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Leitor crítico — Jovem Adulto Há o tempo das escrituras e o tempo da pessoais e, progressivamente, como resultado F nas tramas do texto

Gênero:
Leitor crítico — 7–a e 8a séries Árvores e tempo de leitura memória, e a leitura está no meio, no inter-
valo, no diálogo. Prática enraizada na expe-
de uma série de experiências, se transforma
em um processo interno. Palavras-chave: • Compreensão global do texto a partir de
Áreas envolvidas: reprodução oral ou escrita do que foi lido
Leitor fluente — 5a e 6a séries MARIA JOSÉ NÓBREGA riência humana com a linguagem, a leitura ou de respostas a questões formuladas pelo
é uma arte a ser compartilhada. Somente com uma rica convivência com ob- Temas transversais:
Público-alvo: professor em situação de leitura comparti-
jetos culturais — em ações socioculturalmente lhada.
A compreensão de um texto resulta do res- determinadas e abertas à multiplicidade dos • Apreciação dos recursos expressivos em-
O que é, o que é,
gate de muitos outros discursos por meio da modos de ler, presentes nas diversas situações Propostas de atividades pregados na obra.
Uma árvore bem frondosa
Doze galhos, simplesmente memória. É preciso que os acontecimentos ou comunicativas — é que a leitura se converte em • Identificação e avaliação dos pontos de
Cada galho, trinta frutas os saberes saiam do limbo e interajam com as uma experiência significativa para os alunos. a) antes da leitura vista sustentados pelo autor.
Com vinte e quatro sementes?1 palavras. Mas a memória não funciona como Porque ser leitor é inscrever-se em uma comu- • Discussão de diferentes pontos de vista e
nidade de leitores que discute os textos lidos, Os sentidos que atribuímos ao que se lê opiniões diante de questões polêmicas.
o disco rígido de um computador em que
dependem, e muito, de nossas experiências • Produção de outros textos verbais ou ainda
se salvam arquivos; é um espaço movediço, troca impressões e apresenta sugestões para
anteriores em relação à temática explorada de trabalhos que contemplem as diferentes lin-
cheio de conflitos e deslocamentos. novas leituras.
RICARDO AZEVEDO Enigmas e adivinhas convidam à decifra- Alegórica árvore do tempo…
pelo texto, bem como de nossa familiaridade
com a prática leitora. As atividades sugeridas
guagens artísticas: teatro, música, artes plásticas,
etc.
ção: “trouxeste a chave?”. Empregar estratégias de leitura e descobrir Trilhar novas veredas é o desafio; transfor- neste item favorecem a ativação dos conhe-
A adivinha que lemos, como todo e qual-
quais são as mais adequadas para uma de- mar a escola numa comunidade de leitores é
Cultura da terra quer texto, inscreve-se, necessariamente, em cimentos prévios necessários à compreensão
Encaremos o desafio: trata-se de uma o horizonte que vislumbramos. F nas telas do cinema
terminada situação constituem um processo e interpretação do escrito.
árvore bem frondosa, que tem doze galhos, um gênero socialmente construído e tem,
portanto, uma relação com a exteriorida- que, inicialmente, se produz como atividade • Indicação de filmes, disponíveis em VHS ou
que têm trinta frutas, que têm vinte e qua- externa. Depois, no plano das relações inter- Depende de nós. • Explicitação dos conhecimentos prévios DVD, que tenham alguma articulação com a
tro sementes: cada verso introduz uma nova de que determina as leituras possíveis. O
necessários à compreensão do texto. obra analisada, tanto em relação à temática
informação que se encaixa na anterior. espaço da interpretação é regulado tanto
• Antecipação de conteúdos tratados no texto como à estrutura composicional.
pela organização do próprio texto quanto __________
a partir da observação de indicadores como
Quantos galhos tem a árvore frondosa? pela memória interdiscursiva, que é social,
1
In Meu livro de folclore, Ricardo Azevedo, Editora Ática.
2
A Bíblia de Jerusalém, Gênesis, capítulo 2, versículos 9 e 10, 16 e 17. título da obra ou dos capítulos, capa, ilustração, F nas ondas do som
Quantas frutas tem cada galho? Quantas histórica e cultural. Em lugar de pensar que informações presentes na quarta capa, etc.
sementes tem cada fruta? A resposta a cada a cada texto corresponde uma única leitura, • Explicitação dos conteúdos da obra a partir • Indicação de obras musicais que tenham
uma dessas questões não revela o enigma. Se é preferível pensar que há tensão entre uma dos indicadores observados. alguma relação com a temática ou estrutura
for familiarizado com charadas, o leitor sabe leitura unívoca e outra dialógica.
da obra analisada.
que nem sempre uma árvore é uma árvore, Um texto sempre se relaciona com outros b) durante a leitura
um galho é um galho, uma fruta é uma fruta, produzidos antes ou depois dele: não há como DESCRIÇÃO DO PROJETO DE LEITURA pertence, analisando a temática, a perspec- F nos enredos do real
uma semente é uma semente… Traiçoeira, a ler fora de uma perspectiva interdiscursiva. tiva com que é abordada, sua organização São apresentados alguns objetivos orienta-
árvore frondosa agita seus galhos, entorpece- Um pouco sobre o autor estrutural e certos recursos expressivos em- dores para a leitura, focalizando aspectos • Ampliação do trabalho para a pesquisa de
Projeto de Leitura nos com o aroma das frutas, intriga-nos com Retornemos à sombra da frondosa árvore pregados pelo autor. que auxiliem a construção dos sentidos do informações complementares numa dimen-
as possibilidades ocultas nas sementes. — a árvore do tempo — e contemplemos Procuramos contextualizar o autor e sua obra Com esses elementos, o professor irá iden- texto pelo leitor. são interdisciplinar.
Coordenação: Maria José Nóbrega outras árvores: no panorama da literatura brasileira para tificar os conteúdos das diferentes áreas do
Elaboração: Rosane Pamplona O que é, o que é? jovens e adultos. • Leitura global do texto. DICAS DE LEITURA
Deus fez crescer do solo toda conhecimento que poderão ser abordados,
Apegar-se apenas às palavras, às vezes, é os temas que poderão ser discutidos e os • Caracterização da estrutura do texto.
espécie de árvores formosas de ver • Identificação das articulações temporais e
deixar escapar o sentido que se insinua nas Resenha recursos lingüísticos que poderão ser explo- Sugestões de outros livros relacionados de
e boas de comer, e a árvore da vida lógicas responsáveis pela coesão textual. alguma maneira ao que está sendo lido, esti-
ramagens, mas que não está ali. no meio do jardim, e a árvore do rados para ampliar a competência leitora e
• Apreciação de recursos expressivos empre- mulando o desejo de enredar-se nas veredas
Que árvore é essa? Símbolo da vida, ao Apresentamos uma síntese da obra para escritora dos alunos.
conhecimento do bem e do mal. (…) gados pelo autor. literárias e ler mais:
mesmo tempo que se alonga num percurso que o professor, antecipando a temática, o
E Deus deu ao homem este manda-
vertical rumo ao céu, mergulha suas raízes na enredo e seu desenvolvimento, possa avaliar QUADRO-SÍNTESE c) depois da leitura
mento: “Podes comer de todas as w do mesmo autor;
terra. Cíclica, despe-se das folhas, abre-se em a pertinência da adoção, levando em conta
árvores do jardim. Mas da árvore do w sobre o mesmo assunto e gênero;
flores, que escondem frutos, que protegem as possibilidades e necessidades de seus O quadro-síntese permite uma visualização São propostas atividades para permitir melhor
conhecimento do bem e do mal não w leitura de desafio.
sementes, que ocultam coisas futuras. alunos. rápida de alguns dados a respeito da obra compreensão e interpretação da obra, indican-
comerás, porque no dia em que dela
comeres terás de morrer”.2 e de seu tratamento didático: a indicação do, quando for o caso, a pesquisa de assuntos Indicação de título que se imagina além do
“Decifra-me ou te devoro.” Comentários sobre a obra do gênero, das palavras-chave, das áreas e relacionados aos conteúdos das diversas áreas grau de autonomia do leitor virtual da obra
Qual a resposta? Vamos a ela: os anos, que Ah, essas árvores e esses frutos, o temas transversais envolvidos nas atividades curriculares, bem como a reflexão a respeito analisada, com a finalidade de ampliar o
se desdobram em meses, que se aceleram em desejo de conhecer, tão caro ao ser hu- Apontamos alguns aspectos da obra, consi- propostas; sugestão de leitor presumido para de temas que permitam a inserção do aluno no horizonte de expectativas do aluno-leitor,
dias, que escorrem em horas. mano… derando as características do gênero a que a obra em questão. debate de questões contemporâneas. encaminhando-o para a literatura adulta.

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Leitor crítico — Jovem Adulto Há o tempo das escrituras e o tempo da pessoais e, progressivamente, como resultado F nas tramas do texto
Gênero:
Leitor crítico — 7–a e 8a séries Árvores e tempo de leitura memória, e a leitura está no meio, no inter-
valo, no diálogo. Prática enraizada na expe-
de uma série de experiências, se transforma
em um processo interno. Palavras-chave: • Compreensão global do texto a partir de
Áreas envolvidas: reprodução oral ou escrita do que foi lido
Leitor fluente — 5a e 6a séries MARIA JOSÉ NÓBREGA riência humana com a linguagem, a leitura ou de respostas a questões formuladas pelo
é uma arte a ser compartilhada. Somente com uma rica convivência com ob- Temas transversais:
Público-alvo: professor em situação de leitura comparti-
jetos culturais — em ações socioculturalmente lhada.
A compreensão de um texto resulta do res- determinadas e abertas à multiplicidade dos • Apreciação dos recursos expressivos em-
O que é, o que é,
gate de muitos outros discursos por meio da modos de ler, presentes nas diversas situações Propostas de atividades pregados na obra.
Uma árvore bem frondosa
Doze galhos, simplesmente memória. É preciso que os acontecimentos ou comunicativas — é que a leitura se converte em • Identificação e avaliação dos pontos de
Cada galho, trinta frutas os saberes saiam do limbo e interajam com as uma experiência significativa para os alunos. a) antes da leitura vista sustentados pelo autor.
Com vinte e quatro sementes?1 palavras. Mas a memória não funciona como Porque ser leitor é inscrever-se em uma comu- • Discussão de diferentes pontos de vista e
nidade de leitores que discute os textos lidos, Os sentidos que atribuímos ao que se lê opiniões diante de questões polêmicas.
o disco rígido de um computador em que
dependem, e muito, de nossas experiências • Produção de outros textos verbais ou ainda
se salvam arquivos; é um espaço movediço, troca impressões e apresenta sugestões para
anteriores em relação à temática explorada de trabalhos que contemplem as diferentes lin-
cheio de conflitos e deslocamentos. novas leituras.
RICARDO AZEVEDO Enigmas e adivinhas convidam à decifra- Alegórica árvore do tempo…
pelo texto, bem como de nossa familiaridade
com a prática leitora. As atividades sugeridas
guagens artísticas: teatro, música, artes plásticas,
etc.
ção: “trouxeste a chave?”. Empregar estratégias de leitura e descobrir Trilhar novas veredas é o desafio; transfor- neste item favorecem a ativação dos conhe-
A adivinha que lemos, como todo e qual-
quais são as mais adequadas para uma de- mar a escola numa comunidade de leitores é
Cultura da terra quer texto, inscreve-se, necessariamente, em cimentos prévios necessários à compreensão
Encaremos o desafio: trata-se de uma o horizonte que vislumbramos. F nas telas do cinema
terminada situação constituem um processo e interpretação do escrito.
