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senvolvimento de atividades que possibilitem borar um programa de leituras, o professor Gênero: • Discussão de outros pontos de vista a res-

Literatura é aprendizado de humanidade a cada aluno dialogar com o texto, interrogá- deve levar em conta as experiências do alu-
no como leitor (o que ele já leu? como ele
Palavras-chave: peito de questões suscitadas pela obra.
lo, explorá-lo. Mas essas atividades não são Áreas envolvidas: • Tendo a obra estudada como ponto de
DOUGLAS TUFANO realizadas apenas individualmente; devem lê?) e, com base nisso, escolher os livros com
Temas transversais: partida, produção de outros textos verbais
contar também com a participação dos ou- os quais vai trabalhar.
Público-alvo: ou de trabalhos que contemplem diferentes
tros alunos –– por meio de debates e troca
Com essa iniciação literária bem planejada linguagens artísticas: teatro, música, artes
de opiniões –– e com a participação do pro-
e desenvolvida, o aluno vai adquirindo condi- plásticas etc.
fessor como um dos leitores do texto, um lei- Propostas de atividades
ções de ler bem os grandes escritores, brasilei-
tor privilegiado, mas não autoritário, sem-
ros e estrangeiros, de nossa época ou de ou- F nas telas do cinema
A literatura não é matéria escolar, é ma- a reflexão sobre aspectos importantes do com- pre receptivo às leituras dos alunos, além de a) antes da leitura
tras épocas. Nesse sentido, as noções de teoria
téria de vida. portamento humano e da vida em sociedade, permitir-lhes, conforme o caso, o acesso às
literária aplicadas durante a análise de um tex-
e ainda permite o diálogo com outras áreas interpretações que a obra vem recebendo ao • Indicação de filmes, disponíveis em VHS ou
A boa literatura problematiza o mundo, to literário só se justificam quando, efetivamen- Considerando que os sentidos que atribuímos
do conhecimento. longo do tempo. DVD, que tenham alguma articulação com a
tornando-o opaco e incitando à reflexão. É te, contribuem para enriquecer a leitura e com- a um texto dependem muito de nossas expe-
Essa tarefa de iniciação literária é uma das preensão do texto, pois nunca devem ser um obra estudada, tanto em relação à temática
um desafio à sensibilidade e inteligência do O professor é o intermediário entre o tex- riências como leitor, sugerimos neste item
JOSÉ DE ALENCAR leitor, que assim se enriquece a cada leitura. to e o aluno. Mas, como leitor maduro e ex- grandes responsabilidades da escola. Uma
coisa é a leitura livre do aluno, que obvia-
fim em si mesmas. A escola de Ensino Funda-
mental e Médio quer formar leitores, não crí-
algumas atividades que favorecem a ativa-
como à estrutura composicional.
A literatura não tem a pretensão de oferecer periente, cabe e ele a tarefa delicada de in- ção dos conhecimentos prévios necessários à
modelos de comportamento nem receitas de tervir e esconder-se ao mesmo tempo, per- mente pode ser feita dentro ou fora da es- ticos literários. Só assim é possível perceber o F nas ondas do som
compreensão da obra.
Lucíola felicidade; ao contrário, provoca o leitor, esti- mitindo que o aluno e o texto dialoguem o cola. Outra coisa é o trabalho de iniciação
literária que a escola deve fazer para desen-
especial valor educativo da literatura, que,
como dissemos, não consiste em memorizar • Indicação de músicas que tenham relação
mula-o a tomar posição diante de certas ques- mais livremente possível. b) durante a leitura
tões vitais. A literatura propicia a percepção volver a capacidade de leitura do aluno, para conteúdos mas em ajudar o aluno a situar-se significativa com a temática ou com a estru-
Porém, por circular na sala de aula jun- ajudá-lo a converter-se num leitor crítico, pois no mundo e a refletir sobre o comportamento
de diferentes aspectos da realidade. Ela dá tura da obra estudada.
to com os textos escolares, muitas vezes o essa maturidade como leitor não coincide humano nas mais diferentes situações. Litera- Apresentamos alguns objetivos orientadores
forma a experiências e situações que, muitas
texto literário acaba por sofrer um trata- necessariamente com a faixa etária. Ao ela- tura é aprendizado de humanidade. que podem auxiliar a construção dos senti-
vezes, são desconcertantes para o jovem lei- F nos enredos do real
mento didático, que desconsidera a própria dos do texto pelo leitor.
tor, ao ajudá-lo a situar-se no mundo e a re-
natureza da literatura. O texto literário não
fletir sobre seu próprio comportamento.
é um texto didático. Ele não tem uma res- c) depois da leitura • Sugestão de atividades que ampliam o es-
Mas essa característica estimuladora da li- posta, não tem um significado que possa tudo da obra, relacionando-a aos conteúdos
teratura pode ser anulada se, ao entrar na ser considerado correto. Ele é uma pergun- de diversas áreas curriculares.
DESCRIÇÃO DO PROJETO DE LEITURA Sem nenhuma pretensão de esgotar os sen-
sala de aula, o texto for submetido a uma ta que admite várias respostas; depende da
tidos do texto, propomos algumas ativida-
prática empobrecedora, que reduz sua maturidade do aluno e de suas experiênci- DICAS DE LEITURA
potencialidade crítica. as como leitor. O texto literário é um cam- UM POUCO SOBRE O AUTOR aspectos importantes, como a visão de des que ajudam o leitor a aprofundar sua
po de possibilidades que desafia cada lei- mundo nela expressa, a linguagem do au- compreensão da obra, sugerindo também,
PROJETO DE LEITURA Se concordarmos em que a escola deve es- Sugestões de outros livros relacionados à
tor individualmente. Apresentamos informações básicas sobre o tor, os seus recursos expressivos, a compo- conforme o caso, a pesquisa de assuntos
Douglas Tufano tar mais atenta ao desenvolvimento da ma- autor, situando-o no contexto da história da sição dos personagens etc. Com esses co- relacionados aos conteúdos das diversas obra estudada, criando no aluno o desejo de
Maria José Nóbrega neira de pensar do que à memorização de con- Trabalhar o texto como se ele tivesse um mentários, o professor poderá ter uma ampliar suas experiências como leitor. Essas
literatura brasileira ou portuguesa. áreas curriculares e a reflexão a respeito
teúdos, devemos então admitir que sua fun- significado objetivo e unívoco é trair a na- sugestões podem incluir obras do mesmo
idéia dos aspectos que poderão ser abor- de temas que permitam a inserção do aluno
ção mais importante é propiciar ao aluno ati- tureza da literatura e, o que é mais grave autor ou obras de outros autores que tra-
RESENHA dados e também identificar os conteúdos no debate de questões contemporâneas.
vidades que desenvolvam sua capacidade de do ponto de vista educacional, é contrariar
das diferentes áreas do conhecimento que tam de temas afins:
raciocínio e argumentação, sua sensibilidade o próprio princípio que justificou a inclusão
para a compreensão das múltiplas facetas da da literatura na escola. Se agirmos assim, Apresentamos uma síntese da obra para que poderão ser explorados em sala de aula. F nas tramas do texto
realidade. A escola, portanto, deveria ser, an- não estaremos promovendo uma educação o professor, ao conhecer o tema e seu desen- w do mesmo autor;
tes de tudo, um espaço para o exercício da estética, que, por definição, não pode ser volvimento, possa avaliar a pertinência da QUADRO-SÍNTESE • Compreensão geral do texto a partir de w de outros autores;
liberdade de pensamento e de expressão. homogeneizada, massificada, desperso- adoção, levando em conta o interesse e o reprodução oral ou escrita do que foi lido ou w leitura de desafio.
nalizada. Sem a marca do leitor, nenhuma nível de leitura de seus alunos. O quadro-síntese permite uma visualização de respostas a questões propostas pelo pro-
E se aceitarmos a idéia de que a literatura
leitura é autêntica; será apenas a reprodu- rápida de alguns aspectos didáticos da obra fessor em situação de leitura compartilhada. Indicação de livros que podem estar um pou-
é uma forma particular de conhecimento da
ção da leitura de alguma outra pessoa (do COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA em questão. São eles: a indicação do gênero • Apreciação dos recursos expressivos empre- co além do grau de autonomia do leitor da
realidade, uma maneira de ver o real, enten-
professor, do crítico literário etc.). literário, as áreas e os temas transversais en- gados na obra. obra analisada, com a finalidade de ampliar
deremos que ela pode ajudar enormemente
o professor nessa tarefa educacional, pois Cabe ao professor, portanto, a tarefa de Conforme as características do gênero a volvidos nas atividades e o público-alvo pre- • Identificação e avaliação dos pontos de vis- os horizontes culturais do aluno, apresentan-
pode ser uma excelente porta de entrada para criar na sala de aula as condições para o de- que pertence a obra, destacamos alguns sumido para a obra. ta sustentados pelo autor. do-lhe até mesmo autores estrangeiros.

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senvolvimento de atividades que possibilitem borar um programa de leituras, o professor Gênero: • Discussão de outros pontos de vista a res-
Literatura é aprendizado de humanidade a cada aluno dialogar com o texto, interrogá- deve levar em conta as experiências do alu-
no como leitor (o que ele já leu? como ele
Palavras-chave: peito de questões suscitadas pela obra.
lo, explorá-lo. Mas essas atividades não são Áreas envolvidas: • Tendo a obra estudada como ponto de
DOUGLAS TUFANO realizadas apenas individualmente; devem lê?) e, com base nisso, escolher os livros com
Temas transversais: partida, produção de outros textos verbais
contar também com a participação dos ou- os quais vai trabalhar.
Público-alvo: ou de trabalhos que contemplem diferentes
tros alunos –– por meio de debates e troca
Com essa iniciação literária bem planejada linguagens artísticas: teatro, música, artes
de opiniões –– e com a participação do pro-
e desenvolvida, o aluno vai adquirindo condi- plásticas etc.
fessor como um dos leitores do texto, um lei- Propostas de atividades
ções de ler bem os grandes escritores, brasilei-
tor privilegiado, mas não autoritário, sem-
ros e estrangeiros, de nossa época ou de ou- F nas telas do cinema
A literatura não é matéria escolar, é ma- a reflexão sobre aspectos importantes do com- pre receptivo às leituras dos alunos, além de a) antes da leitura
tras épocas. Nesse sentido, as noções de teoria
téria de vida. portamento humano e da vida em sociedade, permitir-lhes, conforme o caso, o acesso às
literária aplicadas durante a análise de um tex-
e ainda permite o diálogo com outras áreas interpretações que a obra vem recebendo ao • Indicação de filmes, disponíveis em VHS ou
A boa literatura problematiza o mundo, to literário só se justificam quando, efetivamen- Considerando que os sentidos que atribuímos
do conhecimento. longo do tempo. DVD, que tenham alguma articulação com a
tornando-o opaco e incitando à reflexão. É te, contribuem para enriquecer a leitura e com- a um texto dependem muito de nossas expe-
Essa tarefa de iniciação literária é uma das preensão do texto, pois nunca devem ser um obra estudada, tanto em relação à temática
um desafio à sensibilidade e inteligência do O professor é o intermediário entre o tex- riências como leitor, sugerimos neste item
JOSÉ DE ALENCAR leitor, que assim se enriquece a cada leitura. to e o aluno. Mas, como leitor maduro e ex- grandes responsabilidades da escola. Uma
coisa é a leitura livre do aluno, que obvia-
fim em si mesmas. A escola de Ensino Funda-
mental e Médio quer formar leitores, não crí-
algumas atividades que favorecem a ativa-
como à estrutura composicional.
