sentam-se nos colos das escravizadas, ou se apoiam em seus

não saia tremida. Delas quase nunca ficamos conhecendoa identidade. O


mesmo

Ocorre com as fotos científicas, em que as pessoas clicadas servem exclusivamente


de
à ciência da época e como forma de demonstraçäo.29 Tomados nus, de frente ou
indivi-
perfil, nessas imagens eles representam etapas evolutivas e nada trazem de
dualidade: são tipos científicos e basta.
cativos e
O mesmo processo ocorre nas fotos de tipos de trabalho. Nesse caso,
cativas lá estão apenas para demonstrarem como realizam os serviços que são capa-

zes de prestar cotidianamente. Não há nominação ou particularidade. Esse jogo ae


ver e não olhar, de identificar ou deixar no anonimato, de nomear ou construir tipos,
faz parte de uma arquitetura bem urdida por esse conjunto de imagens da escraviua
diferenes
que circulou pelo eixo afro-atlântico. De tão comuns, elas se repetem em
locais como se não importassem contexto, local e, sobretudo, autoria.
No Brasil, por exemplo, ainda hoje, imagens feitas no Rio de Janeiro, um pou
em Pernambuco e na Bahia, e, no máximo, em São Paulo, são dispostas de manc
discriminada
sinada nos
nos
livros de história, sobretudo os didáticos
como se
discsdoo país e a qualquer lugar. Por outro lado, é
recentemente criadas, interessante dissessem
s otar como
n instituiçðes
Tespeita
como o
and Culture, em
rv and
National Museum of
an Amer
History
American Washington, gravuras produzidas no
legenda, data ou autoria, como se existisse
em sem
B r a s i la p a r e c e m
uma
1 da escravidão'; sem tempo, geografia ou lugar. espécie de
Bgeral
formageraldada
anografia
seja exatamente
Não que
i essa
uma vez brasileira",
foi Teoichro
quesem
zidasobretudo por estrangeiros de passagem pelo Império. Mas usá-las produ-
transfsformá-las em evidências visuais
"universais", ao menos
signithca
Tmnlica também despolitiza-las, ao transtormá-las em para eixo
meras "ilustra-
o

afro-a,nosen
tido de que testemunhariam um determinado periodo as conclusões
a f r o - a t l a ,

e
n0s Na
Não se questionam, porem, as razoes, encomendas
temos.
e
révias que
prévia
pressupostos
tras dessas obras.
por
gue estão
Representações visuais têm a capacidade de copiar a realidade, mas também
Ae nroduzi-la. Dito de outra maneira, elas nao funcionam apenas como espelhos do
cotidiano que firmam presenciar; qualquer artista embute imaginação, intenção e
engen em seu trabalho. Sobretudo quando se trata de representar esses "outros,
extremados", as imagens acabam por misturar um pouco de etnograña com
emoção, um bocado de sentimento, ansiedade e medo. Tomadas assim, em
conjunto, e a partir da reiteração de temas e de determinada lógica visual, tais icono-
grahas conformam como que uma "política de representação visual" e de criação
de 'othernes lalteridade]."0 Conformam também percepções capazes de produzire
enraizar estereótipos raciais.
cabelos cara-
Beiços, cores acentuadas, corpos excessivos, narizes dilatados e
pinhas, tudo circulava nesse mapa diaspórico que, a partir de seus artistas majori-
tariamente europeus, tinha a capacidade de fixar marcas externas e fazer com que

parecessem mera decorrência de uma espécie de estrutura interna, pois biológica.