árvore bem frondosa, que tem doze galhos, um gênero socialmente construído e tem,
portanto, uma relação com a exteriorida- que, inicialmente, se produz como atividade • Indicação de filmes, disponíveis em VHS ou
que têm trinta frutas, que têm vinte e qua- externa. Depois, no plano das relações inter- Depende de nós. • Explicitação dos conhecimentos prévios DVD, que tenham alguma articulação com a
tro sementes: cada verso introduz uma nova de que determina as leituras possíveis. O
necessários à compreensão do texto. obra analisada, tanto em relação à temática
informação que se encaixa na anterior. espaço da interpretação é regulado tanto
• Antecipação de conteúdos tratados no texto como à estrutura composicional.
pela organização do próprio texto quanto __________
a partir da observação de indicadores como
Quantos galhos tem a árvore frondosa? pela memória interdiscursiva, que é social,
1
In Meu livro de folclore, Ricardo Azevedo, Editora Ática.
2
A Bíblia de Jerusalém, Gênesis, capítulo 2, versículos 9 e 10, 16 e 17. título da obra ou dos capítulos, capa, ilustração, F nas ondas do som
Quantas frutas tem cada galho? Quantas histórica e cultural. Em lugar de pensar que informações presentes na quarta capa, etc.
sementes tem cada fruta? A resposta a cada a cada texto corresponde uma única leitura, • Explicitação dos conteúdos da obra a partir • Indicação de obras musicais que tenham
uma dessas questões não revela o enigma. Se é preferível pensar que há tensão entre uma dos indicadores observados. alguma relação com a temática ou estrutura
for familiarizado com charadas, o leitor sabe leitura unívoca e outra dialógica.
da obra analisada.
que nem sempre uma árvore é uma árvore, Um texto sempre se relaciona com outros b) durante a leitura
um galho é um galho, uma fruta é uma fruta, produzidos antes ou depois dele: não há como DESCRIÇÃO DO PROJETO DE LEITURA pertence, analisando a temática, a perspec- F nos enredos do real
uma semente é uma semente… Traiçoeira, a ler fora de uma perspectiva interdiscursiva. tiva com que é abordada, sua organização São apresentados alguns objetivos orienta-
árvore frondosa agita seus galhos, entorpece- Um pouco sobre o autor estrutural e certos recursos expressivos em- dores para a leitura, focalizando aspectos • Ampliação do trabalho para a pesquisa de
Projeto de Leitura nos com o aroma das frutas, intriga-nos com Retornemos à sombra da frondosa árvore pregados pelo autor. que auxiliem a construção dos sentidos do informações complementares numa dimen-
as possibilidades ocultas nas sementes. — a árvore do tempo — e contemplemos Procuramos contextualizar o autor e sua obra Com esses elementos, o professor irá iden- texto pelo leitor. são interdisciplinar.
Coordenação: Maria José Nóbrega outras árvores: no panorama da literatura brasileira para tificar os conteúdos das diferentes áreas do
Elaboração: Rosane Pamplona O que é, o que é? jovens e adultos. • Leitura global do texto. DICAS DE LEITURA
Deus fez crescer do solo toda conhecimento que poderão ser abordados,
Apegar-se apenas às palavras, às vezes, é os temas que poderão ser discutidos e os • Caracterização da estrutura do texto.
espécie de árvores formosas de ver • Identificação das articulações temporais e
deixar escapar o sentido que se insinua nas Resenha recursos lingüísticos que poderão ser explo- Sugestões de outros livros relacionados de
e boas de comer, e a árvore da vida lógicas responsáveis pela coesão textual. alguma maneira ao que está sendo lido, esti-
ramagens, mas que não está ali. no meio do jardim, e a árvore do rados para ampliar a competência leitora e
• Apreciação de recursos expressivos empre- mulando o desejo de enredar-se nas veredas
Que árvore é essa? Símbolo da vida, ao Apresentamos uma síntese da obra para escritora dos alunos.
conhecimento do bem e do mal. (…) gados pelo autor. literárias e ler mais:
mesmo tempo que se alonga num percurso que o professor, antecipando a temática, o
E Deus deu ao homem este manda-
vertical rumo ao céu, mergulha suas raízes na enredo e seu desenvolvimento, possa avaliar QUADRO-SÍNTESE c) depois da leitura
mento: “Podes comer de todas as w do mesmo autor;
terra. Cíclica, despe-se das folhas, abre-se em a pertinência da adoção, levando em conta
árvores do jardim. Mas da árvore do w sobre o mesmo assunto e gênero;
flores, que escondem frutos, que protegem as possibilidades e necessidades de seus O quadro-síntese permite uma visualização São propostas atividades para permitir melhor
conhecimento do bem e do mal não w leitura de desafio.
sementes, que ocultam coisas futuras. alunos. rápida de alguns dados a respeito da obra compreensão e interpretação da obra, indican-
comerás, porque no dia em que dela
comeres terás de morrer”.2 e de seu tratamento didático: a indicação do, quando for o caso, a pesquisa de assuntos Indicação de título que se imagina além do
“Decifra-me ou te devoro.” Comentários sobre a obra do gênero, das palavras-chave, das áreas e relacionados aos conteúdos das diversas áreas grau de autonomia do leitor virtual da obra
Qual a resposta? Vamos a ela: os anos, que Ah, essas árvores e esses frutos, o temas transversais envolvidos nas atividades curriculares, bem como a reflexão a respeito analisada, com a finalidade de ampliar o
se desdobram em meses, que se aceleram em desejo de conhecer, tão caro ao ser hu- Apontamos alguns aspectos da obra, consi- propostas; sugestão de leitor presumido para de temas que permitam a inserção do aluno no horizonte de expectativas do aluno-leitor,
dias, que escorrem em horas. mano… derando as características do gênero a que a obra em questão. debate de questões contemporâneas. encaminhando-o para a literatura adulta.

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Leitor crítico — Jovem Adulto Há o tempo das escrituras e o tempo da pessoais e, progressivamente, como resultado F nas tramas do texto
Gênero:
Leitor crítico — 7–a e 8a séries Árvores e tempo de leitura memória, e a leitura está no meio, no inter-
valo, no diálogo. Prática enraizada na expe-
de uma série de experiências, se transforma
em um processo interno. Palavras-chave: • Compreensão global do texto a partir de
Áreas envolvidas: reprodução oral ou escrita do que foi lido
Leitor fluente — 5a e 6a séries MARIA JOSÉ NÓBREGA riência humana com a linguagem, a leitura ou de respostas a questões formuladas pelo
é uma arte a ser compartilhada. Somente com uma rica convivência com ob- Temas transversais:
Público-alvo: professor em situação de leitura comparti-
jetos culturais — em ações socioculturalmente lhada.
A compreensão de um texto resulta do res- determinadas e abertas à multiplicidade dos • Apreciação dos recursos expressivos em-
O que é, o que é,
gate de muitos outros discursos por meio da modos de ler, presentes nas diversas situações Propostas de atividades pregados na obra.
Uma árvore bem frondosa
Doze galhos, simplesmente memória. É preciso que os acontecimentos ou comunicativas — é que a leitura se converte em • Identificação e avaliação dos pontos de
Cada galho, trinta frutas os saberes saiam do limbo e interajam com as uma experiência significativa para os alunos. a) antes da leitura vista sustentados pelo autor.
Com vinte e quatro sementes?1 palavras. Mas a memória não funciona como Porque ser leitor é inscrever-se em uma comu- • Discussão de diferentes pontos de vista e
nidade de leitores que discute os textos lidos, Os sentidos que atribuímos ao que se lê opiniões diante de questões polêmicas.
o disco rígido de um computador em que
dependem, e muito, de nossas experiências • Produção de outros textos verbais ou ainda
se salvam arquivos; é um espaço movediço, troca impressões e apresenta sugestões para
anteriores em relação à temática explorada de trabalhos que contemplem as diferentes lin-
cheio de conflitos e deslocamentos. novas leituras.
RICARDO AZEVEDO Enigmas e adivinhas convidam à decifra- Alegórica árvore do tempo…
pelo texto, bem como de nossa familiaridade
com a prática leitora. As atividades sugeridas
guagens artísticas: teatro, música, artes plásticas,
etc.
ção: “trouxeste a chave?”. Empregar estratégias de leitura e descobrir Trilhar novas veredas é o desafio; transfor- neste item favorecem a ativação dos conhe-
A adivinha que lemos, como todo e qual-
quais são as mais adequadas para uma de- mar a escola numa comunidade de leitores é
Cultura da terra quer texto, inscreve-se, necessariamente, em cimentos prévios necessários à compreensão
Encaremos o desafio: trata-se de uma o horizonte que vislumbramos. F nas telas do cinema
terminada situação constituem um processo e interpretação do escrito.
árvore bem frondosa, que tem doze galhos, um gênero socialmente construído e tem,
portanto, uma relação com a exteriorida- que, inicialmente, se produz como atividade • Indicação de filmes, disponíveis em VHS ou
que têm trinta frutas, que têm vinte e qua- externa. Depois, no plano das relações inter- Depende de nós. • Explicitação dos conhecimentos prévios DVD, que tenham alguma articulação com a
tro sementes: cada verso introduz uma nova de que determina as leituras possíveis. O
necessários à compreensão do texto. obra analisada, tanto em relação à temática
informação que se encaixa na anterior. espaço da interpretação é regulado tanto
• Antecipação de conteúdos tratados no texto como à estrutura composicional.
pela organização do próprio texto quanto __________
a partir da observação de indicadores como
Quantos galhos tem a árvore frondosa? pela memória interdiscursiva, que é social,
1
In Meu livro de folclore, Ricardo Azevedo, Editora Ática.
2
A Bíblia de Jerusalém, Gênesis, capítulo 2, versículos 9 e 10, 16 e 17. título da obra ou dos capítulos, capa, ilustração, F nas ondas do som
Quantas frutas tem cada galho? Quantas histórica e cultural. Em lugar de pensar que informações presentes na quarta capa, etc.
sementes tem cada fruta? A resposta a cada a cada texto corresponde uma única leitura, • Explicitação dos conteúdos da obra a partir • Indicação de obras musicais que tenham
uma dessas questões não revela o enigma. Se é preferível pensar que há tensão entre uma dos indicadores observados. alguma relação com a temática ou estrutura
for familiarizado com charadas, o leitor sabe leitura unívoca e outra dialógica.
da obra analisada.
que nem sempre uma árvore é uma árvore, Um texto sempre se relaciona com outros b) durante a leitura
um galho é um galho, uma fruta é uma fruta, produzidos antes ou depois dele: não há como DESCRIÇÃO DO PROJETO DE LEITURA pertence, analisando a temática, a perspec- F nos enredos do real
uma semente é uma semente… Traiçoeira, a ler fora de uma perspectiva interdiscursiva. tiva com que é abordada, sua organização São apresentados alguns objetivos orienta-
árvore frondosa agita seus galhos, entorpece- Um pouco sobre o autor estrutural e certos recursos expressivos em- dores para a leitura, focalizando aspectos • Ampliação do trabalho para a pesquisa de
Projeto de Leitura nos com o aroma das frutas, intriga-nos com Retornemos à sombra da frondosa árvore pregados pelo autor. que auxiliem a construção dos sentidos do informações complementares numa dimen-
as possibilidades ocultas nas sementes. — a árvore do tempo — e contemplemos Procuramos contextualizar o autor e sua obra Com esses elementos, o professor irá iden- texto pelo leitor. são interdisciplinar.