A literatura não tem a pretensão de oferecer periente, cabe e ele a tarefa delicada de in- ção dos conhecimentos prévios necessários à
modelos de comportamento nem receitas de tervir e esconder-se ao mesmo tempo, per- mente pode ser feita dentro ou fora da es- ticos literários. Só assim é possível perceber o F nas ondas do som
compreensão da obra.
Lucíola felicidade; ao contrário, provoca o leitor, esti- mitindo que o aluno e o texto dialoguem o cola. Outra coisa é o trabalho de iniciação
literária que a escola deve fazer para desen-
especial valor educativo da literatura, que,
como dissemos, não consiste em memorizar • Indicação de músicas que tenham relação
mula-o a tomar posição diante de certas ques- mais livremente possível. b) durante a leitura
tões vitais. A literatura propicia a percepção volver a capacidade de leitura do aluno, para conteúdos mas em ajudar o aluno a situar-se significativa com a temática ou com a estru-
Porém, por circular na sala de aula jun- ajudá-lo a converter-se num leitor crítico, pois no mundo e a refletir sobre o comportamento
de diferentes aspectos da realidade. Ela dá tura da obra estudada.
to com os textos escolares, muitas vezes o essa maturidade como leitor não coincide humano nas mais diferentes situações. Litera- Apresentamos alguns objetivos orientadores
forma a experiências e situações que, muitas
texto literário acaba por sofrer um trata- necessariamente com a faixa etária. Ao ela- tura é aprendizado de humanidade. que podem auxiliar a construção dos senti-
vezes, são desconcertantes para o jovem lei- F nos enredos do real
mento didático, que desconsidera a própria dos do texto pelo leitor.
tor, ao ajudá-lo a situar-se no mundo e a re-
natureza da literatura. O texto literário não
fletir sobre seu próprio comportamento.
é um texto didático. Ele não tem uma res- c) depois da leitura • Sugestão de atividades que ampliam o es-
Mas essa característica estimuladora da li- posta, não tem um significado que possa tudo da obra, relacionando-a aos conteúdos
teratura pode ser anulada se, ao entrar na ser considerado correto. Ele é uma pergun- de diversas áreas curriculares.
DESCRIÇÃO DO PROJETO DE LEITURA Sem nenhuma pretensão de esgotar os sen-
sala de aula, o texto for submetido a uma ta que admite várias respostas; depende da
tidos do texto, propomos algumas ativida-
prática empobrecedora, que reduz sua maturidade do aluno e de suas experiênci- DICAS DE LEITURA
potencialidade crítica. as como leitor. O texto literário é um cam- UM POUCO SOBRE O AUTOR aspectos importantes, como a visão de des que ajudam o leitor a aprofundar sua
po de possibilidades que desafia cada lei- mundo nela expressa, a linguagem do au- compreensão da obra, sugerindo também,
PROJETO DE LEITURA Se concordarmos em que a escola deve es- Sugestões de outros livros relacionados à
tor individualmente. Apresentamos informações básicas sobre o tor, os seus recursos expressivos, a compo- conforme o caso, a pesquisa de assuntos
Douglas Tufano tar mais atenta ao desenvolvimento da ma- autor, situando-o no contexto da história da sição dos personagens etc. Com esses co- relacionados aos conteúdos das diversas obra estudada, criando no aluno o desejo de
Maria José Nóbrega neira de pensar do que à memorização de con- Trabalhar o texto como se ele tivesse um mentários, o professor poderá ter uma ampliar suas experiências como leitor. Essas
literatura brasileira ou portuguesa. áreas curriculares e a reflexão a respeito
teúdos, devemos então admitir que sua fun- significado objetivo e unívoco é trair a na- sugestões podem incluir obras do mesmo
idéia dos aspectos que poderão ser abor- de temas que permitam a inserção do aluno
ção mais importante é propiciar ao aluno ati- tureza da literatura e, o que é mais grave autor ou obras de outros autores que tra-
RESENHA dados e também identificar os conteúdos no debate de questões contemporâneas.
vidades que desenvolvam sua capacidade de do ponto de vista educacional, é contrariar
das diferentes áreas do conhecimento que tam de temas afins:
raciocínio e argumentação, sua sensibilidade o próprio princípio que justificou a inclusão
para a compreensão das múltiplas facetas da da literatura na escola. Se agirmos assim, Apresentamos uma síntese da obra para que poderão ser explorados em sala de aula. F nas tramas do texto
realidade. A escola, portanto, deveria ser, an- não estaremos promovendo uma educação o professor, ao conhecer o tema e seu desen- w do mesmo autor;
tes de tudo, um espaço para o exercício da estética, que, por definição, não pode ser volvimento, possa avaliar a pertinência da QUADRO-SÍNTESE • Compreensão geral do texto a partir de w de outros autores;
liberdade de pensamento e de expressão. homogeneizada, massificada, desperso- adoção, levando em conta o interesse e o reprodução oral ou escrita do que foi lido ou w leitura de desafio.
nalizada. Sem a marca do leitor, nenhuma nível de leitura de seus alunos. O quadro-síntese permite uma visualização de respostas a questões propostas pelo pro-
E se aceitarmos a idéia de que a literatura
leitura é autêntica; será apenas a reprodu- rápida de alguns aspectos didáticos da obra fessor em situação de leitura compartilhada. Indicação de livros que podem estar um pou-
é uma forma particular de conhecimento da
ção da leitura de alguma outra pessoa (do COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA em questão. São eles: a indicação do gênero • Apreciação dos recursos expressivos empre- co além do grau de autonomia do leitor da
realidade, uma maneira de ver o real, enten-
professor, do crítico literário etc.). literário, as áreas e os temas transversais en- gados na obra. obra analisada, com a finalidade de ampliar
deremos que ela pode ajudar enormemente
o professor nessa tarefa educacional, pois Cabe ao professor, portanto, a tarefa de Conforme as características do gênero a volvidos nas atividades e o público-alvo pre- • Identificação e avaliação dos pontos de vis- os horizontes culturais do aluno, apresentan-
pode ser uma excelente porta de entrada para criar na sala de aula as condições para o de- que pertence a obra, destacamos alguns sumido para a obra. ta sustentados pelo autor. do-lhe até mesmo autores estrangeiros.

2 3 4
senvolvimento de atividades que possibilitem borar um programa de leituras, o professor Gênero: • Discussão de outros pontos de vista a res-
Literatura é aprendizado de humanidade a cada aluno dialogar com o texto, interrogá- deve levar em conta as experiências do alu-
no como leitor (o que ele já leu? como ele
Palavras-chave: peito de questões suscitadas pela obra.
lo, explorá-lo. Mas essas atividades não são Áreas envolvidas: • Tendo a obra estudada como ponto de
DOUGLAS TUFANO realizadas apenas individualmente; devem lê?) e, com base nisso, escolher os livros com
Temas transversais: partida, produção de outros textos verbais
contar também com a participação dos ou- os quais vai trabalhar.
Público-alvo: ou de trabalhos que contemplem diferentes
tros alunos –– por meio de debates e troca
Com essa iniciação literária bem planejada linguagens artísticas: teatro, música, artes
de opiniões –– e com a participação do pro-
e desenvolvida, o aluno vai adquirindo condi- plásticas etc.
fessor como um dos leitores do texto, um lei- Propostas de atividades
ções de ler bem os grandes escritores, brasilei-
tor privilegiado, mas não autoritário, sem-
ros e estrangeiros, de nossa época ou de ou- F nas telas do cinema
A literatura não é matéria escolar, é ma- a reflexão sobre aspectos importantes do com- pre receptivo às leituras dos alunos, além de a) antes da leitura
tras épocas. Nesse sentido, as noções de teoria
téria de vida. portamento humano e da vida em sociedade, permitir-lhes, conforme o caso, o acesso às
literária aplicadas durante a análise de um tex-
e ainda permite o diálogo com outras áreas interpretações que a obra vem recebendo ao • Indicação de filmes, disponíveis em VHS ou
A boa literatura problematiza o mundo, to literário só se justificam quando, efetivamen- Considerando que os sentidos que atribuímos
do conhecimento. longo do tempo. DVD, que tenham alguma articulação com a
tornando-o opaco e incitando à reflexão. É te, contribuem para enriquecer a leitura e com- a um texto dependem muito de nossas expe-
Essa tarefa de iniciação literária é uma das preensão do texto, pois nunca devem ser um obra estudada, tanto em relação à temática
um desafio à sensibilidade e inteligência do O professor é o intermediário entre o tex- riências como leitor, sugerimos neste item
JOSÉ DE ALENCAR leitor, que assim se enriquece a cada leitura. to e o aluno. Mas, como leitor maduro e ex- grandes responsabilidades da escola. Uma
coisa é a leitura livre do aluno, que obvia-
fim em si mesmas. A escola de Ensino Funda-
mental e Médio quer formar leitores, não crí-
algumas atividades que favorecem a ativa-
como à estrutura composicional.
A literatura não tem a pretensão de oferecer periente, cabe e ele a tarefa delicada de in- ção dos conhecimentos prévios necessários à
modelos de comportamento nem receitas de tervir e esconder-se ao mesmo tempo, per- mente pode ser feita dentro ou fora da es- ticos literários. Só assim é possível perceber o F nas ondas do som
compreensão da obra.