raciais, que rees-
Naopor acaso, em finais do 19, tomam força teorias deterministas e
adeleciam hierarquias, defendiama existência de diferenças biológicas rigidas
forma de degeneração.
Vam a mestiçagem entendida como uma transformavam-Se grupos
Novamente, e a partir do beneplácito da ciência,
Gversos em unidades,
agora biológicas.
vez de descrever as várias nações de africanos
e africanas que
Cm histórias tão
introduzir suas várias
coaram dessa diáspora moderna, ou
pluralidade.
complexascomo hibridas-,a saída sempre foi anular negar qualquer
a
uniñcar
Termoscomo "Black", Estados Unidos, "negro",
nos e no Brasil, passavam
descritores
acaba-

realidades,
ram
de uma maneira África.
inexistente na
Tanto que esses

relacionada,
nunca

convertendo-se em conce que só


de
Em conceitos
funcionam
forma
contraposições,

iquesoladefinem
damente damente. Correspondem a respostas
articuladas,
mesmo
basicamente

não se
comportam

agén-
como

Cores les que não são brancos. Por isso de origem, de


de algo":
"a falta
cia ou
de
Tas; são antes metáforas indicam

identidade.2
D 1OT nb saodeu seu ajuasaid anaIsa AIduas
anb
Oajeutaeuy ojss8 un 'oA[xajaI
OJe un ouoo opeuioj 19S ujquie] apod ay[ejap ouanbad ajsa
'euioj epoj aq
opeo op ejuoo oep PÍ opnaejnuod no aque]10 ojalqo
un apaIed eun 3pepiaqI[e opnjaiqos opnj ejYej anb ua sojuauuou w»
19ze1
apod as anb ouiujuu o 9 sesieu iexjag epesioJ osnjpaI ap seo[ s[eurap a sagsiud
owoo'sIejo1 sagdinjFisuj seijno ua odij a3ssap sojsIaI JeIquosua unuoou. epeu
oeu anbiod aje 'ogdenjs ap ody [e] opejouasaid 1a] waq ojynu apod ejs1|ernjeu
ogdezueunsap ep opezijeinjeu ojojoIxI O :0jsodo o ejiioo0 anb u» je»o| unu
auuejsn/ eoipnj sieu apeptalNe ap odj assa Inpu/ OE Sepu38nN ap ogóusju! e
eLuas enb ua iejsode jioyip a ogdusje uo eJOIE] E wequeduooe s[euap sO se;u
-01Sty a seiuouau sejudo1d se aepien8 a se2oue ap euioj eun ezayzao uo0 soL1Osa
no soquasap aqes wanb 'apaied eu soijs13ai exjap opez;AeI»sa un 'epianbsa p
SIPu soueoluJe ap odn1a ousnbad un ap apeplajee 'e;aepoj 'ogbusje euueyo
2 ogdezuojos ep
oep[AeIDsa p PIaSU;nu. eIDUJoLA e
oje1j21 u n 1eðei) ea
waenaq e Jequqns ogu aopunu OAOu, 3ssap jaA[zeIde
snadoina sajup[e[A ap soqu
eapI e 'opejsou souoj o u 0 10q|9u no 'evode essap e
euD e u n 3A[OAap EInaeia p[
-3s3p sOe u n u o o 'eqgnbuej a eI[apIo uaseui
WEARIuosu? as anb u s ogdenys ep nueip
ueAeIadsasap as no weraeei sau
S
sTEDO[