Coordenação: Maria José Nóbrega outras árvores: no panorama da literatura brasileira para tificar os conteúdos das diferentes áreas do
Elaboração: Rosane Pamplona O que é, o que é? jovens e adultos. • Leitura global do texto. DICAS DE LEITURA
Deus fez crescer do solo toda conhecimento que poderão ser abordados,
Apegar-se apenas às palavras, às vezes, é os temas que poderão ser discutidos e os • Caracterização da estrutura do texto.
espécie de árvores formosas de ver • Identificação das articulações temporais e
deixar escapar o sentido que se insinua nas Resenha recursos lingüísticos que poderão ser explo- Sugestões de outros livros relacionados de
e boas de comer, e a árvore da vida lógicas responsáveis pela coesão textual. alguma maneira ao que está sendo lido, esti-
ramagens, mas que não está ali. no meio do jardim, e a árvore do rados para ampliar a competência leitora e
• Apreciação de recursos expressivos empre- mulando o desejo de enredar-se nas veredas
Que árvore é essa? Símbolo da vida, ao Apresentamos uma síntese da obra para escritora dos alunos.
conhecimento do bem e do mal. (…) gados pelo autor. literárias e ler mais:
mesmo tempo que se alonga num percurso que o professor, antecipando a temática, o
E Deus deu ao homem este manda-
vertical rumo ao céu, mergulha suas raízes na enredo e seu desenvolvimento, possa avaliar QUADRO-SÍNTESE c) depois da leitura
mento: “Podes comer de todas as w do mesmo autor;
terra. Cíclica, despe-se das folhas, abre-se em a pertinência da adoção, levando em conta
árvores do jardim. Mas da árvore do w sobre o mesmo assunto e gênero;
flores, que escondem frutos, que protegem as possibilidades e necessidades de seus O quadro-síntese permite uma visualização São propostas atividades para permitir melhor
conhecimento do bem e do mal não w leitura de desafio.
sementes, que ocultam coisas futuras. alunos. rápida de alguns dados a respeito da obra compreensão e interpretação da obra, indican-
comerás, porque no dia em que dela
comeres terás de morrer”.2 e de seu tratamento didático: a indicação do, quando for o caso, a pesquisa de assuntos Indicação de título que se imagina além do
“Decifra-me ou te devoro.” Comentários sobre a obra do gênero, das palavras-chave, das áreas e relacionados aos conteúdos das diversas áreas grau de autonomia do leitor virtual da obra
Qual a resposta? Vamos a ela: os anos, que Ah, essas árvores e esses frutos, o temas transversais envolvidos nas atividades curriculares, bem como a reflexão a respeito analisada, com a finalidade de ampliar o
se desdobram em meses, que se aceleram em desejo de conhecer, tão caro ao ser hu- Apontamos alguns aspectos da obra, consi- propostas; sugestão de leitor presumido para de temas que permitam a inserção do aluno no horizonte de expectativas do aluno-leitor,
dias, que escorrem em horas. mano… derando as características do gênero a que a obra em questão. debate de questões contemporâneas. encaminhando-o para a literatura adulta.

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Leitor crítico — Jovem Adulto Há o tempo das escrituras e o tempo da pessoais e, progressivamente, como resultado F nas tramas do texto
Gênero:
Leitor crítico — 7–a e 8a séries Árvores e tempo de leitura memória, e a leitura está no meio, no inter-
valo, no diálogo. Prática enraizada na expe-
de uma série de experiências, se transforma
em um processo interno. Palavras-chave: • Compreensão global do texto a partir de
Áreas envolvidas: reprodução oral ou escrita do que foi lido
Leitor fluente — 5a e 6a séries MARIA JOSÉ NÓBREGA riência humana com a linguagem, a leitura ou de respostas a questões formuladas pelo
é uma arte a ser compartilhada. Somente com uma rica convivência com ob- Temas transversais:
Público-alvo: professor em situação de leitura comparti-
jetos culturais — em ações socioculturalmente lhada.
A compreensão de um texto resulta do res- determinadas e abertas à multiplicidade dos • Apreciação dos recursos expressivos em-
O que é, o que é,
gate de muitos outros discursos por meio da modos de ler, presentes nas diversas situações Propostas de atividades pregados na obra.
Uma árvore bem frondosa
Doze galhos, simplesmente memória. É preciso que os acontecimentos ou comunicativas — é que a leitura se converte em • Identificação e avaliação dos pontos de
Cada galho, trinta frutas os saberes saiam do limbo e interajam com as uma experiência significativa para os alunos. a) antes da leitura vista sustentados pelo autor.
Com vinte e quatro sementes?1 palavras. Mas a memória não funciona como Porque ser leitor é inscrever-se em uma comu- • Discussão de diferentes pontos de vista e
nidade de leitores que discute os textos lidos, Os sentidos que atribuímos ao que se lê opiniões diante de questões polêmicas.
o disco rígido de um computador em que
dependem, e muito, de nossas experiências • Produção de outros textos verbais ou ainda
se salvam arquivos; é um espaço movediço, troca impressões e apresenta sugestões para
anteriores em relação à temática explorada de trabalhos que contemplem as diferentes lin-
cheio de conflitos e deslocamentos. novas leituras.
RICARDO AZEVEDO Enigmas e adivinhas convidam à decifra- Alegórica árvore do tempo…
pelo texto, bem como de nossa familiaridade
com a prática leitora. As atividades sugeridas
guagens artísticas: teatro, música, artes plásticas,
etc.
ção: “trouxeste a chave?”. Empregar estratégias de leitura e descobrir Trilhar novas veredas é o desafio; transfor- neste item favorecem a ativação dos conhe-
A adivinha que lemos, como todo e qual-
quais são as mais adequadas para uma de- mar a escola numa comunidade de leitores é
Cultura da terra quer texto, inscreve-se, necessariamente, em cimentos prévios necessários à compreensão
Encaremos o desafio: trata-se de uma o horizonte que vislumbramos. F nas telas do cinema
terminada situação constituem um processo e interpretação do escrito.
árvore bem frondosa, que tem doze galhos, um gênero socialmente construído e tem,
portanto, uma relação com a exteriorida- que, inicialmente, se produz como atividade • Indicação de filmes, disponíveis em VHS ou
que têm trinta frutas, que têm vinte e qua- externa. Depois, no plano das relações inter- Depende de nós. • Explicitação dos conhecimentos prévios DVD, que tenham alguma articulação com a
tro sementes: cada verso introduz uma nova de que determina as leituras possíveis. O
necessários à compreensão do texto. obra analisada, tanto em relação à temática
informação que se encaixa na anterior. espaço da interpretação é regulado tanto
• Antecipação de conteúdos tratados no texto como à estrutura composicional.
pela organização do próprio texto quanto __________
a partir da observação de indicadores como
Quantos galhos tem a árvore frondosa? pela memória interdiscursiva, que é social,
1
In Meu livro de folclore, Ricardo Azevedo, Editora Ática.
2
A Bíblia de Jerusalém, Gênesis, capítulo 2, versículos 9 e 10, 16 e 17. título da obra ou dos capítulos, capa, ilustração, F nas ondas do som
Quantas frutas tem cada galho? Quantas histórica e cultural. Em lugar de pensar que informações presentes na quarta capa, etc.
sementes tem cada fruta? A resposta a cada a cada texto corresponde uma única leitura, • Explicitação dos conteúdos da obra a partir • Indicação de obras musicais que tenham
uma dessas questões não revela o enigma. Se é preferível pensar que há tensão entre uma dos indicadores observados. alguma relação com a temática ou estrutura
for familiarizado com charadas, o leitor sabe leitura unívoca e outra dialógica.
da obra analisada.
que nem sempre uma árvore é uma árvore, Um texto sempre se relaciona com outros b) durante a leitura
um galho é um galho, uma fruta é uma fruta, produzidos antes ou depois dele: não há como DESCRIÇÃO DO PROJETO DE LEITURA pertence, analisando a temática, a perspec- F nos enredos do real
uma semente é uma semente… Traiçoeira, a ler fora de uma perspectiva interdiscursiva. tiva com que é abordada, sua organização São apresentados alguns objetivos orienta-
árvore frondosa agita seus galhos, entorpece- Um pouco sobre o autor estrutural e certos recursos expressivos em- dores para a leitura, focalizando aspectos • Ampliação do trabalho para a pesquisa de
Projeto de Leitura nos com o aroma das frutas, intriga-nos com Retornemos à sombra da frondosa árvore pregados pelo autor. que auxiliem a construção dos sentidos do informações complementares numa dimen-
as possibilidades ocultas nas sementes. — a árvore do tempo — e contemplemos Procuramos contextualizar o autor e sua obra Com esses elementos, o professor irá iden- texto pelo leitor. são interdisciplinar.
Coordenação: Maria José Nóbrega outras árvores: no panorama da literatura brasileira para tificar os conteúdos das diferentes áreas do
Elaboração: Rosane Pamplona O que é, o que é? jovens e adultos. • Leitura global do texto. DICAS DE LEITURA
Deus fez crescer do solo toda conhecimento que poderão ser abordados,
Apegar-se apenas às palavras, às vezes, é os temas que poderão ser discutidos e os • Caracterização da estrutura do texto.
espécie de árvores formosas de ver • Identificação das articulações temporais e
deixar escapar o sentido que se insinua nas Resenha recursos lingüísticos que poderão ser explo- Sugestões de outros livros relacionados de
e boas de comer, e a árvore da vida lógicas responsáveis pela coesão textual. alguma maneira ao que está sendo lido, esti-
ramagens, mas que não está ali. no meio do jardim, e a árvore do rados para ampliar a competência leitora e
• Apreciação de recursos expressivos empre- mulando o desejo de enredar-se nas veredas
Que árvore é essa? Símbolo da vida, ao Apresentamos uma síntese da obra para escritora dos alunos.
conhecimento do bem e do mal. (…) gados pelo autor. literárias e ler mais:
mesmo tempo que se alonga num percurso que o professor, antecipando a temática, o
E Deus deu ao homem este manda-
vertical rumo ao céu, mergulha suas raízes na enredo e seu desenvolvimento, possa avaliar QUADRO-SÍNTESE c) depois da leitura
mento: “Podes comer de todas as w do mesmo autor;
terra. Cíclica, despe-se das folhas, abre-se em a pertinência da adoção, levando em conta
árvores do jardim. Mas da árvore do w sobre o mesmo assunto e gênero;
flores, que escondem frutos, que protegem as possibilidades e necessidades de seus O quadro-síntese permite uma visualização São propostas atividades para permitir melhor
conhecimento do bem e do mal não w leitura de desafio.
sementes, que ocultam coisas futuras. alunos. rápida de alguns dados a respeito da obra compreensão e interpretação da obra, indican-
comerás, porque no dia em que dela
comeres terás de morrer”.2 e de seu tratamento didático: a indicação do, quando for o caso, a pesquisa de assuntos Indicação de título que se imagina além do
“Decifra-me ou te devoro.” Comentários sobre a obra do gênero, das palavras-chave, das áreas e relacionados aos conteúdos das diversas áreas grau de autonomia do leitor virtual da obra
Qual a resposta? Vamos a ela: os anos, que Ah, essas árvores e esses frutos, o temas transversais envolvidos nas atividades curriculares, bem como a reflexão a respeito analisada, com a finalidade de ampliar o
se desdobram em meses, que se aceleram em desejo de conhecer, tão caro ao ser hu- Apontamos alguns aspectos da obra, consi- propostas; sugestão de leitor presumido para de temas que permitam a inserção do aluno no horizonte de expectativas do aluno-leitor,
dias, que escorrem em horas. mano… derando as características do gênero a que a obra em questão. debate de questões contemporâneas. encaminhando-o para a literatura adulta.

