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DL 178/86 é o regime juridico especial do CA mas D+ é aplicável analogicamente aos outros pq os outros são atípicos (10CCivil)
Definição
Contrato de agência: 1/1 assunção, pelo agente, da obrigação de promover, por conta e no interesse do principal, a celebração de contratos entre
o principal e um terceiro, de modo autónomo e estável e mediante retribuição (comissões pelos contratos celebrados)
Características
√ Contrato de prestação de serviços, particularmente, uma modalidade de mandato
√ Contrato informal
X forma solene exigida para o contrato √ pode ser meramente verbal ou resultar de comportamentos concludentes
- 2/1 que atribuam poderes de representação (presume-se que 3/2 permitam cobrar créditos)
- 4 que concedam exclusivamente ao agente um dt de exercício de atividade numa determinada zona ou circulo de clientes
√ Contrato oneroso: 16 o agente tem direito a uma retribuição, consubstanciada na comissão. Se não for estipulada expressamente, é estipulada
segundo os usos (tendo em conta o ramo do comércio e a praça onde a agencia se exerce) ou, se não os houver, a equidade
√ Contrato profissional: a agência é uma atividade mercantil, trabalhando o agente como empresário numa atividade estável e continua
√ Contrato “em certa zona ou num determinado circulo de clientes”: tem em vista a celebração de contratos num circulo predeterminado, seja uma
circunscrição geográfica (EX agente p/distrito de Lisboa) ou delimitação pessoal (EX agente p/juristas)
Limita-se a promover a formação de negócios entre o principal e o terceiro, deixando a sua celebração para o principal
√ Poderes de representação 2/1 a cláusula que atribui poderes de representação tem de ter forma escrita
3/2 tendo poderes de representação, PRESUME-SE que o agente está autorizado a celebrar diretamente negócios com 3ºs (cobrança de créditos)
*a autorização para celebrar contratos e cobrar créditos é uma função acessório e complementar da obrigação fundamental de promover a
celebração de contratos*
√ Exclusividade - 4 é concedido ao agente um dt de exercício numa determinada zona ou circulo de clientes e é gerada uma obrigação para o
principal de não utilizar outros agentes dentro da mesma zona ou circulo de clientes – gozando de exclusividade, tem dt a uma comissão 16/2
- QUID o principal pode realizar contratos a titulo próprio dentro da mesma zona ou circulo de clientes ao qual concedeu
exclusividade ao agente? Não ARG o 4 abrange agentes e outros similares, incluindo-se o próprio principal. Nesses casos, há uma
violação da exclusividade pelo principal, que poe em causa a politica de angariação comercial do agente EXCEÇÃO a doutrina
admite, como exceção, os casos em que o principal é interpelado diretamente por um consumidor (a iniciativa não parte do
principal mas sim do consumidor)
Tem de se conciliar com o direito de dar instruções do principal - √ instruções concretizadoras X instruções inovatórias
Exemplos de instruções permitidas;
- se tem representação ou não (se pode contratar diretamente com os clientes ou se tem ser um intermediário entre os clientes e o principal
16 Direito a uma retribuição (comissão pelos contratos celebrados): 18 o agente adquire este dt quando ocorre 1 de 2 circunstâncias – quando o
principal cumpra ou deva ter cumprido o contrato // quando o 3º cumpriu o contrato ou devesse fazê-lo (fruto da angariação pelo agente)
13-f Direito a comissões especiais (se tiver sido estipulado o encargo de cobranças de créditos ou convenção del credere)
13-g Direito a uma compensação (se tiver sido estipulada uma obrigação não concorrência)
22 Representação sem poderes: 268/1 requer a ratificação do negocio pelo principal, sob pena de ser sobre este considerado ineficaz – 22/2 6é
imposto ao principal o ónus de comunicar ao 3º a sua intenção de não ratificar o negocio no prazo de 5 dias, caso contrario, tendo o 3º atuado de
boa-fé, tem-se por ratificado o negocio juridico (218CC caso em que o silencio tem valor negocial)
23 Representação aparente: o agente negoceia e atua como se tivesse poderes de representação Solução: 268/1 + 770
Prazo: a intenção de exercer o dt de clientela deve ser comunicada ao principal no prazo de um ano a contar da cessação do contrato, devendo a ação
judicial ser proposta dentro do ano subsequente a esta comunicação
Cálculo da indemnização: 34
→ 28 Denuncia: declaração unilateral recepticia e discricionária (não é necessária qqr fundamentação). Requisitos:
- Tem de se observar a necessidade de pré-aviso (se é um pré-aviso insuficiente, apesar de ser eficaz, pode haver abuso de dt e 29/1 e é suscetível
de gerar indemnização por danos emergentes) // VER PAZOS ALINEAS
→ 30 Resolução: é necessária uma causa subjetiva ou objetiva:
30/a causa subjetiva: (causada pela atuação das partes) – EX incumprimento dos deveres (6+12) // EX incumprimento culposo
30/b causa objetiva: (causada por circunstancias exteriores às partes) – EX perda de mercado dos bens ou serviços
Requisitos da declaração de resolução 31 – deve ser comunicada por escrito, com indicação das razoes e no prazo de um mês apos o seu
