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LISTA 3 - Momento linear e centro de massa MECÂNICA TEÓRICA Monitor: Lucas da Costa 1

Resolução

Exercı́cio 1
Equações do movimento:

x(t) = x0 + at2 , y(t) = bt3 , z(t) = ct

Estas equações paramétricas correspondem ao movimento descrito pelos vetores posição e


volocidade:
~r(t) = (x0 + at2 )~i + bt3 ~j + ct ~k
~v (t) = 2at~i + 3bt2 ~j + c ~k

a) L~ = m(~r × ~v ) = m[−2bc t3 ~i + (ac t2 − x0 c) ~j + (abt4 + 3bx0 t2 ) ~k]


d~v
b) F~ = m → F~ = m(2a~i + 6bt ~j + 0 ~k)
dt
~
c) N~ = ~r × F~ = dL → N ~ = m[−6bct2 ~i + 2act ~j + (4abt3 + 6bx0 t) ~k]
dt

Exercı́cio 2 Sejam partı́culas de massas m1 , m2 , · · · , mN . A força total sobre a k-ésima


partı́cula será o resultado das demais (N − 1) forças “internas” atuando sobre esta partı́cula,
além da força externa,

mk~r¨k = F~kint + F~kext com k = 1, 2, · · · , N .

Para cada partı́cula,


d~pk
p~k = mk ~vk → = F~kint + F~kext .
dt
Somando sobre todas as N partı́culas,
N
X d~pk X X
= F~kint + F~kext .
k=1
dt k k
PN
p~k = P~ = momento linear total do sistema, e
P ~ ext
Denotando k=1 k Fk = F~ ext ,
obtemos
dP~ X
= F~kint + F~ ext .
dt k
P ~ int
Pode-se mostrar que k Fk = 0, ver ex. 3.

Exercı́cio 3 Seja F~kint as forças que as demais (N − 1) partı́culas exercem sobre a partı́cula
k, ou seja,
XN
~ int
Fk = F~l→k
int
.
l6=k

3a. lei de Newton:


F~k→l
int
= −F~l→k
int
.
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Assim,
N
X N X
X N
F~kint = F~l→k
int
= 0,
k=1 k=1 l6=k

pois a soma dupla contém todos os pares do tipo F~k→l


int
+ F~l→k
int
= 0.

Exercı́cio 4
Notação:
F~1int : força interna sobre 1 = força que as demais partı́culas exercem sobre partı́cula 1.
F~1ext : força externa sobre 1 = força de origem externa, i.e., que não resulta da ação das
demais partı́culas que compõem o sistema (de partı́culas).
Vamos escrever explicitamente as equaçoes diferenciais do movimento para duas partı́culas

m1~r¨1 = F~1int + F~1ext


m2~r¨2 = F~2int + F~2ext

Resoluções:
4a)

~ = m1 ~r1 + m2 ~r2
MR
~˙ = m1 ~r˙1 + m2 ~r˙2 = P~
MR

4b) O resultado (4b) é um caso particular (N = 2) do exercı́cio 2. Se quisermos considerar


explicitamente o caso N = 2, farı́amos:

dP~ ~¨ = m1 ~r¨1 + m2 ~r¨2


= MR
dt
= F~1int + F~1ext + F~2int + F~2ext
= F~1ext + F~2ext usando o resultado do ex. 3

4c) Temos que:

F~ int F~ ext
~r¨1 = 1 + 1
m1 m1
F~ int ~
F ext
~r¨2 = 2 + 2
m2 m2
!
F~ int F~ int F~1ext F~2ext
~r¨1 − ~r¨2 = 1 − 2 + −
m1 m2 m1 m2

¨ F~1int F~2int
~r = −
m m2
 1 
1 1
= + F~ lembre-se que definimos na lista: F~1int = −F~2int ≡ F~
m1 m2

Repare que, foi necessário supor a igualdade

F~1ext F~ ext
= 2
m1 m2
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para chegar ao resultado