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Enc cultura da terra COMUM.indd 1 1/22/05 3:01:27 PM


de, pão de mandioca, merenda de banana e PROPOSTAS DE ATIVIDADES 3. Peça que leiam anotando os textos que de origem indígena, como em Te mandei um embaralhados, entre os alunos. O professor Se tiver oportunidade, apresente à classe um
pudim de tapioca. já conheciam, ou que conheciam em uma passarinho,/ Patuá miri pupé,/ Pintadinho de dirá o primeiro verso e os alunos que estive- livreto de cordel e trabalhe com ela mais
Então, vamos lá, conhecer esse mundão de Antes da leitura versão diferente. amarelo,/ Iporanga ne inaué. rem com a seqüência devem ler os versos em esse tipo de texto de manifestação popular.
poesia e alegria! Pois como diz o ditado: 4. Desafie-os a tentar responder as adivinhas 4. Organize a classe em grupos e peça que voz alta. Sugestão: Minhas rimas de cordel, de César
Ou vai, ou racha, ou arrebenta as pregas da 1. A palavra cultura é de significação muito sem olhar as soluções no fim do livro. Como cada aluno observe e registre as outras mar- • Selecione do livro algumas quadras que Obeid, Editora Moderna.
bombacha! ampla; pode ser entendida como o conjunto as ilustrações dão pistas equivocadas sobre as cas de cultura de cada região, aproveitando tenham alguma marca denunciando sua 13. Para arrematar o trabalho, organizem
E para terminar: de conhecimentos, padrões de comporta- respostas, seria divertido anotar o que cada o que foi anotado durante a leitura. Essas origem. Escreva-as na lousa e desafie-os a um sarau de cultura popular. Alguns podem
Vou fazer a despedida, mentos crenças, valores, costumes etc. que um pensou antes de descobrir a verdadeira marcas podem ser organizadas em aspectos descobrir de que região são.
contar ou dramatizar histórias e casos assom-
Que fez o cachorro magro, distinguem um grupo social. Assim, são ma- resposta. físico-geográficos e costumes e tradições: Exemplos: Marrequinha da lagoa, /Tuiuiú
do Pantanal (região Centro-Oeste, p. 65); Eu brosos; outros podem declamar quadrinhas;
Comeu, encheu a barriga, nifestações culturais de uma comunidade • ambiente geográfico
Saiu abanando o rabo. sou cabra perigoso,/ Quando pego a perigar outros, ainda, propor adivinhas ao público.
os textos, as danças, as músicas, as regras Depois da leitura • costumes
O trabalho pode ser iniciado em conjunto, (região Nordeste, p. 92); Oriza, cipó-catinga,/ Se for possível, convide os alunos de outras
de educação, o tipo de vestuário, o tipo de
Comentários sobre a obra observando os primeiros textos do livro. Por Pipirioca, vindicá (região Norte, p. 121). classes e mesmo os pais e amigos. Incremente
moradia, os festejos, e assim por diante. Com
base no título do livro, converse com os alu- F nas tramas do texto exemplo, já na primeira quadrinha apare- • Releia os versos iniciais de algumas qua- o encontro servindo as delícias regionais já
RICARDO AZEVEDO Um passeio pelo sempre surpreendente uni-
verso da cultura popular é o que propõe o
nos: o que é cultura? O que seria a cultura
da terra? Uma receita de cozinha pode ser
1. Um dos traços distintivos da cultura popu- ce a parreira. O cultivo de uvas é uma das
tradições, ou seja, uma marca de cultura da
dras e proponha que os alunos dêem novas
seqüências a eles.
testadas em classe!
lar é seu caráter divertido, bem-humorado. F nas telas do cinema
autor. Passando por todas as regiões do Brasil, um registro de cultura? As histórias que se região Sul. Assim também o pinheiro, que 8. Verifique se todos entenderam os provér-
Portanto, sugerimos que, antes de começar
Cultura da terra ele nos lembra ou nos revela a sabedoria, a
alegria, a poesia e a malícia do povo brasileiro
contam ou as comidas que se comem no Brasil
são as mesmas de outros países?
um trabalho detalhado e aprofundado sobre
as questões trazidas pelo livro, os alunos
pode não ser exclusivo do Sul, mas é onde
aparece com mais freqüência. Na seqüência
bios lidos. Lembre-se de que é necessário dar-
lhes um contexto para que os compreendam
Marvada carne, dirigido por André Klotzel.
Trata-se de um filme divertido sobre a cultura
por meio de contos, mitos, quadrinhas, adivi- 2. Após a conversa, pergunte se alguém co- das quadrinhas, pode-se observar o hábito melhor. Proponha que ampliem seu repertó- caipira, por onde passam várias figuras da
tenham um espaço para comentar suas im-
nhas, ditados e até receitas culinárias. O livro nhece uma quadrinha popular, uma adivinha de tomar chimarrão, de usar poncho e assim rio de ditados populares, registrando os que mitologia brasileira, como o Saci, o Tinhoso,
pressões sobre o que leram. Proponha, por
surgiu após uma extensa pesquisa bibliográ- ou um ditado. Se possível, façam o registro por diante. conhecem ou fazendo pesquisas com amigos a Corrupira. Nhô Quim chega à casa de Sá
exemplo, que recontem à sua maneira o
fica e de consulta a pessoas de diferentes es- desses textos. Se alguém souber um conto 5. Verifique se alguém conhecia algum dos e familiares. O site a seguir pode ajudá-los na Carula, seguindo seu desejo de comer carne
conto de que mais gostaram, ou que tentem pesquisa: www.jangadabrasil.com.br
tados brasileiros e de um trabalho de seleção popular, peça que o conte para a classe. De- declamar de cor uma das quadrinhas. Se há textos em outra versão. Provavelmente, de boi. A moçoila, vendo atendidos seus
que considerou os textos mais expressivos da pois da leitura do livro, esse levantamento alguns conhecem pelo menos um conto ou 9. Proponha um torneio de adivinhas. Divida
alunos de diferentes regiões na classe, peça a classe em dois grupos; um desafiará o outro, pedidos a Santo Antônio, faz de tudo para
as pessoas. Para mim, a literatura, inclusive a cultura popular. A opção de linguagem, de um poderá se aprofundado. que leiam um dos textos com o sotaque típico trecho de conto. Se for o caso, peça que
Um pouco sobre O autor com as adivinhas do livro ou outras trazidas convencê-lo a se casar com ela.
infantil, é, sem dúvida, uma forma de tentar coloquial rico e variado, evidencia o caráter 3. Explique que os textos foram organizados dessa região. contem a sua versão e comparem as diferen-
compreender a vida e o mundo. popular dos textos, além de preservar termos de acordo com as regiões do Brasil. Verifique ças. Alguns dos contos do livro são versões de casa. Sugestão: Enrosca ou desenrosca?, de
Ricardo Azevedo nasceu em São Paulo, em 2. Esclareça as dificuldades de vocabulário Maria José Nóbrega e Rosane Pamplona,
e expressões relativas a cada uma das regiões se sabem que estados fazem parte de cada diferentes de histórias que aparecem em DICAS DE LEITURA
1949. É formado em Comunicação Visual que apareceram durante a leitura. Observe Editora Moderna.
Resenha pesquisadas. Também corroboram esse caráter região. Leve um mapa para localizá-los. que muitas vezes essas dificuldades rela- coletâneas tradicionais, como a dos Irmãos
pela Faculdade de Artes Plásticas da Faap e 10. E os monstrengos? Quem já tinha ouvi-
popular as ilustrações, de traços ingênuos e cionam-se com as diferenças regionais. Por Grimm, por exemplo “João e Maria” e “Com- w do mesmo autor
doutor em Letras, na área de Teoria Literária, do falar de algum deles? Há na sua região
divertidos, além das xilogravuras, típicas da Durante a leitura exemplo, a palavra mas, em “Mas! Vou me padre rico e compadre pobre” (na versão dos
pela Universidade de São Paulo. Casado, pai O que é, o que é? ou cidade algum tipo desses, alguma lenda Histórias folclóricas de medo e de quebranto
literatura de cordel do Brasil. amarrar no tronco pro pé-de-vento não me Grimm, “Os três cabelos de ouro do diabo”).
de três filhos, gosta de ler, ouvir música e Vamos ver quem diz agora, assustadora ou um “caso” de assombração? –– São Paulo, Scipione
A obra é uma bela oportunidade de despertar As propostas a seguir referem-se ao livro levar!” (p. 17), é apenas uma interjeição, típi- Providencie esses textos e proponha que os
conversar com os amigos. Não me venha com depois, Peça que pesquisem em casa e na comunida- Meu livro de folclore –– São Paulo, Ática
nos alunos o gosto pela cultura popular, a curio- todo. Mas é possível aplicá-las a cada parte ca da região Sul, que poderia ser substituída comparem: em que se assemelham? Em que
Começou a produzir livros infantis em 1980, O que é que você tem um, de e que registrem depoimentos de pessoas Armazém do folclore –– São Paulo, Ática
sidade de desvendar cada vez mais esse extenso do livro se o professor desejar trabalhar uma por “oras!”; nesse caso, não tem o significado se diferem?
com O peixe que podia cantar, e até o ano de O que é que todos têm dois? que já ouviram falar desses mitos. Os casos Histórias de bobos, bocós, burraldos e pas-
e fascinante patrimônio que nos foi legado por região do Brasil de cada vez. É também pos- da conjunção adversativa porém. 6. O conto “O vaqueiro que nunca mentiu”
2005 já publicou mais de cem títulos. Destaca- pesquisados podem ser apresentados à clas-
culturas tão diversas, como a européia, a afri- sível trabalhar um gênero de texto por vez: 3. Aproveitando os esclarecimentos de voca- lembra a saga do boi presente nos festejos palhões –– Porto Alegre, Projeto
se em seu trabalho a pesquisa em literatura Pense bem e não se engane, pois quem se se, de preferência acompanhados de painéis
cana e a indígena. Além disso, pode contribuir quadrinhas, contos, adivinhas, mitos, ditados bulário, façam um levantamento de outras do “bumba-meu-boi”, típicos da região Nor-
popular, que resultou em publicações como engana é o gambá. Mas também o gambá en- ilustrados com desenhos. Os pais e os avós
Meu livro do folclore, além de sua saborosa gana o cachorro-do-mato, o pescador engana para uma prazerosa aproximação com os dife- e receitas. marcas lingüísticas regionais, por exemplo: deste. Conte ou relembre aos alunos onde w sobre o mesmo gênero
rentes registros de fala da língua portuguesa. podem contribuir muito com essa pesquisa!
produção poética para crianças, como Deze- o peixe, o compadre pobre engana o compa- 1. Antecipe aos alunos que, nos textos, apare- • Na região Sul, o uso do pronome tu (Bah, e como se dão esses festejos. Aproveite a 11. Organize a classe em grupos pequenos e Contos da carochinha –– Figueiredo Pi-
nove poemas desengonçados. dre rico e até o pangaré engana os macacos; cerão muitas palavras que provavelmente eles tu não soubeste?), de certas interjeições e oportunidade para relembrar outros festejos proponha que cada um teste uma das receitas mentel, Belo Horizonte, Villa Rica
A respeito da literatura diz: Acho que a lite- enquanto isso, Melancia ama Coco Verde, Zé Quadro-síntese não conhecem. Algumas delas têm seu signifi- variantes, como adepois (p. 12), em vez de típicos regionais. Se for possível, mostre a eles do livro. Depois, o prato pronto deve ser tra- Contos tradicionais do Brasil –– Câmara
ratura deve tratar sempre daqueles assuntos Bocoió só apronta e João Cinzento toca viola cado explicado no rodapé. Outras podem ser depois, além do léxico relativo à geografia fotos ou filmes sobre as festas populares ou zido para todos saborearem em conjunto!