a suauos a seduejo '3]10] J0po o 'eiJe era apep!ejJou y
ueAeIOyo
-nu eusau
sassau
ueAeUoOuOU PDOda
saJueradur/ apepjonioa 1011os 3p odj opo]
oonod e esquaj oßoJ OE OJUn[
aquajque o
eu anb saJueleja soJ^no ap ogS;IDsap
OJUEnbua 'sopiun siop
uavaIEd sopeaoyp-ugpoI soueLIJE
Iezijejpos3 J e s i a A u o 5 nas zen 3gu
nas e operese uusq oyiy
u n u o o od1oo
so opuajueu ejsoo ep oued
sunaie ejuopeoJau, e eujuex> Jop
sojno 'wauOo sopez;aeiosa ouoo
PuN ueSueOsap 3
s sassap aquaIqure
EZ.APIDSa
soIoOa3u ap, oujes assoJ aueferA O s Bu
° uisse soueaip eu ejussaIdai sepuaany
un
PjpIenbe woo .nbe 0 1
(se8T) sOAvAosa ap opvruaN sojduaxa stop
Puna un :soA[Neoyiuajs a seuy
o10J oquasap soueussaIde anb
soJeiao1oJ 3 saJO}uid
ouod 3jsa 9]e souanbad
anb syeuis
seuanbsa soe uueinsisau
ajuauepeo1eu oue) Jopei
Sop s o o ] u g o o i n a s e a o u JeJojdxo
jPAJssod ? inqzuj9 n 1od
e sejstd sopez;Ae>s3
sY[eiap ap I1Jed 'oJuejua oN
o opujndos
ojsodoid oupioipu! opojpu soonod
01S!y ofpd euoj e
qos-s.pnsA SOJUIUnop
'soJuaueloued
SO]J-sojoJ a sejpIenbe 'seinjujd ap 'sapdeoyiLues3
'sejofa sojanue "eje150AeDs3
ojduaxa Jod 3ss3
ugiod 'ueiejsay apeplajje ap odi
epeiseyuoo nooy soueuje
:sobedsa soonod e s n a s a seueuye
SEInIYN>sa 'saJuapuasap
ejuoo
Jod piv 'snsdoins 1od sep
Puajss apep[13nas ep og) ogs opu
op se s a j u e p u n q e
sea[jelleueijuos
10d sIens.a sepeieduu0 opuenb 'ojusuz1jyu
sejjaJ 3ss3 B
sodio 3JuJuos og) ueig sop
anbaj ojsea 'sopez.ABOs3 'snadouns
znpoid suaßeul »p soJaau sessa
no seqo
a 'soj3id SO w e J e q u a s a p noinsod
uPAPY[eqeij anb sopez;ABIDSI
ouoa eusoJsuea)
as '3Juauuensa
E u u s 1 p u ! wassoJ o od1ej
"unuoo
wa osJaA}p 01jenb speu sop
sojnss
ap
od sou
opnaiqos sejla noio8,a s.enb oujno od
o o *opej
ejeiDOAeIosa
eusjss osuauu!
ojunfuo
que sagdejuasaidau ap
OE opIznpoid s1ens[a
accPJed
19s ues[oaId ogu saloyfnu 1ensja ojuaunsop aSsau
undop
sepeynuapI un 'stod 'pH 'oj0J ep onuaD o apep!TqIstAUI ap
eijoujid eyue
0Jeuuoue eoiyjod
a ep oudoidapauou o Jesyinuap! ap oE OOgSsaDUsap Ieu1o1 2paIEd anbanbquoj
eiOuoga
omuas
oL19duj op eooda ep estertsof
uiof aopeinstdPu
ejuayso anb auouziqos O o19|Seiq
o oyJEAJP
*alaaIV B]uoN ap spmbieui "(0981-96L1)
oypod op1payuos 1odns as-apod seu 'eza18) 131 O P s0
eioyuas e anb pyoORN
ap ajuaIed assoj
oyjeaJe eiso) so :3oua]Iad anb e eytweje wioyur
nas o opejPAaI ? Sou ogu anb ievejsap pssaa
oS
epua8»j e anb zaA Pun 'Suou
odi0o op 3uaiJ P SoPuu se esnod anb ojuej toebente n