µ~r¨ = F~
suposição que é satisfeita para forças gravitacionais (Sol) atuando sobre o sistema de
duas “partı́culas” Terra e Lua.
4d)
1 1
T = m1 (~v1 · ~v1 ) + m2 (~v2 · ~v2 )
2 2
m2 ~
sendo ~v1 = ~v + V
M
m1
e ~v2 = − ~v + V~
M
m22 2 2m2 ~
  2 
1 2 1 m1 2 2m1 ~ 2
obtemos T = m1 v + ~v .V + V + m2 v − ~v .V + V
2 M2 M 2 M2 M
1 1
T = M V 2 + µv 2
2 2
4e) O item (e) segue de forma análoga,
2
X
~ =
L mi (~ri × ~vi ) = m1 (~r1 × ~v1 ) + m2 (~r2 × ~v2 )
i=1

onde ~r1 = m2
~r ~
+R e ~r2 = − m 1 ~
~r + R
M M
h m m2 m1 m1 i
~ 2 ~ ~ ~ ~
L = m1 ( ~r + R) × ( ~v + V ) + m2 (− ~r + R) × (− ~v + V )
M M M M
..
.

~ = M (R
L ~ × V~ ) + µ(~r × ~v )

Exercı́cio 5 Este exercı́cio é uma aplicação de como escrevermos as equaçoes diferenciais


do movimento para um sistema de duas “partı́culas” Terra e Lua, sob a ação de uma força
externa (Sol). É um exercı́cio do prof. Kazunori.
i) a Terra sofre uma força interna sob a ação gravitacional da Lua, além da força externa
correspondendo a interação com o Sol;
ii) a Lua sofre uma força interna interagindo com a Terra, além da força externa corres-
pondendo a interação com o Sol.
Seja ~r o vetor (interno do sistema de 2 partı́culas) com origem na “partı́cula” Terra e
apontando para a Lua.
Continuamos usando a notação (R, ~ ~r) para o sistema de coordenadas C.M. É importante
observar que R ~ continua sendo o vetor com origem no sistema “Laboratório”, que por con-
veniência em escrever as forças de interação Sol-Terra e Sol-Lua, colocamos sua origem no
Sol.
Precisamos definir ainda ~rL , o vetor do Sol à Lua, e ~rT , o vetor do Sol à Terra, por causa
da interação do Sol com as “partı́culas“ Terra e Lua (referencial Laboratório).
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Equações do movimento de duas partı́culas (referencial Laboratório):


mL ~r¨L = F~Lint + F~Lext (força externa com origem no Sol)
m ~r¨ = F~ int + F~ ext
T T T T

GmL mT ~r GmL mT ~r
onde F~Lint =− 2
e F~Tint =
r r r2 r
GMS mT ~rT
F~Text =− e F~Lext = · · ·
rT2 rT
Queremos obter as equações diferenciais do movimento dessas partı́culas no referencial C.M.:
a) movimento do C.M

MR ~¨ = F~ ext + F~ ext = ... (1)


L T

b) movimento relativo:
µ ~r¨ = F~ (= F~Lint = −F~Tint ) (2)
Agora temos que eliminar as coordenadas antigas, nas duas equações acima, para ficarmos
somente com as coordenadas de C.M. R ~ e ~r. Fazemos isso por meio das transformações
~− mL
~rT = R ~r
mL + mT
~+ mT
~rL = R ~r
mL + mT
Qual é a aproximação que devemos fazer (nos vetores posição) para obtermos as relações
simples da lista de exercı́cios ?

Exercı́cio 6 Mostrar que X


mk ~rkint = 0
Repare que por questão de conveniência de notação, estou denotando os vetores posição
das partı́culas em relação ao C.M. por ”internos“, e por ~rk os vetores posição em relação ao
referencial Laboratório. Conhecemos a relação entre estes vetores:
~.
~rk = ~r int + R
k

Da equação do C.M.,
X
~ =
MR mk~rk
k
X
obtemos ~ =
MR ~
mk (~rkint + R)
k
X
portanto mk~rkint = 0 .
k

Exercı́cio 7
Comparar µ de um sistema eletron-próton com suas massas, me = 9.109 × 10−31 kg e
mp = 1.6726 × 10−27 kg
me mp me mp
µ= ≈ ≈ me
me + mp mp
me mp 15.235 × 10−58
µ= ≈ ≈ 9.109 × 10−31
me + mp 1.6726 × 10−27

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