Gênero: contos tradicionais, trovas, recei- peça que os alunos façam demonstrações ao Cascudo, São Paulo, Global
meio vagos, sobre os quais ninguém pode no cemitério. Em meio a essas histórias, passeia anotadas para serem explicadas em classe. e aos costumes próprios: chimarrão, cavalo 12. Algumas das ilustrações do livro lembram
tas, provérbios etc. 2. Seria interessante que eles também ano- zaino, gaúcho etc. vivo, com danças e músicas típicas. Contos populares do Brasil –– Sílvio Romero,
ensinar, só compartilhar: as emoções, os o Teiú-iaguá, o Chupa-cabra, o Pé-de-garrafa, as xilogravuras usadas na literatura de cordel.
medos, as paixões, as alegrias, as injustiças, o Matinta-Pereira e outros monstrengos de Palavras-chave: cultura popular, regiões tassem as marcas de cultura de cada região, • Na região Nordeste, o uso da palavra cabra 7. Retome com os alunos as quadrinhas. Faça São Paulo, Editora Itatiaia
o cômico, os sonhos, a passagem inexorável todo o Brasil. do Brasil conforme as fossem encontrando nos textos. (homem, sertanejo), a exclamação Oxente!, brincadeiras com elas, por exemplo:
do tempo, a dupla existência da verdade, as Mas não se assuste, pois aqui também há Áreas envolvidas: Língua Portuguesa, Artes Por exemplo, tomar mate e chimarrão (nas a repetição da negativa, como em Não digo • Peça que cada um copie uma quadrinha
utopias, o sublime, o paradoxal, as ambigüi- quadrinhas de fazer rir, trovinhas de amor, Temas transversais: Pluralidade cultural quadrinhas da região Sul) ou o sertão e o isso não! (p. 116). num papel e depois a recorte em quatro ver-
dades, a busca do autoconhecimento, coisas provérbios populares e muitas outras delícias: Público-alvo: leitor em processo e leitor Senhor do Bonfim (nos contos e quadras da • Na região Norte, região em que se concen- sos. O primeiro verso de cada uma ficará com
banais que fazem parte do dia-a-dia de todas receitas de bom-bocado de pinhão, brevida- fluente região Nordeste). tram os grupos indígenas do Brasil, palavras o professor e os outros serão distribuídos,

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de, pão de mandioca, merenda de banana e PROPOSTAS DE ATIVIDADES 3. Peça que leiam anotando os textos que de origem indígena, como em Te mandei um embaralhados, entre os alunos. O professor Se tiver oportunidade, apresente à classe um
pudim de tapioca. já conheciam, ou que conheciam em uma passarinho,/ Patuá miri pupé,/ Pintadinho de dirá o primeiro verso e os alunos que estive- livreto de cordel e trabalhe com ela mais
Então, vamos lá, conhecer esse mundão de Antes da leitura versão diferente. amarelo,/ Iporanga ne inaué. rem com a seqüência devem ler os versos em esse tipo de texto de manifestação popular.
poesia e alegria! Pois como diz o ditado: 4. Desafie-os a tentar responder as adivinhas 4. Organize a classe em grupos e peça que voz alta. Sugestão: Minhas rimas de cordel, de César
Ou vai, ou racha, ou arrebenta as pregas da 1. A palavra cultura é de significação muito sem olhar as soluções no fim do livro. Como cada aluno observe e registre as outras mar- • Selecione do livro algumas quadras que Obeid, Editora Moderna.
bombacha! ampla; pode ser entendida como o conjunto as ilustrações dão pistas equivocadas sobre as cas de cultura de cada região, aproveitando tenham alguma marca denunciando sua 13. Para arrematar o trabalho, organizem
E para terminar: de conhecimentos, padrões de comporta- respostas, seria divertido anotar o que cada o que foi anotado durante a leitura. Essas origem. Escreva-as na lousa e desafie-os a um sarau de cultura popular. Alguns podem
Vou fazer a despedida, mentos crenças, valores, costumes etc. que um pensou antes de descobrir a verdadeira marcas podem ser organizadas em aspectos descobrir de que região são.
contar ou dramatizar histórias e casos assom-
Que fez o cachorro magro, distinguem um grupo social. Assim, são ma- resposta. físico-geográficos e costumes e tradições: Exemplos: Marrequinha da lagoa, /Tuiuiú
do Pantanal (região Centro-Oeste, p. 65); Eu brosos; outros podem declamar quadrinhas;
Comeu, encheu a barriga, nifestações culturais de uma comunidade • ambiente geográfico
Saiu abanando o rabo. sou cabra perigoso,/ Quando pego a perigar outros, ainda, propor adivinhas ao público.
os textos, as danças, as músicas, as regras Depois da leitura • costumes
O trabalho pode ser iniciado em conjunto, (região Nordeste, p. 92); Oriza, cipó-catinga,/ Se for possível, convide os alunos de outras
de educação, o tipo de vestuário, o tipo de
Comentários sobre a obra observando os primeiros textos do livro. Por Pipirioca, vindicá (região Norte, p. 121). classes e mesmo os pais e amigos. Incremente
moradia, os festejos, e assim por diante. Com
base no título do livro, converse com os alu- F nas tramas do texto exemplo, já na primeira quadrinha apare- • Releia os versos iniciais de algumas qua- o encontro servindo as delícias regionais já
RICARDO AZEVEDO Um passeio pelo sempre surpreendente uni-
verso da cultura popular é o que propõe o
nos: o que é cultura? O que seria a cultura
da terra? Uma receita de cozinha pode ser
1. Um dos traços distintivos da cultura popu- ce a parreira. O cultivo de uvas é uma das
tradições, ou seja, uma marca de cultura da
dras e proponha que os alunos dêem novas
seqüências a eles.
testadas em classe!
lar é seu caráter divertido, bem-humorado. F nas telas do cinema
autor. Passando por todas as regiões do Brasil, um registro de cultura? As histórias que se região Sul. Assim também o pinheiro, que 8. Verifique se todos entenderam os provér-
Portanto, sugerimos que, antes de começar
Cultura da terra ele nos lembra ou nos revela a sabedoria, a
alegria, a poesia e a malícia do povo brasileiro
contam ou as comidas que se comem no Brasil
são as mesmas de outros países?
um trabalho detalhado e aprofundado sobre
as questões trazidas pelo livro, os alunos
pode não ser exclusivo do Sul, mas é onde
aparece com mais freqüência. Na seqüência
bios lidos. Lembre-se de que é necessário dar-
lhes um contexto para que os compreendam
Marvada carne, dirigido por André Klotzel.
Trata-se de um filme divertido sobre a cultura
por meio de contos, mitos, quadrinhas, adivi- 2. Após a conversa, pergunte se alguém co- das quadrinhas, pode-se observar o hábito melhor. Proponha que ampliem seu repertó- caipira, por onde passam várias figuras da
tenham um espaço para comentar suas im-
nhas, ditados e até receitas culinárias. O livro nhece uma quadrinha popular, uma adivinha de tomar chimarrão, de usar poncho e assim rio de ditados populares, registrando os que mitologia brasileira, como o Saci, o Tinhoso,
pressões sobre o que leram. Proponha, por
surgiu após uma extensa pesquisa bibliográ- ou um ditado. Se possível, façam o registro por diante. conhecem ou fazendo pesquisas com amigos a Corrupira. Nhô Quim chega à casa de Sá
exemplo, que recontem à sua maneira o
fica e de consulta a pessoas de diferentes es- desses textos. Se alguém souber um conto 5. Verifique se alguém conhecia algum dos e familiares. O site a seguir pode ajudá-los na Carula, seguindo seu desejo de comer carne
conto de que mais gostaram, ou que tentem pesquisa: www.jangadabrasil.com.br
tados brasileiros e de um trabalho de seleção popular, peça que o conte para a classe. De- declamar de cor uma das quadrinhas. Se há textos em outra versão. Provavelmente, de boi. A moçoila, vendo atendidos seus
que considerou os textos mais expressivos da pois da leitura do livro, esse levantamento alguns conhecem pelo menos um conto ou 9. Proponha um torneio de adivinhas. Divida
alunos de diferentes regiões na classe, peça a classe em dois grupos; um desafiará o outro, pedidos a Santo Antônio, faz de tudo para
as pessoas. Para mim, a literatura, inclusive a cultura popular. A opção de linguagem, de um poderá se aprofundado. que leiam um dos textos com o sotaque típico trecho de conto. Se for o caso, peça que
Um pouco sobre O autor com as adivinhas do livro ou outras trazidas convencê-lo a se casar com ela.
infantil, é, sem dúvida, uma forma de tentar coloquial rico e variado, evidencia o caráter 3. Explique que os textos foram organizados dessa região. contem a sua versão e comparem as diferen-
compreender a vida e o mundo. popular dos textos, além de preservar termos de acordo com as regiões do Brasil. Verifique ças. Alguns dos contos do livro são versões de casa. Sugestão: Enrosca ou desenrosca?, de
Ricardo Azevedo nasceu em São Paulo, em 2. Esclareça as dificuldades de vocabulário Maria José Nóbrega e Rosane Pamplona,
e expressões relativas a cada uma das regiões se sabem que estados fazem parte de cada diferentes de histórias que aparecem em DICAS DE LEITURA
1949. É formado em Comunicação Visual que apareceram durante a leitura. Observe Editora Moderna.
