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Constitucionalismo e Poder Constituinte

Suas inspirações filosóficas, econômicas, jurídicas, e sua influência na


Europa e nas Américas
Não há uma precisão no meio acadêmico sobre o significado,
denominação o é moderna.
Trata-se da teorização e prática em torno à limitação da arbitrariedade estatal como instrumento para
a proteção e salvaguarda dos direitos do ser humano. em
sentido amplo, é um
movimento intelectual que valoriza a Constituição de um
Estado; enquanto que em sentido estrito, diz respeito à
garantia de direitos e à limitação do poder estatal.
O constitucionalismo não é então algo puramente moderno. Desde os
códigos mais antigos como os de Ur-Nammur e o de Hamurabi, padrões
estavam sendo estabelecidos na sociedade. não se dava da mesma
forma que hoje em dia. Na idade média, apesar de parecer contraditória  a
existência de um Constitucionalismo, após alguns séculos de regimes
absolutistas surgiram normas garantidoras de direitos individuais bem
como uma função judiciária bastante atuante e independente. Valorizava-
se o direito natural. Dentre as normas garantidoras de direitos individuais
estão os pactos e os forais já estudados anteriormente.
 mais relevante pacto deste período foi a Magna Charta Libertatum, de
15 de junho de 1215, tornada definitiva em 1225, outorgada pelo Rei
João, mais conhecido como João
Sem Terra, na Inglaterra. Ela marcou o ressurgimento do
Constitucionalismo, reconhecendo diversos direitos limitadores do poder
estatal, Na idade moderna notamos a continuidade do Constitucionalismo Inglês, o
qual consagra o Princípio Rule of Law (governo das leis), Na idade
contemporânea nasce a ideia de constitucionalismo moderno, também
chamado de clássico ou liberal. Ele se desenvolve no final do século
XVIII. Foi caracterizado pelo surgimento de Constituições modernas,
escritas, rígidas, dotadas de supremacia constitucional, com destaque
para as Constituições norte-americana, de 14 de setembro de 1787, e a
francesa, de 3 de setembro de 1791, as quais consagraram-se como
diplomas que traziam em seu bojo o ideário de liberdade, a ausência de
interferência estatal e os direitos individuais, influências típicas do
iluminismo e que, por sua vez, acabaram por influenciar a maioria da
Cartas Constitucionais ocidentais, dentre elas, as Constituições
brasileiras de 1824 e 1891.

Ainda na idade contemporânea, após a segunda guerra mundial, surge o


conceito de neoconstitucionalismo. Até então o positivismo era a base de
interpretação do mundo ocidental. Ocorre que Hitler conseguiu usar a lei
para realizar as maiores atrocidades já cometidas na face da terra. No
julgamento de Nuremberg, a mesma lei que permitia condenar as práticas
cometidas pelos principais integrantes do nazismo, era a que lhes
defendia. Suas atrocidades normalmente eram amparadas pelo
arcabouço jurídico da época. A interpretação literal imperava. Não haviam
princípios sobre os quais o ordenamento estava firmado como hoje em
dia, mas apenas regras. E muitas regras na Alemanha do Terceiro Reich
eram atrozes.

O mundo reconheceu então que a forma de interpretação precisava ser


modificada.

As Constituições européias deixam de ser meros documentos retóricos e de


inspiração política e passam a ter força normativa, aplicação de seus preceitos
(especialmente dos direitos fundamentais) aos casos concretos, servindo
necessariamente de referência e orientação à produção, à interpretação e à
aplicação das normas infraconstitucionais, em razão de sua característica de
centralidade do sistema.

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