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ANSIEDADE DE
SEPARAÇÃO
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INTRODUÇÃO
ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO NO
DESENVOLVIMENTO NORMAL
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de seu campo de visão. Desse modo, esses comportamentos surgem
simultaneamente aos comportamentos de base segura (segundo a
teoria do apego de John Bowlby) e à noção de permanência de objeto
(segundo a epistemologia genética de Jean Piaget; Bee e Boyd, 2011).
TRANSTORNO DE ANSIEDADE
DE SEPARAÇÃO: QUADRO
CLÍNICO
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O TAS é uma manifestação exagerada ou inapropriada para a idade da
ansiedade de separação fisiológica, o que sugere alguma continuidade
entre um estado adaptativo (que acabamos de ver na seção sobre
desenvolvimento normal) e a psicopatologia (Battaglia, 2015).
insegurança;
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antecipação das situações de separação;
choro intenso;
demonstrações de cólera;
preocupação com o que pode ocorrer consigo ou com as figuras
de apego durante a separação.
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A ansiedade de separação observada normalmente durante o
desenvolvimento pode ter períodos autolimitados de maior
intensidade intercalados com outros de manifestações menos
evidentes, sem que isso garanta um diagnóstico de TAS. É
possível, inclusive, que esses períodos representem respostas
transitórias e até adaptativas a mudanças ambientais
(Battaglia, 2015).
EPIDEMIOLOGIA
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CURSO CLÍNICO
curso crônico;
períodos sintomáticos intercalados com outros de remissão;
ocorrência frequente de uma “mudança de síndrome” de um
quadro ansioso para outro;
ocorrência simultânea de sintomas de mais de um transtorno
ansioso em um mesmo indivíduo.
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depressivo ou abuso de substâncias, torna-se mais comum no fim da
adolescência (Wehry et al, 2015).
CLASSIFICAÇÕES
DIAGNÓSTICAS
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DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
TRATAMENTO
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Há múltiplas opções terapêuticas para o TAS. A alternativa mais
apropriada para cada paciente deve considerar os seguintes aspectos
(Figueroa et al, 2012):
Quadro 1
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As recomendações à escola incluem um planejamento para
que a criança volte o quanto antes a frequentá-la, muitas vezes
Intervenções envolvendo um “período intermediário”, com uma carga
junto à escola horária mais curta que vai sendo gradualmente prolongada.
A escolha de uma “figura de apego” na escola, a quem a
criança possa recorrer e ter como referência, é vantajosa.
Seus objetivos principais são:
o alcançar insights sobre a presença e a origem dos
sintomas ansiosos;
o controlar as preocupações;
o reduzir a excitação e o estado de alerta;
o confrontar as situações temidas.
Os objetivos costumam ser alcançados por meio de diversas
TCC
técnicas, como:
o psicoeducação;
o reestruturação cognitiva;
o melhora das habilidades de solução de problemas;
o relaxamento;
o modelagem comportamental;
o manejo de contingências;
o exposição e prevenção de respostas.
Psicoterapia Embora existam em pequeno número, estudos demonstram a
psicodinâmica eficácia desta modalidade terapêutica no tratamento de
transtornos de ansiedade em crianças.
Psicoterapias Apesar de o número de estudos com crianças ser limitado, as
baseadas em pesquisas com adultos indicam que técnicas de mindfulness
mindfulness constituem uma estratégia promissora, que merece ser
investigada.
A medicação não costuma ser indicada como primeira linha no
tratamento do TAS e deve ser sempre usada em associação
com outras modalidades não farmacológicas.
Os fármacos de primeira escolha são os antidepressivos ISRSs,
embora muitos outros medicamentos possam ser utilizados
em caso de falha terapêutica, incluindo:
o antidepressivos tricíclicos (imipramina, clomipramina,
amitriptilina e nortriptilina);
Tratamento o antidepressivos IRSNs (venlafaxina);
farmacológico o benzodiazepínicos (clonazepam, diazepam,
alprazolam);*
o propranolol;
o clonidina.
Nenhum dos fármacos listados para o caso de falha
terapêutica dos ISRSs é aprovado pela FDA para o tratamento
de ansiedade em crianças.
Entre os ISRSs, os aprovados pela FDA para uso em crianças
estão:
o fluoxetina;
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o sertralina;
o fluvoxamina;
o escitalopram (para maiores de 12 anos).
Nenhuma das aprovações citadas faz referência ao uso
específico para o tratamento do TAS.
* Pouco recomendados pelo risco de abuso e dependência.
TAS: transtorno de ansiedade de separação; TCC: terapia cognitivo-comportamental;
ISRSs: inibidores seletivos de recaptação da serotonina; IRSNs: inibidores de recaptação
da serotonina e noradrenalina; FDA: Food and Drug Administration.
Fonte: Adaptado de Figueroa e colaboradores (2012); Wehry e colaboradores (2015).
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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Bassols AMS, Isolan L, Mardini V. Transtornos ansiosos. In: Assumpção
Junior FB, Kuczynski E, editors. Tratado de Psiquiatria da Infância e
Adolescência. São Paulo: Atheneu; 2012. p. 381–403.
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