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CENTRO UNIVERSITÁRIO FADERGS


CURSO DE DIREITO

RENATA DE LIMA CORBETT

EMBRIAGUEZ PATOLÓGICA E A RESPONSABILIDADE CRIMINAL NO


SISTEMA PENAL BRASILEIRO

PORTO ALEGRE
2022
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CENTRO UNIVERSITÁRIO FADERGS


CURSO DE DIREITO

RENATA DE LIMA CORBETT

EMBRIAGUEZ PATOLÓGICA E A RESPONSABILIDADE CRI MINAL NO


SISTEMA PENAL BRASILEIRO

Artigo científico de pesquisa apresentado para a


avaliação da disciplina de Trabalho de Curso, com
posterior apresentação à Banca Examinadora,
requisitos para a obtenção do diploma de Bacharel
em Direito.

Orientador: Prof. Ms Rodrigo Moretto

PORTO ALEGRE
2022
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Embriaguez patológica e a responsabilidade criminal no sistema penal brasileiro

Pathological drunkenness and criminal responsibility in the Brazilian penal system

Sumário: 1 - Introdução; 2 – A Embriaguez; 2.1 – Embriaguez patológica;


2.2 – Embriaguez crônica; 2.3 - Os tipos de embriaguez sob o ponto de vista
Jurídico-penal; 2.3.1 – Embriaguez patológica; 2.3.2 – Embriaguez
acidental; 2.3.3 – Embriaguez não acidental ou voluntária; 2.3.4 –
Embriaguez preordenada; 3- Da Pena x Medida de segurança; 3.1 – Da pena;
3.2 – Da medida de segurança; 3.3 – Pena ou medida; 4. Da responsabilidade
penal; 4.1 – Resultados; 5 Considerações finais; Referências Bibliográficas.

Resumo
O presente trabalho consiste avaliar a polêmica acerca da responsabilidade criminal nos casos
que envolvam embriaguez patológica. Para isso, discutiremos os tipos existentes de embriaguez
e as responsabilidades daqueles que estejam envolvidos nestas situações jurídicas. Deste modo,
o trabalho analisará as formas de responsabilizar o réu, e os desdobramentos jurídicos de sua
conduta humana. A linha metodológica segue uma pesquisa bibliográfica, de modo a avaliar os
posicionamentos doutrinários existentes acerca do tema. Assim, conceituaremos os tipos de
embriaguez existentes no campo penal, o que será realizado a partir de uma verificação sobre a
sanção penal a ser imposta diante destes casos, além de apresentar a embriaguez como uma
patologia. Posteriormente, foi levantado o questionamento sobre a possível excludente de
culpabilidade, e por fim, num último momento, uma abordagem quanto a pena, as
possibilidades de redução e/ ou ainda medida de segurança.
Palavras – chave: embriaguez, direito penal, pena, medida de segurança.

Abstract
The present work consists of evaluating the controversy about criminal responsibility in cases
involving pathological drunkenness. For this, we will discuss the existing types of drunkenness
and the responsibilities of those involved in these legal situations. In this way, the work will
analyze the ways of holding the defendant responsible, and the legal consequences of his human
conduct. The methodological line follows a bibliographical research, in order to evaluate the
existing doctrinal positions on the subject. Thus, we will conceptualize the types of drunkenness
existing in the criminal field, which will be carried out from a verification of the criminal
sanction to be imposed in these cases. in addition to presenting drunkenness as a pathology.
Subsequently, the question was raised about the possible exclusion of guilt, and finally, at the
last moment, an approach regarding the penalty, the possibilities of reduction and/or even a
security measure.
Keywords: drunkenness, pathology, criminal, unimputable, excluding.

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por intuito trazer à lume a temática da embriaguez patológica,
verificando as hipóteses jurídico-penais para situações em que o agente esteja sendo processado
criminalmente. Iniciaremos a partir da análise da embriaguez, chegando aos conceitos de
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imputabilidade, semi-imputabilidade ou inimputabilidade, estruturando a forma como a


doutrina explica essa temática.

Diante disso, passaremos a verificar como fica o enquadramento do sujeito que comete
uma infração penal, quando se encontra alcoolizado por conta de uma embriaguez patológica.
A ideia reside em verificar as hipóteses legais e a atribuição da responsabilidade do Estado
frente a estes casos específicos.

Dada a complexidade que existe, quando tratamos desta temática, o operador do direito
precisa estar atendo ao tipo de desfecho jurídico diante destas circunstâncias, ou seja, se o caso
se amolda a uma punição enquanto uma forma de castigo estatal, ou se um tratamento seria a
via mais adequada.

Dito isso, objetiva-se levantar alguns questionamentos, discutindo a melhor solução


para o indivíduo que se enquadre nesta situação.

Logo, trabalharemos as espécies de sanções existentes e como o Código Penal se


posiciona na hipótese de recebimento de pena ou medida de segurança, o que apregoa a
Constituição Federal, e como a existência de súmula pode auxiliar a dirimir esta problemática
quando ocorrer a situação que envolva o recebimento de uma medida de segurança.

2. A EMBRIAGUEZ

Primeiramente o dicionário traz alguns significados para embriaguez: estado do


indivíduo embriagado; bebedeira, ebriedade. (FERREIRA, 2014). Do latim Inebriare
(embebedar-se), a embriaguez propriamente dita é o alcoolismo agudo que se manifesta na
perda do discernimento, da compreensão e da vontade enquanto durar o período de intoxicação.
No vocabulário jurídico é o estado da pessoa que se embriagou com a ingestão e/ou absorção
da bebida alcoólica ou substâncias análogas. (SILVA, 2016 pág. 549).

Do ponto de vista jurídico penal, conforme Cunha, (2016, pág. 292): “Embriaguez é a
intoxicação transitória causada pelo álcool ou substâncias de efeitos análogos”. O indivíduo vai
absorvendo ou ingerindo a substância e se intoxicando, essa intoxicação tem diversas fases e
efeitos abordados posteriormente.

Observe-se que o indivíduo começa a se tornar dependente do álcool e inclusive passar


por períodos de abstinência, por conta da habitualidade e de sua dependência A Organização
Mundial de Saúde (OMS) reconhece o alcoolismo como doença, constando na classificação
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internacional de doença nos códigos de CID 10 – transtornos mentais e comportamentos


decorrentes do uso do álcool.), 291 psicose alcóolica, 303(síndrome de dependência do álcool
e 308 (MARTINS, 2008, p.111). O CID – 10 traz a classificação F10 - Transtornos mentais e
de comportamento decorrentes do uso de álcool, com as seguintes subdivisões.