PSu] 0onod un eij>uew ap
0onod u n 'ojuejua ou 'Tejsa 3DaIed pJOUU
apepieioype ep aueip epepouou/
'uedessa seuSdy 'sepe]EaI uaquej seu sP
sauapuad soouuq sIop '3]uauepiun
odi0 nas ua] P[a 13A P PP, 38 e1opez[AeIosa e ose) 289au
-onxn sasaA 1od o11aq05
0onod u n saIopez[AeIDsa ue[naIosap anb 'sajuefela sop
sopeuyioo sojsd sojuaq0o
unu Jeinay eJed epejD a]uaujepadsa sâos
seu3 sep 3quSiaJIA "0oyeiaoj0J OIpnisa eun 'orua
Pun u s epelerj 3v3Iede oaje 31Jod ap eIoyuas
euIs as a aUIUeI;I
E anb sopunu sassaU eupoi 3s-wereuo] anb1aAapseuoy
oE :nouo oeplAeIDsa
Iod opeoy1puspI ogu oJeiao1oy 1od
epR
Se O11d ap anaos ojppou o '0981 ap ejoa
ep ose o 9 3ssa3
-sLI 'sOAvisa a oy1vnuD) DISOD vypuunfvp 13yjny eyeiaojoj unu no
S0ido sop I[uZAns
eun Jues
epejurnbai eouaJsa euioj 2AB
Te]sod-ogJes u n u 3 opeuiojsueij opuenb OUseu
SenI seu
ap oquap 1 2A23
e;IIODO Bnb o etoueu anb ap opuejsou 's2ja]e
-npoidai tOJ og`enys ap ody jej sazaA seynu 'eo\ujuoj3u ogiunjEu
-31Ie pl "sopez;aeissa 1od a 'saias wa ojaJ 311odsueij o ouo *opel0
IEJUZSZUdeI
seseo seu aquasaId rejpos enbJeJas Bst
uTeAeYTeqeij anb u a J2]ua P
OPssIuuqns,
ELIPS$3OU tuo
'so1Ndue.
weAPTysap ouoo uIsse 'euaJSIS Ip Odj assa e snadeyp
SejoE>
weuasap sao 'sojedes was aiduas seur eanyp-eprens
'sooysauop
opueiodsa1opez;APiosa so;udo1d snas ap 1apod op ogSeju»s* soue
efn>BIOUeu Deyuðs
a
oyjadsa un EAEDYIuajs sopns3a weis ouo» esiaA}p
sO OeplAe1osa ap seuioJ senno Iejoue weuiad jedn Ouo puend
puend u u n
ou sopuasu!
SOAOU ojxajuoo PAJJeJua) e p o j o q u s
ueAPYuea so;ueu3o sousau sassa 'oueq1n
E}JeD ap Sjeujue, soJppepiaa uso seossad Jeuiojsue.) op a b s3Jueetaou
anb sayu
P ps o u y o g u a n u e "
uesnjso
noIA uaaeuut e 'aquai10031 op] aq *aqLJe) ou a |Iseig Ou
od sopeusaadai weioj auodsue ap sojau sie) up8ins eyelb *led u
sauoLuadnsPyuupe»o :
weJeta anb sunu0 og) we1oj EuEuny apepppede» p
nd>s oesou"
s u p u
ouousan.p
SOJquio snas wa wejuojsns anb sopez[ae1>sa 1odsopeioc
Sens ua
seJopez{aei>sa a so1opez;AeIDs3 op soJeijad ou
anb uua wuny
EAJELIDeujoj e a apepiueuns e apadxa 'ojuyque o eyej
je
-LAESa ap epugae, ap seuioj seuga sep eun oul0 opiznpea uh
iou
opipuauj ayu||-sagdenjs ua ousauu 9 un oue,
wEAPIuOsaidau saja "(ose assau pez/aei>sa ap opeu e oLNu eSsa
Seu
soiednj sou sopexjaI "eoyugje-oje eJodsgip BSu
iiii
1njan de h i s t o r i a s no MAAS Olunista
como
lora-adjunta
curado
atua
do jornal Nexo.