Lucíola felicidade; ao contrário, provoca o leitor, esti- mitindo que o aluno e o texto dialoguem o cola. Outra coisa é o trabalho de iniciação
literária que a escola deve fazer para desen-
especial valor educativo da literatura, que,
como dissemos, não consiste em memorizar • Indicação de músicas que tenham relação
mula-o a tomar posição diante de certas ques- mais livremente possível. b) durante a leitura
tões vitais. A literatura propicia a percepção volver a capacidade de leitura do aluno, para conteúdos mas em ajudar o aluno a situar-se significativa com a temática ou com a estru-
Porém, por circular na sala de aula jun- ajudá-lo a converter-se num leitor crítico, pois no mundo e a refletir sobre o comportamento
de diferentes aspectos da realidade. Ela dá tura da obra estudada.
to com os textos escolares, muitas vezes o essa maturidade como leitor não coincide humano nas mais diferentes situações. Litera- Apresentamos alguns objetivos orientadores
forma a experiências e situações que, muitas
texto literário acaba por sofrer um trata- necessariamente com a faixa etária. Ao ela- tura é aprendizado de humanidade. que podem auxiliar a construção dos senti-
vezes, são desconcertantes para o jovem lei- F nos enredos do real
mento didático, que desconsidera a própria dos do texto pelo leitor.
tor, ao ajudá-lo a situar-se no mundo e a re-
natureza da literatura. O texto literário não
fletir sobre seu próprio comportamento.
é um texto didático. Ele não tem uma res- c) depois da leitura • Sugestão de atividades que ampliam o es-
Mas essa característica estimuladora da li- posta, não tem um significado que possa tudo da obra, relacionando-a aos conteúdos
teratura pode ser anulada se, ao entrar na ser considerado correto. Ele é uma pergun- de diversas áreas curriculares.
DESCRIÇÃO DO PROJETO DE LEITURA Sem nenhuma pretensão de esgotar os sen-
sala de aula, o texto for submetido a uma ta que admite várias respostas; depende da
tidos do texto, propomos algumas ativida-
prática empobrecedora, que reduz sua maturidade do aluno e de suas experiênci- DICAS DE LEITURA
potencialidade crítica. as como leitor. O texto literário é um cam- UM POUCO SOBRE O AUTOR aspectos importantes, como a visão de des que ajudam o leitor a aprofundar sua
po de possibilidades que desafia cada lei- mundo nela expressa, a linguagem do au- compreensão da obra, sugerindo também,
PROJETO DE LEITURA Se concordarmos em que a escola deve es- Sugestões de outros livros relacionados à
tor individualmente. Apresentamos informações básicas sobre o tor, os seus recursos expressivos, a compo- conforme o caso, a pesquisa de assuntos
Douglas Tufano tar mais atenta ao desenvolvimento da ma- autor, situando-o no contexto da história da sição dos personagens etc. Com esses co- relacionados aos conteúdos das diversas obra estudada, criando no aluno o desejo de
Maria José Nóbrega neira de pensar do que à memorização de con- Trabalhar o texto como se ele tivesse um mentários, o professor poderá ter uma ampliar suas experiências como leitor. Essas
literatura brasileira ou portuguesa. áreas curriculares e a reflexão a respeito
teúdos, devemos então admitir que sua fun- significado objetivo e unívoco é trair a na- sugestões podem incluir obras do mesmo
idéia dos aspectos que poderão ser abor- de temas que permitam a inserção do aluno
ção mais importante é propiciar ao aluno ati- tureza da literatura e, o que é mais grave autor ou obras de outros autores que tra-
RESENHA dados e também identificar os conteúdos no debate de questões contemporâneas.
vidades que desenvolvam sua capacidade de do ponto de vista educacional, é contrariar
das diferentes áreas do conhecimento que tam de temas afins:
raciocínio e argumentação, sua sensibilidade o próprio princípio que justificou a inclusão
para a compreensão das múltiplas facetas da da literatura na escola. Se agirmos assim, Apresentamos uma síntese da obra para que poderão ser explorados em sala de aula. F nas tramas do texto
realidade. A escola, portanto, deveria ser, an- não estaremos promovendo uma educação o professor, ao conhecer o tema e seu desen- w do mesmo autor;
tes de tudo, um espaço para o exercício da estética, que, por definição, não pode ser volvimento, possa avaliar a pertinência da QUADRO-SÍNTESE • Compreensão geral do texto a partir de w de outros autores;
liberdade de pensamento e de expressão. homogeneizada, massificada, desperso- adoção, levando em conta o interesse e o reprodução oral ou escrita do que foi lido ou w leitura de desafio.
nalizada. Sem a marca do leitor, nenhuma nível de leitura de seus alunos. O quadro-síntese permite uma visualização de respostas a questões propostas pelo pro-
E se aceitarmos a idéia de que a literatura
leitura é autêntica; será apenas a reprodu- rápida de alguns aspectos didáticos da obra fessor em situação de leitura compartilhada. Indicação de livros que podem estar um pou-
é uma forma particular de conhecimento da
ção da leitura de alguma outra pessoa (do COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA em questão. São eles: a indicação do gênero • Apreciação dos recursos expressivos empre- co além do grau de autonomia do leitor da
realidade, uma maneira de ver o real, enten-
professor, do crítico literário etc.). literário, as áreas e os temas transversais en- gados na obra. obra analisada, com a finalidade de ampliar
deremos que ela pode ajudar enormemente
o professor nessa tarefa educacional, pois Cabe ao professor, portanto, a tarefa de Conforme as características do gênero a volvidos nas atividades e o público-alvo pre- • Identificação e avaliação dos pontos de vis- os horizontes culturais do aluno, apresentan-
pode ser uma excelente porta de entrada para criar na sala de aula as condições para o de- que pertence a obra, destacamos alguns sumido para a obra. ta sustentados pelo autor. do-lhe até mesmo autores estrangeiros.

2 3 4
senvolvimento de atividades que possibilitem borar um programa de leituras, o professor Gênero: • Discussão de outros pontos de vista a res-
Literatura é aprendizado de humanidade a cada aluno dialogar com o texto, interrogá- deve levar em conta as experiências do alu-
no como leitor (o que ele já leu? como ele
Palavras-chave: peito de questões suscitadas pela obra.
lo, explorá-lo. Mas essas atividades não são Áreas envolvidas: • Tendo a obra estudada como ponto de
DOUGLAS TUFANO realizadas apenas individualmente; devem lê?) e, com base nisso, escolher os livros com
Temas transversais: partida, produção de outros textos verbais
contar também com a participação dos ou- os quais vai trabalhar.
Público-alvo: ou de trabalhos que contemplem diferentes
tros alunos –– por meio de debates e troca
Com essa iniciação literária bem planejada linguagens artísticas: teatro, música, artes
de opiniões –– e com a participação do pro-
e desenvolvida, o aluno vai adquirindo condi- plásticas etc.
fessor como um dos leitores do texto, um lei- Propostas de atividades
ções de ler bem os grandes escritores, brasilei-
tor privilegiado, mas não autoritário, sem-
ros e estrangeiros, de nossa época ou de ou- F nas telas do cinema
A literatura não é matéria escolar, é ma- a reflexão sobre aspectos importantes do com- pre receptivo às leituras dos alunos, além de a) antes da leitura
tras épocas. Nesse sentido, as noções de teoria
téria de vida. portamento humano e da vida em sociedade, permitir-lhes, conforme o caso, o acesso às
literária aplicadas durante a análise de um tex-
e ainda permite o diálogo com outras áreas interpretações que a obra vem recebendo ao • Indicação de filmes, disponíveis em VHS ou
A boa literatura problematiza o mundo, to literário só se justificam quando, efetivamen- Considerando que os sentidos que atribuímos
do conhecimento. longo do tempo. DVD, que tenham alguma articulação com a
tornando-o opaco e incitando à reflexão. É te, contribuem para enriquecer a leitura e com- a um texto dependem muito de nossas expe-
Essa tarefa de iniciação literária é uma das preensão do texto, pois nunca devem ser um obra estudada, tanto em relação à temática
um desafio à sensibilidade e inteligência do O professor é o intermediário entre o tex- riências como leitor, sugerimos neste item
JOSÉ DE ALENCAR leitor, que assim se enriquece a cada leitura. to e o aluno. Mas, como leitor maduro e ex- grandes responsabilidades da escola. Uma
coisa é a leitura livre do aluno, que obvia-
fim em si mesmas. A escola de Ensino Funda-
mental e Médio quer formar leitores, não crí-
algumas atividades que favorecem a ativa-
como à estrutura composicional.
A literatura não tem a pretensão de oferecer periente, cabe e ele a tarefa delicada de in- ção dos conhecimentos prévios necessários à
modelos de comportamento nem receitas de tervir e esconder-se ao mesmo tempo, per- mente pode ser feita dentro ou fora da es- ticos literários. Só assim é possível perceber o F nas ondas do som
compreensão da obra.
Lucíola felicidade; ao contrário, provoca o leitor, esti- mitindo que o aluno e o texto dialoguem o cola. Outra coisa é o trabalho de iniciação
literária que a escola deve fazer para desen-
especial valor educativo da literatura, que,
como dissemos, não consiste em memorizar • Indicação de músicas que tenham relação
mula-o a tomar posição diante de certas ques- mais livremente possível. b) durante a leitura
tões vitais. A literatura propicia a percepção volver a capacidade de leitura do aluno, para conteúdos mas em ajudar o aluno a situar-se significativa com a temática ou com a estru-
Porém, por circular na sala de aula jun- ajudá-lo a converter-se num leitor crítico, pois no mundo e a refletir sobre o comportamento
de diferentes aspectos da realidade. Ela dá tura da obra estudada.
to com os textos escolares, muitas vezes o essa maturidade como leitor não coincide humano nas mais diferentes situações. Litera- Apresentamos alguns objetivos orientadores
forma a experiências e situações que, muitas
texto literário acaba por sofrer um trata- necessariamente com a faixa etária. Ao ela- tura é aprendizado de humanidade. que podem auxiliar a construção dos senti-
vezes, são desconcertantes para o jovem lei- F nos enredos do real
mento didático, que desconsidera a própria dos do texto pelo leitor.
tor, ao ajudá-lo a situar-se no mundo e a re-
natureza da literatura. O texto literário não
fletir sobre seu próprio comportamento.
é um texto didático. Ele não tem uma res- c) depois da leitura • Sugestão de atividades que ampliam o es-
Mas essa característica estimuladora da li- posta, não tem um significado que possa tudo da obra, relacionando-a aos conteúdos
teratura pode ser anulada se, ao entrar na ser considerado correto. Ele é uma pergun- de diversas áreas curriculares.