CID – 10 traz a classificação F10 - Transtornos mentais e de comportamento decorrentes do uso de álcool
F100 Transt. mentais e comportamentais devidos ao uso de álcool – Intoxicação aguda
F101 Transt. mentais e comportamentais devidos ao uso de álcool – Uso nocivo para a saúde
F102 Transt. mentais e comportamentais devidos ao uso de álcool – Síndrome de dependência
F103 Transt. mentais e comportamentais devidos ao uso de álcool – Síndrome [estado] de abstinência
F104 Transt. mentais e comportamentais devidos ao uso de álcool – Síndrome de abstinência com delirium
F105 Transt. mentais e comportamentais devidos ao uso de álcool – Transtorno psicótico
F106 Transt. mentais e comportamentais devidos ao uso de álcool – Síndrome amnésica
F107 Transt. mentais e comportamentais devidos ao uso de álcool – Transtorno psicótico residual ou de instalação tardia
F108 Transt. mentais e comportamentais devidos ao uso de álcool – Outros transtornos mentais ou comportamentais
– Transtorno mental ou comportamental não
F109 Transt. mentais e comportamentais devidos ao uso de álcool especificado

Tabela - 1 classificações do CID de transtornos causados pelo álcool.

Segundo o Relatório da OMS (2018), no levantamento realizado em 2016, 40% da


população consumiu álcool nos últimos 12 meses, sendo 54% homens e 27,3% mulheres. Ainda
informa que estatisticamente apenas 21,4% da população nunca ingeriu álcool.

Diante isto, é importante que se faça uma reflexão sobre os motivos pelos quais uma
pessoa se envolve em situação de embriaguez, já que se sabe que se trata de um problema que
pode ter mais de um fator. Neste sentido: os fatores que levam o ser humano a se embriagar são
os mais divergentes que possamos imaginar, como por exemplo o meio social, clima, profissão,
fadiga crônica, morfologia e hereditariedade. (VIANA, 2006) Ademais, como vimos a
embriaguez pode ocorrer por ingestão ou absorção, mas podendo ocorrer por vias respiratórias,
e ainda por via cutânea quando há lesão.

A respeito dos sinais de embriaguez, é comum as pessoas notarem que o sujeito está
embriagado, porém o sujeito não consegue perceber que está com os sinais de embriaguez.
Quando estamos frente a um sujeito embriagado conseguimos observar diferentes sinais,
mesmo não tendo o exato conhecimento ou presenciando o ato de a pessoa ingerir a bebida
alcoólica. De acordo com Giclio (2010, p170) há sinais facilmente identificáveis no embriagado
como o hálito, comportamento, dificuldade em manter o equilíbrio, caminhar, maneira de
formar frases e palavras, geralmente a pessoa embriagada não tem capacidade neurológica
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suficiente para reconhecer-se como tal.

Alguns elementos desempenham forte influência no processo de embriaguez como a


composição química, a natureza do líquido ingerido, a quantidade de alimentação ingerida em
relação a quantidade de álcool, o ritmo das ingestões, habitualidade e acidentalidade da
intoxicação. Ademais, as características psicossomáticas do indivíduo têm forte influência no
processo de embriaguez. Outrossim, existem fases bem características e importantes a serem
consideradas no período de embriaguez, como ensina Oliveira (2019):

- Fase Eufórica (ou excitação alcoólica): nesta fase os pensamentos são mais fluidos,
desaparecem as inibições, aparece o sentimento de poder, força, e de confiança, a
capacidade de compreensão diminui, observação, atenção e memória ficam
comprometidas;
Fase Disfórica (Fase de Irritabilidade): fase em que ocorre acentuação dos sintomas
da embriaguez. A voz aumenta o humor instável, fugas de ideias frequentes, perda do
domínio da palavra e da ação. Em geral, nesta fase, pode haver atos agressivos e
ilícitos, bem como dificuldade da coordenação motora e equilíbrio;
- Fase Depressiva: Nessa fase há depressão do humor e alteração na performance
psíquica, além do retardamento dos movimentos e do pensamento, voz pastosa,
comprometimento da coordenação motora, equilíbrio e da marcha. Em graus mais
intensos de embriaguez o paciente se torna sonolento, podendo evoluir para o coma.

Como podemos ver, estas fases são geralmente bem definidas e cada uma com suas
características próprias. Cabe-nos observar e dar uma atenção maior à fase disfórica. É na fase
disfórica que está presente a irritabilidade, dificuldade de coordenação motora e,
principalmente, a capacidade de compreensão dos acontecimentos fica reduzida. Esta fase na
embriaguez é, em regra, mais lenta do que na patológica, onde ela pode ocorrer de forma rápida,
e, por conta da patologia, as fases não são bem definidas.

Vistos as fases da embriagues podemos constatar que existem diferentes tipos de


embriaguez: A simples que é a fisiológica e que constitui um processo de intoxicação fisio-
psíquica aguda, e que quando terminada a partir da eliminação do tóxico o indivíduo volta a
sua vida normal. Além desta, temos a crônica e, ainda, a embriaguez patológica onde as fases
de euforia, excitação, de irritabilidade, período comatoso, como já dito, não são bem definidas
podendo confundir-se principalmente com o período de euforia, excitação e irritabilidade. Além
disto a dose ingerida é fortemente desproporcional aos efeitos psíquicos exagerados causados.
(VIANA, 2006).
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2.1 Embriagues Patológica

Segundo Nunes e Verado (2005), a embriaguez patológica se difere da crônica, visto


que a patológica é oriunda da sensibilidade ao consumo de substâncias etílicas e a crônica é
fruto da intoxicação do organismo em virtude do consumo habitual de álcool, ou seja, a
embriaguez crônica tem origem no excesso do consumo, no hábito de consumir e causa a
dependência e a patológica é debilidade/sensibilidade do organismo às substâncias, por fatores
do próprio organismo.

Boas (2019) traz que a embriaguez patológica para o código penal é como doença mental
bem parecida com o alcoolismo, como veremos posteriormente. Embriagues patológica x
embriagues crônica são coisas bem parecidas, porém, para o código penal a embriaguez
patológica pode ser enquadrada como causa excludente de culpabilidade, pois o sujeito, em
tese, não teria consciência e controle de suas ações, não por sua própria vontade, mas por
circunstâncias intrínsecas ao seu organismo.