a partir de apresentação
da autora no
FONTE: Texto produzido
realizado no MASP, entre
Histórias afro-atlânticas,
seminário
20-21.10.2017.

Janeiro: Imprensa Nacional,


E preciso
destacar que Por-
4 1942, p. 109.
que
de uma tradição
Gostaria de
esclarecer
tão
s o m e n - tugal carecia Lá
recupera
na formação de pintores. O pitoresco um grupo
artigo durante
mas não 5
existiam academias,
este criadas

imagens
de teorias, ideias e convenções
tanto n a colônia
e s c r a v o -

te as sistema

vigéncia
do
a
de pintura, e cresceu e m tor-
a portanto,
a produção populares que
Não
inclui, c o m o n a metrópole
crata. século 20
considerada
no da questão de como olhar as
desse gênero foi
no
produzida
arte
ou mais c o n t e m p o r a n e a m e n t e p a i s a g e n s - converteu-se num
de menor importância, quando
Esclareço tema do maior interesse entre
escravidão.
atividade desonrosa.
sobre a não uma
escrevi um
outro
inexis- finais do século 18e inícios do
ainda que
"Lendo e Na própria metrópole
ensaio sobre
o tema, ensino 19. Ele se apresentava comno
o rei, a tia uma estrutura de
uma categoria est tica oposta
agenciando imagens: naturais" artístico para além das escolas
natureza e seus
belos
estabelecidas em mosteiros e aos conceitos de sublime e de
(Sociologia&Antropologia,v. belo e foi sempre considerada
em que trato
das "aulas régias". Toda a arte
4, n. 2, out. 2014), concentravase no palácio do como uma definição imprecisa.
do
da associação entre o corpo
Além do O termo representava também
reieocorpo do escravizado.
rei ou nas igrejas.
mais, mesmo essas poucas
um estrangeirismo do pittores
Disponível em http://www.so-
iniciativas encontravamse em que francês e do pitorresco ita-
ciologiaeantropologia.com.br/
decadência no início do século liano. Com o tempo, passaria
wp-content/uploads/2015/05/
19: o Curso de Risco estabele a ser aplicado a todos os temas
v4n02_05.pdf. Acesso emm
14.11.2021. cido por Johann Ludwig Aberli agradáveis da pintura, para
além de estar restrito à pintu-
(1723-1786) mosteiro de
no
2 Slave ra de paisagem. Ver Stephen
Voyages v2.2.13, Mafra, na primeira metade do
2021. (eds.),
Disponível em http:/ 18, a essas alturas tinha desa- Copley e Peter Garside
www.slavevoyages.org. Acesso
em 14.11.2021.
parecido, e as aulas régias- de The Politics of the Picturesque.
desenho, arquitetura civil, de Literature, Landscape and Aes-
esculturae gravura-, intro- thetic since 1770. Cambridge:
3André
tura
João Antonil, Cul- duzidas na segunda metade
Cambridge University Press,
opulência do Brasil por
e
do mesmo século, tendiam a 1994, pp. 1-5.
u4s drogas e minas. Rio de
Janeiro: Typ. seguir pelo mesmo caminho.
Imp. e Const. de
Villeneuvee Ca, 1837. Ver Adolfo Morales de Los 6 Nessa época, o monarca
dom João VI (1767-1826)
Rios, O ensino artístico. Rio de

LLA MON
confeccionada
da Fassin, La force de l'ordre. Une
12 Máscara
flexível.
anthropologie de la police des
no Brasil,
flandres,
metal
folha de quartiers. Paris: Seuil, 2011.
morando
estava
das
invasão três buracos:
tendo fugido da de-
E s t r u t u r a d a em

nariz,
francesas. Após a s olhos, um no
tropas Viena
dois nos 18 Não se sabe bem a origem
de da cabeça por
cisões do Congresso fechada atrás desse tipo de indumentária. O
não só era
(1814-1815), o príncipe O
instrumento

Reino
cadeado. que se sabe é que várias nações
transforma a
colônia n o método de punição
como
usado africanas usavam os assim
Brasil e durante o sé-
Unido de Portugal, escravizados
de chamados "panos da costa
A l g a r v e (1815-1822), c o m o
forma de evitar
culo 19 e
como

com a
como elemento da indumen-
declara o fim da guerra terra e m grande
medida levou a
uma que ingerissem cometessem
tária feminina. Por aqui eles
França. Tal quantidade e assim
franceses, viraram forma de delimitação
grande migração de suicidio. A prática era
chamada
industriais de identidade tanto no dia a dia
dentre eles artesãos, conhecida como

exata- de "banzo", como nas práticas de religiões


e pintores. Debret chega "doença da saudade".
mente nessa época. de matriz africana.