DESCRIÇÃO DO PROJETO DE LEITURA Sem nenhuma pretensão de esgotar os sen-
sala de aula, o texto for submetido a uma ta que admite várias respostas; depende da
tidos do texto, propomos algumas ativida-
prática empobrecedora, que reduz sua maturidade do aluno e de suas experiênci- DICAS DE LEITURA
potencialidade crítica. as como leitor. O texto literário é um cam- UM POUCO SOBRE O AUTOR aspectos importantes, como a visão de des que ajudam o leitor a aprofundar sua
po de possibilidades que desafia cada lei- mundo nela expressa, a linguagem do au- compreensão da obra, sugerindo também,
PROJETO DE LEITURA Se concordarmos em que a escola deve es- Sugestões de outros livros relacionados à
tor individualmente. Apresentamos informações básicas sobre o tor, os seus recursos expressivos, a compo- conforme o caso, a pesquisa de assuntos
Douglas Tufano tar mais atenta ao desenvolvimento da ma- autor, situando-o no contexto da história da sição dos personagens etc. Com esses co- relacionados aos conteúdos das diversas obra estudada, criando no aluno o desejo de
Maria José Nóbrega neira de pensar do que à memorização de con- Trabalhar o texto como se ele tivesse um mentários, o professor poderá ter uma ampliar suas experiências como leitor. Essas
literatura brasileira ou portuguesa. áreas curriculares e a reflexão a respeito
teúdos, devemos então admitir que sua fun- significado objetivo e unívoco é trair a na- sugestões podem incluir obras do mesmo
idéia dos aspectos que poderão ser abor- de temas que permitam a inserção do aluno
ção mais importante é propiciar ao aluno ati- tureza da literatura e, o que é mais grave autor ou obras de outros autores que tra-
RESENHA dados e também identificar os conteúdos no debate de questões contemporâneas.
vidades que desenvolvam sua capacidade de do ponto de vista educacional, é contrariar
das diferentes áreas do conhecimento que tam de temas afins:
raciocínio e argumentação, sua sensibilidade o próprio princípio que justificou a inclusão
para a compreensão das múltiplas facetas da da literatura na escola. Se agirmos assim, Apresentamos uma síntese da obra para que poderão ser explorados em sala de aula. F nas tramas do texto
realidade. A escola, portanto, deveria ser, an- não estaremos promovendo uma educação o professor, ao conhecer o tema e seu desen- w do mesmo autor;
tes de tudo, um espaço para o exercício da estética, que, por definição, não pode ser volvimento, possa avaliar a pertinência da QUADRO-SÍNTESE • Compreensão geral do texto a partir de w de outros autores;
liberdade de pensamento e de expressão. homogeneizada, massificada, desperso- adoção, levando em conta o interesse e o reprodução oral ou escrita do que foi lido ou w leitura de desafio.
nalizada. Sem a marca do leitor, nenhuma nível de leitura de seus alunos. O quadro-síntese permite uma visualização de respostas a questões propostas pelo pro-
E se aceitarmos a idéia de que a literatura
leitura é autêntica; será apenas a reprodu- rápida de alguns aspectos didáticos da obra fessor em situação de leitura compartilhada. Indicação de livros que podem estar um pou-
é uma forma particular de conhecimento da
ção da leitura de alguma outra pessoa (do COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA em questão. São eles: a indicação do gênero • Apreciação dos recursos expressivos empre- co além do grau de autonomia do leitor da
realidade, uma maneira de ver o real, enten-
professor, do crítico literário etc.). literário, as áreas e os temas transversais en- gados na obra. obra analisada, com a finalidade de ampliar
deremos que ela pode ajudar enormemente
o professor nessa tarefa educacional, pois Cabe ao professor, portanto, a tarefa de Conforme as características do gênero a volvidos nas atividades e o público-alvo pre- • Identificação e avaliação dos pontos de vis- os horizontes culturais do aluno, apresentan-
pode ser uma excelente porta de entrada para criar na sala de aula as condições para o de- que pertence a obra, destacamos alguns sumido para a obra. ta sustentados pelo autor. do-lhe até mesmo autores estrangeiros.

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Essa vida de luxo e prazeres, porém, não os comentários maldosos que insinuam que PROPOSTAS DE ATIVIDADES 4 . Explicar os fatos que fizeram com que F nas ondas do som nos”, para compará-los a Lucíola. Suge-
extingue a pureza de sua alma, que pare- ele, por ser pobre, vive à custa da amante. Lúcia fosse obrigada a se prostituir. rimos:
ce apenas esperar o momento certo para Mas essa fragilidade talvez seja o fator que Antes da leitura O romance A dama das camélias, do escritor
desabrochar. torna Paulo o agente da transformação da 5. Por meio dos personagens Sá e Couto, que francês Alexandre Dumas Filho, foi transfor- • Senhora
Esse momento chega quando Paulo da cortesã. Desde o primeiro encontro, o rapaz 1 . Pedir aos alunos que dêem exemplos de críticas faz Alencar à sociedade da época? mado em ópera em 1853 pelo compositor • A pata da gazela
Silva, um jovem pernambucano que chega olha Lúcia como uma mulher bela e casta, e, obras (romances, poesias, músicas, filmes) italiano Giuseppe Verdi, que lhe deu o títu- • Diva
ao Rio de Janeiro, se apaixona por ela. Esse mesmo no relacionamento carnal entre eles, que considerem românticas. Depois, conver- 6 . O nome verdadeiro de Lúcia é Maria da lo de La Traviata (isto é, “a transviada”).
afeto sincero faz com que a verdadeira Paulo sempre procura romanticamente ves- sar a respeito do conceito de “romantismo”, Glória. Por que ela adota o nome de Lú- Apresentar para a classe alguns trechos dessa w de outros autores
natureza de Lúcia venha à tona. É essa luta tígios de decência e orgulho na amante. esclarecendo o significado que tem essa cia? E por que ela pede a Paulo que só a ópera e comentar seu enredo, apontando os
entre a força regeneradora do amor puro Lúcia percebe essa diferença de alma do palavra hoje em dia, na linguagem comum, chame por seu nome verdadeiro? pontos em comum que pode haver entre es- A história da literatura está repleta de ro-
JOSÉ DE ALENCAR e uma vida de pecados e devassidão que
José de Alencar focaliza com muito vigor.
rapaz, o oposto do comportamento cínico e o significado que ela tem na história da sas obras (o romance e a ópera) e Lucíola. mances em que a heroína morre no final.
dos outros homens. Por isso, ela o ama in- literatura, como designação de um mo- 7 . Quem é Ana? Que relação passa a haver Para ampliar a experiência de leitura dos
Dedicando-se de corpo e alma ao amor de tegralmente, sem se importar com regras vimento artístico do século XIX. entre ela, Lúcia e Paulo? F nos enredos do real alunos, sugerimos:
Lucíola Paulo, que foi capaz de compreender e
perdoar seu passado, Lúcia encontra pela
sociais ou questões financeiras. Quer se
transformar, recusa o sexo como impuro e 2 . Conversar sobre a produção de folhetins 8 . Discutir o significado do epílogo do ro-
• O seminarista –– Bernardo Guimarães. A
violência familiar impede o amor de dois
A história de Lúcia nos leva a refletir sobre
primeira vez na vida a tão almejada paz quer que Paulo a receba “virgem na alma”. no século XIX e sua influência na estrutura mance: que motivo teria levado o autor a a vida social carioca do século XIX e, jovens, levando-os a um destino trágico.
de espírito. Mas, vitimada por uma doença Lúcia é uma autêntica personagem ro- dos romances da época. matar sua heroína? principalmente, sobre a situação da mulher • Helena –– Machado de Assis. Mistério e
fatal, vem a falecer na flor da idade, mântica, a mulher de exceção, a alma no- nessa sociedade. Propor aos alunos uma amor num dos livros da fase romântica do
UM POUCO SOBRE O AUTOR Assis aprofundaria esse estudo psicológico cercada pelos carinhos de Paulo, a quem bre diante de uma sociedade corrupta. Mas 3 . Ler com os alunos o texto “Ao autor” e 9 . Discutir por que, no capítulo VII, o pesquisa sobre esse tema. Pedir a nosso maior escritor.
de personagens femininas. encarrega de cuidar –– como pai –– de sua ainda assim é uma prostituta e talvez fosse verificar as expectativas deles com relação narrador, comentando a história que está colaboração dos professores de História. • Inocência — Visconde de Taunay. O
José Martiniano de Alencar nasceu em Alencar destaca-se também por ter defen- irmã mais nova, Ana. esperar demais de um escritor daquela épo- ao conteúdo do livro. contando, afirma “minha história é imoral”. Como fontes para pesquisa, sugerimos os autoritarismo familiar destruindo o amor
1829, no Ceará, e faleceu no Rio de dido um estilo “brasileiro” na língua literá- ca que sua personagem também pudesse seguintes livros: e a vida de dois jovens apaixonados.
Janeiro, em 1877, onde passou a maior ria. Reivindicando o direito dos brasileiros COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA ser completamente feliz. Por isso, a morte Durante a leitura 1 0 . Para envolver emocionalmente o lei- • A condição feminina no Rio de Janeiro • Amor de perdição –– Camilo Castelo Bran-
parte de sua vida. Formado em Direito, a uma língua e literatura com fisionomia de Lúcia é uma espécie de coroamento de tor, muitas vezes o escritor romântico apre- (século XIX) –– Míriam Moreira Leite (org.), co. A intensidade do amor romântico leva-
participou ativamente da vida política própria, protestou contra os puristas, que A história de uma cortesã não era novidade sua regeneração moral, uma espécie de 1 . Pedir que imaginem títulos para os capí- sentava suas obras como sendo frutos de São Paulo, Hucitec do às últimas conseqüências e provocando
nacional, assim como seu pai. Foi depu- achavam que nossos escritores deveriam no Romantismo. O tema já havia sido “santificação” de sua pessoa, como fica in- tulos. Esses títulos devem ter dupla função: uma experiência pessoal. Que recurso usou • A história da esposa –– Marilyn Yalom, reações violentas que o destroem.
tado pelo Partido Conservador e ocupou seguir o estilo lusitano, escrevendo tal como explorado pelo escritor francês Alexandre sinuado nas últimas linhas do livro, quando informar sobre o conteúdo do capítulo e Alencar em Lucíola para convencer o leitor Rio de Janeiro, Ediouro
vários cargos de relevo no governo, ten- se fazia em Portugal: “É essa submissão que Dumas Filho em A dama das camélias, ro- o narrador escreve à suposta destinatária despertar o interesse dos leitores. Os pró- de que a história era real? • História das mulheres no Brasil –– Mary w leitura de desafio
do sido ministro da Justiça de 1868 a 1870. eu não tolero; e, como já disse uma vez, mance publicado em 1852 com enorme de sua história: “[...] fecho aqui alguns fios prios alunos depois podem comparar os tí- del Priore (org.), São Paulo, Contexto
Paralelamente à vida política, dedicou-se quebraria a pena antes, do que aceitar se- sucesso. Lucíola é de 1862 e Alencar foi da trança de cabelos, que cortei no momen- tulos e escolher os melhores. Essa atividade 1 1 . No texto “Ao autor”, que abre o ro- • História da vida privada no Brasil (vol. 2) • A dama das camélias –– Alexandre Du-
com entusiasmo à literatura e ao jornalis- melhante expatriação literária. Admiremos acusado de ter plagiado o escritor francês, to de dizer o último adeus à sua imagem reforça a atenção dos alunos durante a lei- mance, como é explicada a origem do títu- — Império: a corte e a modernidade nacio- mas, Rio de Janeiro, Ediouro.