conhecimento
Contrato de concessão
Definição
Contrato de concessão: o concedente (fabricante ou fornecedor) obriga-se perante o concessionário a vender-lhe os seus produtos e o
concessionário obriga-se a revender esse produtos em nome e por conta própria com o objetivo de obter lucro
*EXAME* + passa a utilizar a marca e atua, na venda dos produtos, em nome próprio
Áreas em que opera: opera em áreas que exigem investimentos significativos e que o fabricante ou fornecedor não queira ou não possa efetuar
Integração na rede de distribuição: o concessionário passa a estar integrado na rede de distribuição do concedente de um modo típico: compra as
mercadorias, geralmente por grosso e revende-as no mercado a retalho ↓
Papel do concedente: o concedente só tem de garantir a venda dos seus bens. Contudo, pode formular diretrizes e supervisionar o concessionário
racio: passando o concessionário a integrar a rede de distribuição, o concedente pode dar instruções a forma de se vestir, de apresentar os produtos,
etc (é politica da empresa). Contudo, ao contrário da franquia, no CC não há instruções de como se organiza a empresa e quais os métodos de
revenda do concessionário (o concedente não diz especificamente como são os métodos de revenda dos produtos) ↓
Deveres concessionário: Pode ficar obrigado a determinadas metas, à efetivação de certos investimentos ou à utilização de marcas ou insígnias que
identifiquem o produto em causa
Renumeração do concessionário: é a diferença entre o preço da compra ao concedente e o preço da revenda ao cliente (o lucro)
Características
Não é necessário regime de exclusividade, se as partes o quiserem, dever acordar
√ Contrato atípico e inominado - Regime: o seu regime resulta da interpretação do que tenha sido subscrito pelas partes; no que ficar em aberto,
analogia à agência // PPV considera que o regime juridico esta enquadrado na compra mercantil (463ssCC)
√ Contrato informal
X forma solene exigida para o contrato √ pode ser meramente verbal ou resultar de comportamentos concludentes
√ Contrato-quadro: (dentro do qual outros contratos entre as partes irão surgir, depois e na execução)
√ Contrato com risco próprio: o concessionário investe o seu capital na compra de mercadorias e assume os riscos da comercialização
Indemnização de clientela 33
+JURISPRUDENCIA aplica analogicamente a indemnização de clientela // ALGUMA DOUTRINA só é adequado aplicar as alienas 33 a+b
Prazo: a intenção de exercer o dt de clientela deve ser comunicada ao principal no prazo de um ano a contar da cessação do contrato, devendo a ação
judicial ser proposta dentro do ano subsequente a esta comunicação
Cálculo da indemnização: 34
Argumentos contra a analogia à indemnização por clientela: o concessionário age em nome e por conta própria (ao contrario da agencia, em que o
agente age por conta do principal) + não é o concessionário que angaria clientes mas sim a marca que este revende // Argumento a favor do STJ: o
que o concessionário faz é muito mais do que agir sobre essa marca, não se esgotando a sua atuação num mero ato de venda // alem disso, o
contrato de concessão envolve, frequentemente, uma atividade e um conjunto de tarefas similares às da agência, estando os contraentes unidos de
modo idêntico por uma relação de estabilidade e colaboração
Alínea a está preenchida: Clientela subjetiva mostrando-se que os sujeitos cumpriram tarefas e prestaram serviços idênticos aos que recaem
sobre o agente, sendo eles próprios considerados como um relevante fator de atração de clientela, é possível a indemnização
Alínea b está preenchida: tendo angariado novos clientes/aumentado substancialmente o volume de negócios com a clientela já existente, o
concedente beneficia da atividade desenvolvida pelo agente
Alínea c esta preenchida??: ALGUMA DOUTRINA não pq não podemos substituir o concessionário por agente porque a atividade é
profundamente diferente, havendo uma revenda e não uma retribuição // +JURISPRUDENCIA sim pq o que se pretende acautelar é que o agente
não tenha uma duplicação do rendimento e olhando para a ratio legis da norma, a única coisa que o concessionário tem de provar para ultrapassar
essa barreira literal é que não existe uma duplicação de renumerações
Indemnização de clientela em caso de denuncia: ainda que na base da cessação esteja o incumprimento pelo agente, este não perde o dt à
indemnização – TJUE PROCESSO C203/09 + 18 DIRETIVA 86/653/CEE
Formas de cessação
* Concessão = relação douradora = prazo indeterminado (X prazo) = não se justifica a aplicação do prazo admonitório do 808/1-2ª*
→ Havendo culpa do concedente na cessação da concessão, este pode ser condenado a retomar os stocks antes de serem vendidos ao concessionário
→ 28 Denuncia: declaração unilateral recepticia e discricionária (não é necessária qqr fundamentação). Requisitos:
- Tem de se observar a necessidade de pré-aviso (se é um pré-aviso insuficiente, apesar de ser eficaz, pode haver abuso de dt e 29/1 e é suscetível
de gerar indemnização por danos emergentes) // VER PRAZOS ALINEAS