13 Ver Boris Kossoy, Hercule


7 Rodrigo Naves, Aforma descoberta isolada
19 O trabalho de recorte e
Florence: a
1996.
dificil. São Paulo: Ática, da fotografia no Brasil. 3. ed. ampliação das fotos, sobre o
Ver também Valéria Lima, 2006; Boris qual faço referência, foi reali-
com Debret. Rio
São Paulo:Edusp,
Uma viagem da zado junto com Sergio Burgi e
de Janeiro: Zahar, 2006;
Valéria Kossoy, Origens e expansão
Brasil. Século XIX. Maria Helena Machado para a
Lima, Debret, historiador e pin- fotografia no

Rio de Janeiro: Funarte, 1980; exposiçãoeo seminário intitu-


tor. Campinas: Ed. da Unicamp,
lados Abolições (2008
2005; Lilia Schwarcz, 0 sol do
Boris Kossoy, Fotografia histó-
Brasil. São Paulo: Companhia ria. São Paulo: Ática, 1999.
20 Ana Maria Mauad, "Fo-
das Letras, 2008.
14 Susan Sontag, Sobre a foto- tografias com corpo e alma."
8 Para uma análise mais de- grafia. São Paulo: Companhia Afro-Asia, n. 48, pp. 439-46. Dis-
tida da obra de Rugendas, ver das Letras, 2000. ponível em http://www.scielo.br/
o excelente artigo de Robert W. pdf/afro/n48/a18n48.pdf. Acesso
Slenes, "As provações de um 15 Para um ótimo panorama em 14.11.2021; Sandra Sofia
Abraão africano: a nascente sobre os fotógrafos do Império, Machado Koutsoukos, Negros
nação brasileira na Viagem ver Ana Maria Mauad, Poses no estúdio do fotógrafo, segunda
Alegórica de Johann Moritz eflagrantes- Ensaios sobre metade do século XIX. Campi-
Rugendas". Revista de História históriae fotografia. Niterói: nas: Ed. da Unicamp, 2010.
da Arte e Arqueologia, n. 2, Eduff, 2008. Para análise das
1995-1996. fotografias brasileiras durante 21 Mauricio Lissovsky, "Dez
o Império, ver Natália Brizuela, proposições acerca do futuro da
9 Michael Baxandall, Padrões "Lembranças da raça". In: Fo- fotografia". Revista de Comuni
de intenção. São Paulo:
Compa- tografia e Império. São Paulo: cação e Marketing da Faap, n.
nhia das Letras, 2000. Companhia das Letras, 2012. 23, 2011, p. 9.

10 Robert Darnton, The Busi 16 Lilia Moritz Schwarcz, As 22 Ver Lilia Moritz Schwarcz
ness of Enlightenment. Boston: barbas do imperador. São Paulo: e Lúcia Klück Stumpf, "Escra-
Harvard University Press, 1987.
Companhia das Letras, 2000. vos de cá e de lá", presente neste
volume. Sobre o autor, ver tam
1 Referência ao famoso livro 17 Para técnicas
Surveiller et punir corporais, bém Ana Lúcia Araújo, Brazil
|Vigiare
punir), de Michel Foucault
ver ensaio clássico de Marcel through French Eyes. Albuquer
lauss, "As téécnicas do Mexico
(1926-1894), cujo primeiro capí- In:
corpo". que: University of New
tulo trata
justamente das ma- Sociologia antropologia.
São Paulo:
e Press, 2015.
neiras como o Cosac Naify, 2013.
no
poder se inscreve Para as maneiras como
corpo dos condenados. os 23 Karel David, Diction-
corpos lembram, ver Didier naire des Artistes de Langue
incluiria uma passagem pelos 34 Carlo
Amerigue
culpteurs, des-
du
Estados Unidos. Ginzburg, Mitos,
emblemas, sinais.
en
Såo Paulo:
Nondpeintres,.ec: Presses de
pramais

urs Quebec:
29 Ver Camillia Cowling, Companhia das Letras, 2003.
L a v a l ,
1992
Conceiving Freedom: Women of 35 Charles Brand,
um
niversite
Color, Gender and Abolition of te viajan-
europeu que visitou o Valon-
/'7 e m b a r c o u

