O documento resume um artigo sobre transtornos de ansiedade na infância e adolescência, descrevendo três transtornos comuns (ansiedade de separação, ansiedade generalizada e ansiedade social) e discutindo sintomas, critérios diagnósticos, prevalência, comorbidades e outros aspectos baseados em estudos revisados.
Descrição original:
CARDOSO, Bruna Mendes
2022
Título original
Resumo do artigo Transtornos de ansiedade na infância e adolescência uma revisão
O documento resume um artigo sobre transtornos de ansiedade na infância e adolescência, descrevendo três transtornos comuns (ansiedade de separação, ansiedade generalizada e ansiedade social) e discutindo sintomas, critérios diagnósticos, prevalência, comorbidades e outros aspectos baseados em estudos revisados.
O documento resume um artigo sobre transtornos de ansiedade na infância e adolescência, descrevendo três transtornos comuns (ansiedade de separação, ansiedade generalizada e ansiedade social) e discutindo sintomas, critérios diagnósticos, prevalência, comorbidades e outros aspectos baseados em estudos revisados.
Resumo do artigo: Transtornos de ansiedade na infância e
adolescência: uma revisão
1. Introdução
O presente trabalho foi proposto como recurso de justificativa de falta da
disciplina Psicopatologia Infantil e tem por objetivo sintetizar o artigo científico “Transtornos de ansiedade na infância e adolescência: uma revisão”, o qual busca apresentar uma revisão livre e não sistemática para análise de publicações em banco de dados do MEDLINE e SciELO, a respeito de três Transtornos de Ansiedade na infância e adolescência: transtorno de ansiedade de separação, transtorno de ansiedade generalizada e transtorno de ansiedade social. O artigo tem como autores Renata Ribeiro Alves Barboza Vianna; Angela Alfano Campos; Jesus Landeira Fernandez e foi disponibilizado pela própria professora no Material Didático da disciplina. Para elaboração do artigo os autores utilizaram estudos nos idiomas português ou inglês, no período de 1973 a 2008.
2. Desenvolvimento
Os autores apresentam os Transtornos de Ansiedade (TAs) como aqueles que
são preponderantemente identificados em crianças e adolescentes, tendo como índices 4,6% e 5,8% respectivamente. Descrevem brevemente os sintomas e prejuízos, e indicam os objetivos do artigo que, além de expor os três transtornos com maiores índices de prevalência e que, quando não tratados adequadamente, podem provocar prejuízos e agravamento significativo na vida adulta, também pretendem contextualizar historicamente, apresentar as definições diagnósticas, os critérios classificatórios, abordagens clínicas, desdobramentos epidemiológicos, comorbidades e prognósticos. Após um breve histórico dos primeiros registros de ansiedade infantil e suas repercussões, tanto na identificação do transtorno, quanto da classificação em publicações específicas de saúde, principalmente a Classificação Internacional de Doenças (CID) e Manual Estatístico e Diagnóstico dos Transtornos Mentais (DSM), os autores passam a detalhar os transtornos citados, de acordo com os estudos coletados.
2.1 Transtorno de Ansiedade de Separação
Este transtorno é definido como ansiedade excessiva ao se afastar das figuras de
vinculação, um medo irreal que interfire na vida social, escolar e pessoal da criança. Os autores destacam os principais sintomas e critérios diagnósticos, de acordo com o DSM e trazem dados das publicações coletadas, principalmente em relação a epidemiologia e prevalência. Segundo estudos, este transtorno é um dos mais frequentes dentre os TAs (Costello, 1989; Prior & cols, 1999; Beidel & cols., 1999) e ocorre com maior frequência entre os sete a nove anos de idade (Last & cols., 1996). Alguns autores (Francis & cols., 1987) destacam que há diferença na maneira que se desenvolve a doença em diferentes faixas etárias, mas não há distinção deste tipo quanto ao gênero. Outro dado importante destacado pelos autores, é em relação ao fator de risco. Francis & cols., 1987; Last & cols., 1996, expõem uma relação entre condição financeira desfavorável e a manifestação do transtorno, e Last & cols., 1996; Vélez, Johnson & Cohen, 1989, sugerem que 50 a 70% das crianças com ansiedade de separação estão em famílias com baixa renda. Os autores também trazem dados sobre as comorbidades mais frequentes deste transtorno, sendo que 50% dos casos de ansiedade de separação são acompanhados de outros distúrbios de ansiedade, e outros 33% tenham comorbidade com depressão (Last & cols., 1996; Suveg & cols., 2005). Afirmam não haver estudos significativos a respeito do prognóstico.