2.2 Embriagues Crônica

Se faz importante criar um adendo para este tipo de embriaguez, a embriaguez crônica
como falado anteriormente, pois ela difere da embriagues patológica, isto porque o fato gerador
não tem relação com a sensibilidade do organismo do indivíduo, mas como se comporta o
embriagado durante um determinado período. Este tipo de embriaguez surgi aos poucos, o
indivíduo.

O agente deve consumir bebida alcoólica em excesso por algum tempo, e com o passar
deste tempo começa a apresentar alguns sintomas, mudando inclusive sua aparência física, em
casos mais moderados e até mesmo afetando sua coordenação motora em casos de longo prazo,
frequência e quantidades. (BOAS, 2019)

O alcoolismo crônico constitui caso de doença mental, que exclui ou atenua a


imputabilidade. O álcool gera dependência física, com graves consequências sobre o
processo volitivo, e consequentemente, sobre a 14 capacidade de autogoverno. Esta
solução não permite dúvidas. Nestes casos, no entanto, será extremamente mais difícil
a já árdua tarefa de saber se o agente tinha capacidade de entender o caráter ilícito do
fato ou de determina-se segundo tal entendimento. (FRAGOSO, 2003, p. 251)

Boas, (2019) pontua que a pessoa que já vem consumindo bebidas alcoólicas com mais
frequência, começa a ter alguns aspectos do seu físico e psicológico alterado, com tendência a
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ter taquicardia, alterações de humor, ansiedade, insônia, irritabilidade e intolerância com


pessoas de sua convivência, além de variações no comportamento.

2.3 Os tipos de embriaguez sob o ponto de vista jurídico-penal

Sob o ponto de vista jurídico a embriagues pode ser classificada em 4 tipos: embriaguez
patológica, acidental, não acidental e preordenada além das subdivisões de completa ou
incompleta. A embriaguez pode ser completa (retirando do agente, no momento da conduta, a
capacidade de entendimento e autodeterminação) ou incompleta (diminuindo a capacidade de
entendimento e autodeterminação).

2.3.1 Embriaguez patológica:

Conforme Bittencourt (2016, pág. 501), não se confunde com a embriaguez habitual que
pode ser acometida pelo alcoolismo agudo, mas está relacionada com alcoolismo crônico.
Segundo Anibal (1967) a embriaguez patológica manifesta-se em pessoas predispostas,
assemelhando-se a verdadeira psicose, devendo ser tratada como doença mental. (apud
Bitencourt, 2022 p.526). A doença acomete pessoas que apresentam sensibilidade a substância
atingindo principalmente os filhos de alcoólatras, por questões hereditárias. Doses pequenas
podem fazer estas pessoas ativarem gatilhos para conduta violenta, pois apresentam
naturalmente uma sensibilidade no organismo provinda do álcool.

Esta sensibilidade a bebida alcoólica faz o indivíduo apresentar sintomas e


características das fases anteriormente explicadas de forma rápida através de pouca ingestão do
álcool, assim conforme já mencionado neste trabalho, as fases vão estar confusas, ou seja, ao
mesmo tempo em que o indivíduo apresenta euforia, excitação, com baixíssima capacidade de
discernimento ele pode apresentar irritabilidade de forma bem potencializada e ainda estar
violento. Observa-se que cada indivíduo tem suas peculiaridades, ainda como também há
fatores genéticos e hereditários e ambientais que levam o indivíduo a consumir álcool.

No que pese este trabalho não tem com intuito discutir a patologia sob o viés do código
brasileiro de trânsito, é interessante trazer a conhecimento que o próprio código de trânsito
levou em consideração estas individualidades alterando a legislação para conhecida Lei nº
12.760/2012, então chamada de “Nova Lei Seca”: ou “Tolerância Zero”: Neste sentindo vide o
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artigo 3061, do Código de Trânsito Brasileiro, tornando mais rígida a legislação sobre o agente
encontrado com níveis de doses de álcool no corpo. A lei anterior permitia determinada
quantidade e a nova lei é de tolerância zero, uns dos motivos é a sensibilidade ao álcool de
alguns indivíduos conforme tratamos aqui.

Como se pode perceber, o sistema que visa medir a taxa de álcool dosada no sangue
nem sempre corresponde ao grau de embriaguez, visto que as reações do álcool são individuais,
como já manifestado, portanto, depende de diferentes e inúmeros fatores extrínsecos e
intrínsecos. “Pode-se determinar a percentagem de álcool na víscera ou nos humores, mas não
se pode precisar o teor de alcoolização fisio-psíquica do indivíduo. (VIANA, 2006)

2.3.2 Embriagues acidental

É conhecida por ser decorrente de força maior ou caso fortuito que retira totalmente ou
parcialmente a capacidade do indivíduo ter entendimento sobre as coisas e situações, sendo dita
como completa ou incompleta no segundo caso. Segundo Nunes e Verardo (2005) a embriaguez
acidental é àquela que o indivíduo ingere sustância desconhecendo seu caráter inebriante, ou
que por reações químicas, dentro do organismo, esta adquire a presente capacidade. NUCCI
(2021, pág 282) refere-se como força maior quando a embriaguez independe do controle do
agente, caso fortuito quando ele ignora que o está ou ingerido poderá deixa-lo embriagado. Um
exemplo de embriaguez acidental decorrente de força maior, é a embriague provocada por um
terceiro, segundo NUCCI (2021, pág.285) a força maior pode se dar pela pessoa submetida a
um trote acadêmico violento, que por ventura venha ser amarrada e obrigada a ingerir, à força,
substância entorpecente. Ambas, no fundo, são hipóteses fortuitas ou acidentais.