mo. Escreveu crônicas, crítica literária, Portugal nas tradições grandiosas de seu por contar também a história de uma querida / Há nos cabelos da pessoa que se tura e leva-os a um esforço de síntese. lo? nal –– Luiz Felipe de Alencastro, São Pau- • Os sofrimentos do jovem Werther –– Goe-
peças de teatro, mas destacou-se como o passado; nos esforços generosos de seu prostituta apaixonada. Mas Alencar, ama não sei que fluido misterioso, que co- lo, Companhia das Letras the. Essa obra do escritor alemão Goethe
autor mais importante do nosso Roman- renascimento; prezemos sua literatura e ironicamente, antecipou-se aos críticos, munica com o nosso espírito. A senhora há 2 . O narrador é sarcástico em sua crítica à hi- 12. Apontar as características que fazem de (1749-1832), publicada em 1774 (há tradu-
tismo. Sua obra pode ser assim esquema- seus costumes; porém, nunca imitá-lo ser- fazendo com que a personagem Lúcia les- de amar Lúcia, tenho a certeza; talvez pois pocrisia da sociedade. Assinalar, durante a lei- Lúcia uma heroína tipicamente romântica. DICAS DE LEITURA ções em português), narra o desventurado
tizada: vilmente. Importaria anular a nossa indivi- se A dama das camélias e comentasse o aquela relíquia, ainda impregnada de seiva tura, as passagens que mostram esse sarcasmo. caso de amor de um jovem. Seu sentimen-
• romance social ou urbano: Cinco minutos, dualidade”. comportamento de Margarida, prota- e fragrância da angélica criatura, lhe revele F nas telas do cinema w do mesmo autor talismo exagerado e o final trágico causa-
A viuvinha, Lucíola, Diva, A pata da gazela, gonista do livro francês, estabelecendo o que eu não pude exprimir”. Depois da leitura ram grande impacto nos leitores e influen-
Sonhos d’ouro, Senhora, Encarnação. RESENHA assim uma espécie de diálogo entre os dois • Uma linda mulher. Dir. Garry Marshall. Seria interessante ler alguns romances ciaram muitos escritores, inclusive aqui no
• romance regionalista: O gaúcho, O tron- romances. QUADRO-SÍNTESE 1 . Ao conhecer melhor Lúcia, Paulo começa Comédia romântica de sucesso, conta a his- em que aparecem outros “perfis femini- Brasil.
co do ipê, Til, O sertanejo. A heroína que dá nome ao romance é uma A estratégia usada por Alencar para dar um a perceber que, na verdade, há duas mulhe- tória de uma garota de programa que co-
• romance histórico: O guarani, As minas daquelas criações bem ao gosto do toque realista à história de Lúcia foi Gênero: romance res diferentes dentro dela. Como são elas? E nhece por acaso um rapaz milionário que
de prata, A guerra dos mascates. Romantismo. Seduzida ainda mocinha por apresentá-la como história real, narrada por qual delas é desconhecida pela sociedade? a contrata para acompanhá-lo por alguns
• romance indianista: Iracema, Ubirajara. um homem devasso, num momento de Paulo, amante de Lúcia, a uma senhora que Palavras-chave: amor, fidelidade, hon- dias em vários compromissos sociais. Ela se
Nos romances sociais, Alencar revela seu infortúnio em que precisava de dinheiro certa vez estranhou sua excessiva indulgência ra, crítica social 2 . Explicar os motivos da reação da socie- transforma numa mulher elegante e fina e
talento de fino observador da alma para salvar os familiares doentes, ela é pelas prostitutas. Com isso, ele pretendia pro- dade quando Lúcia se apaixona por Paulo os dois acabam por apaixonar-se.
humana, fazendo o estudo de certas expulsa de casa pelo próprio pai. Trocando var que, mesmo vivendo no vício, uma alma Áreas envolvidas: Língua Portuguesa e deixa de exibir-se em público. • Uma história de amor. Dir. Arthur Hiller.
figuras femininas conhecido como “perfis de nome (de Maria da Glória passa a Lúcia), nobre pode manter-se pura. Uma trágica história de amor que mostra
femininos”, dentre os quais se destacam o começa a viver como uma cortesã capri- Ao longo do romance, percebemos que, di- Temas transversais: Ética 3 . Por que Paulo acaba forçando Lúcia a vol- a permanência, em nosso tempo, de cer-
de Aurélia (em Senhora) e o de Lúcia (em chosa, explorando seus ricos amantes, por ante do amor, Paulo parece mais frágil que tar à vida antiga e a freqüentar os lugares da tos traços da literatura romântica do sé-
Lucíola). Alguns anos depois, Machado de quem manifesta um claro desprezo. Lúcia, sente mais dificuldades em lidar com Público-alvo: jovem adulto moda, os bailes e os espetáculos de teatro? culo XIX.

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Essa vida de luxo e prazeres, porém, não os comentários maldosos que insinuam que PROPOSTAS DE ATIVIDADES 4 . Explicar os fatos que fizeram com que F nas ondas do som nos”, para compará-los a Lucíola. Suge-
extingue a pureza de sua alma, que pare- ele, por ser pobre, vive à custa da amante. Lúcia fosse obrigada a se prostituir. rimos:
ce apenas esperar o momento certo para Mas essa fragilidade talvez seja o fator que Antes da leitura O romance A dama das camélias, do escritor
desabrochar. torna Paulo o agente da transformação da 5. Por meio dos personagens Sá e Couto, que francês Alexandre Dumas Filho, foi transfor- • Senhora
Esse momento chega quando Paulo da cortesã. Desde o primeiro encontro, o rapaz 1 . Pedir aos alunos que dêem exemplos de críticas faz Alencar à sociedade da época? mado em ópera em 1853 pelo compositor • A pata da gazela
Silva, um jovem pernambucano que chega olha Lúcia como uma mulher bela e casta, e, obras (romances, poesias, músicas, filmes) italiano Giuseppe Verdi, que lhe deu o títu- • Diva
ao Rio de Janeiro, se apaixona por ela. Esse mesmo no relacionamento carnal entre eles, que considerem românticas. Depois, conver- 6 . O nome verdadeiro de Lúcia é Maria da lo de La Traviata (isto é, “a transviada”).
afeto sincero faz com que a verdadeira Paulo sempre procura romanticamente ves- sar a respeito do conceito de “romantismo”, Glória. Por que ela adota o nome de Lú- Apresentar para a classe alguns trechos dessa w de outros autores
natureza de Lúcia venha à tona. É essa luta tígios de decência e orgulho na amante. esclarecendo o significado que tem essa cia? E por que ela pede a Paulo que só a ópera e comentar seu enredo, apontando os
entre a força regeneradora do amor puro Lúcia percebe essa diferença de alma do palavra hoje em dia, na linguagem comum, chame por seu nome verdadeiro? pontos em comum que pode haver entre es- A história da literatura está repleta de ro-
JOSÉ DE ALENCAR e uma vida de pecados e devassidão que
José de Alencar focaliza com muito vigor.
rapaz, o oposto do comportamento cínico e o significado que ela tem na história da sas obras (o romance e a ópera) e Lucíola. mances em que a heroína morre no final.
dos outros homens. Por isso, ela o ama in- literatura, como designação de um mo- 7 . Quem é Ana? Que relação passa a haver Para ampliar a experiência de leitura dos
Dedicando-se de corpo e alma ao amor de tegralmente, sem se importar com regras vimento artístico do século XIX. entre ela, Lúcia e Paulo? F nos enredos do real alunos, sugerimos:
Lucíola Paulo, que foi capaz de compreender e
perdoar seu passado, Lúcia encontra pela
sociais ou questões financeiras. Quer se
transformar, recusa o sexo como impuro e 2 . Conversar sobre a produção de folhetins 8 . Discutir o significado do epílogo do ro-
• O seminarista –– Bernardo Guimarães. A
violência familiar impede o amor de dois
A história de Lúcia nos leva a refletir sobre
primeira vez na vida a tão almejada paz quer que Paulo a receba “virgem na alma”. no século XIX e sua influência na estrutura mance: que motivo teria levado o autor a a vida social carioca do século XIX e, jovens, levando-os a um destino trágico.
de espírito. Mas, vitimada por uma doença Lúcia é uma autêntica personagem ro- dos romances da época. matar sua heroína? principalmente, sobre a situação da mulher • Helena –– Machado de Assis. Mistério e
fatal, vem a falecer na flor da idade, mântica, a mulher de exceção, a alma no- nessa sociedade. Propor aos alunos uma amor num dos livros da fase romântica do
UM POUCO SOBRE O AUTOR Assis aprofundaria esse estudo psicológico cercada pelos carinhos de Paulo, a quem bre diante de uma sociedade corrupta. Mas 3 . Ler com os alunos o texto “Ao autor” e 9 . Discutir por que, no capítulo VII, o pesquisa sobre esse tema. Pedir a nosso maior escritor.
de personagens femininas. encarrega de cuidar –– como pai –– de sua ainda assim é uma prostituta e talvez fosse verificar as expectativas deles com relação narrador, comentando a história que está colaboração dos professores de História. • Inocência — Visconde de Taunay. O
José Martiniano de Alencar nasceu em Alencar destaca-se também por ter defen- irmã mais nova, Ana. esperar demais de um escritor daquela épo- ao conteúdo do livro. contando, afirma “minha história é imoral”. Como fontes para pesquisa, sugerimos os autoritarismo familiar destruindo o amor
1829, no Ceará, e faleceu no Rio de dido um estilo “brasileiro” na língua literá- ca que sua personagem também pudesse seguintes livros: e a vida de dois jovens apaixonados.
