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Resumo do artigo: Transtornos de ansiedade na infância e

adolescência: uma revisão

1. Introdução

O presente trabalho foi proposto como recurso de justificativa de falta da


disciplina Psicopatologia Infantil e tem por objetivo sintetizar o artigo científico
“Transtornos de ansiedade na infância e adolescência: uma revisão”, o qual busca
apresentar uma revisão livre e não sistemática para análise de publicações em banco de
dados do MEDLINE e SciELO, a respeito de três Transtornos de Ansiedade na infância
e adolescência: transtorno de ansiedade de separação, transtorno de ansiedade
generalizada e transtorno de ansiedade social. O artigo tem como autores Renata
Ribeiro Alves Barboza Vianna; Angela Alfano Campos; Jesus Landeira Fernandez e foi
disponibilizado pela própria professora no Material Didático da disciplina. Para
elaboração do artigo os autores utilizaram estudos nos idiomas português ou inglês, no
período de 1973 a 2008.

2. Desenvolvimento

Os autores apresentam os Transtornos de Ansiedade (TAs) como aqueles que


são preponderantemente identificados em crianças e adolescentes, tendo como índices
4,6% e 5,8% respectivamente. Descrevem brevemente os sintomas e prejuízos, e
indicam os objetivos do artigo que, além de expor os três transtornos com maiores
índices de prevalência e que, quando não tratados adequadamente, podem provocar
prejuízos e agravamento significativo na vida adulta, também pretendem contextualizar
historicamente, apresentar as definições diagnósticas, os critérios classificatórios,
abordagens clínicas, desdobramentos epidemiológicos, comorbidades e prognósticos.
Após um breve histórico dos primeiros registros de ansiedade infantil e suas
repercussões, tanto na identificação do transtorno, quanto da classificação em
publicações específicas de saúde, principalmente a Classificação Internacional de
Doenças (CID) e Manual Estatístico e Diagnóstico dos Transtornos Mentais (DSM), os
autores passam a detalhar os transtornos citados, de acordo com os estudos coletados.

2.1 Transtorno de Ansiedade de Separação

Este transtorno é definido como ansiedade excessiva ao se afastar das figuras de


vinculação, um medo irreal que interfire na vida social, escolar e pessoal da criança. Os
autores destacam os principais sintomas e critérios diagnósticos, de acordo com o DSM
e trazem dados das publicações coletadas, principalmente em relação a epidemiologia e
prevalência. Segundo estudos, este transtorno é um dos mais frequentes dentre os TAs
(Costello, 1989; Prior & cols, 1999; Beidel & cols., 1999) e ocorre com maior
frequência entre os sete a nove anos de idade (Last & cols., 1996). Alguns autores
(Francis & cols., 1987) destacam que há diferença na maneira que se desenvolve a
doença em diferentes faixas etárias, mas não há distinção deste tipo quanto ao gênero.
Outro dado importante destacado pelos autores, é em relação ao fator de risco.
Francis & cols., 1987; Last & cols., 1996, expõem uma relação entre condição
financeira desfavorável e a manifestação do transtorno, e Last & cols., 1996; Vélez,
Johnson & Cohen, 1989, sugerem que 50 a 70% das crianças com ansiedade de
separação estão em famílias com baixa renda.
Os autores também trazem dados sobre as comorbidades mais frequentes deste
transtorno, sendo que 50% dos casos de ansiedade de separação são acompanhados de
outros distúrbios de ansiedade, e outros 33% tenham comorbidade com depressão (Last
& cols., 1996; Suveg & cols., 2005). Afirmam não haver estudos significativos a
respeito do prognóstico.