2.3.3 Embriaguez não acidental ou voluntária:

Segundo Cunha (2016 pág. 293) a embriaguez não acidental pode ser voluntária ou

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Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou
de outra substância psicoativa que determine dependência:
§ 1º As condutas previstas no caput serão constatadas por:
I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama
de álcool por litro de ar alveolar; ou
II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade psicomotora.
§ 2º A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de alcoolemia, exame clínico, perícia,
vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito admitidos, observado o direito à contraprova.
§ 3º O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes de alcoolemia para efeito de caracterização
do crime tipificado neste artigo. (Código de Trânsito Brasileiro)
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culposa, no caso da voluntária o agente ingere o álcool com a intenção de se embriagar e na


embriaguez culposa ocorre por negligência ou imprudência. Embriaguez culposa é aquela que
o sujeito não ingere substância alcoólica com a finalidade de embriagar-se, mas em face do
excesso imprudente vem a ficar embriagado. (CALLEGARI, 2005, pág 185)

Restando a reflexão que neste tipo de embriaguez partimos do pressuposto de que o


indivíduo tem o livre-arbítrio para ingerir ou não a bebida alcoólica e a partir disso o crime
praticado por alguém embriagado sem capacidade de discernimento, partiu de sua
responsabilidade em embriagar-se.

Entretanto, conforme abordagem de Queiroz (2016, pag. 371) existe uma revolução no
que diz respeito a neurociência e culpabilidade que pretende demonstrar que o homem não é
livre, o livre arbítrio é uma ilusão criada pela mente consciente. Nossas decisões procedem de
processo neuronais inconscientes e nosso consciente possui um mínimo poder sobre nosso
inconsciente ou por mais assustador que isso pareça, talvez não possua nenhum poder. Diante
deste pressuposto os delinquentes não sabem por que delinquem.

Toda via a orientação do nosso Código Penal atual é de que a embriaguez não acidental
jamais excluirá a imputabilidade (art. 28, II.)2

2.3.4 Embriagues preordenada

Segundo Balone (2008) a embriaguez preordenada é quando a pessoa se embriaga


(álcool, tóxicos) para criar coragem para praticar o crime, resultando em um fator agravante da
pena nos termos do artigo 61 do Código Penal. Ademais, Bitencourt (2016, pág. 501) ensina
que a embriaguez preordenada é aquele em o agente se embriaga propositalmente, considerada
a vontade de prática da conduta criminosa, fortalecendo sua coragem e com o auxílio da
embriaguez acaba por liberar seus freios inibitórios. Neste tipo de embriaguez configura-se
claramente a actio libera in causa.

Apesar da embriaguez, em alguns casos afastar a imputabilidade, nos casos da teoria da


A actio libera in causa (Ação livre na causa), a embriaguez, seja ela voluntária ou culposa, não
afasta a imputabilidade, pois no momento em que o agente ingere a substância, ele tinha o
discernimento para decidir se devia ou não, ingerir a bebida ou substâncias análogas, ou seja, a
conduta de beber ou fazer uso de entorpecentes se resultou em um ato livre (OLIVEIRA, 2019).

2
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância
de efeitos análogos. (Código penal, Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
11

Silva (2004) diz que nesta teoria deve haver “um consequente processo de produção do fato’’,
ficando claro que já havia vontade do indivíduo em cometer o fato típico o qual decidiu
embriagar-se justificavelmente.

3. DA PENA X MEDIDA DE SEGURANÇA

3.1 Da Pena

Carvalho (2020, p. 59) ensina que no direito penal uma conduta criminosa sempre está
vinculada à possibilidade de um ato de coerção pelos poderes constituídos, isto é não existe
crime ou direito sem sanção. Neste sentindo, podemos verificar a condição do dogma
constitucional "não há crime sem lei anterior que o defina, não há pena sem prévia definição
legal" (art. 5º XXXIX da CF). 3

De acordo com Nucci (2022, p. 307) pena é um retribuição, sanção imposta pelo Estado,
através da ação penal, ao agente que comete um delito, além de reprimir, busca prevenir uma
futura empreitada por parte dele ou outros indivíduos. Ainda conforme Masson (2012) pena é
a reação de uma comunidade organizada que se opõe a um fato, que venha a violar uma norma
fundamental de sua estrutura, sendo este fato definido na lei como crime.

No Brasil existe a possibilidade de uma sanção penal imposta como pena ou medida de
segurança. Para sabermos se o agente vai receber uma pena ou medida é importante verificar
se o indivíduo é imputável, inimputável ou semi-imputável. Mas no que tange a terminologia
do direito penal, imputabilidade, inimputabilidade, semiputabilidade, vamos trazer a lume o
que significa cada uma destas terminologias no direito penal. A imputabilidade é a capacidade
do indivíduo de ter entendimento do caráter ilícito do fato, envolve inteligência, capacidade e
aptidão para exercer a vontade. Conforme Nucci (2022, pág. 299): “O binômio necessário para
a formação das condições pessoais do imputável consiste em sanidade mental e maturidade”.

Se em primeiro momento o imputável é o dotado de aptidão e discernimento sobre sua


vontade e atos, o inimputável por outro lado considera-se não possuidor desta capacidade. Logo
não possuindo aptidão entre o certo e o errado poderia ele ser responsabilizado da mesma
forma? O inimputável é o doente mental e o incapaz em sua maturidade.

3
Art. 5, inc. XXXIX não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; (CF/88)
12

No Brasil optou-se pelo critério de crime cronológico no que diz respeito ao incapaz em
sua maturidade, considerando a partir dos 18 anos. No caso de menores de 18 anos o código
penal entende que são inimputáveis tendo em vista que ainda não possui um desenvolvimento
mental completo como um indivíduo adulto, portanto, possui legislação específica. A
Constituição Brasileira em seu art. 228, 4 determina que são penalmente inimputáveis os
menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial (CF/88). No código civil,
em seu art. 5º5, fica determinado que menoridade, em regra, cessa aos dezoito anos completos,
quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.

No que tange o doente mental a inimputabilidade é dada a partir da incapacidade de o


indivíduo compreender e discernir sobre os fatos e acontecimentos:

Existem casos em que, devido uma anomalia psíquica, os agentes possuem sua
capacidade intelectual comprometida, como por exemplo, desenvolvimento mental
retardado ou incompleto. No entanto, de acordo com a redação dada no art. 26 do
Código Penal, não basta apenas que o indivíduo possua uma anomalia psíquica para
ser considerado inimputável, mas também deve, ao tempo da ação ou omissão, ser
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo.
Desse modo, conclui-se que os doentes mentais em momentos de lucidez, são
penalmente imputáveis. (PACHECO,.2020)

Em quesitos semelhantes a inimputabilidade temos a semi-imputabilidade, porém aqui


o agente não é totalmente capaz de entender o caráter ilício do fato, ou seja, a capacidade de
entendimento é diminuída. (CALEGARI, 2014, pág. 183). Está prevista no art. 26, parágrafo
único do Código Penal a possibilidade de redução da pena nos casos de semi-imputáveis.
Ademais, Estefam, (2012) refere-se a pena como uma sanção prevista em nosso ordenamento
jurídico aos imputáveis, e a medida de segurança aos inimputáveis em virtude de doença mental
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, porém no caso de semi-imputáveis temos a
possibilidade de escolha.