Resenha pesquisadas. Também corroboram esse caráter região. Leve um mapa para localizá-los. que muitas vezes essas dificuldades rela- coletâneas tradicionais, como a dos Irmãos
pela Faculdade de Artes Plásticas da Faap e 10. E os monstrengos? Quem já tinha ouvi-
popular as ilustrações, de traços ingênuos e cionam-se com as diferenças regionais. Por Grimm, por exemplo “João e Maria” e “Com- w do mesmo autor
doutor em Letras, na área de Teoria Literária, do falar de algum deles? Há na sua região
divertidos, além das xilogravuras, típicas da Durante a leitura exemplo, a palavra mas, em “Mas! Vou me padre rico e compadre pobre” (na versão dos
pela Universidade de São Paulo. Casado, pai O que é, o que é? ou cidade algum tipo desses, alguma lenda Histórias folclóricas de medo e de quebranto
literatura de cordel do Brasil. amarrar no tronco pro pé-de-vento não me Grimm, “Os três cabelos de ouro do diabo”).
de três filhos, gosta de ler, ouvir música e Vamos ver quem diz agora, assustadora ou um “caso” de assombração? –– São Paulo, Scipione
A obra é uma bela oportunidade de despertar As propostas a seguir referem-se ao livro levar!” (p. 17), é apenas uma interjeição, típi- Providencie esses textos e proponha que os
conversar com os amigos. Não me venha com depois, Peça que pesquisem em casa e na comunida- Meu livro de folclore –– São Paulo, Ática
nos alunos o gosto pela cultura popular, a curio- todo. Mas é possível aplicá-las a cada parte ca da região Sul, que poderia ser substituída comparem: em que se assemelham? Em que
Começou a produzir livros infantis em 1980, O que é que você tem um, de e que registrem depoimentos de pessoas Armazém do folclore –– São Paulo, Ática
sidade de desvendar cada vez mais esse extenso do livro se o professor desejar trabalhar uma por “oras!”; nesse caso, não tem o significado se diferem?
com O peixe que podia cantar, e até o ano de O que é que todos têm dois? que já ouviram falar desses mitos. Os casos Histórias de bobos, bocós, burraldos e pas-
e fascinante patrimônio que nos foi legado por região do Brasil de cada vez. É também pos- da conjunção adversativa porém. 6. O conto “O vaqueiro que nunca mentiu”
2005 já publicou mais de cem títulos. Destaca- pesquisados podem ser apresentados à clas-
culturas tão diversas, como a européia, a afri- sível trabalhar um gênero de texto por vez: 3. Aproveitando os esclarecimentos de voca- lembra a saga do boi presente nos festejos palhões –– Porto Alegre, Projeto
se em seu trabalho a pesquisa em literatura Pense bem e não se engane, pois quem se se, de preferência acompanhados de painéis
cana e a indígena. Além disso, pode contribuir quadrinhas, contos, adivinhas, mitos, ditados bulário, façam um levantamento de outras do “bumba-meu-boi”, típicos da região Nor-
popular, que resultou em publicações como engana é o gambá. Mas também o gambá en- ilustrados com desenhos. Os pais e os avós
Meu livro do folclore, além de sua saborosa gana o cachorro-do-mato, o pescador engana para uma prazerosa aproximação com os dife- e receitas. marcas lingüísticas regionais, por exemplo: deste. Conte ou relembre aos alunos onde w sobre o mesmo gênero
rentes registros de fala da língua portuguesa. podem contribuir muito com essa pesquisa!
produção poética para crianças, como Deze- o peixe, o compadre pobre engana o compa- 1. Antecipe aos alunos que, nos textos, apare- • Na região Sul, o uso do pronome tu (Bah, e como se dão esses festejos. Aproveite a 11. Organize a classe em grupos pequenos e Contos da carochinha –– Figueiredo Pi-
nove poemas desengonçados. dre rico e até o pangaré engana os macacos; cerão muitas palavras que provavelmente eles tu não soubeste?), de certas interjeições e oportunidade para relembrar outros festejos proponha que cada um teste uma das receitas mentel, Belo Horizonte, Villa Rica
A respeito da literatura diz: Acho que a lite- enquanto isso, Melancia ama Coco Verde, Zé Quadro-síntese não conhecem. Algumas delas têm seu signifi- variantes, como adepois (p. 12), em vez de típicos regionais. Se for possível, mostre a eles do livro. Depois, o prato pronto deve ser tra- Contos tradicionais do Brasil –– Câmara
ratura deve tratar sempre daqueles assuntos Bocoió só apronta e João Cinzento toca viola cado explicado no rodapé. Outras podem ser depois, além do léxico relativo à geografia fotos ou filmes sobre as festas populares ou zido para todos saborearem em conjunto!
Gênero: contos tradicionais, trovas, recei- peça que os alunos façam demonstrações ao Cascudo, São Paulo, Global
meio vagos, sobre os quais ninguém pode no cemitério. Em meio a essas histórias, passeia anotadas para serem explicadas em classe. e aos costumes próprios: chimarrão, cavalo 12. Algumas das ilustrações do livro lembram
tas, provérbios etc. 2. Seria interessante que eles também ano- zaino, gaúcho etc. vivo, com danças e músicas típicas. Contos populares do Brasil –– Sílvio Romero,
ensinar, só compartilhar: as emoções, os o Teiú-iaguá, o Chupa-cabra, o Pé-de-garrafa, as xilogravuras usadas na literatura de cordel.
medos, as paixões, as alegrias, as injustiças, o Matinta-Pereira e outros monstrengos de Palavras-chave: cultura popular, regiões tassem as marcas de cultura de cada região, • Na região Nordeste, o uso da palavra cabra 7. Retome com os alunos as quadrinhas. Faça São Paulo, Editora Itatiaia
o cômico, os sonhos, a passagem inexorável todo o Brasil. do Brasil conforme as fossem encontrando nos textos. (homem, sertanejo), a exclamação Oxente!, brincadeiras com elas, por exemplo:
do tempo, a dupla existência da verdade, as Mas não se assuste, pois aqui também há Áreas envolvidas: Língua Portuguesa, Artes Por exemplo, tomar mate e chimarrão (nas a repetição da negativa, como em Não digo • Peça que cada um copie uma quadrinha
utopias, o sublime, o paradoxal, as ambigüi- quadrinhas de fazer rir, trovinhas de amor, Temas transversais: Pluralidade cultural quadrinhas da região Sul) ou o sertão e o isso não! (p. 116). num papel e depois a recorte em quatro ver-
dades, a busca do autoconhecimento, coisas provérbios populares e muitas outras delícias: Público-alvo: leitor em processo e leitor Senhor do Bonfim (nos contos e quadras da • Na região Norte, região em que se concen- sos. O primeiro verso de cada uma ficará com
banais que fazem parte do dia-a-dia de todas receitas de bom-bocado de pinhão, brevida- fluente região Nordeste). tram os grupos indígenas do Brasil, palavras o professor e os outros serão distribuídos,

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de, pão de mandioca, merenda de banana e PROPOSTAS DE ATIVIDADES 3. Peça que leiam anotando os textos que de origem indígena, como em Te mandei um embaralhados, entre os alunos. O professor Se tiver oportunidade, apresente à classe um
pudim de tapioca. já conheciam, ou que conheciam em uma passarinho,/ Patuá miri pupé,/ Pintadinho de dirá o primeiro verso e os alunos que estive- livreto de cordel e trabalhe com ela mais
Então, vamos lá, conhecer esse mundão de Antes da leitura versão diferente. amarelo,/ Iporanga ne inaué. rem com a seqüência devem ler os versos em esse tipo de texto de manifestação popular.
poesia e alegria! Pois como diz o ditado: 4. Desafie-os a tentar responder as adivinhas 4. Organize a classe em grupos e peça que voz alta. Sugestão: Minhas rimas de cordel, de César
Ou vai, ou racha, ou arrebenta as pregas da 1. A palavra cultura é de significação muito sem olhar as soluções no fim do livro. Como cada aluno observe e registre as outras mar- • Selecione do livro algumas quadras que Obeid, Editora Moderna.
bombacha! ampla; pode ser entendida como o conjunto as ilustrações dão pistas equivocadas sobre as cas de cultura de cada região, aproveitando tenham alguma marca denunciando sua 13. Para arrematar o trabalho, organizem
E para terminar: de conhecimentos, padrões de comporta- respostas, seria divertido anotar o que cada o que foi anotado durante a leitura. Essas origem. Escreva-as na lousa e desafie-os a um sarau de cultura popular. Alguns podem
Vou fazer a despedida, mentos crenças, valores, costumes etc. que um pensou antes de descobrir a verdadeira marcas podem ser organizadas em aspectos descobrir de que região são.
contar ou dramatizar histórias e casos assom-
Que fez o cachorro magro, distinguem um grupo social. Assim, são ma- resposta. físico-geográficos e costumes e tradições: Exemplos: Marrequinha da lagoa, /Tuiuiú
do Pantanal (região Centro-Oeste, p. 65); Eu brosos; outros podem declamar quadrinhas;
Comeu, encheu a barriga, nifestações culturais de uma comunidade • ambiente geográfico
Saiu abanando o rabo. sou cabra perigoso,/ Quando pego a perigar outros, ainda, propor adivinhas ao público.
os textos, as danças, as músicas, as regras Depois da leitura • costumes
O trabalho pode ser iniciado em conjunto, (região Nordeste, p. 92); Oriza, cipó-catinga,/ Se for possível, convide os alunos de outras
de educação, o tipo de vestuário, o tipo de
Comentários sobre a obra observando os primeiros textos do livro. Por Pipirioca, vindicá (região Norte, p. 121). classes e mesmo os pais e amigos. Incremente
moradia, os festejos, e assim por diante. Com
base no título do livro, converse com os alu- F nas tramas do texto exemplo, já na primeira quadrinha apare- • Releia os versos iniciais de algumas qua- o encontro servindo as delícias regionais já
RICARDO AZEVEDO Um passeio pelo sempre surpreendente uni-
verso da cultura popular é o que propõe o
nos: o que é cultura? O que seria a cultura
da terra? Uma receita de cozinha pode ser
1. Um dos traços distintivos da cultura popu- ce a parreira. O cultivo de uvas é uma das
tradições, ou seja, uma marca de cultura da
dras e proponha que os alunos dêem novas
seqüências a eles.
testadas em classe!
lar é seu caráter divertido, bem-humorado. F nas telas do cinema
autor. Passando por todas as regiões do Brasil, um registro de cultura? As histórias que se região Sul. Assim também o pinheiro, que 8. Verifique se todos entenderam os provér-
Portanto, sugerimos que, antes de começar
Cultura da terra ele nos lembra ou nos revela a sabedoria, a
alegria, a poesia e a malícia do povo brasileiro
contam ou as comidas que se comem no Brasil
são as mesmas de outros países?
um trabalho detalhado e aprofundado sobre
as questões trazidas pelo livro, os alunos
pode não ser exclusivo do Sul, mas é onde
aparece com mais freqüência. Na seqüência
bios lidos. Lembre-se de que é necessário dar-
lhes um contexto para que os compreendam
Marvada carne, dirigido por André Klotzel.