30/a causa subjetiva: (causada pela atuação das partes) – EX incumprimento dos deveres (6+12) // EX incumprimento culposo
30/b causa objetiva: (causada por circunstancias exteriores às partes) – EX perda de mercado dos bens ou serviços
Requisitos da declaração de resolução 31 – deve ser comunicada por escrito, com indicação das razoes e no prazo de um mês apos o seu
conhecimento
. Contrato de Franquia
Definição e modalidades
Contrato de franquia: o franqueador cria um modelo de organização empresaria, externamente identificável através de uma marca ou outro sinal
distintivo e possibilita que, mediante um contrato, o franqueado venha a beneficiar desses conceitos (vende o uso das patentes, marcas, know-how,
secrets, etc), criando e explorando estabelecimentos em tudo idênticos, mediante o pagamento de contrapartidas ao franqueador
O franquiado atua em nome e por conta própria, estando adstrito ao plano delineado pelo franqueador e sujeito à sua imagem empresarial
Implica elementos próprios da agencia e da concessão: angariar clientes e distribuir bens e serviços
Elementos do CF: concessão de licença de marca ou dt de uso de sinais distintivos do comercio do franqueador // transmissão do know-how //
prestação de assistência do franqueador ao franqueado // controlo da atividade pelo franqueador // prestações pecuniárias do franqueado para
com o franqueador
Modalidades:
- Contrato de franquia de comercialização (o franqueado limita-se a vender certos produtos num armazém EX MCDONADS)
Racio do controlo do franquiador: o franquiador tem controlo sobre a franquia uma vez que tudo o que o franquiado fizer mal tem repercussões
negativas para si
Características
√ Contrato atípico e inominado (esta totalmente dependente da autonomia privada)
√ Contrato baseado numa relação onerosa – o franquiador autoriza o franquiado a montar e operar um estabelecimento igual, devendo fornecer
tudo o que for necessário para o estabelecimento ser indistinto + direito à renumeração
Obrigações do franqueador
→ Facultar o uso do conjunto de dts sobre bens imateriais (as patentes, marcas, know-how, secrets, etc)
→ Auxiliar o franqueado no lançamento e na manutenção da atividade, munindo-o de conhecimentos técnicos e dos produtos necessários
Direitos do franqueador
→ Direito à renumeração (composta por uma quantia fixa e outra variável, que corresponde a uma percentagem do volume bruto de vendas - royalties)
Obrigações do franqueado
→ Pôr em pratica o modelo de empresa
Direitos do franqueado
→ Direito de Uso das marca, insígnias, nomes comerciais do franqueador
Indemnização de clientela
ENTENDIMENTO GERAL: o contrato de agencia só é aplicável na medida em que a indemnização de clientela efetivamente exista, sendo necessário
analisar caso a caso o poder de atração do franqueador comparativamente ao poder de atração e prestigio da própria marca
MC + ML não há analogia com o contrato de agencia: falha completamente o pressuposto da clientela subjetiva, uma vez que o que influencia na
captação de clientes não é a ação do franqueado mas sim o poder de atração e prestigio da própria marca (a clientela é totalmente objetiva)
ARG ML falta o pressuposto geral da indemnização de clientela que é a clientela subjetiva (aliena a)
ARG ML o franqueador normalmente não entra em contacto com os clientes, estando em falta o pressuposto referente aos benefícios auferidos
(aliena c), que segundo ML, não são rececionados diretamente pelo franqueador, já que dificilmente entra em contacto direto com a clientela do
franqueado
ARG ML também não existe uma perda de renumeração relativa a estes clientes (aliena c)
PPV a extensão da agencia à franquia tem os mesmo fundamentos que a extensão à concessão (*ver argumentos a favor do STJ), contudo, a sua
analogia será mais rara, uma vez que no contrato de franquia é normal ser o franquiador o beneficiado pela clientela
Cessação do contrato de franquia
A Doutrina entende que, embora o franqueado fique numa situação se subordinação económica (tem de fazer investimentos significativos em
nome de uma situação que o franqueador pode fazer cessar), é um sujeito juridicamente autónomo, não se justificando o recurso a uma tutela de
tipo laboral, por isso, o modelo de cessação da agencia é aplicável com as devidas adaptações
Agência ≠ Concessão
- CA: o agente obriga-se a promover por conta de outrem a celebração de contratos // CC: o concessionário age por conta própria
- CA: o agente, por vezes, nem celebrar contratos pode // CC: concessionário adquire a propriedade
Franquia = Agência
- Tanto o agente como o franqueado têm a obrigação de promover e cuidar dos negócios da outra parte
- Ambos se integram em rede empresarial, recebendo instruções e orientações de politica comercial e sujeitas a controlo/fiscalização
Franquia ≠ Concessão
- CC: o centro está na compra e revenda // CF: o centro está na utilização da marca
- CC: não há instruções de como se organiza a empresa e quais os métodos de revenda do concessionário (o concedente não diz especificamente
como são os métodos de revenda dos produtos) // CF: há essas instruções