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GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
Rio de Janeiro,
2021
ASECTOS RELEVANTES AO BOM DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Existem aspectos universais do desenvolvimento da criança: o físico, o
cognitivo, o social e o emocional. De acordo com Papalia e Feldman, os processos
responsáveis pela capacidade sensório motora, fazem parte do desenvolvimento físico e
“aprendizagem, atenção, memória, linguagem, pensamento, raciocínio e criatividade
compõem o desenvolvimento cognitivo” (PAPALIA E FELDMAN, 2013, p.37).
Embora estes elementos estejam interligados, neste trabalho, daremos ênfase ao aspecto
emocional.
Quando se fala de desenvolvimento infantil pouco se preocupa com o prisma
emocional como com o motor e cognitivo. Tanto é, que estamos rodeados de adultos
com mínima inteligência emocional e dependentes de psicotrópicos. No entanto, há
estudos que revelam que a melhor maneira de estimular e proporcionar uma base sólida
para a aprendizagem da criança, é o livre brincar. Além disso, “as experiências e as
relações humanas de que uma criança desfruta, estimulam e moldam o cérebro, e
alimentam o processo de criação de todas as redes neurológicas que precisará na vida”
(NELSEN, ERWIN E DUFFY, 2018, p.33).
Enquanto a parte do cérebro que controla as funções básicas de sobrevivência
nasce praticamente pronta junto com o bebê, e aquela que controla as informações
sensoriais encontram-se integralmente maduras em cerca de seis meses de vida, a área
responsável pela capacidade de reflexão, senso crítico, e controle de emoções precisa de
tempo e apoio para se desenvolver e só atinge sua fase final de maturidade na vida
adulta. Papalia e Feldman afirmam que somos seres sociais (2013, p.42), Nelsen, Erwin
e Duffy corroboram, “o desenvolvimento do cérebro, consiste na conexão com outras
pessoas” (2018, p. 36). É no relacionamento e conexão com aqueles que desempenham
o papel parental nos primeiros anos de vida, que a criança desenvolve a forma como
percebe a si e como estabelece relações com seu ambiente. O que nos leva a considerar
os seguintes aspectos para o bom desenvolvimento emocional infantil:
Responder aos sinais do bebê: A comunicação contingente é a capacidade de
ouvir, interpretar e responder adequadamente aos sinais do bebê, que vai além de
atender o choro relacionado às necessidades fisiológicas. (NELSEN, ERWIN E
DUFFY, 2018). O que o senso comum assume como mimar a criança, nada mais é do
que estabelecer vínculos saudáveis. Tocar, aconchegar, dar colo em abundância são
gestos que transmitem sensação de aceitação e autoconfiança.
Desenvolver apego seguro: o apego seguro é a forma de atenção à criança que
promove senso de confiança e segurança. Se estabelece a partir da qualidade do vínculo
entre seus cuidadores e o atendimento às necessidades da criança com assertividade e
amor. Segundo Papalia e Feldman, “a segurança do apego parece afetar a competência
emocional, social e cognitiva. Quanto mais seguro o apego com um adulto atencioso,
maior a probabilidade de a criança desenvolver um bom relacionamento com os
outros” (2013 p. 223).
Nomear e validar sentimentos: incentivar a criança a reconhecer o que está
sentindo ao invés de ignorar com afirmações “não foi nada” ou distraindo com outros
estímulos, favorece a auto regulação emocional. Capacita a criança a falar sobre suas
necessidades e inseguranças e permite que aprenda a lidar também com os sentimentos
dos outros. Ao validar o que sente a criança, o adulto promove a sensação de
pertencimento e estimula a empatia. Segundo Dunn “a empatia geralmente surge mais
cedo em crianças cujas famílias conversam bastante sobre sentimentos e causalidade
(Dunn, 1991 et al Papalia e Feldamnn, 2013 p.266).
Entender como funciona o desenvolvimento infantil é também se permitir
adentrar no universo da criança e promover uma educação baseada na neuro
compatibilidade desse ser. É proporcionar acolhimento e limite, entrelaçados ao respeito
às suas condições mais primitivas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PAPALIA, Diane E.; FELDMAN, Ruth D. Desenvolvimento Humano. 12. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2013.