No que pese o presente trabalho não trate das teorias dogmáticas direito penal, quando
falamos em pena é fundamental aqui discorrer sobre estas: o direito penal se faz sustentado por
três teorias, sendo elas a teoria da lei, teoria do delito e a teoria dogmática da pena. Segundo

4
Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial.
(CF/88)
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Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os
atos da vida civil. Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: I - pela concessão dos pais, ou de
um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por
sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; II - pelo casamento; III - pelo exercício
de emprego público efetivo; IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; V - pelo estabelecimento civil
ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos
completos tenha economia própria. (Código Civil, 2002)
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Carvalho (2020, pág 332) a teoria da lei é a validação formal e a matéria para aplicação e
enquadramento dos tipos penais, a teoria do delito tem como objetivo a delimitação de critérios
objetivos e subjetivos de imputação da responsabilidade penal e a teoria dogmática da pena
vem a partir de um pressuposto de validade da lei, de responsabilidade penal pelo ato injusto
estabelecendo critério para determinação de espécie, quantidade e qualidade da sanção penal
(pena ou medida de segurança) assim como definir os parâmetros para controle da jurisdição
de sua execução.

3.2 Da Medida de Segurança

Inicialmente é importante salientar que o sistema penal brasileiro é vicariante, ou seja,


o agente sofre pena ou medida de segurança, jamais as duas. Sobre a medida de segurança
Cunha (2016, pág 505) nos diz que: “a medida de segurança é mais um instrumento utilizado
pelo Estado na resposta à violação da norma penal incriminadora, pressupondo, no entanto, a
gente não imputável.”

De acordo com Bittencourt (2016, pág 863) a reforma penal de 1984 adotou o sistema
vicariante eliminando o sistema duplo-binário, utilizado anteriormente. No sistema binário
antes da reforma penal, o sujeito era responsabilizado de forma dupla, e na prática a medida de
segurança não se diferenciava em nada da privativa de liberdade, onde o agente cumpria a pena
sentenciada e determinada e depois ainda cumpria a medida de segurança de caráter
indeterminado, nos mesmos moldes, e sendo privado de sua liberdade.

Resta evidente que atualmente a resposta punitiva se dá entre penas para imputáveis ou
medida de segurança para inimputáveis. Para agentes semi-imputáveis, como já escrito, pode-
se aplicar ambas, porém optando pelo art. 26. parágrafo único do CP 6 a minorante e com
exceções poderá aplicar a medida de segurança nos conforme o art. 98 do CP. 7

Existe uma exceção aos inimputáveis e semi-imputáveis pois se “um inimputável, por
exemplo, matar um agressor em legítima defesa, ou agir sob estado de necessidade, a ele jamais

6
Art. 26 - Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação
de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender
o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Código Penal - Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
7
Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e necessitando o condenado de especial
tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial,
pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º a 4º. (Código Penal
Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
14

poderá ser imposta medida de segurança, ainda que algum laudo médico o considere como
sendo uma pessoa “perigosa”.” (DELMANTO, pág 323)

No código penal as medidas de segurança são legisladas do art. 96 ao art. 99 pela redação
da Lei nº 7.209 de 11.7.1984. O Código penal prevê duas espécies de medida de segurança:

(I) Internação psiquiátrica (art. 96 I)8

A medida de segurança se dará através de internação em hospital de custódia, ou de


tratamento psiquiátrico e na falta, em locais similares o agente será internado em
estabelecimento dotado de características hospitalares em acordo com Art. 99. CP. 9

Na prática Carvalho (2020, pág. 562) nos diz que a internação compulsória se realiza
nos chamados manicômios judiciários que são estruturas segregacionistas. A alteração de
nomenclatura de manicômios para hospitais psiquiátricos que aconteceu com a reforma penal
não modificou os deficientes estabelecimentos, ou seja, não houve grandes mudanças
(Bittencourt 2016 pág.783). Existem questionamentos no que tange a Lei de execução penal
pois esta descreve estes espaços em seu art. 88 onde podemos evidenciar a similaridade com o
modelo carcerário.

Apesar de excelente a intenção do legislador em alterar a nomenclatura, no intuito de


trazer melhor dignidades aos pacientes lá internados, nenhum estado brasileiro investiu em
mudanças ou construção de novos estabelecimentos, no Rio Grande do Sul temos a modelo o
Instituto Psiquiátrico Forense (IPF).

Quanto a duração da medida de segurança, temos no código penal o art. 97 § 1º10,que


evidencia o seu caráter indeterminado, até que venha por ocorrer uma perícia médica que cesse
a periculosidade. Ademais, apesar da medida possuir caráter indeterminado, salientamos a
existência da Súmula 527: O tempo e duração da medida de segurança não deve ultrapassar o
limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado. A desinternação é
condicionada a periculosidade do agente no moldes do § 3º art. 97.11

8
Art. 96. As medidas de segurança são:
I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado;
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
9
- Art. 99. O internado será recolhido a estabelecimento dotado de características hospitalares e será submetido a
tratamento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
10
Art. 97 . § 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado, perdurando enquanto
não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um)
a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
11
§ 3º - A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional devendo ser restabelecida a situação anterior se
o agente, antes do decurso de 1 (um) ano, pratica fato indicativo de persistência de sua periculosidade. (Código
Penal, Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
15

(II) Tratamento ambulatorial (art. 96 II)12

Esta espécie de medida de segurança sujeita o paciente ao tratamento ambulatorial.


Conforme NUCCI (2022, pág. 476) esta medida relaciona-se com a pena restritiva de direitos,
onde o indivíduo é obrigado a periodicamente ir ao médico para receber o devido
acompanhamento (art. 96, II, CP), ou seja, a principal característica é a imposição do
acompanhamento médico psiquiátrico e não há a internação.

Se o fato crime for punível com detenção o agente poderá passar pela medida de
tratamento ambulatorial por outro lado no art 97 §413, podemos verificar que não é decisão
permanente podendo ser alterada para a internação.