2.2 Transtorno de Ansiedade Generalizada

Este transtorno se caracteriza por intensa ansiedade, preocupação e medo,


geralmente acompanhado de sintomas somáticos, e proporciona grande prejuízo na vida
diária da criança ou adolescente. Após a exposição dos critérios diagnósticos a partir do
DSM, os autores relacionam alguns sintomas e apresentam estudos que afirmam ser a
fadiga a queixa mais frequente (Tracey, Chorpita, Douban e Barlow,1997 e Kendall e
Warman, 1996). Ressaltam, também, a dificuldade de confirmar o diagnóstico em
alguns casos, já que as preocupações excessivas muitas vezes são vistas como senso de
responsabilidade precoce, e é valorizado pelo adulto (Kendall, Krain e Treadwell,
1999).
As crianças e adolescentes com este transtorno, tendem a subestimar suas
habilidades de lidar com situações cotidianas, principalmente aquelas em que existe
provável avaliação de alguém, já que apresentam autocrítica exagerada e distorções
cognitivas, fazendo com que acreditem que estejam sempre fracassando (Bögels e
Zigterman, 2000). Há, por isso, grande necessidade de certificação e austeridade no
cumprimento de regras.
Estudos evidenciam a prevalência de TAG em crianças acima de 12 anos de idade e
que os sintomas tendem a aumentar sua intensidade conforme a idade (Tracey &
cols.,1997). A partir da adolescência, a incidência do transtorno no sexo feminino é
superior ao masculino (Rapee, 1991), entretanto, Vélez e cols. (1989) acreditam ser em
virtude de uma subnotificação, e não por ter maior ocorrência em meninas.
Diferentemente do transtorno de ansiedade de separação, uma amostra clínica com
118 crianças aponta relação entre TAG e famílias de classe média ou alta (Last e cols.
1996). É um transtorno em que há forte presença de comorbidades, 93% dos
adolescentes de um estudo operado por Masi e cols. (2004) apresentaram comorbidades,
destes, 75% outro transtorno de ansiedade, 56% um transtorno depressivo e 21% TDAH
ou TC (Layne & cols., 2008). Além disso, TAG pode ser fator de risco para Fobia
Social, Transtorno de Pânico e Transtorno Depressivo Maior, de acordo com estudo
prospectivo de Pina e cols. (2002).

2.3 Transtorno de Ansiedade Social ou Fobia Social

É um transtorno caracterizado pelo medo ou ansiedade acentuados acerca de


uma ou mais situações sociais em que o indivíduo é exposto a possível avaliação por
outras pessoas e/ou é necessário interação. Os autores ressaltam que é um
comportamento esperado em crianças de 2,5 anos, mas que após esta fase, caso a
sensação de ansiedade estiver interferindo na vida social da criança, possivelmente é um
caso patológico de TAS (Chavira & Stein, 2005).
Após apresentarem os critérios diagnósticos de acordo com o DSM, os autores
destacam a presença de sintomas somáticos sendo geralmente encontrado também neste
transtorno. Um estudo de Beidel & cols. (1999) afirma que para crianças, o ambiente
escolar e as atividades relacionadas, é o principal agente estressor, assim como para
adolescentes. Entretanto, para os adolescentes, manter interações com adulto também
está entre os principais agentes ansiogênicos (Hofmann e cols., 1999). Crianças e
adolescentes com TAS têm grande resistência em fazer amizades e o comportamento de
evitação torna-se mais frequente com a idade (Beidel & cols., 1999).
Estudos indicam que há maior prevalência entre adolescentes com idade entre 12
a 18 anos (Chavira & Stein, 2005; Costello & cols., 1999; Ferdinad & Verhulst, 1995) e
que, na população infanto-juvenil américa, a predominância é de casos em meninas
(Chavira & Stein, 2005). As principais comorbidades, segundo Chavira & Stein (2005),
são depressão maior, TAG, as fobias específicas e o TDAH.
O transtorno social pode permanecer até a vida adulta ou melhorar de forma
espontânea. Entretanto, caso permaneça e torne-se crônico, existe alta incidência de
comorbidades, uso de substâncias e tentativa de suicídio (Essau & cols., 2000; Chavira
& Stein, 2005).

Conclusão

Os autores ressaltam a escassez de estudos realizados com população brasileira


sobre os transtornos de ansiedade e a importância de avançar nas pesquisas de TAs,
afim de melhor compreender e tratar este fenômeno.

Referências:

VIANNA, Renata Ribeiro Alves Barboza; CAMPOS, Angela Alfano; LANDEIRA-


FERNANDEZ, Jesus. Transtornos de ansiedade na infância e adolescência: uma
revisão. Rev. bras.ter. cogn., Rio de Janeiro, v. 5, n. 1, p. 46-61, jun.  2009.  
Disponível em https://siaiap27.univali.br/material/?
control=Arquivo&action=download&idArquivo=274330&id=15398656872009000100
005&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em  04  dez.  2022.

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