Janeiro, em 1877, onde passou a maior ria. Reivindicando o direito dos brasileiros COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA ser completamente feliz. Por isso, a morte Durante a leitura 1 0 . Para envolver emocionalmente o lei- • A condição feminina no Rio de Janeiro • Amor de perdição –– Camilo Castelo Bran-
parte de sua vida. Formado em Direito, a uma língua e literatura com fisionomia de Lúcia é uma espécie de coroamento de tor, muitas vezes o escritor romântico apre- (século XIX) –– Míriam Moreira Leite (org.), co. A intensidade do amor romântico leva-
participou ativamente da vida política própria, protestou contra os puristas, que A história de uma cortesã não era novidade sua regeneração moral, uma espécie de 1 . Pedir que imaginem títulos para os capí- sentava suas obras como sendo frutos de São Paulo, Hucitec do às últimas conseqüências e provocando
nacional, assim como seu pai. Foi depu- achavam que nossos escritores deveriam no Romantismo. O tema já havia sido “santificação” de sua pessoa, como fica in- tulos. Esses títulos devem ter dupla função: uma experiência pessoal. Que recurso usou • A história da esposa –– Marilyn Yalom, reações violentas que o destroem.
tado pelo Partido Conservador e ocupou seguir o estilo lusitano, escrevendo tal como explorado pelo escritor francês Alexandre sinuado nas últimas linhas do livro, quando informar sobre o conteúdo do capítulo e Alencar em Lucíola para convencer o leitor Rio de Janeiro, Ediouro
vários cargos de relevo no governo, ten- se fazia em Portugal: “É essa submissão que Dumas Filho em A dama das camélias, ro- o narrador escreve à suposta destinatária despertar o interesse dos leitores. Os pró- de que a história era real? • História das mulheres no Brasil –– Mary w leitura de desafio
do sido ministro da Justiça de 1868 a 1870. eu não tolero; e, como já disse uma vez, mance publicado em 1852 com enorme de sua história: “[...] fecho aqui alguns fios prios alunos depois podem comparar os tí- del Priore (org.), São Paulo, Contexto
Paralelamente à vida política, dedicou-se quebraria a pena antes, do que aceitar se- sucesso. Lucíola é de 1862 e Alencar foi da trança de cabelos, que cortei no momen- tulos e escolher os melhores. Essa atividade 1 1 . No texto “Ao autor”, que abre o ro- • História da vida privada no Brasil (vol. 2) • A dama das camélias –– Alexandre Du-
com entusiasmo à literatura e ao jornalis- melhante expatriação literária. Admiremos acusado de ter plagiado o escritor francês, to de dizer o último adeus à sua imagem reforça a atenção dos alunos durante a lei- mance, como é explicada a origem do títu- — Império: a corte e a modernidade nacio- mas, Rio de Janeiro, Ediouro.
mo. Escreveu crônicas, crítica literária, Portugal nas tradições grandiosas de seu por contar também a história de uma querida / Há nos cabelos da pessoa que se tura e leva-os a um esforço de síntese. lo? nal –– Luiz Felipe de Alencastro, São Pau- • Os sofrimentos do jovem Werther –– Goe-
peças de teatro, mas destacou-se como o passado; nos esforços generosos de seu prostituta apaixonada. Mas Alencar, ama não sei que fluido misterioso, que co- lo, Companhia das Letras the. Essa obra do escritor alemão Goethe
autor mais importante do nosso Roman- renascimento; prezemos sua literatura e ironicamente, antecipou-se aos críticos, munica com o nosso espírito. A senhora há 2 . O narrador é sarcástico em sua crítica à hi- 12. Apontar as características que fazem de (1749-1832), publicada em 1774 (há tradu-
tismo. Sua obra pode ser assim esquema- seus costumes; porém, nunca imitá-lo ser- fazendo com que a personagem Lúcia les- de amar Lúcia, tenho a certeza; talvez pois pocrisia da sociedade. Assinalar, durante a lei- Lúcia uma heroína tipicamente romântica. DICAS DE LEITURA ções em português), narra o desventurado
tizada: vilmente. Importaria anular a nossa indivi- se A dama das camélias e comentasse o aquela relíquia, ainda impregnada de seiva tura, as passagens que mostram esse sarcasmo. caso de amor de um jovem. Seu sentimen-
• romance social ou urbano: Cinco minutos, dualidade”. comportamento de Margarida, prota- e fragrância da angélica criatura, lhe revele F nas telas do cinema w do mesmo autor talismo exagerado e o final trágico causa-
A viuvinha, Lucíola, Diva, A pata da gazela, gonista do livro francês, estabelecendo o que eu não pude exprimir”. Depois da leitura ram grande impacto nos leitores e influen-
Sonhos d’ouro, Senhora, Encarnação. RESENHA assim uma espécie de diálogo entre os dois • Uma linda mulher. Dir. Garry Marshall. Seria interessante ler alguns romances ciaram muitos escritores, inclusive aqui no
• romance regionalista: O gaúcho, O tron- romances. QUADRO-SÍNTESE 1 . Ao conhecer melhor Lúcia, Paulo começa Comédia romântica de sucesso, conta a his- em que aparecem outros “perfis femini- Brasil.
co do ipê, Til, O sertanejo. A heroína que dá nome ao romance é uma A estratégia usada por Alencar para dar um a perceber que, na verdade, há duas mulhe- tória de uma garota de programa que co-
• romance histórico: O guarani, As minas daquelas criações bem ao gosto do toque realista à história de Lúcia foi Gênero: romance res diferentes dentro dela. Como são elas? E nhece por acaso um rapaz milionário que
de prata, A guerra dos mascates. Romantismo. Seduzida ainda mocinha por apresentá-la como história real, narrada por qual delas é desconhecida pela sociedade? a contrata para acompanhá-lo por alguns
• romance indianista: Iracema, Ubirajara. um homem devasso, num momento de Paulo, amante de Lúcia, a uma senhora que Palavras-chave: amor, fidelidade, hon- dias em vários compromissos sociais. Ela se
Nos romances sociais, Alencar revela seu infortúnio em que precisava de dinheiro certa vez estranhou sua excessiva indulgência ra, crítica social 2 . Explicar os motivos da reação da socie- transforma numa mulher elegante e fina e
talento de fino observador da alma para salvar os familiares doentes, ela é pelas prostitutas. Com isso, ele pretendia pro- dade quando Lúcia se apaixona por Paulo os dois acabam por apaixonar-se.
humana, fazendo o estudo de certas expulsa de casa pelo próprio pai. Trocando var que, mesmo vivendo no vício, uma alma Áreas envolvidas: Língua Portuguesa e deixa de exibir-se em público. • Uma história de amor. Dir. Arthur Hiller.
figuras femininas conhecido como “perfis de nome (de Maria da Glória passa a Lúcia), nobre pode manter-se pura. Uma trágica história de amor que mostra
femininos”, dentre os quais se destacam o começa a viver como uma cortesã capri- Ao longo do romance, percebemos que, di- Temas transversais: Ética 3 . Por que Paulo acaba forçando Lúcia a vol- a permanência, em nosso tempo, de cer-
de Aurélia (em Senhora) e o de Lúcia (em chosa, explorando seus ricos amantes, por ante do amor, Paulo parece mais frágil que tar à vida antiga e a freqüentar os lugares da tos traços da literatura romântica do sé-
Lucíola). Alguns anos depois, Machado de quem manifesta um claro desprezo. Lúcia, sente mais dificuldades em lidar com Público-alvo: jovem adulto moda, os bailes e os espetáculos de teatro? culo XIX.

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Essa vida de luxo e prazeres, porém, não os comentários maldosos que insinuam que PROPOSTAS DE ATIVIDADES 4 . Explicar os fatos que fizeram com que F nas ondas do som nos”, para compará-los a Lucíola. Suge-
extingue a pureza de sua alma, que pare- ele, por ser pobre, vive à custa da amante. Lúcia fosse obrigada a se prostituir. rimos:
ce apenas esperar o momento certo para Mas essa fragilidade talvez seja o fator que Antes da leitura O romance A dama das camélias, do escritor
desabrochar. torna Paulo o agente da transformação da 5. Por meio dos personagens Sá e Couto, que francês Alexandre Dumas Filho, foi transfor- • Senhora
Esse momento chega quando Paulo da cortesã. Desde o primeiro encontro, o rapaz 1 . Pedir aos alunos que dêem exemplos de críticas faz Alencar à sociedade da época? mado em ópera em 1853 pelo compositor • A pata da gazela
Silva, um jovem pernambucano que chega olha Lúcia como uma mulher bela e casta, e, obras (romances, poesias, músicas, filmes) italiano Giuseppe Verdi, que lhe deu o títu- • Diva
ao Rio de Janeiro, se apaixona por ela. Esse mesmo no relacionamento carnal entre eles, que considerem românticas. Depois, conver- 6 . O nome verdadeiro de Lúcia é Maria da lo de La Traviata (isto é, “a transviada”).
afeto sincero faz com que a verdadeira Paulo sempre procura romanticamente ves- sar a respeito do conceito de “romantismo”, Glória. Por que ela adota o nome de Lú- Apresentar para a classe alguns trechos dessa w de outros autores
natureza de Lúcia venha à tona. É essa luta tígios de decência e orgulho na amante. esclarecendo o significado que tem essa cia? E por que ela pede a Paulo que só a ópera e comentar seu enredo, apontando os
entre a força regeneradora do amor puro Lúcia percebe essa diferença de alma do palavra hoje em dia, na linguagem comum, chame por seu nome verdadeiro? pontos em comum que pode haver entre es- A história da literatura está repleta de ro-
JOSÉ DE ALENCAR e uma vida de pecados e devassidão que
José de Alencar focaliza com muito vigor.
rapaz, o oposto do comportamento cínico e o significado que ela tem na história da sas obras (o romance e a ópera) e Lucíola. mances em que a heroína morre no final.
dos outros homens. Por isso, ela o ama in- literatura, como designação de um mo- 7 . Quem é Ana? Que relação passa a haver Para ampliar a experiência de leitura dos
Dedicando-se de corpo e alma ao amor de tegralmente, sem se importar com regras vimento artístico do século XIX. entre ela, Lúcia e Paulo? F nos enredos do real alunos, sugerimos:
Lucíola Paulo, que foi capaz de compreender e
perdoar seu passado, Lúcia encontra pela
sociais ou questões financeiras. Quer se
transformar, recusa o sexo como impuro e 2 . Conversar sobre a produção de folhetins 8 . Discutir o significado do epílogo do ro-
• O seminarista –– Bernardo Guimarães. A
violência familiar impede o amor de dois
A história de Lúcia nos leva a refletir sobre
primeira vez na vida a tão almejada paz quer que Paulo a receba “virgem na alma”. no século XIX e sua influência na estrutura mance: que motivo teria levado o autor a a vida social carioca do século XIX e, jovens, levando-os a um destino trágico.
de espírito. Mas, vitimada por uma doença Lúcia é uma autêntica personagem ro- dos romances da época. matar sua heroína? principalmente, sobre a situação da mulher • Helena –– Machado de Assis. Mistério e
fatal, vem a falecer na flor da idade, mântica, a mulher de exceção, a alma no- nessa sociedade. Propor aos alunos uma amor num dos livros da fase romântica do
UM POUCO SOBRE O AUTOR Assis aprofundaria esse estudo psicológico cercada pelos carinhos de Paulo, a quem bre diante de uma sociedade corrupta. Mas 3 . Ler com os alunos o texto “Ao autor” e 9 . Discutir por que, no capítulo VII, o pesquisa sobre esse tema. Pedir a nosso maior escritor.
de personagens femininas. encarrega de cuidar –– como pai –– de sua ainda assim é uma prostituta e talvez fosse verificar as expectativas deles com relação narrador, comentando a história que está colaboração dos professores de História. • Inocência — Visconde de Taunay. O
José Martiniano de Alencar nasceu em Alencar destaca-se também por ter defen- irmã mais nova, Ana. esperar demais de um escritor daquela épo- ao conteúdo do livro. contando, afirma “minha história é imoral”. Como fontes para pesquisa, sugerimos os autoritarismo familiar destruindo o amor
1829, no Ceará, e faleceu no Rio de dido um estilo “brasileiro” na língua literá- ca que sua personagem também pudesse seguintes livros: e a vida de dois jovens apaixonados.