3.3 Pena ou Medida

Conforme Queiroz (2016, pág. 399) ambas perseguem o mesmo fim, a diferença reflete-
se apenas nas consequências onde os imputáveis estão sujeitos a pena e os inimputáveis a
medida de segurança, atendendo meramente um requisito político-criminal de adequação. Mas
as medidas de segurança requerem o componente de periculosidade. Neste sentindo destaca-se

“a internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico aplica-se


obrigatoriamente aos inimputáveis, que tenham sido absolvidos, com base no art. 26,
CP, e que tenham praticado um fato em que a Lei define como crime, punido com a
pena de reclusão. Aplica-se também, facultativamente, aos inimputáveis que tenham
praticado fato previsto como crime, punido, porém, como pena de detenção, bem
como aos semi-imputáveis” (FRAGOSO, 2003, pág.500)

Como exposto anteriormente, cabe frisar que a pena tem caráter determinado, a medida
de segurança caráter indeterminado. Ademais, como relatado não existem grandes mudanças
entre uma e outra sob o viés de que a segunda segue o mesmo sistema segregatório carcerário.
Fragoso (2003, pág. 549) expõe que a medida de segurança também é pena, visto que toda
medida imposta pelo estado de forma coercitiva, em função de delito é pena. A medida também

12
Art. 96. As medidas de segurança são:
II - sujeição a tratamento ambulatorial. (Código Penal, Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
13
Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto
como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial. (Código Penal,
Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 4º - Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o juiz determinar a internação do agente, se essa
providência for necessária para fins curativos. (Código Penal, Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
16

caracteriza a perda de bens jurídicos, podendo ser mais aflitiva que a pena por ser imposta por
tempo indeterminado.

Neste sentido Carvalho (2020, pág. 565) relata que é a inexistência de procedimento
claro que venha determinar o tempo de duração da medida de segurança a torna mais aflitiva
que a pena. Ademais, os Tribunais ainda são bastante reticentes em reconhecer o impacto da
Lei n. 10.216/2001 no sistema de medidas de segurança.

De todo o que foi visto sobre pena e medida de segurança resta deixar a reflexão de
Fragoso (2003, pág. 501), “o juiz deve preferir, sempre que legalmente possível, o tratamento
ambulatorial. Está mais do que demonstrada a nocividade da internação psiquiátrica. Os
manicômios judiciários, como instituições totais, funcionam como sinal negativo, agravando a
situação mental do doente”

A respeito do caráter da pena e medidas de segurança no direito penal Bitencourt (2016,


pág, 864) ensina que as penas têm caráter retributivo-preventivo, as medidas de segurança têm
natureza eminentemente preventiva. O fundamento da pena é a culpabilidade; a medida de
segurança fundamenta-se na periculosidade. Enquanto penas são determinadas, as medidas de
segurança são por tempo indeterminado só findam ao fim a periculosidade. Por fim, as penas
são aplicáveis aos imputáveis e semi-imputáveis; medidas de segurança são aplicáveis aos
inimputáveis e, em algumas exceções, aos semi-imputáveis.

A partir do que foi abordado até o momento, cabe falar de pena dentro dos tipos
enquadrados de embriaguez. As consequências são as seguintes: a) embriaguez acidental caso
fortuito ou força maior sofre isenção de pena quando completa ou redução da pena se
incompleta. b) Embriaguez não acidental: punição se voluntário ou culposa, independendo se
for completa ou incompleta. c) Preordenada: agravante da pena. d) patológica: inimputabilidade
tendo como resultado a absolvição imprópria com aplicação de medida de segurança, ou semi-
imputabilidade com a aplicação de pena reduzida (BITTENCOURT, 2016. PÁG 501).

4. DA RESPONSABILIDADE PENAL

A teoria determinista da pena se instrumenta por uma ideia binária e quantitativa, isto é,
se existiu a conduta típica e ilícita, sendo o autor responsável criminalmente (culpabilidade), a
teoria da pena quantifica a espécie e quantidade mais razoável da sanção penal aplicável. Por
outra lado, é na fase de execução que se disciplinará as formas de cumprimento e incidência e
causas de extinção da punibilidade. As teorias da lei penal e do delito tem abordagem
17

quantitativa e qualitativa que validam ou invalidam os pressupostos da responsabilidade.


(CARRARA, 2020, pág, 333)

Sobre a atribuição da responsabilidade penal, existe um juízo de atribuição desta


responsabilidade penal quando falamos em culpabilidade, que segundo Bittencourt (2016, pág.
437) tradicionalmente a culpabilidade é entendida como um juízo individualizado de atribuição
de responsabilidade penal, representando uma garantia para o infrator frente aos possíveis
excessos do poder punitivo estatal. Tal compreensão vem do princípio de que não há pena sem
culpabilidade. O agente precisa ser responsável e culpável por ato ilícito para ser punido pelo
estado, e essa atribuição é como um juízo de reprovação.

Cunha (2016 pág. 282) nos fala que a culpabilidade na corrente tripartite é o terceiro
substrato do crime, e que seu juízo de reprovação deve vir da análise de como o agente ativo
posicionou-se diante do fato típico e ilícito. Ademais, a tipicidade, ilicitude e culpabilidade vão
além de pressupostos de aplicação de pena, são elemento constitutivos do crime. A análise de
culpabilidade leva em consideração as peculiaridades do indivíduo, mas parte do julgamento e
reprovação em relação a atitude do indivíduo e de sua conduta, ou seja, de como poderia agir
com sua liberdade dentro do direito, mas optou por agir de forma ilícita.

Quando falamos em peculiaridade do indivíduo perante a ação, é fundamental


considerar que se existiu qualquer fato que influenciou ou não permitiu a liberdade e capacidade
de escolha sobre a atitude lícita ou ilícita deste individuo, deve-se excluir ou diminuir esta
culpabilidade na hora de reprovar o indivíduo.