Trata-se de um filme divertido sobre a cultura
por meio de contos, mitos, quadrinhas, adivi- 2. Após a conversa, pergunte se alguém co- das quadrinhas, pode-se observar o hábito melhor. Proponha que ampliem seu repertó- caipira, por onde passam várias figuras da
tenham um espaço para comentar suas im-
nhas, ditados e até receitas culinárias. O livro nhece uma quadrinha popular, uma adivinha de tomar chimarrão, de usar poncho e assim rio de ditados populares, registrando os que mitologia brasileira, como o Saci, o Tinhoso,
pressões sobre o que leram. Proponha, por
surgiu após uma extensa pesquisa bibliográ- ou um ditado. Se possível, façam o registro por diante. conhecem ou fazendo pesquisas com amigos a Corrupira. Nhô Quim chega à casa de Sá
exemplo, que recontem à sua maneira o
fica e de consulta a pessoas de diferentes es- desses textos. Se alguém souber um conto 5. Verifique se alguém conhecia algum dos e familiares. O site a seguir pode ajudá-los na Carula, seguindo seu desejo de comer carne
conto de que mais gostaram, ou que tentem pesquisa: www.jangadabrasil.com.br
tados brasileiros e de um trabalho de seleção popular, peça que o conte para a classe. De- declamar de cor uma das quadrinhas. Se há textos em outra versão. Provavelmente, de boi. A moçoila, vendo atendidos seus
que considerou os textos mais expressivos da pois da leitura do livro, esse levantamento alguns conhecem pelo menos um conto ou 9. Proponha um torneio de adivinhas. Divida
alunos de diferentes regiões na classe, peça a classe em dois grupos; um desafiará o outro, pedidos a Santo Antônio, faz de tudo para
as pessoas. Para mim, a literatura, inclusive a cultura popular. A opção de linguagem, de um poderá se aprofundado. que leiam um dos textos com o sotaque típico trecho de conto. Se for o caso, peça que
Um pouco sobre O autor com as adivinhas do livro ou outras trazidas convencê-lo a se casar com ela.
infantil, é, sem dúvida, uma forma de tentar coloquial rico e variado, evidencia o caráter 3. Explique que os textos foram organizados dessa região. contem a sua versão e comparem as diferen-
compreender a vida e o mundo. popular dos textos, além de preservar termos de acordo com as regiões do Brasil. Verifique ças. Alguns dos contos do livro são versões de casa. Sugestão: Enrosca ou desenrosca?, de
Ricardo Azevedo nasceu em São Paulo, em 2. Esclareça as dificuldades de vocabulário Maria José Nóbrega e Rosane Pamplona,
e expressões relativas a cada uma das regiões se sabem que estados fazem parte de cada diferentes de histórias que aparecem em DICAS DE LEITURA
1949. É formado em Comunicação Visual que apareceram durante a leitura. Observe Editora Moderna.
Resenha pesquisadas. Também corroboram esse caráter região. Leve um mapa para localizá-los. que muitas vezes essas dificuldades rela- coletâneas tradicionais, como a dos Irmãos
pela Faculdade de Artes Plásticas da Faap e 10. E os monstrengos? Quem já tinha ouvi-
popular as ilustrações, de traços ingênuos e cionam-se com as diferenças regionais. Por Grimm, por exemplo “João e Maria” e “Com- w do mesmo autor
doutor em Letras, na área de Teoria Literária, do falar de algum deles? Há na sua região
divertidos, além das xilogravuras, típicas da Durante a leitura exemplo, a palavra mas, em “Mas! Vou me padre rico e compadre pobre” (na versão dos
pela Universidade de São Paulo. Casado, pai O que é, o que é? ou cidade algum tipo desses, alguma lenda Histórias folclóricas de medo e de quebranto
literatura de cordel do Brasil. amarrar no tronco pro pé-de-vento não me Grimm, “Os três cabelos de ouro do diabo”).
de três filhos, gosta de ler, ouvir música e Vamos ver quem diz agora, assustadora ou um “caso” de assombração? –– São Paulo, Scipione
A obra é uma bela oportunidade de despertar As propostas a seguir referem-se ao livro levar!” (p. 17), é apenas uma interjeição, típi- Providencie esses textos e proponha que os
conversar com os amigos. Não me venha com depois, Peça que pesquisem em casa e na comunida- Meu livro de folclore –– São Paulo, Ática
nos alunos o gosto pela cultura popular, a curio- todo. Mas é possível aplicá-las a cada parte ca da região Sul, que poderia ser substituída comparem: em que se assemelham? Em que
Começou a produzir livros infantis em 1980, O que é que você tem um, de e que registrem depoimentos de pessoas Armazém do folclore –– São Paulo, Ática
sidade de desvendar cada vez mais esse extenso do livro se o professor desejar trabalhar uma por “oras!”; nesse caso, não tem o significado se diferem?
com O peixe que podia cantar, e até o ano de O que é que todos têm dois? que já ouviram falar desses mitos. Os casos Histórias de bobos, bocós, burraldos e pas-
e fascinante patrimônio que nos foi legado por região do Brasil de cada vez. É também pos- da conjunção adversativa porém. 6. O conto “O vaqueiro que nunca mentiu”
2005 já publicou mais de cem títulos. Destaca- pesquisados podem ser apresentados à clas-
culturas tão diversas, como a européia, a afri- sível trabalhar um gênero de texto por vez: 3. Aproveitando os esclarecimentos de voca- lembra a saga do boi presente nos festejos palhões –– Porto Alegre, Projeto
se em seu trabalho a pesquisa em literatura Pense bem e não se engane, pois quem se se, de preferência acompanhados de painéis
cana e a indígena. Além disso, pode contribuir quadrinhas, contos, adivinhas, mitos, ditados bulário, façam um levantamento de outras do “bumba-meu-boi”, típicos da região Nor-
popular, que resultou em publicações como engana é o gambá. Mas também o gambá en- ilustrados com desenhos. Os pais e os avós
Meu livro do folclore, além de sua saborosa gana o cachorro-do-mato, o pescador engana para uma prazerosa aproximação com os dife- e receitas. marcas lingüísticas regionais, por exemplo: deste. Conte ou relembre aos alunos onde w sobre o mesmo gênero
rentes registros de fala da língua portuguesa. podem contribuir muito com essa pesquisa!
produção poética para crianças, como Deze- o peixe, o compadre pobre engana o compa- 1. Antecipe aos alunos que, nos textos, apare- • Na região Sul, o uso do pronome tu (Bah, e como se dão esses festejos. Aproveite a 11. Organize a classe em grupos pequenos e Contos da carochinha –– Figueiredo Pi-
nove poemas desengonçados. dre rico e até o pangaré engana os macacos; cerão muitas palavras que provavelmente eles tu não soubeste?), de certas interjeições e oportunidade para relembrar outros festejos proponha que cada um teste uma das receitas mentel, Belo Horizonte, Villa Rica
A respeito da literatura diz: Acho que a lite- enquanto isso, Melancia ama Coco Verde, Zé Quadro-síntese não conhecem. Algumas delas têm seu signifi- variantes, como adepois (p. 12), em vez de típicos regionais. Se for possível, mostre a eles do livro. Depois, o prato pronto deve ser tra- Contos tradicionais do Brasil –– Câmara
ratura deve tratar sempre daqueles assuntos Bocoió só apronta e João Cinzento toca viola cado explicado no rodapé. Outras podem ser depois, além do léxico relativo à geografia fotos ou filmes sobre as festas populares ou zido para todos saborearem em conjunto!
Gênero: contos tradicionais, trovas, recei- peça que os alunos façam demonstrações ao Cascudo, São Paulo, Global
meio vagos, sobre os quais ninguém pode no cemitério. Em meio a essas histórias, passeia anotadas para serem explicadas em classe. e aos costumes próprios: chimarrão, cavalo 12. Algumas das ilustrações do livro lembram
tas, provérbios etc. 2. Seria interessante que eles também ano- zaino, gaúcho etc. vivo, com danças e músicas típicas. Contos populares do Brasil –– Sílvio Romero,
ensinar, só compartilhar: as emoções, os o Teiú-iaguá, o Chupa-cabra, o Pé-de-garrafa, as xilogravuras usadas na literatura de cordel.
medos, as paixões, as alegrias, as injustiças, o Matinta-Pereira e outros monstrengos de Palavras-chave: cultura popular, regiões tassem as marcas de cultura de cada região, • Na região Nordeste, o uso da palavra cabra 7. Retome com os alunos as quadrinhas. Faça São Paulo, Editora Itatiaia
o cômico, os sonhos, a passagem inexorável todo o Brasil. do Brasil conforme as fossem encontrando nos textos. (homem, sertanejo), a exclamação Oxente!, brincadeiras com elas, por exemplo:
do tempo, a dupla existência da verdade, as Mas não se assuste, pois aqui também há Áreas envolvidas: Língua Portuguesa, Artes Por exemplo, tomar mate e chimarrão (nas a repetição da negativa, como em Não digo • Peça que cada um copie uma quadrinha
utopias, o sublime, o paradoxal, as ambigüi- quadrinhas de fazer rir, trovinhas de amor, Temas transversais: Pluralidade cultural quadrinhas da região Sul) ou o sertão e o isso não! (p. 116). num papel e depois a recorte em quatro ver-
dades, a busca do autoconhecimento, coisas provérbios populares e muitas outras delícias: Público-alvo: leitor em processo e leitor Senhor do Bonfim (nos contos e quadras da • Na região Norte, região em que se concen- sos. O primeiro verso de cada uma ficará com
banais que fazem parte do dia-a-dia de todas receitas de bom-bocado de pinhão, brevida- fluente região Nordeste). tram os grupos indígenas do Brasil, palavras o professor e os outros serão distribuídos,

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Enc cultura da terra.indd 1 1/22/05 3:00:59 PM


de, pão de mandioca, merenda de banana e PROPOSTAS DE ATIVIDADES 3. Peça que leiam anotando os textos que de origem indígena, como em Te mandei um embaralhados, entre os alunos. O professor Se tiver oportunidade, apresente à classe um
pudim de tapioca. já conheciam, ou que conheciam em uma passarinho,/ Patuá miri pupé,/ Pintadinho de dirá o primeiro verso e os alunos que estive- livreto de cordel e trabalhe com ela mais
Então, vamos lá, conhecer esse mundão de Antes da leitura versão diferente. amarelo,/ Iporanga ne inaué. rem com a seqüência devem ler os versos em esse tipo de texto de manifestação popular.
poesia e alegria! Pois como diz o ditado: 4. Desafie-os a tentar responder as adivinhas 4. Organize a classe em grupos e peça que voz alta. Sugestão: Minhas rimas de cordel, de César
Ou vai, ou racha, ou arrebenta as pregas da 1. A palavra cultura é de significação muito sem olhar as soluções no fim do livro. Como cada aluno observe e registre as outras mar- • Selecione do livro algumas quadras que Obeid, Editora Moderna.
bombacha! ampla; pode ser entendida como o conjunto as ilustrações dão pistas equivocadas sobre as cas de cultura de cada região, aproveitando tenham alguma marca denunciando sua 13. Para arrematar o trabalho, organizem
E para terminar: de conhecimentos, padrões de comporta- respostas, seria divertido anotar o que cada o que foi anotado durante a leitura. Essas origem. Escreva-as na lousa e desafie-os a um sarau de cultura popular. Alguns podem
Vou fazer a despedida, mentos crenças, valores, costumes etc. que um pensou antes de descobrir a verdadeira marcas podem ser organizadas em aspectos descobrir de que região são.
contar ou dramatizar histórias e casos assom-
Que fez o cachorro magro, distinguem um grupo social. Assim, são ma- resposta. físico-geográficos e costumes e tradições: Exemplos: Marrequinha da lagoa, /Tuiuiú
do Pantanal (região Centro-Oeste, p. 65); Eu brosos; outros podem declamar quadrinhas;
Comeu, encheu a barriga, nifestações culturais de uma comunidade • ambiente geográfico
Saiu abanando o rabo. sou cabra perigoso,/ Quando pego a perigar outros, ainda, propor adivinhas ao público.
os textos, as danças, as músicas, as regras Depois da leitura • costumes
O trabalho pode ser iniciado em conjunto, (região Nordeste, p. 92); Oriza, cipó-catinga,/ Se for possível, convide os alunos de outras
de educação, o tipo de vestuário, o tipo de
Comentários sobre a obra observando os primeiros textos do livro. Por Pipirioca, vindicá (região Norte, p. 121). classes e mesmo os pais e amigos. Incremente
moradia, os festejos, e assim por diante. Com
base no título do livro, converse com os alu- F nas tramas do texto exemplo, já na primeira quadrinha apare- • Releia os versos iniciais de algumas qua- o encontro servindo as delícias regionais já
RICARDO AZEVEDO Um passeio pelo sempre surpreendente uni-
verso da cultura popular é o que propõe o
nos: o que é cultura? O que seria a cultura
da terra? Uma receita de cozinha pode ser
1. Um dos traços distintivos da cultura popu- ce a parreira. O cultivo de uvas é uma das
tradições, ou seja, uma marca de cultura da
dras e proponha que os alunos dêem novas
seqüências a eles.
testadas em classe!
lar é seu caráter divertido, bem-humorado. F nas telas do cinema
autor. Passando por todas as regiões do Brasil, um registro de cultura? As histórias que se região Sul. Assim também o pinheiro, que 8. Verifique se todos entenderam os provér-
Portanto, sugerimos que, antes de começar
Cultura da terra ele nos lembra ou nos revela a sabedoria, a
alegria, a poesia e a malícia do povo brasileiro
contam ou as comidas que se comem no Brasil
são as mesmas de outros países?
um trabalho detalhado e aprofundado sobre
as questões trazidas pelo livro, os alunos
pode não ser exclusivo do Sul, mas é onde
aparece com mais freqüência. Na seqüência
bios lidos. Lembre-se de que é necessário dar-
lhes um contexto para que os compreendam
Marvada carne, dirigido por André Klotzel.