Janeiro, em 1877, onde passou a maior ria. Reivindicando o direito dos brasileiros COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA ser completamente feliz. Por isso, a morte Durante a leitura 1 0 . Para envolver emocionalmente o lei- • A condição feminina no Rio de Janeiro • Amor de perdição –– Camilo Castelo Bran-
parte de sua vida. Formado em Direito, a uma língua e literatura com fisionomia de Lúcia é uma espécie de coroamento de tor, muitas vezes o escritor romântico apre- (século XIX) –– Míriam Moreira Leite (org.), co. A intensidade do amor romântico leva-
participou ativamente da vida política própria, protestou contra os puristas, que A história de uma cortesã não era novidade sua regeneração moral, uma espécie de 1 . Pedir que imaginem títulos para os capí- sentava suas obras como sendo frutos de São Paulo, Hucitec do às últimas conseqüências e provocando
nacional, assim como seu pai. Foi depu- achavam que nossos escritores deveriam no Romantismo. O tema já havia sido “santificação” de sua pessoa, como fica in- tulos. Esses títulos devem ter dupla função: uma experiência pessoal. Que recurso usou • A história da esposa –– Marilyn Yalom, reações violentas que o destroem.
tado pelo Partido Conservador e ocupou seguir o estilo lusitano, escrevendo tal como explorado pelo escritor francês Alexandre sinuado nas últimas linhas do livro, quando informar sobre o conteúdo do capítulo e Alencar em Lucíola para convencer o leitor Rio de Janeiro, Ediouro
vários cargos de relevo no governo, ten- se fazia em Portugal: “É essa submissão que Dumas Filho em A dama das camélias, ro- o narrador escreve à suposta destinatária despertar o interesse dos leitores. Os pró- de que a história era real? • História das mulheres no Brasil –– Mary w leitura de desafio
do sido ministro da Justiça de 1868 a 1870. eu não tolero; e, como já disse uma vez, mance publicado em 1852 com enorme de sua história: “[...] fecho aqui alguns fios prios alunos depois podem comparar os tí- del Priore (org.), São Paulo, Contexto
Paralelamente à vida política, dedicou-se quebraria a pena antes, do que aceitar se- sucesso. Lucíola é de 1862 e Alencar foi da trança de cabelos, que cortei no momen- tulos e escolher os melhores. Essa atividade 1 1 . No texto “Ao autor”, que abre o ro- • História da vida privada no Brasil (vol. 2) • A dama das camélias –– Alexandre Du-
com entusiasmo à literatura e ao jornalis- melhante expatriação literária. Admiremos acusado de ter plagiado o escritor francês, to de dizer o último adeus à sua imagem reforça a atenção dos alunos durante a lei- mance, como é explicada a origem do títu- — Império: a corte e a modernidade nacio- mas, Rio de Janeiro, Ediouro.
mo. Escreveu crônicas, crítica literária, Portugal nas tradições grandiosas de seu por contar também a história de uma querida / Há nos cabelos da pessoa que se tura e leva-os a um esforço de síntese. lo? nal –– Luiz Felipe de Alencastro, São Pau- • Os sofrimentos do jovem Werther –– Goe-
peças de teatro, mas destacou-se como o passado; nos esforços generosos de seu prostituta apaixonada. Mas Alencar, ama não sei que fluido misterioso, que co- lo, Companhia das Letras the. Essa obra do escritor alemão Goethe
autor mais importante do nosso Roman- renascimento; prezemos sua literatura e ironicamente, antecipou-se aos críticos, munica com o nosso espírito. A senhora há 2 . O narrador é sarcástico em sua crítica à hi- 12. Apontar as características que fazem de (1749-1832), publicada em 1774 (há tradu-
tismo. Sua obra pode ser assim esquema- seus costumes; porém, nunca imitá-lo ser- fazendo com que a personagem Lúcia les- de amar Lúcia, tenho a certeza; talvez pois pocrisia da sociedade. Assinalar, durante a lei- Lúcia uma heroína tipicamente romântica. DICAS DE LEITURA ções em português), narra o desventurado
tizada: vilmente. Importaria anular a nossa indivi- se A dama das camélias e comentasse o aquela relíquia, ainda impregnada de seiva tura, as passagens que mostram esse sarcasmo. caso de amor de um jovem. Seu sentimen-
• romance social ou urbano: Cinco minutos, dualidade”. comportamento de Margarida, prota- e fragrância da angélica criatura, lhe revele F nas telas do cinema w do mesmo autor talismo exagerado e o final trágico causa-
A viuvinha, Lucíola, Diva, A pata da gazela, gonista do livro francês, estabelecendo o que eu não pude exprimir”. Depois da leitura ram grande impacto nos leitores e influen-
Sonhos d’ouro, Senhora, Encarnação. RESENHA assim uma espécie de diálogo entre os dois • Uma linda mulher. Dir. Garry Marshall. Seria interessante ler alguns romances ciaram muitos escritores, inclusive aqui no
• romance regionalista: O gaúcho, O tron- romances. QUADRO-SÍNTESE 1 . Ao conhecer melhor Lúcia, Paulo começa Comédia romântica de sucesso, conta a his- em que aparecem outros “perfis femini- Brasil.
co do ipê, Til, O sertanejo. A heroína que dá nome ao romance é uma A estratégia usada por Alencar para dar um a perceber que, na verdade, há duas mulhe- tória de uma garota de programa que co-
• romance histórico: O guarani, As minas daquelas criações bem ao gosto do toque realista à história de Lúcia foi Gênero: romance res diferentes dentro dela. Como são elas? E nhece por acaso um rapaz milionário que
de prata, A guerra dos mascates. Romantismo. Seduzida ainda mocinha por apresentá-la como história real, narrada por qual delas é desconhecida pela sociedade? a contrata para acompanhá-lo por alguns
• romance indianista: Iracema, Ubirajara. um homem devasso, num momento de Paulo, amante de Lúcia, a uma senhora que Palavras-chave: amor, fidelidade, hon- dias em vários compromissos sociais. Ela se
Nos romances sociais, Alencar revela seu infortúnio em que precisava de dinheiro certa vez estranhou sua excessiva indulgência ra, crítica social 2 . Explicar os motivos da reação da socie- transforma numa mulher elegante e fina e
talento de fino observador da alma para salvar os familiares doentes, ela é pelas prostitutas. Com isso, ele pretendia pro- dade quando Lúcia se apaixona por Paulo os dois acabam por apaixonar-se.
humana, fazendo o estudo de certas expulsa de casa pelo próprio pai. Trocando var que, mesmo vivendo no vício, uma alma Áreas envolvidas: Língua Portuguesa e deixa de exibir-se em público. • Uma história de amor. Dir. Arthur Hiller.
figuras femininas conhecido como “perfis de nome (de Maria da Glória passa a Lúcia), nobre pode manter-se pura. Uma trágica história de amor que mostra
femininos”, dentre os quais se destacam o começa a viver como uma cortesã capri- Ao longo do romance, percebemos que, di- Temas transversais: Ética 3 . Por que Paulo acaba forçando Lúcia a vol- a permanência, em nosso tempo, de cer-
de Aurélia (em Senhora) e o de Lúcia (em chosa, explorando seus ricos amantes, por ante do amor, Paulo parece mais frágil que tar à vida antiga e a freqüentar os lugares da tos traços da literatura romântica do sé-
Lucíola). Alguns anos depois, Machado de quem manifesta um claro desprezo. Lúcia, sente mais dificuldades em lidar com Público-alvo: jovem adulto moda, os bailes e os espetáculos de teatro? culo XIX.

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Essa vida de luxo e prazeres, porém, não os comentários maldosos que insinuam que PROPOSTAS DE ATIVIDADES 4 . Explicar os fatos que fizeram com que F nas ondas do som nos”, para compará-los a Lucíola. Suge-
extingue a pureza de sua alma, que pare- ele, por ser pobre, vive à custa da amante. Lúcia fosse obrigada a se prostituir. rimos:
ce apenas esperar o momento certo para Mas essa fragilidade talvez seja o fator que Antes da leitura O romance A dama das camélias, do escritor
desabrochar. torna Paulo o agente da transformação da 5. Por meio dos personagens Sá e Couto, que francês Alexandre Dumas Filho, foi transfor- • Senhora
Esse momento chega quando Paulo da cortesã. Desde o primeiro encontro, o rapaz 1 . Pedir aos alunos que dêem exemplos de críticas faz Alencar à sociedade da época? mado em ópera em 1853 pelo compositor • A pata da gazela
Silva, um jovem pernambucano que chega olha Lúcia como uma mulher bela e casta, e, obras (romances, poesias, músicas, filmes) italiano Giuseppe Verdi, que lhe deu o títu- • Diva
ao Rio de Janeiro, se apaixona por ela. Esse mesmo no relacionamento carnal entre eles, que considerem românticas. Depois, conver- 6 . O nome verdadeiro de Lúcia é Maria da lo de La Traviata (isto é, “a transviada”).