É importante trazer a seguinte reflexão: quando vemos a culpabilidade como um ato de


reprovação, conforme Zaforoni (pág.166) é necessário cuidar para que culpabilidade haja sobre
a reprovação do ato do agente e não do indivíduo. Neste sentindo:

“Ocorre que, se a ideia de culpabilidade no Estado democrático de direito se vincula


a uma forma de responsabilização do sujeito imputável pela prática de uma conduta
lesiva, seria inexoravelmente ilegítima qualquer espécie de juízo de censura moral.
Todavia, apesar dos limites traçados pela estrutura constitucional, o juízo de
culpabilidade, no atuar cotidiano dos atores do sistema penal, não raras vezes ingressa
na esfera do íntimo como juízo de reprovação e, no limite da patologia, opera como
instrumento de valoração do caráter e/ou da periculosidade do autor do fato. E esta
tendência inquisitória de julgar moralmente o autor do fato, e não normativamente o
fato do autor, ganha especial relevo no direito penal brasileiro no momento da
aplicação da pena.” (CARVALHO, 2020, pág, 278)

Sobre o ato ilícito do agente, verificamos que todo o crime é um fato típico e ilícito no
qual se faz necessária analisar a culpabilidade da pessoa, para que se possa pensar em punição,
18

no sentido estrito do termo. Mas para falar em culpabilidade se deve deixar claro que crime:
“trata-se de uma conduta típica, antijurídica e culpável, vale dizer, uma ação ou omissão
ajustada a um modelo legal de conduta proibida (tipicidade), contrária ao direito
(antijuridicidade) e sujeita a um juízo de reprovação social incidente sobre o fato e seu autor.”
(NUCCI, 2022 pág. 108)

Quanto ao terceiro elemento, a culpabilidade, ela possui três elementos ante a


reprovação:

Welzel diferencia os três elementos que são analisados em sede de culpabilidade para
a formulação do juízo de reprovação: a) a imputabilidade (capacidade de
culpabilidade); b) o conhecimento potencial da antijuridicidade (ausência de erro de
proibição) -- elementos que fundamentam o poder atuar de outro modo--; e c) a
inexistência de causas de exculpação, como fundamento da exigibilidade de atuação
conforme ao Direito (WEZEL, 1978 apud BITTENCOURT, 2019)”

No momento em que se fala em verificar a culpabilidade do indivíduo sobre ato ilícito,


analisa-se a imputabilidade que pode ser dada a partir da capacidade mental do ser humano de
discernir sobre ilicitude de algum ato, que conforme Masson (2012, p.452) é “a capacidade
mental, inerente ao ser humano de, ao tempo da ação ou omissão, entender o caráter ilícito do
fato e determinar-se de acordo com esse entendimento”.

Diante do exposto, verificamos que a estrutura da culpabilidade é baseada na


imputabilidade, na consciência da ilicitude e na exigibilidade de conduta diversa. O imputável
tem consciência da ilicitude, possui exigível conduta diversa sendo culpável diante de ato
ilícito. Na ausência de qualquer um destes requisitos estruturais o sujeito não pode ser
considerado culpado, caracterizando a excludente de culpabilidade ou pena reduzida.

Diversas são as causas que levam o indivíduo a ser considerado inimputável e excluir a
culpabilidade, uma dela é a doença mental. São 3 os critérios utilizados para se averiguar a
inimputabilidade ou culpabilidade diminuída, quanto a doença mental, sendo eles: a)critério
biológico, b) psicológico e c) biopsicológico, neste sentido Nucci (2022, pág. 230) explica:

a) Critério biológicos: o que importa é saúde mental do agente, se é ou não, doente


mental; se possui um desenvolvimento mental incompleto ou retardado. (resulta na dependência
do laudo pericial).

b) Critério psicológico: onde considera-se exclusivamente a capacidade do agente para


identificar o ilícito do fato ou a capacidade de comportar-se de acordo com esse entendimento.

c) Critério biopsicológico: uma mistura dos dois critérios anteriores. É o princípio


19

adotado pelo Código Penal, como se pode vislumbrar no art. 26. Neste caso se faz necessário
laudo pericial identificando a doença mental e se de fato ela afetou a compreensão do ilícito no
tempo do fato. Não sendo suficiente apenas a enfermidade, é necessário também a prova de que
afetou sua capacidade de compreensão da conduta.

Sobre a excludente de culpabilidade, a inimputabilidade é um elemento fundamental,


portanto, se há doença mental no moldes art. 26 CP, então exclui a imputabilidade, logo não há
culpabilidade. Mas, segundo Costa e Costa (2011) quanto há desenvolvimento mental
incompleto, desenvolvimento mental retardado e a embriaguez completa por caso fortuito
afasta-se a culpabilidade segundo art 28 § 1 CP 14 tornando isento de pena o aquele que por
embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato. No caso de embriaguez incompleta por força maior se reduzira
a pena.

No caso do ébrio, em que há possibilidade de a capacidade de entendimento ter sido


reduzida ou retirada pelo uso do álcool, (embriaguez incompleta), o direito penal entende que
o sujeito irá responder pelo crime, porém com diminuição de pena de um a dois terços, segundo
art. 28º, § 2º do CP.15

Sobre a semi-imputabilidade Pacheco (2020) diz que semi-imputáveis são as pessoas


que possuem capacidade intelectual comprometida, quando o indivíduo não é completamente
capaz de entender e discernir de atos ilícitos, podendo ter sua pena reduzida ou medida de
segurança, como dispõe o parágrafo único do art. 26 do CP16.

Quando comprovada embriaguez patológica somente se considera a inimputabilidade do


agente se ele apresenta incapacidade de entender o caráter ilícito de sua conduta segundo o art.
26 CP, 17porém, em regra, não há o afastamento da culpabilidade, mas a mitigação dela, fazendo

14
Art 28 - Não excluem a imputabilidade penal:
§ 1 :- É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era,
ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento. (Código Penal, Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
15
Art. 28 - II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
§ 2 º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou
força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato
ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Código Penal - Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
16
Art. 26 - Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação
de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender
o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Código Penal, Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)”
17
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado,
era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-
se de acordo com esse entendimento. (Código Penal, Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
20

com que a pena seja reduzida conforme seu o parágrafo único, tendo em vista uma capacidade
de entendimento apenas diminuída. Assim, o cidadão tem capacidade para discernir sobre seus
atos mesmo que não completamente, podendo ser considerado semi-imputável, resultando em
pena reduzida. (PORTUGALL, 2013)

Percebem como já tratamos anteriormente e reforçado por Cunha (2016, pág.293) para
gerar a inimputabilidade do casos de caso fortuito ou força maior é importante saber o
quantitativo se completa ou incompleta, o tempo cronológico da ação ou omissão e as
consequências na capacidade de percepção.

Castro (2008) chega a sugerir que a doença do alcoolismo pode ser considerada
embriaguez por força maior, visto que a doença o força a saciar o seu vício. Sobre o ponto de
vista deste se enquadraria no art. 28. §1º, do CP. Santos. (2002), complementa que a embriaguez
completa por caso fortuito causada pelo álcool ou substâncias análogas constitui estado psíquico
patológico que é excludente de culpabilidade.

