O documento discute como a Sociologia surgiu no século XIX para compreender a nova configuração da sociedade durante a industrialização e ascensão da burguesia. Apresenta três princípios que dividem as escolas de Sociologia: causação funcional, conexão de sentido e contradição. Também discute como os temas de comunidade e sociedade estão presentes nas obras sociológicas clássicas.
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Título original
Gabriel Félix - Resenha do livro A Sociologia e o Mundo Moderno
O documento discute como a Sociologia surgiu no século XIX para compreender a nova configuração da sociedade durante a industrialização e ascensão da burguesia. Apresenta três princípios que dividem as escolas de Sociologia: causação funcional, conexão de sentido e contradição. Também discute como os temas de comunidade e sociedade estão presentes nas obras sociológicas clássicas.
O documento discute como a Sociologia surgiu no século XIX para compreender a nova configuração da sociedade durante a industrialização e ascensão da burguesia. Apresenta três princípios que dividem as escolas de Sociologia: causação funcional, conexão de sentido e contradição. Também discute como os temas de comunidade e sociedade estão presentes nas obras sociológicas clássicas.
No livro “A Sociologia e o Mundo Moderno”, Octavio Ianni inicia dissertando sobre o
nascimento e o desenvolvimento da Sociologia no Mundo Moderno em meados do século
XIX. Nessa época, o mundo passava por um intenso processo de desenvolvimento com a industrialização e fortalecimento do sistema capitalista. Era ainda mais evidente a divisão da sociedade em classes com a ascensão da burguesia, em detrimento da classe trabalhadora. Nesse contexto, os sociólogos surgem buscando compreender como funciona essa nova configuração da sociedade e propondo melhorias para o seu desempenho. Para Ianni, as várias tendências, escolas, teorias e interpretações que dividem a Sociologia se reduzem a três polarizações fundamentais: causação funcional, conexão de sentido e contradição. Como exemplos de sociólogos que representam o princípio da causação funcional, Ianni cita nomes como Comte, Spencer e Durkheim. Sobre o da conexão de sentido, Weber, Dilthey e Rickert se inspiraram. O da contradição baseia as ideias de Marx, Engels e Lenin. Cada um desses três princípios possui visões distintas do mudo, todos buscando explicar os movimentos e impasses das sociedades formadas no Mundo Moderno. Após a queda do sistema feudal, a burguesia se consolida como classe dominante, impondo-se ao antigo regime. Com isso, no século XIX, as lutas sociais urbanas e rurais começam a se multiplicar na Europa com movimentos de protesto, greve, revolta e revolução. Para Ianni, esses processos de revolução, que evidenciam as diversidades, disparidades, desencontros e antagonismos da sociedade, se constituem na matéria prima da Sociologia, que surge como uma ciência que estuda a realidade social. Dentre os diversos temas clássicos da sociologia, Ianni destaca “comunidade e sociedade” como o possível tema mais recorrente do pensamento sociológico, por estar presente em praticamente todas as obras fundamentais. A comunidade é composta por grupos primários, prestação social, contato entre personalidades plenas, predomínio de produção de valor de uso e etc. A sociedade, por outro lado, é constituída por grupos secundários, separação do público e do privado, relações sociais entre personalidades criadas por status, organização de contrato na maioria dos círculos sociais, domínio da produção de valor de troca, etc. Na modernidade, com o avanço da ciência e o desenvolvimento de novas tecnologias, a sociedade alcança um patamar onde a superstição, a religião e a tradição perdem gradualmente seu espaço. A humanidade agora passa a conhecer as origens de certos problemas e suas soluções, como, por exemplo, o surgimento das doenças e como curá-las. A razão parece se sobressair à fé com a intelectualização do homem. Porém, as superstições e fetiches criados por ele são reinventados pelo próprio, o que conclui que todo esse conhecimento não traz a total capacidade de auto-emancipação do homem. Ao final do livro, Ianni afirma que a Sociologia revela e constitui dimensões essenciais do Mundo Moderno e que, sem ela, o mundo seria mais obscuro e incógnito. São destacados os sociólogos Weber e Marx, por serem autores que, em suas obras, não buscam apenas conhecer a sociedade moderna, burguesa e capitalista. Eles se aprofundam na explicação de como ela se forma e transforma, e o que pode se tornar a humanidade criada com o capitalismo, cada um com suas visões de mundo particulares. Ianni conclui que Weber pode ser visto como um Prometeu acorrentado, e Marx como um profeta iluminado.
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