afeto sincero faz com que a verdadeira Paulo sempre procura romanticamente ves- sar a respeito do conceito de “romantismo”, Glória. Por que ela adota o nome de Lú- Apresentar para a classe alguns trechos dessa w de outros autores
natureza de Lúcia venha à tona. É essa luta tígios de decência e orgulho na amante. esclarecendo o significado que tem essa cia? E por que ela pede a Paulo que só a ópera e comentar seu enredo, apontando os
entre a força regeneradora do amor puro Lúcia percebe essa diferença de alma do palavra hoje em dia, na linguagem comum, chame por seu nome verdadeiro? pontos em comum que pode haver entre es- A história da literatura está repleta de ro-
JOSÉ DE ALENCAR e uma vida de pecados e devassidão que
José de Alencar focaliza com muito vigor.
rapaz, o oposto do comportamento cínico e o significado que ela tem na história da sas obras (o romance e a ópera) e Lucíola. mances em que a heroína morre no final.
dos outros homens. Por isso, ela o ama in- literatura, como designação de um mo- 7 . Quem é Ana? Que relação passa a haver Para ampliar a experiência de leitura dos
Dedicando-se de corpo e alma ao amor de tegralmente, sem se importar com regras vimento artístico do século XIX. entre ela, Lúcia e Paulo? F nos enredos do real alunos, sugerimos:
Lucíola Paulo, que foi capaz de compreender e
perdoar seu passado, Lúcia encontra pela
sociais ou questões financeiras. Quer se
transformar, recusa o sexo como impuro e 2 . Conversar sobre a produção de folhetins 8 . Discutir o significado do epílogo do ro-
• O seminarista –– Bernardo Guimarães. A
violência familiar impede o amor de dois
A história de Lúcia nos leva a refletir sobre
primeira vez na vida a tão almejada paz quer que Paulo a receba “virgem na alma”. no século XIX e sua influência na estrutura mance: que motivo teria levado o autor a a vida social carioca do século XIX e, jovens, levando-os a um destino trágico.
de espírito. Mas, vitimada por uma doença Lúcia é uma autêntica personagem ro- dos romances da época. matar sua heroína? principalmente, sobre a situação da mulher • Helena –– Machado de Assis. Mistério e
fatal, vem a falecer na flor da idade, mântica, a mulher de exceção, a alma no- nessa sociedade. Propor aos alunos uma amor num dos livros da fase romântica do
UM POUCO SOBRE O AUTOR Assis aprofundaria esse estudo psicológico cercada pelos carinhos de Paulo, a quem bre diante de uma sociedade corrupta. Mas 3 . Ler com os alunos o texto “Ao autor” e 9 . Discutir por que, no capítulo VII, o pesquisa sobre esse tema. Pedir a nosso maior escritor.
de personagens femininas. encarrega de cuidar –– como pai –– de sua ainda assim é uma prostituta e talvez fosse verificar as expectativas deles com relação narrador, comentando a história que está colaboração dos professores de História. • Inocência — Visconde de Taunay. O
José Martiniano de Alencar nasceu em Alencar destaca-se também por ter defen- irmã mais nova, Ana. esperar demais de um escritor daquela épo- ao conteúdo do livro. contando, afirma “minha história é imoral”. Como fontes para pesquisa, sugerimos os autoritarismo familiar destruindo o amor
1829, no Ceará, e faleceu no Rio de dido um estilo “brasileiro” na língua literá- ca que sua personagem também pudesse seguintes livros: e a vida de dois jovens apaixonados.
Janeiro, em 1877, onde passou a maior ria. Reivindicando o direito dos brasileiros COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA ser completamente feliz. Por isso, a morte Durante a leitura 1 0 . Para envolver emocionalmente o lei- • A condição feminina no Rio de Janeiro • Amor de perdição –– Camilo Castelo Bran-
parte de sua vida. Formado em Direito, a uma língua e literatura com fisionomia de Lúcia é uma espécie de coroamento de tor, muitas vezes o escritor romântico apre- (século XIX) –– Míriam Moreira Leite (org.), co. A intensidade do amor romântico leva-
participou ativamente da vida política própria, protestou contra os puristas, que A história de uma cortesã não era novidade sua regeneração moral, uma espécie de 1 . Pedir que imaginem títulos para os capí- sentava suas obras como sendo frutos de São Paulo, Hucitec do às últimas conseqüências e provocando
nacional, assim como seu pai. Foi depu- achavam que nossos escritores deveriam no Romantismo. O tema já havia sido “santificação” de sua pessoa, como fica in- tulos. Esses títulos devem ter dupla função: uma experiência pessoal. Que recurso usou • A história da esposa –– Marilyn Yalom, reações violentas que o destroem.
tado pelo Partido Conservador e ocupou seguir o estilo lusitano, escrevendo tal como explorado pelo escritor francês Alexandre sinuado nas últimas linhas do livro, quando informar sobre o conteúdo do capítulo e Alencar em Lucíola para convencer o leitor Rio de Janeiro, Ediouro
vários cargos de relevo no governo, ten- se fazia em Portugal: “É essa submissão que Dumas Filho em A dama das camélias, ro- o narrador escreve à suposta destinatária despertar o interesse dos leitores. Os pró- de que a história era real? • História das mulheres no Brasil –– Mary w leitura de desafio
do sido ministro da Justiça de 1868 a 1870. eu não tolero; e, como já disse uma vez, mance publicado em 1852 com enorme de sua história: “[...] fecho aqui alguns fios prios alunos depois podem comparar os tí- del Priore (org.), São Paulo, Contexto
Paralelamente à vida política, dedicou-se quebraria a pena antes, do que aceitar se- sucesso. Lucíola é de 1862 e Alencar foi da trança de cabelos, que cortei no momen- tulos e escolher os melhores. Essa atividade 1 1 . No texto “Ao autor”, que abre o ro- • História da vida privada no Brasil (vol. 2) • A dama das camélias –– Alexandre Du-
com entusiasmo à literatura e ao jornalis- melhante expatriação literária. Admiremos acusado de ter plagiado o escritor francês, to de dizer o último adeus à sua imagem reforça a atenção dos alunos durante a lei- mance, como é explicada a origem do títu- — Império: a corte e a modernidade nacio- mas, Rio de Janeiro, Ediouro.
mo. Escreveu crônicas, crítica literária, Portugal nas tradições grandiosas de seu por contar também a história de uma querida / Há nos cabelos da pessoa que se tura e leva-os a um esforço de síntese. lo? nal –– Luiz Felipe de Alencastro, São Pau- • Os sofrimentos do jovem Werther –– Goe-
peças de teatro, mas destacou-se como o passado; nos esforços generosos de seu prostituta apaixonada. Mas Alencar, ama não sei que fluido misterioso, que co- lo, Companhia das Letras the. Essa obra do escritor alemão Goethe
autor mais importante do nosso Roman- renascimento; prezemos sua literatura e ironicamente, antecipou-se aos críticos, munica com o nosso espírito. A senhora há 2 . O narrador é sarcástico em sua crítica à hi- 12. Apontar as características que fazem de (1749-1832), publicada em 1774 (há tradu-
tismo. Sua obra pode ser assim esquema- seus costumes; porém, nunca imitá-lo ser- fazendo com que a personagem Lúcia les- de amar Lúcia, tenho a certeza; talvez pois pocrisia da sociedade. Assinalar, durante a lei- Lúcia uma heroína tipicamente romântica. DICAS DE LEITURA ções em português), narra o desventurado
tizada: vilmente. Importaria anular a nossa indivi- se A dama das camélias e comentasse o aquela relíquia, ainda impregnada de seiva tura, as passagens que mostram esse sarcasmo. caso de amor de um jovem. Seu sentimen-
• romance social ou urbano: Cinco minutos, dualidade”. comportamento de Margarida, prota- e fragrância da angélica criatura, lhe revele F nas telas do cinema w do mesmo autor talismo exagerado e o final trágico causa-
A viuvinha, Lucíola, Diva, A pata da gazela, gonista do livro francês, estabelecendo o que eu não pude exprimir”. Depois da leitura ram grande impacto nos leitores e influen-
Sonhos d’ouro, Senhora, Encarnação. RESENHA assim uma espécie de diálogo entre os dois • Uma linda mulher. Dir. Garry Marshall. Seria interessante ler alguns romances ciaram muitos escritores, inclusive aqui no
• romance regionalista: O gaúcho, O tron- romances. QUADRO-SÍNTESE 1 . Ao conhecer melhor Lúcia, Paulo começa Comédia romântica de sucesso, conta a his- em que aparecem outros “perfis femini- Brasil.
co do ipê, Til, O sertanejo. A heroína que dá nome ao romance é uma A estratégia usada por Alencar para dar um a perceber que, na verdade, há duas mulhe- tória de uma garota de programa que co-
• romance histórico: O guarani, As minas daquelas criações bem ao gosto do toque realista à história de Lúcia foi Gênero: romance res diferentes dentro dela. Como são elas? E nhece por acaso um rapaz milionário que
de prata, A guerra dos mascates. Romantismo. Seduzida ainda mocinha por apresentá-la como história real, narrada por qual delas é desconhecida pela sociedade? a contrata para acompanhá-lo por alguns
• romance indianista: Iracema, Ubirajara. um homem devasso, num momento de Paulo, amante de Lúcia, a uma senhora que Palavras-chave: amor, fidelidade, hon- dias em vários compromissos sociais. Ela se
Nos romances sociais, Alencar revela seu infortúnio em que precisava de dinheiro certa vez estranhou sua excessiva indulgência ra, crítica social 2 . Explicar os motivos da reação da socie- transforma numa mulher elegante e fina e
talento de fino observador da alma para salvar os familiares doentes, ela é pelas prostitutas. Com isso, ele pretendia pro- dade quando Lúcia se apaixona por Paulo os dois acabam por apaixonar-se.
humana, fazendo o estudo de certas expulsa de casa pelo próprio pai. Trocando var que, mesmo vivendo no vício, uma alma Áreas envolvidas: Língua Portuguesa e deixa de exibir-se em público. • Uma história de amor. Dir. Arthur Hiller.
figuras femininas conhecido como “perfis de nome (de Maria da Glória passa a Lúcia), nobre pode manter-se pura. Uma trágica história de amor que mostra
femininos”, dentre os quais se destacam o começa a viver como uma cortesã capri- Ao longo do romance, percebemos que, di- Temas transversais: Ética 3 . Por que Paulo acaba forçando Lúcia a vol- a permanência, em nosso tempo, de cer-
de Aurélia (em Senhora) e o de Lúcia (em chosa, explorando seus ricos amantes, por ante do amor, Paulo parece mais frágil que tar à vida antiga e a freqüentar os lugares da tos traços da literatura romântica do sé-
Lucíola). Alguns anos depois, Machado de quem manifesta um claro desprezo. Lúcia, sente mais dificuldades em lidar com Público-alvo: jovem adulto moda, os bailes e os espetáculos de teatro? culo XIX.

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