1827
Biard Slavery in Havana and Rio de go, imenso mercado bem no
MEm
viagem,

Janeiro. Chapel Hill: University centro do Rio de


prmeira
m e d i t e r r á

of North Carolina Press, 2013;


Janeiro, quan-
sua o
do um
para percorreu
Malta, grande carregamento de
ando e s c a l a s
em
Maria Helena Machado, "Entre escravizados foi desembarcado,
fazendo
Em 1839,
neo eFgito. dois Beneditos: histórias de amas deixou esta triste
Siria
da
e x p e d i ç ã o

de leite no ocaso da escravidão"


descrição: "A
Chipre,
participa

Paul Gai primeira loja de carne em que


epintor
dirigida
por
In: Giovanna Xavier, Juliana Bar entramos continha trezentas
cientithca, Spitzberg
( 1 7 9 6 - 1 8 5 8 ) ,
a
reto Farias Flávio Gomes, Mu-
e crianças de ambos os sexos;
Em
mard norte.

n0polo rumo
lheres negras no Brasil escravista o mais velho
poderia ter doze
elapónia,
artista
e m b a r c a

e do pós-emancipação.
São Paulo: ou treze anos, e o mais novo,
de
8S8, 0 cerca

ondepassa Selo Negro, 2012. não mais de seis ou sete.


Brasil, Biard faz [...
ao
No
retorno,
O cheiro eo calor da sala eram
anos. antes
dois Unidos,
Estados
Ver Stuart Hall, "The muito opressivos e repugnan-
escala
nos
Europa.
30
tes. Tendo meu termômetro no
Spectacle of the Other". In:
a
retornar
para
de
Stuart Hall, Jessica Evans e
bolso, observei que se chegava a
on
Trade (Slaves 33 graus e era então inverno".
Slave Sean Nixon (eds.), Representa-
25 The circa
theWest Coast ofAfrica), 228
tion: Cultural Representations
162 x
1833. Oleo sobre tela, and Signifying Practices. 2.
ed. 36 No Dicionário da escravi-
House
Wilberforce
dão e da liberdade (São Paulo:
cm. Coleção Thousand Oaks: SAGE Publica-
Museum,
Hull City, Inglaterra. Companhia das Letras, 2018),
tions, 2013.
Flávio
que organizei junto
com

Pedro de Andrade
Alvim, Gomes, apresentamos alguns
26 também
1'ouvre 31 Tratei desse tema fotos
monde comme spetacle: Pau- conjuntos de desenhose
Biard em Espetáculo das raças (São famosas "cadeirinhas"
du peintreFrançois-Auguste
Doutorado. lo: Companhia das Letras, 1990).
sobre as

(U798-1882). Tese de no Brasil oitocentista.


Université de Paris I, 2001.
Blind
32 Ver Marcus Wood, 2000,
37 Michael Baxandall,
Memory: Visual Representa- Modernis-
7 Ver Ana Lúcia Araújo, and op. cit.; T. J.
Clark,
tions of Slavery in England
2015, 0p. cit; Pedro de Andrade mos. São Paulo: Cosac Naity,
America 1780-1865.
Nova York: análise da tela
Alvim, 2001, op. cit. 2007 (para uma
Routledge, 2009.
La Mort de
Marat [A morte de
28 Paul Gilroy, The Blackk Jacques-Louis
Marat) (1793), de
33 Para uma visão mais Inda-
Atlantic: Modernity and Dou- David); Carlo
Ginzburg,
batismo,
Dle Counciousness. Londres: abrangente da arte negra gaçðes sobre
Piero: o
contemporånea, ver Richard
Verso, 1987. Biard esteve o ciclo de
Arezzo, a
flagelação.
Cultural 1989.
também no Brasil em meados Powell, Black Art: A São Paulo: Paz e Terra,
da
década de 1850. A Thames and
viagem History. Londres:
duraria cerca de dois anose Hudson, 1997.

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