Trata-se de um filme divertido sobre a cultura
por meio de contos, mitos, quadrinhas, adivi- 2. Após a conversa, pergunte se alguém co- das quadrinhas, pode-se observar o hábito melhor. Proponha que ampliem seu repertó- caipira, por onde passam várias figuras da
tenham um espaço para comentar suas im-
nhas, ditados e até receitas culinárias. O livro nhece uma quadrinha popular, uma adivinha de tomar chimarrão, de usar poncho e assim rio de ditados populares, registrando os que mitologia brasileira, como o Saci, o Tinhoso,
pressões sobre o que leram. Proponha, por
surgiu após uma extensa pesquisa bibliográ- ou um ditado. Se possível, façam o registro por diante. conhecem ou fazendo pesquisas com amigos a Corrupira. Nhô Quim chega à casa de Sá
exemplo, que recontem à sua maneira o
fica e de consulta a pessoas de diferentes es- desses textos. Se alguém souber um conto 5. Verifique se alguém conhecia algum dos e familiares. O site a seguir pode ajudá-los na Carula, seguindo seu desejo de comer carne
conto de que mais gostaram, ou que tentem pesquisa: www.jangadabrasil.com.br
tados brasileiros e de um trabalho de seleção popular, peça que o conte para a classe. De- declamar de cor uma das quadrinhas. Se há textos em outra versão. Provavelmente, de boi. A moçoila, vendo atendidos seus
que considerou os textos mais expressivos da pois da leitura do livro, esse levantamento alguns conhecem pelo menos um conto ou 9. Proponha um torneio de adivinhas. Divida
alunos de diferentes regiões na classe, peça a classe em dois grupos; um desafiará o outro, pedidos a Santo Antônio, faz de tudo para
as pessoas. Para mim, a literatura, inclusive a cultura popular. A opção de linguagem, de um poderá se aprofundado. que leiam um dos textos com o sotaque típico trecho de conto. Se for o caso, peça que
Um pouco sobre O autor com as adivinhas do livro ou outras trazidas convencê-lo a se casar com ela.
infantil, é, sem dúvida, uma forma de tentar coloquial rico e variado, evidencia o caráter 3. Explique que os textos foram organizados dessa região. contem a sua versão e comparem as diferen-
compreender a vida e o mundo. popular dos textos, além de preservar termos de acordo com as regiões do Brasil. Verifique ças. Alguns dos contos do livro são versões de casa. Sugestão: Enrosca ou desenrosca?, de
Ricardo Azevedo nasceu em São Paulo, em 2. Esclareça as dificuldades de vocabulário Maria José Nóbrega e Rosane Pamplona,
e expressões relativas a cada uma das regiões se sabem que estados fazem parte de cada diferentes de histórias que aparecem em DICAS DE LEITURA
1949. É formado em Comunicação Visual que apareceram durante a leitura. Observe Editora Moderna.
Resenha pesquisadas. Também corroboram esse caráter região. Leve um mapa para localizá-los. que muitas vezes essas dificuldades rela- coletâneas tradicionais, como a dos Irmãos
pela Faculdade de Artes Plásticas da Faap e 10. E os monstrengos? Quem já tinha ouvi-
popular as ilustrações, de traços ingênuos e cionam-se com as diferenças regionais. Por Grimm, por exemplo “João e Maria” e “Com- w do mesmo autor
doutor em Letras, na área de Teoria Literária, do falar de algum deles? Há na sua região
divertidos, além das xilogravuras, típicas da Durante a leitura exemplo, a palavra mas, em “Mas! Vou me padre rico e compadre pobre” (na versão dos
pela Universidade de São Paulo. Casado, pai O que é, o que é? ou cidade algum tipo desses, alguma lenda Histórias folclóricas de medo e de quebranto
literatura de cordel do Brasil. amarrar no tronco pro pé-de-vento não me Grimm, “Os três cabelos de ouro do diabo”).
de três filhos, gosta de ler, ouvir música e Vamos ver quem diz agora, assustadora ou um “caso” de assombração? –– São Paulo, Scipione
A obra é uma bela oportunidade de despertar As propostas a seguir referem-se ao livro levar!” (p. 17), é apenas uma interjeição, típi- Providencie esses textos e proponha que os
conversar com os amigos. Não me venha com depois, Peça que pesquisem em casa e na comunida- Meu livro de folclore –– São Paulo, Ática
nos alunos o gosto pela cultura popular, a curio- todo. Mas é possível aplicá-las a cada parte ca da região Sul, que poderia ser substituída comparem: em que se assemelham? Em que
Começou a produzir livros infantis em 1980, O que é que você tem um, de e que registrem depoimentos de pessoas Armazém do folclore –– São Paulo, Ática
sidade de desvendar cada vez mais esse extenso do livro se o professor desejar trabalhar uma por “oras!”; nesse caso, não tem o significado se diferem?
com O peixe que podia cantar, e até o ano de O que é que todos têm dois? que já ouviram falar desses mitos. Os casos Histórias de bobos, bocós, burraldos e pas-
e fascinante patrimônio que nos foi legado por região do Brasil de cada vez. É também pos- da conjunção adversativa porém. 6. O conto “O vaqueiro que nunca mentiu”
2005 já publicou mais de cem títulos. Destaca- pesquisados podem ser apresentados à clas-
culturas tão diversas, como a européia, a afri- sível trabalhar um gênero de texto por vez: 3. Aproveitando os esclarecimentos de voca- lembra a saga do boi presente nos festejos palhões –– Porto Alegre, Projeto
se em seu trabalho a pesquisa em literatura Pense bem e não se engane, pois quem se se, de preferência acompanhados de painéis
cana e a indígena. Além disso, pode contribuir quadrinhas, contos, adivinhas, mitos, ditados bulário, façam um levantamento de outras do “bumba-meu-boi”, típicos da região Nor-
popular, que resultou em publicações como engana é o gambá. Mas também o gambá en- ilustrados com desenhos. Os pais e os avós
Meu livro do folclore, além de sua saborosa gana o cachorro-do-mato, o pescador engana para uma prazerosa aproximação com os dife- e receitas. marcas lingüísticas regionais, por exemplo: deste. Conte ou relembre aos alunos onde w sobre o mesmo gênero
rentes registros de fala da língua portuguesa. podem contribuir muito com essa pesquisa!
produção poética para crianças, como Deze- o peixe, o compadre pobre engana o compa- 1. Antecipe aos alunos que, nos textos, apare- • Na região Sul, o uso do pronome tu (Bah, e como se dão esses festejos. Aproveite a 11. Organize a classe em grupos pequenos e Contos da carochinha –– Figueiredo Pi-
nove poemas desengonçados. dre rico e até o pangaré engana os macacos; cerão muitas palavras que provavelmente eles tu não soubeste?), de certas interjeições e oportunidade para relembrar outros festejos proponha que cada um teste uma das receitas mentel, Belo Horizonte, Villa Rica
A respeito da literatura diz: Acho que a lite- enquanto isso, Melancia ama Coco Verde, Zé Quadro-síntese não conhecem. Algumas delas têm seu signifi- variantes, como adepois (p. 12), em vez de típicos regionais. Se for possível, mostre a eles do livro. Depois, o prato pronto deve ser tra- Contos tradicionais do Brasil –– Câmara
ratura deve tratar sempre daqueles assuntos Bocoió só apronta e João Cinzento toca viola cado explicado no rodapé. Outras podem ser depois, além do léxico relativo à geografia fotos ou filmes sobre as festas populares ou zido para todos saborearem em conjunto!
Gênero: contos tradicionais, trovas, recei- peça que os alunos façam demonstrações ao Cascudo, São Paulo, Global
meio vagos, sobre os quais ninguém pode no cemitério. Em meio a essas histórias, passeia anotadas para serem explicadas em classe. e aos costumes próprios: chimarrão, cavalo 12. Algumas das ilustrações do livro lembram
tas, provérbios etc. 2. Seria interessante que eles também ano- zaino, gaúcho etc. vivo, com danças e músicas típicas. Contos populares do Brasil –– Sílvio Romero,
ensinar, só compartilhar: as emoções, os o Teiú-iaguá, o Chupa-cabra, o Pé-de-garrafa, as xilogravuras usadas na literatura de cordel.
medos, as paixões, as alegrias, as injustiças, o Matinta-Pereira e outros monstrengos de Palavras-chave: cultura popular, regiões tassem as marcas de cultura de cada região, • Na região Nordeste, o uso da palavra cabra 7. Retome com os alunos as quadrinhas. Faça São Paulo, Editora Itatiaia
o cômico, os sonhos, a passagem inexorável todo o Brasil. do Brasil conforme as fossem encontrando nos textos. (homem, sertanejo), a exclamação Oxente!, brincadeiras com elas, por exemplo:
do tempo, a dupla existência da verdade, as Mas não se assuste, pois aqui também há Áreas envolvidas: Língua Portuguesa, Artes Por exemplo, tomar mate e chimarrão (nas a repetição da negativa, como em Não digo • Peça que cada um copie uma quadrinha
utopias, o sublime, o paradoxal, as ambigüi- quadrinhas de fazer rir, trovinhas de amor, Temas transversais: Pluralidade cultural quadrinhas da região Sul) ou o sertão e o isso não! (p. 116). num papel e depois a recorte em quatro ver-
dades, a busca do autoconhecimento, coisas provérbios populares e muitas outras delícias: Público-alvo: leitor em processo e leitor Senhor do Bonfim (nos contos e quadras da • Na região Norte, região em que se concen- sos. O primeiro verso de cada uma ficará com
banais que fazem parte do dia-a-dia de todas receitas de bom-bocado de pinhão, brevida- fluente região Nordeste). tram os grupos indígenas do Brasil, palavras o professor e os outros serão distribuídos,

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