2.2 Transtorno de Ansiedade Generalizada
Este transtorno se caracteriza por intensa ansiedade, preocupação e medo,
geralmente acompanhado de sintomas somáticos, e proporciona grande prejuízo na vida diária da criança ou adolescente. Após a exposição dos critérios diagnósticos a partir do DSM, os autores relacionam alguns sintomas e apresentam estudos que afirmam ser a fadiga a queixa mais frequente (Tracey, Chorpita, Douban e Barlow,1997 e Kendall e Warman, 1996). Ressaltam, também, a dificuldade de confirmar o diagnóstico em alguns casos, já que as preocupações excessivas muitas vezes são vistas como senso de responsabilidade precoce, e é valorizado pelo adulto (Kendall, Krain e Treadwell, 1999). As crianças e adolescentes com este transtorno, tendem a subestimar suas habilidades de lidar com situações cotidianas, principalmente aquelas em que existe provável avaliação de alguém, já que apresentam autocrítica exagerada e distorções cognitivas, fazendo com que acreditem que estejam sempre fracassando (Bögels e Zigterman, 2000). Há, por isso, grande necessidade de certificação e austeridade no cumprimento de regras. Estudos evidenciam a prevalência de TAG em crianças acima de 12 anos de idade e que os sintomas tendem a aumentar sua intensidade conforme a idade (Tracey & cols.,1997). A partir da adolescência, a incidência do transtorno no sexo feminino é superior ao masculino (Rapee, 1991), entretanto, Vélez e cols. (1989) acreditam ser em virtude de uma subnotificação, e não por ter maior ocorrência em meninas. Diferentemente do transtorno de ansiedade de separação, uma amostra clínica com 118 crianças aponta relação entre TAG e famílias de classe média ou alta (Last e cols. 1996). É um transtorno em que há forte presença de comorbidades, 93% dos adolescentes de um estudo operado por Masi e cols. (2004) apresentaram comorbidades, destes, 75% outro transtorno de ansiedade, 56% um transtorno depressivo e 21% TDAH ou TC (Layne & cols., 2008). Além disso, TAG pode ser fator de risco para Fobia Social, Transtorno de Pânico e Transtorno Depressivo Maior, de acordo com estudo prospectivo de Pina e cols. (2002).
2.3 Transtorno de Ansiedade Social ou Fobia Social
É um transtorno caracterizado pelo medo ou ansiedade acentuados acerca de
uma ou mais situações sociais em que o indivíduo é exposto a possível avaliação por outras pessoas e/ou é necessário interação. Os autores ressaltam que é um comportamento esperado em crianças de 2,5 anos, mas que após esta fase, caso a sensação de ansiedade estiver interferindo na vida social da criança, possivelmente é um caso patológico de TAS (Chavira & Stein, 2005). Após apresentarem os critérios diagnósticos de acordo com o DSM, os autores destacam a presença de sintomas somáticos sendo geralmente encontrado também neste transtorno. Um estudo de Beidel & cols. (1999) afirma que para crianças, o ambiente escolar e as atividades relacionadas, é o principal agente estressor, assim como para adolescentes. Entretanto, para os adolescentes, manter interações com adulto também está entre os principais agentes ansiogênicos (Hofmann e cols., 1999). Crianças e adolescentes com TAS têm grande resistência em fazer amizades e o comportamento de evitação torna-se mais frequente com a idade (Beidel & cols., 1999). Estudos indicam que há maior prevalência entre adolescentes com idade entre 12 a 18 anos (Chavira & Stein, 2005; Costello & cols., 1999; Ferdinad & Verhulst, 1995) e que, na população infanto-juvenil américa, a predominância é de casos em meninas (Chavira & Stein, 2005). As principais comorbidades, segundo Chavira & Stein (2005), são depressão maior, TAG, as fobias específicas e o TDAH. O transtorno social pode permanecer até a vida adulta ou melhorar de forma espontânea. Entretanto, caso permaneça e torne-se crônico, existe alta incidência de comorbidades, uso de substâncias e tentativa de suicídio (Essau & cols., 2000; Chavira & Stein, 2005).
Conclusão
Os autores ressaltam a escassez de estudos realizados com população brasileira
sobre os transtornos de ansiedade e a importância de avançar nas pesquisas de TAs, afim de melhor compreender e tratar este fenômeno.
FERNANDEZ, Jesus. Transtornos de ansiedade na infância e adolescência: uma revisão. Rev. bras.ter. cogn., Rio de Janeiro, v. 5, n. 1, p. 46-61, jun. 2009. Disponível em https://siaiap27.univali.br/material/? control=Arquivo&action=download&idArquivo=274330&id=15398656872009000100 005&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 04 dez. 2022.
CASTILLO, Ana Regina GL RECONDO, Rogéria ASBAHR, Fernando R and MANFRO, Gisele G. Transtornos de Ansiedade. Rev. Bras. Psiquiatr. (Online) - 2000, Vol.22, Suppl.2, Pp. 20-23 PDF