A embriaguez não acidental não exclui a imputabilidade seja ela completa ou


incompleta, pois é considerada a embriaguez voluntária, que ocorreu por escolha, ou culposa
que ocorreu por negligência. (art 28 II). Então não há que se falar em excludente de
culpabilidade neste caso. (CUNHA, Pág. 293).

Diferente da voluntária ou culposa, a embriaguez alcançada preordenadamente, ou seja,


a embriaguez preordenada tampouco exclui a imputabilidade, antes pelo contrário, resulta em
agravante. O intuito da legislação em agravar este tipo de conduta é evitar que o agente se
coloque de proposito neste estado para tomar coragem e ou valer-se de um estado de
inimputabilidade para valer-se de uma exclusão de culpabilidade. Evidentemente que na
preordenada o agente é imputável, não excluindo a culpabilidade. (CUNHA, 2016 pág. 293)

4.1 Resultados

No mapa mental ilustrado conseguimos vislumbrar a completude de classificação na


esfera penal quanto as modalidades de embriaguez, como elas são denominadas, como são
classificadas, caracterizadas e subdivididas de acordo com a situação em que estava o agente
no tempo da ação ou omissão, se havia capacidade de consciência da ilicitude durante a ação
omissão, ou vontade prévia do agente. É possível identificar também as consequências de cada
uma no que tange sua culpabilidade e inimputabilidade, assim como consequências.
21

Diante do exposto segue mapa conclusivo voltado aos tipos de embriaguez:

Fonte: Mapa elaborado e adaptado da tabela Cunha (2016 pág. 294)

O sujeito que cometeu ato antijurídico, ilícito, poderá ter sua imputabilidade afastada ou
reduzida, em decorrência do resultado de laudo pericial psiquiátrico. O laudo psiquiátrico
precisará atestar o cometimento do indivíduo pela da embriaguez patológica (doença mental).
Como exposto no mapa ilustrado chegamos a um resultado de que o agente ébrio patológico
poderá ser considerado inimputável, excluindo sua culpabilidade, ou semi-imputável.

Neste sentido cabe apresentar a diferença ilustrativa de imputabilidade e semi-


imputabilidade.
22

Fonte: Greco (2021, pág 83)

Na semi-imputabilidade o agente que padece da patologia terá evidência comprovada


de que possuí capacidade de entendimento e compreensão reduzida no ato ou omissão da ação.
Nestes casos sua pena será atenuada, sendo reduzida de um a dois terços, em virtude de
perturbação de saúde mental, de acordo com o parágrafo único do art. 26 do CP. Necessitando
o agente de tratamento especial curativo o juiz poderá substituir sua pena privativa de liberdade
pela internação ou tratamento ambulatorial, de acordo com art. 98 do CP.

No que pese a imputabilidade do agente ser afastada por laudo que comprove a
patologia, e comprove ser ele inteiramente incapaz no tempo da ação ou omissão, de entender
ou determinar-se perante ato ilícito, será inimputável. Para os inimputáveis o juiz determinará
sua internação ou tratamento ambulatorial (medidas de segurança) caso o crime seja punível
com detenção. Art. 97, CP. Vale lembrar que as medidas de segurança possuem caráter de prazo
indeterminado, sendo necessária o encerramento de sua periculosidade. Apesar da discussão
quanto a opção do juiz nos casos de medida de segurança é importante lembrar que apesar do
tempo indeterminado da medida de segurança, o Brasil é um país que não admite pena perpétua,
e em favor do doente mental, deve-se sempre verificar se a medida de segurança não ultrapassa
o limite máximo da pena referida ao delito praticado. (Súmula 527).
23

Findando o prazo mínimo de 1 a 3 anos de periculosidade do agente, é necessário


anualmente a perícia médica, ou a qualquer tempo por determinação judicial, a fim de atestar
se segue a periculosidade (§ 1º e § 2 97 CP). A desinternação é condicionado ao findar da
periculosidade nos moles do (§ 3º art. 97). Sobre medida de segurança, no que toque não ser o
objetivo deste trabalho fica um adendo sobre a importância de os julgados levarem cada vez
mais em consideração as práticas de políticas públicas estabelecidas pela Lei 10.216/2001, a
chamada Lei Antimanicomial a fim de buscara a reinserção social destes indivíduos respeitando
sempre o limite da sua capacidade.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por tudo que foi visto, conclui-se que a embriaguez está muito além do simples fato de
ingerir álcool, descobrimos que existem formas e tipos de embriaguez. Ademais, é de extrema
importância a classificação de cada uma destas formas e tipos para o direito penal.

Exploramos neste trabalho a responsabilidade criminal da pessoa com embriaguez


patológica, atingimos o objetivo de discutirmos os tipos de embriaguez, sua culpabilidade,
assim como também analisamos as possíveis formas de responsabilizar o réu que sofre com
esta patologia e passa por estas circunstâncias.

Conforme discutimos, quando falamos em embriaguez patológica, resta cristalino que


se trata de um problema de saúde mental, onde o ato de um indivíduo de ingerir substâncias
alcoólica o torna embriagado, privando-o inclusive de discernir sobre seus atos de forma
consciente, podendo torná-lo parcialmente ou totalmente incapaz de discernis sobre o ilícito.

O direito penal deve compreender que embriaguez patológica é doença mental e quando
determina inteira incapacidade de um indivíduo de compreender o injusto do fato, o torna
inimputável e constitui em si a hipótese de exclusão de culpabilidade, conforme verificado no
art. 26, do CP. Outrossim, vejamos que o doente patológico ao cometer fato punível, diante da
situação de capacidade reduzida é semi-imputável e terá atenuante de pena.

No caso de embriaguez patológica no inimputável pode-se considerar medida de


segurança sendo tratada como absolvição imprópria, estando o indivíduo totalmente incapaz de
discernir sobre fato ilícito. No caso de privação incompleta de discernimento a pena poderá ser
reduzida de um a dois terços. A embriaguez patológica carece de comprovação de laudo pericial
psiquiátrico na esfera penal.
24

O ser humano dependente do álcool é considerado como um doente da psique mental.


quando se trata da capacidade de impedimento de ingerir bebida, e ainda sobre o efeito dela no
organismo quando causa a falta de discernir de ato imputável.

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